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DIGNIDADE MENSTRUAL

Brasileiras pobres usam


miolo de pão para
estancar menstruação
Pesquisa aponta que cerca de 11,3 milhões de
mulheres ainda são afetadas pela pobreza
menstrual no Brasil

Por Izabella Caixeta


15/09/2021 20:19

A pesquisa apontou que 18% das entrevistas


consideram a menstruação a pior coisa da vida
(foto: Izabella Caixeta)

Muitas mulheres, em especial na faixa


dos 14 a 24 anos, ainda usam métodos
alternativos para estancar o fluxo
menstrual. Cerca de 11,3 milhões de
brasileiras sofrem com a pobreza
menstrual e muitas delas utilizam
produtos inadequados como miolo de
pão, meias, jornais, sacolas plásticas,
roupas velhas, algodão, filtro de café e
papel higiênico para estancar o fluxo.

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Os dados foram apresentados, na terça-


feira (14/09), durante apresentação da
campanha “Deixa Fluir” da Sempre
Livre, Carefree e o.b.. O evento reuniu
mulheres para discutir o tema da
dignidade menstrual. No mesmo dia, o
Senado aprovou o projeto de lei que
prevê a distribuição gratuita de
absorventes para estudantes de baixa
renda da rede pública e para mulheres
em situação de rua ou de
vulnerabilidade social em âmbito
nacional.

Esses materiais alternativos colocam em


risco a saúde da pessoa, ou por correr o
risco de ficarem presos no canal vaginal
ou propiciar problemas de saúde.
Segundo a Sempre Livre, 73% das
mulheres relataram problemas vaginais
nos últimos 12 meses. Quase um terço
relatou ter tido infecção urinária ou
cistite, 24% relatou ter quadro de
candidíase e 18% infecção vaginal por
fungo ou bactéria.

A dignidade menstrual é um tema que


ganha, cada vez mais, espaço nos
debates sobre saúde pública. Isso porque
na sociedade brasileira, mais de 50% da
população menstrua, mas infelizmente
isso não é naturalizado. Embora seja um
processo normal de todo corpo
feminino, existem muitos tabus que
resultam em problemas até mesmo de
saúde.

Segundo pesquisa realizada pela Sempre


Livre, em parceria com os Institutos
Kura e Mosaiclab, neste ano, 28% das
mulheres de baixa renda são afetadas
diretamente pela pobreza menstrual, o
que representa aproximadamente 11,3
milhões de brasileiras.

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Cerca de 40% das mulheres de baixa


renda afetadas pela pobreza menstrual
têm entre 14 e 24 anos. Além disso,
21% das entrevistadas relataram ter
dificuldade para comprar produto para
menstruação e 18% veem a menstruação
como uma das maiores dificuldades em
suas vidas, não tendo dinheiro para
comprar absorventes.

A pobreza menstrual é a dificuldade de


comprar produtos como absorventes
descartáveis, a falta de acesso a
saneamento básico, itens de higiene
pessoal e está diretamente ligada à
desigualdade social.

Dignidade menstrual aborda, para além


da pobreza menstrual, a auto-estima e a
saúde mental das pessoas que
menstruam. Visto que, socialmente, a
mulher se sente menos produtiva no
período menstrual, e, muitas vezes, se
vê em situações em que admitir que está
menstruada provocará uma situação de
constrangimento social.

Projetos em andamento
Existem projetos nos três níveis para
distribuição gratuita de absorventes para
mulheres. Foi aprovado, nesta terça-
feira (15/09), no Senado, o projeto de lei
que prevê a distribuição gratuita de
absorventes em âmbito nacional.

O projeto, que ainda será sancionado,


terá verba disponibilizada pelo Fundo
Penitenciário Nacional ao Sistema
Único de Saúde (SUS). A quantidade e
forma de oferta ainda serão
estabelecidos posteriormente.

Em Minas Gerais o governador Romeu


Zema (Novo) sancionou, no dia 04 de
setembro, o Projeto de Lei (PL) que
obriga o fornecimento gratuito de
absorventes higiênicos a mulheres em
situação de vulnerabilidade social em
escolas públicas, unidades de saúde, de
acolhimento e em presídios do estado.

Em Belo Horizonte, o prefeito


Alexandre Kalil enviou para Câmara
Municipal projeto de lei que institui a
politica pública para garantir a oferta de
absorventes higiênicos para todas as
estudantes do ensino fundamental da
rede pública. A prefeitura fará
investimento mensal de R$ 239,9 mil
para oferecer os absorventes a 40.815
meninas.

Deixa Fluir

Imagem da campanha #DeixaFluir com SEMPRE


LIVRE® e CAREFREE® (foto: Reprodução -
YouTube) - Imagem da campanha #DeixaFluir
com SEMPRE LIVRE® e CAREFREE® (foto:
Reprodução - YouTube)

Dia 11 de março

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Yasmine Sterea, CEO e diretora criativa


do Free Free, instituto que trabalha pela
liberdade de meninas e mulheres,
declarou no evento que “Quando a gente
não fala de menstruação, que a
menstruação ainda é um tabu, a gente
elimina grande parte da nossa vida, não
só das pessoas que menstruam mas de
toda a população, porque as pessoas se
relacionam com pessoas que
menstruam”.

No evento Deixa Fluir, foi apresentado


também o projeto em parceria com a
Unicef para transformar o cenário de
pobreza menstrual no Brasil por meio da
informação.

O projeto visa alcançar diretamente 6


mil jovens e adolescentes entre 13 e 24
anos, por meio da entrega de kits de
higiene menstrual e de oficinas
pedagógicas, podcasts folders,
webinários, entre outras plataformas
para criarem competências para a vida e
se tornarem agentes transformadores
dentro de suas realidades.

Rayanne Maximo, oficial da área de


desenvolvimento e participação de
adolescentes do Unicef diz que “vale
lembrar que dentro desse nosso projeto
não estamos pensando apenas o trabalho
com meninas cis, mas também estamos
pensando no trabalho com meninos.
Sabemos a necessidade de trabalhar as
masculinidades, para que a gente possa
exercer um papel transformador na vida
de cada adolescente”.

A criação da plataforma #TamoJuntas


disponibiliza informações sobre
dignidade menstrual e abriga o mapa da
liberdade com o objetivo de facilitar a
conexão entre quem quer ajudar ou doar
itens de higiene menstrual e quem
precisa.

Quebrando tabus
Em maio, as marcas Sempre Livre e
Carefree lançaram a campanha
#DeixaFluir, que abre seu comercial
com a frase “Uma verdade: Vaginas são
molhadas”. O vídeo traz diferentes
mulheres com diversos objetos e
referências à vulva e seus fluidos de
forma artística e impactante.

A música que embala a quebra de


barreiras é “Banho”, de Tulipa Ruiz e
conhecida na voz de Elza Soares. Na
campanha a interpretação foi feita por
Bruna Black, e mostra empoderamento
em um ritmo frenético e animado.

Tags

#dignidade #feminilidade
#feminismo #mulheres
#pobreza menstrual

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