Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE CONSULTA
Povos e Comunidades de Tradição
Religiosa Ancestral de Matriz Africana
2 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
4 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Raunei
to: Acer vo Babá
o
Oxum. F
epresentação de
R
Nengua Dandalumueno.
Foto: Acervo Nengua Dandalumueno
Nzo Atin Oy
a Aderin
Foto: Acerv
o Seji Danjy
e peixe
. Pesca d
Dimas Dimas
de C apitão ervo Capitão
o c
Tradiçã eba. Foto: A
P araop
no
5
Primeira reunião na Câmara Municipal
de Juatuba. Foto:Acervo PCTRAMA
6 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
O que é autoidentificação
dos Povos e Comunidades
Tradicionais?
Quem vai definir se um povo ou comunidade é tradicional são as pessoas
que participam dela. Nenhum Estado, organização ou pessoa de fora da
comunidade pode dizer se uma comunidade é ou não tradicional.
8 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Consulta é:
Livre: quando a comunidade decide por livre e espontânea vontade
participar de uma consulta sem pressão externa de governos,
empresas, ou qualquer outra instituição;
10 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
11
12 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
13
14 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Nacional:
Decreto 6040, de 7 de fevereiro de 2007: institui a Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais; Lei Nº
12.288, de 20 de julho de 2010: institui o Estatuto da Igualdade Racial;
Estadual:
Lei Nº 21.147, de 14 de janeiro de 2014: institui a política estadual para o
desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais de Minas
Gerais;
15
16 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
17
Candomblé
Nação Angola/Bantu: O Candomblé de Nação Angola/Bantu é aquele
que herda a tradição dos povos Bantu, originários das regiões africanas de
Angola, Congo, Cabinda. É um dos cultos afrobrasileiros mais antigos no país,
devido sua origem étnica dos povos Bantu, que foram os primeiros africanos
traficados para o Brasil. Nos terreiros dessa tradição fala-se o Kimbumdu e
Kicongo e cultua-se os Mkisis.
18 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Umbanda
A Umbanda é uma religião que descende da tradição Bantu, e cultua os
ancestrais e orixás. É uma religião que se origina de forma mais proeminente
no sudeste brasileiro que recebeu muitos africanos e africanas vindos destes
outros territórios e étnias. Em respeito à ancestralidade do território brasileiro,
a Umbanda se forma incorporando alguns saberes, tradições e ritos dos
povos originários indígenas. Na Umbanda existem diversas ramificações e
“linhas” ritualísticas como a Umbanda Cigana, a Umbanda de Linha Branca, a
de Umbanda de Sete Linhas, dentre outras, contudo, todas elas pertencem à
essa designação mais abrangente e muitas se encontram no PCTRAMA.
Reinado
O Reinado é um símbolo de organização e resistência à dominação escravista,
trata-se de um seguimento religioso de expressão cultural concebida pelos
negros e negras escravizados(as) entre os séculos XVI e XVIII. Sua devoção
fundamenta-se tanto no catolicismo popular quanto nas religiões de matriz
africana. Incide sobre todo o Brasil; e, em Minas Gerais, que deteve de um
grande contingente de pessoas escravizadas no território brasileiro, adquiriu
contornos de manifestação local tendo em vista seu enorme impacto na
cultura, na memória e, portanto, nas identidades mineiras.
19
“O rio é o princípio, o
meio e o fim de tudo, dos
nossos fundamentos. Onde
buscamos nossas energias.”
— Babá Marcílio
20 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
21
Porque Somos
Atingidos/as?
Somos Povos e Comunidades Tradicionais e os nossos danos estão para além
dos materiais, são principalmente espirituais. “O Rio faz parte dos nossos
fundamentos e tem importância ritualística para os nossos cultos e usos, assim
como as suas margens, as matas e tudo o que compõe esse espaço. Somos o
povo que louva a água, as matas, as estradas e toda a natureza em si. Fomos
atingidos pois nossas águas morreram não podemos mais fazer as referências
que fazíamos”. (Makota Locikileuara)
Os nossos danos são muitos, por exemplo, no lazer, na saúde física, mas
também na saúde mental, no meio-ambiente, nas relações socioassistenciais
com a comunidade. Somos todos/as atingidos e atingidas.
22 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
23
24 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
25
Foto: Felipe Cunha / Aedas
2.
Deve-se adaptar os instrumentos e a metodologia do DRP – Diagnóstico
Rápido Participativo - para contemplar as particularidades dos Povos e
Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana.
26 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
3.
Deve-se realizar uma Roda de Diálogo própria para Povos
e Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz
Africana.
5.
Deve-se garantir a visibilidade da diversidade dos Povos
e Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz
Africana, destacando suas raízes afro-brasileiras.
27
6.
Deve-se, ao início dos encontros, ter um espaço reservado para as saudações
das divindades de Matriz Africana e Reinado.
7.
Para os encontros e reuniões virtuais, deve-se priorizar os dias de segunda
à sexta-feira, no período noturno. Já na ocasião de encontros e reuniões
presenciais, os sábados pela manhã, devem ser preferidos. Estes tem sido
os melhores horários disponíveis para a comissão do PCTRAMA.
8.
e demais trâmites consultivos e deliberativos nessas datas, deve ser
consultada às lideranças previamente para que se possa ser assegurada a
participação plena do PCTRAMA.
28 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
9.
Desejamos que o Reinado, com as suas Irmandades, seja contemplado por
esse Protocolo de Consulta, pois também são Povos e Comunidades de
Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana.
29
13.
Deve-se consultar os Povos e Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral
de Matriz Africana para participação ou presença de representantes de
instituições que não sejam da AEDAS.
14.
e Ancestral de Matriz Africana e seus territórios, deve-se, para garantir a
sua participação plena, consultar estes povos sobre o quando o processo
deverá ocorrer e qual será o tempo necessário para sua execução.
30 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
15.
Na ocasião de consultas públicas, pleitos, plebiscitos, votações,
deliberações, planejamentos e demais processos consultivos e decisórios,
cada etapa dos referidos trâmites, deve ter garantido o tempo necessário
para que os Povos e Comunidades de Tradição Religiosa e Ancestral de
Matriz Africana, possam ser comunicados e decidir sobre suas ações, antes
dos próximos andamentos serem dados.
16.
Os processos de consulta prévia aos Povos e Comunidades de Tradição
Religiosa e Ancestral de Matriz Africana, caso sejam realizadas juntamente
de órgãos, secretarias, e instituições públicas, bem como pessoas ocupando
cargos do poder público, não podem acontecer em período eleitoral.
17.
ambiente devem ter garantido o acesso à biodiversidade, de modo que possam
manter suas práticas tradicionais alimentares, ritualísticas e religiosas, não
podendo ser impedidos, segregados, multados ou criminalizados por acessar
elementos da fauna, flora e minerais dos territórios que ocupam.
31
18.
A identificação, classificação e valoração dos danos, impactos e outros
desdobramentos provocados pela instalação de grandes empreendimentos
e projetos infraestruturais tais como rodovias, aeroportos, mineradoras,
hidrelétricas, madeireiras, condomínios, parques turísticos, Áreas de Proteção
Ambiental (APA’s) e Áreas de Proteção Permanente (APPs) e afins, deve
corresponder a dimensão dessas consequências a partir da perspectiva dos
povos atingidos e suas respectivas tradições.
19.
Os registros audiovisuais e documentais das consultas e reuniões junto dos
PCTRAMA devem ser sempre revisados e aprovados pelos mesmos, caso
avaliem ser necessário.
32 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
20.
As reuniões, consultas e demais atividades realizadas com os PCTRAMA,
devem ser coordenadas pelas suas lideranças e principais representantes, caso
seja solicitado pelas mesmas lideranças.
21.
A alimentação preparada para reuniões, consultas e demais atividades com
os PCTRAMA deve respeitar sua cultura alimentar, priorizando sempre que
possível alimentos de qualidade, agroecológicos e adequados à suas tradições.
33
34 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Babá Edvaldo
35
Foto: Rurian Valentino / Aedas
36 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
“ O rio é um fundamento,
com tudo aquilo que o
rio tem, com a vida que
está nas águas, nas suas
margens.
— Ogan João Pio
37
Foto: Rurian Valentino / Aedas
— Babá Edvaldo
— Babá Marcílio
— Makota Locikileuara
— Tata Nindengue
— Nengua Dandalumuenu
— Tatetu Arabomi
42 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Aldeia de Canjira
43
Palácio de Oxóssi
44 | Protocolo de Consulta: Povos e Comunidades Tradicionais de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana
Revisão de Texto:
Equipe PCT Regiao 2/Aedas (Beatriz Borges Bastos, Janaina Moscal, Rhutielly Vieira, Diego
Germano, Jacqueline Martins, Adriana Mendes)
Coordenação de comunicação:
Diva Braga e Elaine Bezerra
Fotos:
Acervo PCTRAMA, Felipe Cunha/Aedas, Rurian Valentino/Aedas
Esse material é uma produção dos Povos e Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral
de Matriz Africana (PCTRAMA), como instrumento preliminar para Consulta, Livre, Previa e
Informada referente ao processo de Reparação dos danos causados relativo ao rompimento das
barragens B-I, B-IV E B-IVA / CÓRREGO DO FEIJÃO, na atuação dos PCTRAMA e dos agentes
externos ao caso, sendo construída de forma participativa com a Aedas Associação Estadual de
Defesa Ambiental e Social | Aedas Assessoria Técnica Independente (ATI), no processo de luta
pela reparação integral em Betim, Igarapé, Mário Campos, Juatuba, São Joaquim de Bicas, Mateus
Leme, na Bacia do Paraopeba.
Realização Apoio: