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minha jornada. O dia era frio e nublado como aquele homem havia me dito a tempos que
seria, lembro-me que ele falava que as tempestades tinham um gosto especial pelo poder, que
elas eram atraídas pelo poder e sempre estavam a presenciar atos de força. A névoa havia
descido para perto dos caminhos que eu tliraria aquele dia, eu a via abraçando a serra que me
cercava, aquela que por vezes me convidava, me queria sempre perto e junto a ela. Eu tinha
que me despir, me libertar de meus pensamentos, e por incrível que fosse, foi a parte mais
fácil em minha caminhada, aliás, não existiram dificuldades, fui magistralmente guiado por
uma força, um poder além de qualquer compreensão.
Ao chegar em minha casa, como que se fosse inevitável, a revelação trazida pela
barreira que foi transposta com o espírito da coruja se mostrou. Senti os meus animais
chegando, cada qual em sua direção, cada qual com o seu poder. Quem me trouxe foi o meu
amigo e guia do outro mundo, Ele me disse que seriam esses os aspectos do poder que me
ajudariam em minha passagem por esta Terra, aspectos de minha energia, da energia dessa
Terra, que poderiam ser usados para uma ligação com a mãe Terra, mas que um dia seriam
deixados como tudo mais para a passagem. Vi então que eu estava deitado em uma pedra,
uma grande pedra no chão, ali pairava uma grande roda em minha barriga, uma roda de luz e
energia. Naquela roda a grande coruja pairava na direção leste, observando e guardando
aquela posição, então que eu via uma grande serpente vigiando e espreitando o norte, da
mesma forma havia um morcego na direção do oeste, bem como um jaguar na posição sul,
enquanto isso eu observava um urso caminhar para o meu lado, contudo ele emergia do meio
do círculo, no meio do caminho as coisas mudavam, eu me tornava ele, eu era ele na verdade
não havia me tornado.
Cada qual com o seu papel, a visão se fez, e como mágica se desfez, em breves
instantes se mostraram os poderes que me cabem em minha jornada terrena e logo me foi
explicado: “Os poderes, em tempos imemoriáveis, nos tempos dos antigos, foram classificados
de acordo com a predileção de cada raça de animal, não são espíritos ligados diretamente as
raças, mas poderes da Terra que exibem semelhanças a estas, que incorporam a estas, e são
inerentes, em suas mais diferentes combinações a facilidades de poder para a manipulação
por cada tipo de pessoa.” Assim o compreendi.
Além disso, na jornada que fiz, me foi mostrado um amuleto de poder. Consistia
na pata da coruja no topo de um bastão, na parte contrária um cristal, ela era ornada por
algumas penas de coruja, na verdade três penas. (Não gostei da mutilação, mas relato o que eu
vi)