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REDE FUTURA DE ENSINO

CLEITON PESSIN PARTELLI

A ATUAÇÃO DO CONTROLADOR EM UMA EMPRESA DE


TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

VARGEM ALTA
2019
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CLEITON PESSIN PARTELLI

REDE FUTURA DE ENSINO

A ATUAÇÃO DO CONTROLADOR EM UMA EMPRESA DE


TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em MBA EM
CONTROLADORIA E FINANÇAS
CORPORATIVAS.
Orientador: Professora DSc. Ana Paula
Rodrigues.

VARGEM ALTA
2019
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A ATUAÇÃO DO CONTROLADOR EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE


RODOVIÁRIO DE CARGAS

PARTELLI, Cleiton Pessin1.

Declaro que sou autor¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daquelas cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO

Devido à elevação dos custos com transportes, muitas transportadoras estão tendo os seus
resultados reduzidos devido a diversos motivos, como por exemplo, as más condições da malha
rodoviária, e os altos preços de combustíveis e lubrificantes. Sendo assim, o principal objetivo deste
artigo é realizar
uma análise de dados comparativos entre os custos de uma frota própria com uma
frota terceirizada, utilizando o método de pesquisa exploratória quanto aos objetivos, de abordagem
quantitativa, descrevendo os procedimentos de uma mesma rota e veículos similares, e desta forma,
poder analisar os resultados e a partir destes verificar qual é a opção que gera mais lucro para a
transportadora. Com isso, as empresas devem escolher entre as opções, qual melhor se enquadra na
realidade da empresa, o transporte próprio ou terceirizado, e por isso, buscamos as maiores e
melhores informações possíveis, a fim de chegar aos presentes resultados com maior precisão.

PALAVRAS-CHAVE: Custos. Frota própria. Frota terceirizada.

ABSTRACT

Due to higher transportation costs, many carriers are experiencing reduced results due to a variety of
reasons, such as poor road network conditions and high fuel and lubricant prices. Thus, the main
objective of this article is to perform an analysis of comparative data between the costs of a fleet of its
own with an outsourced fleet, using the exploratory method of the objectives, a quantitative approach
describing the procedures of the same route and similar vehicles , and in this way, to be able to
analyze the results and from these to verify which is the option that generates more profit for the
carrier.With this, companies must choose between the options, which best fits the reality of the
company, own or outsourced transportation, and therefore, we seek the biggest and best informations
possible, in order to arrive at the present results with the greatest precision.

KEYWORDS: Costs. Own fleet. Outsourced fleet.


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1 INTRODUÇÃO

No contexto empresarial são muitas as empresas que não possuem um


controle concreto de seus gastos. Diferentemente da afirmação anterior, uma
empresa que administra ao “pé da letra” os seus gastos com o transporte de suas
mercadorias, certamente obterá um retorno mais significativo, pois este corresponde
a um elevado gasto no qual reflete de forma significativa no resultado da empresa no
fim do exercício social. O transporte rodoviário de cargas, de acordo com dados
estatísticos absorve aproximadamente 60% do custo logístico, o que representa um
grande impacto ao financeiro da empresa.
Segundo Rodrigues apud Crescêncio (2009) “O transporte rodoviário é um
dos mais simples e eficientes no contexto logístico, portanto, a sua única
exigibilidade é existir rodovias.”
Portanto, o autor Ballou (1993) esclarece em sua obra, que o transporte
simboliza claramente o elemento mais importante do custo logístico na maior parte
das empresas usuárias deste serviço. O frete costuma absorver dois terços do gasto
logístico e entre 9 e 10% do produto nacional bruto para a economia americana
como um todo. Devido a isso, afirma que o controlador deve ter um abrangente
conhecimento na área para possível controle dos custos.
Considerando o exposto, o objetivo geral deste trabalho é Identificar os
aspectos importantes que devem ser analisados pelo controlador de custos da
empresa, para que o mesmo possa reduzir os custos e possivelmente aumentar os
lucros. Desta forma, como objetivos específicos, pretende-se: a) identificar o
principal e mais indicado mensurador de custos para empresas de transporte
rodoviário; b) detalhar através de pesquisas os diversos custos a fim de
possivelmente reduzi-los; c) analisar fatores que influenciam na formação de preços
que farão parte do valor do frete; e d) identificar rotas que resultam em maiores
resultados e menores gastos para a empresa. Entre outros motivos, a realização
desta pesquisa justifica-se pelo baixo número de pesquisas abordando esse tema
em empresas no setor de transporte no Brasil, pela sua contribuição cientifica e pela
ampliação do reconhecimento na área.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CUSTO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

O grande vilão das transportadoras brasileiras vem sendo o custo logístico,


mais conhecido como frete, esse custo, torna-se mais elevado, quando comparado
com a má qualidade da malha rodoviária brasileira. Para o sucesso e continuidade
das empresas é necessário que os seus (produtos ou mercadorias) estejam sempre
à disposição do mercado consumidor, uma vez que esse mercado é que movimenta
a economia e traz resultados para a empresa. Portanto, as empresas devem manter
um planejamento no que diz respeito ao transporte de seus produtos. Desta forma, é
necessário que as empresas adotem um sistema de logística eficiente de modo a
satisfazer as necessidades do mercado.
Para as pequenas empresas, aquelas que necessitam de frete uma vez ou
outra esse custo não chega a ser muito representativo, porém, quando se trata de
uma transportadora, esse custo aumenta de forma relevante, elevando o Custo e se
espelhando na redução do resultado líquido da entidade, o Lucro.

2.2 CUSTOS FIXOS X CUSTOS VARIÁVEIS

A formação do preço do transporte é bastante complexa, pois, além dos


custos da atividade, incorpora também fatores locais e conjunturais (MARTINS apud
Araújo, Bandeira e Campos, 2014). No transporte rodoviário existem muitos custos
que devem formar o preço do frete, desde a origem do transporte até o seu destino,
tendo como os principais o combustível, a manutenção, os pedágios, despesas com
os funcionários entre demais outros que serão abordados mais adiante.
Todos os custos devem ser somados ao valor do frete, de forma que o
serviço seja prestado com grande qualidade ao tomador e que o custo seja o menor
possível para o prestador.
Segundo Lima apud Cruz e Oliveira (2008), a redução de custos em
transportes rodoviários, através de uma metodologia adequada para cálculo de
custeio do frete, pode contribuir em muito para a formação de preços justos tanto
para a empresa (ou apenas para ela, em caso de frota própria) quanto para o
transportador.
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Argumenta, Novaes apud Silva, Gandolpho e Carniello (2012), que as


principais funções da logística são estoque, transporte e armazenagem.
Nomeadamente porque a Logística tem como função atender as necessidades dos
consumidores, onde as relações interpessoais não acontecem de qualquer forma, e
dependem da união de diversas forças presentes no cotidiano das empresas e dos
consumidores finais do produto.
Assim, para que ocorra o devido controle dos custos referentes ao transporte
rodoviário, deve-se estudar e planejar uma redução dos diversos custos secundários
que são unificados e lançados em forma de preço final ao cliente. No caso da
empresa que opta pela frota terceirizada, o custo é único, visto que a empresa
contratante irá desembolsar apenas o valor cobrado pela transportadora, porém,
quando se trata de frota própria, a empresa deve planejar todos os seus custos e
despesas, sejam eles fixos ou variáveis.
Já para Lima apud Silva, Gandolpho e Carniello (2012), os principais custos
dentro do transporte rodoviário englobam pneus, combustíveis, IPVA (seguro
obrigatório), salário do motorista, lubrificantes, manutenção, pedágio e custos
administrativos.
Os custos considerados fixos são aqueles que ocorrem independentemente
de acontecer ou não o gasto, como por exemplo, o IPVA, que mesmo com o carro
parado na garagem deverá ser pago anualmente, diferente dos custos variáveis que
ocorrerão conforme a distância percorrida, no caso das transportadoras.
Através de um exemplo básico, reunimos na figura a seguir, os respectivos
custos, sejam eles fixos e/ou variáveis para melhor compreensão.
Figura 1: Custos inerentes ao transporte rodoviário de cargas.
Remuneração de Capital
Salários e Encargos sociais
Depreciação
Custos Fixos Seguros
IPVA e licenciamento
Custo Total Despesas Administrativas

Combustível
Custos Variáveis Lubrificantes
Peças e Serviços de Oficina
Pneumáticos
Taxa de Pedágio
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Fonte: Elaboração Própria.

2.3 CUSTOS FIXOS

Com base na Figura 1, os custos fixos são os que independente de o serviço


acontecer eles existem, como por exemplo, depreciação, seguros, salários, etc.
- Salários e encargos sociais: São gastos decorrentes da mão de obra,
atribuídos ao Pessoal da empresa envolvido no quadro de funcionários.
- Depreciação: Corresponde ao custo ou a despesa decorrente do desgaste
ou da obsolescência dos ativos imobilizados.
- Remuneração de Capital: A remuneração do capital, ou custo de
oportunidade significa o valor que a empresa de transporte obteria se optasse em
investir em outro negócio, independente do formato, ao invés de estar realizando
atividades empresariais com frota de veículos.
- Seguros: Quando se trata de seguros, engloba-se seguros de vida do
motorista, seguros dos veículos e seguros de terceiros.
- IPVA e Licenciamento: Compreende em Impostos sobre Propriedade de
Veículos Automotores e Licenciamento anual, ambos pagos ao governo.
- Despesas Administrativas: As despesas administrativas são todos os custos
e despesas que a empresa de transporte possui e que são fixos e indiretos ao
negócio da empresa, como por exemplo, o aluguel do galpão onde a transportadora
prepara as respectivas cargas.

2.4 CUSTOS VARIÁVEIS

Custos Variáveis são aqueles que acompanham a distância percorrida no


caso de uma transportadora, por exemplo, como o diesel, pneus, pedágios, etc
- Combustíveis, Lubrificantes, Peças e Serviços de Oficina, Pneumáticos e
Lavagens: Compreendem o diesel a ser utilizado para proporcionar que o veículo
circule; os serviços de Lubrificação que servem para prevenir um defeito ou uma
quebra; as peças necessárias para um eventual concerto, e lavagens para reduzir o
desgaste do veículo.
-Taxa de Pedágio: Correspondem a valores a serem pagos para que o veículo
possa circular em vias privatizadas.
Bertaglia apud Silva, Gandolpho e Carniello (2012), enfatizam que para
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operar ou não com frota própria, é preciso julgar vários fatores, dentre eles nível de
serviço ao cliente, flexibilidade, controle, habilidades administrativas e retorno do
investimento. Portanto, alega-se que a terceirização do transporte rodoviário é quase
uniforme, sendo que o foco da transportadora é sempre buscar reduzir seus custos,
mantendo uma prestação de serviço de qualidade aos seus clientes.

2.5 FROTA PRÓPRIA

Sempre que se refere a transportes em volumes significativos, muitas


transportadoras preferem optar pela frota própria a frota terceirizada, mesmo
assumindo um custo mais elevado, pelo fato de acessibilidade, tempo e
disponibilidade na execução dos serviços, para melhor atender os clientes.
Quando se trata de frota própria, é preciso considerar todos os custos, tanto
fixos quanto variáveis. Ballou apud Silva, Gandolpho e Carniello (2012), destacam
que quando se trata de transportes, não se sustenta uma alocação precisa entre
custos fixos e variáveis, todos os custos são parcialmente fixos e parcialmente
variáveis, e a alocação de elementos de custos a uma ou outra dessas classes
depende de uma perspectiva individual.
Destaca-se que todos os custos existentes devem ser abordados no cálculo
da frota própria. Já no caso da frota terceirizada, a empresa contratante não tem
acesso aos custos da mesma, porém, o cálculo á mais simples, uma vez que o
próprio motorista fica responsável pela manutenção, pneus, combustíveis, etc.

2.6 FROTA TERCEIRIZADA

O termo terceirização corresponde ao pagamento a uma empresa externa


para que a mesma realize os serviços correspondentes à própria empresa. Ainda
sobre serviços de terceiros, complementa Farmer apud Silva, Gandolpho e Carniello
(2012), a terceirização é a contratação externa de atividades consideradas
secundárias.
A terceirização de operações logísticas representa uma grande oportunidade
em alguns casos e um significativo risco em outros. Em vista disso, não analisar e
buscar conhecer devidamente os custos e benefícios dessa terceirização é o maior
de todos os riscos.
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Entretanto, as vantagens da terceirização não estão restritas a custos.


Melhora de níveis de serviços a clientes também são marcantes. Ter apenas um
operador logístico em vez de uma série de subcontratados desenvolvendo os
mesmos serviços, ou seja, um único responsável por todos os fluxos, torna a
empresa muito mais flexível às mudanças do mercado, além de possibilitar a
otimizaçãode toda a cadeia. Outra vantagem é o acesso às novas técnicas de
gerenciamento logístico que os provedores desses serviços tenham desenvolvido,
muito mais avançadas que as técnicas que a empresa pode dispor com sua
estrutura interna (FIGUEIRA apud SILVA, GANDOLPHO e CARNIELLO, 2012).

3 MATERIAIS EMÉTODOS

Nesta etapa, objetiva-se a metodologia aplicada de modo a obter informações


para conclusão e apresentação dos resultados, destacando o tipo de pesquisa e
instrumentos de coletas de dados que possibilitam chegar aos resultados. Vale
destacar que esta pesquisa foi baseada em aspectos qualitativos.
A fim de obter maiores e melhores resultados, a análise dos dados serviu de
ênfase nesse estudo, destacando o quanto os dados são importantes para assim
gerar respostas para as investigações.
Portanto, foi obedecida uma série de passos metodológicos, sendo coleta de
dados e informações em obras bibliográficas correlacionada com a área de estudo
em questão, incluindo experiência profissional de autônomos, desenvolvimento,
análise de dados e conclusão.A base teórica do presente artigo tem tido como base
artigos científicos, livros e informativos da área de logística e transporte de cargas,
nos quais foram fontes de informações e suporte. Alguns desses materiais utilizados
são físicos, já outros estão disponibilizados apenas na internet.
Todo o processo de pesquisa e aplicação dos resultados será na empresa PH
Transportes (nome fictício, a fim de preservar a integridade da empresa). Na parte
experimental, foram utilizados argumentos reais, baseados em experiências de um
profissional autônomo que atua no mercado logístico como caminhoneiro há anos.
Este mesmo profissional disponibilizou através de entrevista, informações de grande
valia para estetrabalho. Portanto, da mesma forma em que o autônomo foi
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consultado, a empresa na qual contrata esse motorista possuidora também de


veículos próprios também foi indagada sobre as rotinas do setor.
Através de levantamentos foi elaborado um estudo de caso abordando dados
concretos objeto do transporte de cargas, sendo que os mesmos foram projetados
em uma planilha eletrônica a fim de obter resultados mais precisos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando se trata de transporte, o melhor método a ser adotado para


mensuração dos múltiplos custos é adotar certa distância na qual será utilizada
como base para os cálculos. Portanto, para apresentação dos resultados, foi
considerada uma rota de Cachoeiro de Itapemirim-ES aFortaleza-CE realizada pela
empresa em questão, que ao todo totaliza exatamente 2.301 km, referente ao trecho
somente de ida. Esta rota foi informada como a rota de menor distância, e
consequentemente a mais utilizada pela maioria dos caminhoneiros.Cabe ressaltar
que todos os itens considerados para o cálculo dos custos são importantíssimos,
pois a ausência de qualquer um pode ocasionar diferenças significativas no
resultado final.
No caso da frota terceirizada, o transportador não tem acesso a esses custos,
portanto o cálculo se torna simples, pois o terceiro fica com as responsabilidades em
assumir esses custos.

4.1 TRANSPORTE PRÓPRIO

O embasamento necessário para que possa chegar a um valor justo a respeito


do transporte próprio, baseia-se nas informações de controle interno da
transportadora. Nesse sentido a controladoria favorece com maior precisão os
custos que realmente estão sendo praticados dentro da transportadora o que facilita
o levantamento dos custos totais conforme pode ser observado na tabela 1.
Através da tabela 1 disponível na página seguinte, é possível destacar os
custos, e o percentual correspondente a cada item que compõe o preço do Km.
Esse parecer em percentual tem a função de caracterizar a informação, uma vez
que será possível saber quais são os itens que causam maior impacto no respectivo
preço do frete.
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Tabela 1: Levantamento sobre os custos e despesas de uma frota própria .


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ROTA/KM: Cachoeiro de Itapemirim-ES - Fortaleza-CE / 2301 km


PERÍODO DE REFERENCIA: 2016/2017
MODELO DO EQUIPAMENTO: VOLVO/FH460 6X4T, ANO 2012/2012, 9 Eixos.
KM MÉDIA POR MÊS: 9079,00
KM MÉDIA POR ANO: 108934,00

COMPONENTES EM UNIDADES UM VALORES CÁLCULOS R$/KM %


VALOR ESTIMADO MENSAL R$ 210,00
1 LAVAGENS E GRAXAS R$/KM 0,023 0,39
QUILOMETRAGEM MENSAL KM 9.079,00
TIPO 295/80R22,5 R$ 1.750,00
PNEUS DIANTEIRO NOVOS - DURAÇÃO MÉDIA KM 50.000,00 TOTAL R$/DURAÇÃO KM 0,070
2 1,18
02
VALOR TOTAL (VALOR X QT) R$ 3.500,00

PNEUS TRAÇÃO TIPO 295/80R22,5 R$ 500,00


3 DURAÇÃO MÉDIA KM 50.000,00 TOTAL R$/DURAÇÃO KM 0,080 1,35
REFORMADOS - 08
VALOR TOTAL (VALOR X QT) R$ 4.000,00
TIPO 295/80R22,5 R$ 1.280,00
PNEUS CARRETA BITREM
4 DURAÇÃO MÉDIA KM 90.000,00 TOTAL R$/DURAÇÃO KM 0,171 2,88
NOVOS - 12
VALOR TOTAL (VALOR X QT) R$ 15.360,00
TIPO 295/80R22,5 R$ 450,00
PNEUS CARRETA BITREM
5 DURAÇÃO MÉDIA KM 40.000,00 TOTAL R$/DURAÇÃO KM 0,045 0,76
REFORMADOS - 04
VALOR TOTAL (VALOR X QT) R$ 1.800,00
II = VALOR DO VEÍCULO (CAVALO + BITREM) R$ 508.800,00
VL = VALOR MÉDIO = 10% R$ 50.880,00
6 DEPRECIAÇÃO II - VL/N / KM ANUAL 0,210 3,55
II - VL = VALOR A DEPRECIAR R$ 457.920,00
N = PRAZOS ANOS 20,00
MANUTENÇÃO E REPAROS CUSTO ANUAL R$ 45.801,04
7 R$/KM ANUAL 0,420 7,09
(PEÇAS E SERVIÇOS) QUILOMETRAGEM ANUAL KM 108.934,00
SEGURO OBRIGATÓRIO ANUAL DPVAT R$ 110,38
SEGURO TOTAL ANUAL R$ 14.459,47
SEGURO DE TERCEIRO ANUAL R$ 3.025,20
LICENCIAMENTO E VALOR TOTAL DE
8 IPVA R$ 3.259,98 0,195 3,29
SEGUROS SEGUROS / KM ANUAL
LICENCIAMENTO CAVALO R$ 141,79
LICENCIAMENTO CARRETA BITREM R$ 283,58
QUILOMETRAGEM ANUAL KM 108.934,00
SALÁRIO BRUTO R$ 3.500,00
SALÁRIO + ENCARGOS ENCARGOS (30%) R$ 1.050,00
9 R$/KM 0,501 8,45
SOBRE A FOLHA GASTOS TOTAIS R$ 4.550,00
QUILOMETRAGEM MENSAL KM 9.079,00
DÍESEL R$ 3,13
10 COMBUSTÍVEIS R$/KM 3,125 52,71
KM/L KM 1,00
PEDAGIOS TOTAIS R$ 229,50
11 PEDÁGIOS R$/KM 0,100 1,68
ROTA (2301 KM) KM 2.301,00
SUBTOTAL = 4,941 -
12 DESPESAS INDIRETAS 20% SOBRE O SUBTOTAL 0,20 X SUBTOTAIS 0,988 16,67
CUSTO POR KM RODADO = 5,929 100,00

Fonte: Elaboração Própria.

Como podem ser observados na tabela 1, os custos fixos e variáveis


apurados após a mensuração, correspondem a um preço de R$ 5,929/km. Na
maioria das vezes esse custo mantém-se elevado, devido às más condições das
rodovias, o alto preço do diesel, e também o aumento dos pedágios.
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Para melhor esclarecimento, todos os custos devem ser mensurados de


forma proporcional a quantidade de quilômetros, pois existem custos que são
mensurados com base na quilometragem rodada anualmente, são exemplos deste
tipo os gastos com IPVA, que são pagos somente uma vez ao ano. Porém, pelo
contrário da situação anterior, encontramos os custos que devem ser mensurados
com base na quilometragem do mês, como por exemplo, o salário do motorista.
Ainda podemos destacar os casos em que os gastos devem ser mensurados
com base na quilometragem da rota. Pertence a este exemplo os gastos com
pedágios, que são considerados variáveis e por cada praça de pedágio possuir sua
própria tarifa pré-definida, o que dificulta a mensuração dos mesmos.
Portanto, para a realização da pesquisa, foi calculada somente a
quilometragem referente a uma viagem de ida, pois se trata de uma viagem longa, o
que levaria muito tempo para juntar as informações para a conclusão do estudo.
Sendo assim, com base no custo do Km, pode-se saber qual seria o valor do
frete para esse destino. Basta multiplicarmos o preço do Km (R$ 5,929) pela
distância percorrida, que em nosso caso corresponde a 2.301 km, o que gera um
preço total final de R$ 13.642,63.

4.2 TRANSPORTE DE TERCEIROS

O custo de terceiros com o transporte, é de inteira responsabilidade do


motorista que foi contratado, uma vez que este tem de administrar os seus gastos de
modo a evidenciar um maior resultado para si mesmo. A transportadora em questão
remunera com base em toneladas, sendo que o veículo possui um peso máximo de
tara de 38 toneladas. O veículo em questão trata-se de um VOLVO/FH460 6X4T,
ANO 2012/2012, 9 eixos, no qual é pago pelo serviço em média R$ 260,00/ton.
Portanto, esse valor da tonelada, quando multiplicado ao total da capacidade
de carregamento do veículo, gera um preço de frete a ser pago ao terceiro de R$
9.880,00, sendo este, liquido de impostos, alimentação, pedágios e demais encargos
gerados durante a rota, visto que esses são de inteira responsabilidade do motorista.
De fato, temos então, um cálculo simples a ser realizado, no qual, é de
extrema importância para que seja encontrado o valor praticado por km. Desta
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forma, basta dividir o valor de R$ 9.880,00 (valor do frete) por 2.301 km (distância
percorrida), o que gera um valor final de R$ 4,29/km.

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS APÓS COMPARATIVOS

Após a busca de dados e informações, foi possível apurar um determinado


custo, tanto para a frota própria quanto para a terceirizada. Como pode ser visto na
tabela 2, demonstra-seos valores encontrados em ambos os casos, para a
administração da transportadora estabelecer o melhor método a ser adotado.
Tabela 2: Comparação de

Resultados. XTIPO DA FROTA PRÓPRIA FROTATERCEIRIZADA


FROTA
KM PERCORRIDOS 2301 KM 2301 KM
VOLVO/FH460 6X4T, ANO VOLVO/FH460 6X4T, ANO
VEÍCULO/MODELO
2012/2012, 9 Eixos. 2012/2012, 9 Eixos.
CUSTO R$/KM R$5,929 R$4,29

Fonte: Elaboração Própria.

Como pôde ser observado na tabela 2, o preço do KM do veículo próprio está


na faixa dos R$ 5,929, da mesma forma, o preço do KM terceirizado está na média
dos R$ 4,29, ou seja, o transporte de terceiros representa um valor
aproximadamente 38,23% inferior ao próprio.
Visto que o combustível é o maior dentre os custos, foi realizado um estudode
seu preço em um intervalo de 12 meses, para assim, considerar-se as elevações, e
desta forma entender o quanto é grande o seu impacto no resultado final da
empresa. O diesel, segundo resultados mencionados em parágrafos anteriores,
representa 52,71% do custo de cada quilômetro percorrido pelo veículo.

4.4 O PREÇO DO COMBUSTÍVEL E A INFLUÊNCIA DO GOVERNO

A partir do ano de 2017, o governo interferiu de forma agressiva no preço dos


combustíveis em nosso país, tanto no preço da gasolina, quanto do diesel, visto que
esses dois combustíveis são os mais utilizados em nossas frotas diariamente, e o
aumento excessivo do preço reflete em uma desvantagem gigantesca para o
transportador, pois, se o mesmo alocar esse respectivo aumento ao preço final do
frete, o serviço passa a ser inviável para o tomador.
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Em 2017, os preços sofreram aumentos ainda mais agressivos se


comparados ao ano anterior, sendo que em julho de 2017, uma das medidas
adotada pelo governo para cobrir os rombos aos cofres públicos foi promover a
elevação do preço do petróleo brasileiro decorrente do aumento dos tributos
incidentes sobre o diesel e a gasolina, mais precisamente o Pis e a Cofins, o que
elevou ainda mais o valor cobrado pelo litro dos combustíveis.
Conforme projetado, a tabela 3 apresenta a aplicação das novas alíquotas
tributárias incidentes sobre o petróleo brasileiro.
Tabela 3: Projeções 2017 (Julho)
para a aplicação das novas Alíquotas atuais* Novas Arrecadação estimada
alíquotas aos combustíveis. X Alíquotas* (R$ milhões)
Combustível
Pis / Cofins - Gasolina 0,3816 0,7925 5191,61
Pis / Cofins - Diesel 0,2480 0,4615 3962,40
Pis / Cofins - Etanol produtor 0,1200 0,1309 114,90
Pis / Cofins - Etanol Distrib. 0,0000 0,1964 1152,24
Total     10421,15

Fonte: g1.globo.com *centavos por litro

A tabela 3 apresenta a alta prevista para os meses após julho de 2017. Ao


analisar os dados apresentados, é possível perceber o quanto será somado a cada
litro de combustível, e ao fim, o montante a ser arrecadado para os cofres públicos.
Com base nas informações apresentadas no gráfico 1, é possível destacar o
crescente aumento nos preços base do combustível, e como reflexo deste aumento,
o crescimento do gasto total ao fim do mês é visível no orçamento da empresa.

ELEVAÇÃO DO PREÇO DO DiESEL


R$3.40 R$31,000.00
GASTO TOTAL / MÊS

R$3.20 R$29,000.00
R$3.00 R$27,000.00
R$ / LT

R$2.80 R$25,000.00

R$ / LT GASTO/ MÊS

Gráfico 1: O aumento do preço do diesel entre julho de 2016 e junho de 2017.


Fonte: Elaboração Própria.
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Espelhando o que o gráfico 1 vem a nos proporcionar, os gastos médios da


empresa com combustível em julho de 2016, a um preço de litro correspondente a
R$ 2,98, gerou um gasto mensal com combustível correspondente a um montante
de R$ 27.055,42 e em julho de 2017, ou seja, um ano após o primeiro período
analisado, o preço do litro estava em torno de R$ 3,29, o que ocasionava um gasto
total de R$ 29.869,91, ou seja, um montante correspondente a 9,42% acima do
comentado em um primeiro momento, ou seja, R$ 0,31/ LT em apenas 12 meses.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do conteúdo exposto neste artigo, pode-se afirmar que a frota


terceirizada gera um custo menor para a empresa quando comparado à frota
própria, em virtude do custo com pessoal, por exemplo, que no caso da frota própria
é representado como aproximadamente R$ 0,50 do gasto total por km rodado. Com
relação ao processo de terceirização, este influencia diretamente na questão de
redução dos custos operacionais, os quais levam a crer que a terceirização seja um
dos sistemas que possa reduzir ou até mesmo excluí-lo desse processo.
Após a análise da frota da empresa em questão a escolha pela frota
terceirizada seria uma sugestão para a diminuição dos custos contribuindo
consequentemente para manter a competitividade da empresa no mercado de
transportes em curto prazo. Portanto, o transporte deve ter um papel preponderante
na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente no tempo de entrega,
na confiabilidade e na segurança dos produtos para seus clientes, esses e outros
demais motivos devem ser levados em consideração para a tomada de decisão dos
empresários responsáveis.
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REFERÊNCIAS

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