1. Introdução:
A manutenção é uma das áreas mais importantes para o sucesso de uma empresa,
sendo considerado um setor estratégico. Dentro da conjuntura atual em Manaus
onde a população atinge já mais de dois milhões de habitantes a transportação
coletiva de passageiros requer de serviços eficientes onde os tempos de esperas
para os passageiros sejam os menores possíveis e que os meios de transportes
atendam a qualidade e eficiência que os cidadãos da cidade merecem.
Nesta cidade existem vaiadas empresas dedicadas a transporte coletivo desde
pequenas empresas de transporte onde o número total da frota esta integrada por
15 – 30 ônibus e às vezes menos até grandes frotas aonde este número chega até
200 ônibus. Em este contexto a manutenção tem então a missão de garantir o
melhor estado técnico possível destes meios para garantir a transportação coletiva
numa cidade onde estes meios são os mais utilizados pela população.
As empresas frotistas, que utilizam intensamente seus bens de capital, apresentam
dispêndios imensos com investimentos em ativos. Portanto, há necessidade de
otimização destes recursos que se reflete numa maior atenção não somente ao
montante inicial destinado à sua aquisição, mas também aos custos subsequentes
relacionados à adequada operacionalidade (REYS, 1995, apud MATOS, 1999, p. 5).
Em outras palavras a manutenção tenta sempre manter o bom estado técnico de um
item determinado seja mediante restauração ou troca deste ou de parte de estes e
assim garantir o funcionamento da equipe dentro dos parâmetros para os quais foi
construído. Porem na prática no sempre isso e possível e no sempre pode se
conhecer as causas destes problemas. Grande parte dos indicadores visa quantificar
o processo de manutenção mais para isso é preciso ter a informação adequada.
As atividades de manutenção possuem a finalidade de manter o equipamento em
condições adequadas para o seu funcionamento. Essas atividades podem ser
classificadas como: manutenção corretiva planejada e não planejada; manutenção
preventiva; manutenção preditiva; manutenção detectiva e engenharia de
manutenção e destacam o objetivo da manutenção como o de: “garantir a
disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um
processo de produção ou de serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do
meio ambiente e custos adequados”. (PINTO e XAVIER, 2001).
Os indicadores utilizados pela manutenção desempenham um papel
importante para a avaliação das atividades desenvolvida por esta função,
fornecendo subsídios para a gerência, no sentido de direcionar as atitudes com
relação a mudanças que devem ser realizadas para o aumento da eficiência e
maximização dos resultados (OLIVEIRA, 2008).
No âmbito dos resultados possíveis, a manutenção preventiva e a preditiva
podem ser consideradas as mais adequadas sob o ponto de vista da eliminação de
custos pela antecipação às falhas ou problemas operacionais. NAVEGA e DAUMAS
JÚNIOR (2012) comentam a complementaridade dessas duas formas de
manutenção, expondo que, com isso, é possível trocar uma peça não de acordo com
o seu tempo de uso, mas pelo seu estado, maximizando a sua utilização e, portanto,
evitando desperdícios.
Em face do que foi exposto, é possível concluir que a escolha do melhor
momento para a manutenção corretiva deve ser feita analisando-se a sua relação
com o desempenho da empresa.
A manutenção adequada da frota é chave para o funcionamento da mesma,
afetando à seguridade dos veículos, sua disponibilidade e consumo de carburante.
Uma incorreta ou deficiente manutenção de um ônibus pode incidir diretamente em
um aumento de seu consumo de combustível e, a não correção pode dar origem a
falhas mecânicas que afetaram os custos (ECODRIVEN, 2006).
Figura 1 – Veículo da empresa da empresa em estudo realizando manutenção. Fonte: Autores, 2014.
Figura 3 – Ocorrências sujeitas a manutenção corretiva (jan./out. 2016). Fonte: Registros de manutenção da
empresa de transporte coletivo urbano, 2016.
Figura 2 – Ocorrências mensais de defeitos na caixa de câmbio de velocidades. Fonte: Registros de manutenção
da empresa de transporte coletivo urbano, 2016.
Figura 6 – Ocorrências mensais de defeitos na árvore cardam e ponte propulsora. Fonte: Registros
de manutenção da empresa de transporte coletivo urbano, 2016.
Figura 10 – Pinhão do
diferencial desgastado. Figura 11 – Ponte propulsora montada.
Fonte: Autores, 2016. Fonte: Autores, 2016.
As causas prováveis destas situações podem se igualmente relacionar aos
problemas de operação anteriormente mencionados e á o estado técnico das vias de
transportação e dos itens.
A partir dos custos com peças para manutenção corretiva de um motor (R$
7.932,77) e do tempo médio de parada para o conserto (120 dias), pode-se
determinar o valor médio deixado de arrecadar no período de parada para reparos
devido à quebra ou problema no motor de um veículo com motor a diesel, do tipo
ônibus de transporte de passageiros (Quadro 2):
Quadro 2 – Valor médio não arrecadado devido à quebra de motor. Fonte: Autores, 2014.
Com base nos custos de aquisição das peças para a manutenção corretiva da
caixa de mudança (R$. 3.554, 87), e do tempo médio para reparo (60 dias), foi
possível determinar o valor médio deixado de arrecadar no período de parada para
reparos devido à quebra ou problema nesse sistema (Quadro 4):
Quadro 4 – Valor médio não arrecadado pela quebra de caixa de mudança. Autores, 2014.
Com base nos custos de aquisição das peças para a manutenção corretiva da
transmissão e diferencial (R$ 5.236,86), e do tempo médio para reparo (15 dias), foi
possível determinar o valor médio deixado de arrecadar no período de parada para
reparos devido à quebra ou problema nesse sistema (Quadro 6):
Figura 12 – Custos e perdas de arrecadação com quebras nos sistemas (motor, caixa de mudança, transmissão
e diferencial) (R$) e tempo de parada (dias). Fonte: Autores, 2016.
Como mostra a Figura 12, custos e perdas de arrecadação por veículo parado
em razão do foco na manutenção corretiva não programada são mais elevados no
caso dos motores dieseis, o que é compreensível por ser o sistema mais complexo,
e, portanto o que demanda mais tempo de serviço para reparos em caso de quebra
ou defeito crítico que inviabiliza seu funcionamento, implicando em elevado tempo
de parada (120 dias) comparativamente ao tempo para reparo da caixa de câmbio
de velocidade, árvore cardam e ponte propulsora da transmissão e do diferencial.
A partir das análises realizadas com relação ao tipo de manutenção adotada
(corretiva não planejada) e das suas repercussões em termos de custos ou perdas
financeiras para a empresa devido ao modo de resposta para os problemas
relacionados aos itens estudados foi possível obter informações essenciais para o
desenvolvimento de um plano de ações, visando a adoção de medidas preventivas,
as quais podem reduzir significativamente as perdas de arrecadação e custos
melhorando desempenho operacional do veículo e os ganhos da empresa.
Conclusões
Bibliografia
AHUMADA, G. (2011). La función del mantenimiento y las nuevas tecnologías,
Iberdrola Ingeniería y Consultoría. Barcelona: España.