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E DISTRIBUIÇÃO
Introdução
Transporte e distribuição são elementos essenciais no processo logístico.
Eles apresentam os principais custos para a organização e, por isso, é
essencial uma administração correta para otimizar esses custos. Alguns
aspectos importantes são o tipo de frota, a gestão relacionada à quan-
tidade, a manutenção corretiva e preventiva e a escolha adequada do
tipo de modal a ser adotado.
Em relação a este último aspecto, é necessário, além disso, analisar se
a estratégia de transporte exigirá um padrão multimodal ou intermodal
para se alcançar o resultado esperado. Analisar os modais de transporte e
a gestão da frota implica em definir as estratégias do setor de transporte
e distribuição, que vão impactar em todos os envolvidos na cadeia de
suprimentos e ser fatores decisivos para alcançar menor tempo, custo
e movimentação dos produtos para o cliente final. Desse modo, o nível
de serviço é maior, possibilitando pontos de vantagens competitivas.
A vantagem competitiva também é um fator muito importante para
manutenção e crescimento das empresas, em virtude da concorrência
cada vez mais alta no mercado, em que o cliente possui o poder de
escolha e de decisão elevado.
Neste capítulo, você vai estudar a gestão de frotas e sua definição. Vai
também conferir os fatores que afetam os meios de transporte e como a
administração das frotas implica nos resultados da empresa.
2 Gestão de frotas
1 Gestão de frotas
A frota de uma organização corresponde a todos os veículos responsáveis
por transporte e movimentação de pessoas e produtos de uma organização.
A frota possibilita o atendimento efetivo de demandas de clientes e todos
os interessados, seja nos produtos adequados ao consumo seja nos serviços
necessários para o desenvolvimento da empresa.
Para aperfeiçoar os processos de distribuição de uma empresa, Ching
(2010) afirma que é importante incluir:
O efeito chicote ocorre quando há uma variação de demanda não esperada, o que
provoca elevação ou diminuição de estoque na empresa de forma descontrolada.
Isso faz com que a empresa não consiga atender à necessidade do cliente por falta de
produto ou eleve o custo de estocagem por excesso de produtos, sem o giro previsto.
Esse efeito ocorre quando não há um cálculo apropriado da previsão de demanda
ou quando algum dos elos não repassa as informações corretas às outras empresas
(BOWERSOX et al., 2014).
Gestão de frotas 3
Uma determinada empresa distribui seus produtos com frota própria e está tendo
prejuízos nos últimos meses. Buscando uma solução, essa empresa contrata um novo
gestor de frotas para analisar o setor e propor mudanças.
Inicialmente, o gestor realiza um diagnóstico inicial da empresa para descrever como
é o cenário atual da organização. Depois, apresenta um planejamento que promete
reduzir os custos em 50% e fazer crescer a organização. Para isso, ele propõe reduzir
o número de manutenções preventivas nos veículos. Além disso, propõe que a mão
de obra da empresa passe a ser de responsabilidade de funcionários que recebam
salário mais baixo, não sendo necessário exigir experiência para a função. Apresenta
à empresa dados numéricos com uma redução de 50% nos custos do setor, o que é
tentador ao gestor.
No entanto, se o dono da empresa pensar apenas no curto prazo e colocar em
prática o que é proposto pelo novo gestor de frotas, no longo prazo é possível que
os gastos sejam muito maiores. Isso porque, sem manutenções preventivas, o número
de manutenções corretivas tende a aumentar, e elas costumam ter preços bem mais
elevados. Além disso, contratar funcionários com pouca experiência gera riscos de
acidentes, o que irá onerar ainda mais os custos da empresa. Com essa análise, o
dono da empresa percebe que as soluções apresentadas pelo gestor de frotas não
são adequadas e resolve não colocar em prática.
A gestão das frotas deve considerar todos os itens que terão impacto direto
para um melhor resultado no setor de transporte da empresa. Deve também se
preocupar com a efetividade das manutenções preventivas, gastos e gerencia-
mento do número de veículos, além da avaliação dos condutores juntamente
com seu grau de pertencimento e preocupação.
De acordo com Santos (2009), a manutenção corretiva é aquela realizada
após o aparecimento de uma pane, voltada a resolver a situação e colocar o
item novamente adequado para uso. Já a manutenção preventiva está rela-
cionada a ações focadas em inspecionar, detectar e prevenir falhas que podem
um dia ocorrer, interromper os processos e ampliar os custos. Todas as ações
realizadas na gestão de frotas buscam diminuir o tempo que o veículo poderá
ficar parado para uma manutenção corretiva e também o custo elevado dessa
manutenção, que pode ocorrer em decorrência da falta de prevenção, como
troca de óleo, verificação de lubrificação, gastos com acidentes, entre outros.
Deve-se ter uma preocupação constante com tempo dos veículos parados,
seja para carga e descarga (aguardando novos transportes) seja para manu-
tenções. Esse tempo influencia diretamente na otimização do uso da frota
existente e faz com que o gestor avalie a real necessidade da frota existente.
Além disso, o gestor pode avaliar se os custos desta frota são os melhores
comparados com outras opções existentes (BOWERSOX et al., 2014).
Na análise da gestão de frotas, é importante conhecer toda a estrutura dos
veículos e todos os recursos disponíveis. Para isso, deve-se verificar, de forma
detalhada, a vida de cada veículo, data de compra, data da última revisão,
consumo médio de combustível, uso de pneus e demais itens pertinentes ao
uso correto do veículo. De acordo com Paoleschi (2011), a gestão dos trans-
portes deve ser extremamente precisa em suas operações, possuindo a maior
agilidade, o melhor aproveitamento de carga e o mínimo de perda possível.
Na análise dos gastos mensais com a frota, realizam-se análises comparati-
vas de rotas e consumos, verificando períodos anteriores, analisando o desgaste
dos veículos com a comparação entre os motoristas contratados e os caminhos
percorridos e verificando quais veículos geram maior manutenção e custos.
Desse modo, encontram-se os possíveis gargalos para verificar as mudanças
que deverão ser tomadas a fim de reduzir os problemas. Por exemplo, uma
rota de entrega será feita para uma mesma região por diferentes funcionários.
Um funcionário apresenta um gasto de R$ 1.200,00, e o outro apresenta um
gasto de R$ 1.350,00. O gestor de rotas precisa avaliar o que está causando
essa variação no custo e o que pode ser feito para que seja evitada, além de
padronizar todas as viagens para essa região com o valor mais baixo.
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Modal Custos
preço;
volume de carga;
capacidade;
flexibilidade;
tempo de demora;
terminais de carga e descarga;
legislação;
regras governamentais.
sazonalidade;
tamanho;
localização;
formas de acesso;
negociação (inclui análise de prazos e custos);
disposição geográfica;
produção;
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tipos de armazenagem;
formas de consumo;
infraestrutura (BERTAGLIA, 2016).
peso;
volume;
densidade;
formato;
manuseio;
valor.
E quanto ao mercado:
localização;
grau de concorrência;
sazonalidade;
equilíbrio do trafego.
resultado alcançado com as ações realizadas. Dessa forma, é possível ter uma
visão ampla do processo para um aperfeiçoamento de todas as áreas da empresa.
Os transportes representam cerca de 60% dos custos logísticos de uma empresa, que
incluem: depreciação do veículo, remuneração do capital, salário e gratificações de
motoristas e ajudantes, cobertura de risco (como seguros), combustível, lubrificação,
pneus e licenciamento.
A logística é um sistema que funciona de forma integrada. Para otimizar tempo,
custo, movimentação e nível de serviço, é preciso que as áreas internas (estoques,
compras, distribuição) e externas (elos da cadeia de suprimentos) estejam interligadas
e focadas nos melhores resultados. Isso porque ações incorretas em um dos setores
ou elos impactam toda a cadeia.
Link
Para conhecer um pouco mais sobre os operadores logísticos acesse o link a seguir:
https://qrgo.page.link/2LzNE
https://qrgo.page.link/9c7Zj
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Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OPERADORES LOGÍSTICOS (ABOL). Perfil dos operadores
logísticos no Brasil: relatório analítico. São Paulo: ABOL, 2018. Disponível em: https://
abolbrasil.org.br/pdf/1554746504.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020.
CALAZANS, F. M. et al. Gestão de frotas no transporte rodoviário de carga. In: SIMPÓ-
SIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 11., 2014, Rio de Janeiro. Anais [...].
Rio de Janeiro: SEGET, 2014. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/
artigos14/1620463.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020.
HUB Natura: HUB de cosméticos 100% automatizado de ponta a ponta. Itupeva, SP:
Natura, 2017. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal SSI Schäefer Brasil. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=E5bQkf9jCiQ&t=37s. Acesso em: 20 fev. 2020.
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