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CONTABILIDADE GERAL

Livros Contábeis Obrigatórios e Documentação Contábil


Prof. Claudio Zorzo

• O Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 (Decreto n. 3.000, de

26 de março de 1999), estabelece que além das pessoas jurídicas, de-

vem possuir contabilidade as pessoas físicas consideradas empresas individu-

ais além de outras exigências são obrigadas manter escrituração contábil

completa em livros registrados e autenticados por órgão da Secretaria da

Receita Federal.

Portanto, de acordo com a legislação vigente, a manutenção da escrituração

contábil regular é obrigatória a toda entidade, independentemente do tipo de

tributação. Considera-se exceção a tal regra apenas o micro empreendedor

individual, conforme legislação a seguir:

• Lei Complementar n. 123/2006:

Art. 18-A. O Microempreendedor Individual – MEI poderá optar pelo recolhimento dos im-
postos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, inde-
pendentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo…
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se MEI o empresário individual a que se refere
o art. 966 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que tenha auferi-
do receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$60.000,00 (sessenta mil reais),
optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática
prevista neste artigo.

• Resolução n. 10 do Comitê Gestor do Simples Nacional:

Art. 7º O empreendedor individual, assim entendido como o empresário individual a


que se refere ao art. 966 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, com receita bruta
acumulada no ano de até R$60.000,00 (sessenta mil reais):
I – fará a comprovação da receita bruta, mediante apresentação do registro de vendas
ou de prestação de serviços de que trata o Anexo Único desta Resolução, que deverá ser
preenchido até o dia 20 (vinte) do mês subsequente àquele em que houver sido auferida
a receita bruta;
II – ficará dispensado da emissão do documento fiscal previsto no art. 2º, ressalvadas
as hipóteses de emissão obrigatória previstas no inciso II do § 2º. (Redação dada pela
Resolução CGSN n. 53, de 22 de dezembro de 2008)

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§ 1º O empreendedor individual a que se refere o caput fica dispensado das obrigações
a que se referem os arts. 3º e 6º. (Redação dada pela Resolução CGSN n. 68, de 28 de
outubro de 2009).

Interpretando o Código Civil e a Lei Complementar n. 123/2006, verifica-se que a

dispensa da manutenção de um sistema de contabilidade e, consequentemente, de

levantar anualmente o balanço patrimonial e de resultado econômico, é aplicável

somente do Microempreendedor Individual – MEI.

De acordo com a legislação vigente, a manutenção da escrituração contábil

regular é obrigatória para todas entidades, independentemente do tipo de tributação,

com exceção a tal regra apenas o microempreendedor individual. Vamos ver como

está sendo cobrado o assunto nas provas:

Questão 8    (IBFC/PC-RJ/PERITO CONTADOR/2013) O prof. Astrogildo afirmou em

sala de aula que “a manutenção da escrituração contábil regular é obrigatória a

toda entidade, independentemente do tipo de tributação, observadas as exigências

da legislação e de outras normas aplicáveis, se houver”. Constitui EXCEÇÃO à obri-

gatoriedade de escrituração:

a) As sociedades de propósito específico.

b) As Sociedades Limitadas.

c) Os microempreendedores individuais.

d) As cooperativas.

e) As cooperativas e os microempreendedores individuais.

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Letra c.

Nesta questão podemos ver que a única exceção quanto a manutenção da escritu-

ração regular são os microempreendedores individuais.

Questão 9    (CESGRANRIO/BR DISTRIBUIDORA/TÉCNICO CONTÁBIL/2013) Observe

o conceito a seguir.

Técnica contábil que consiste em registrar, nos livros próprios, todos os aconteci-

mentos que ocorrem na empresa e que modifiquem ou possam vir a modificar a

situação patrimonial.

Tal conceito define a técnica contábil da(o)

a) Auditoria

b) Escrituração

c) Lançamento Razonete

d) Razonete

e) Sistema contábil

Letra b.

Esta questão é boa para lembrar que a escrituração é uma técnica contábil. As de-

mais técnicas são:

• demonstrações contábeis;

• análise das demonstrações contábeis;

• auditoria.

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Questão 10    (CONSULPLAN/TRE-MG/TÉCNICO CONTÁBIL/2015) A contabilidade é

uma ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades. Para isso tem

definido de forma clara sua finalidade e formas de escrituração. Diante do exposto,

analise as afirmativas a seguir.

I – A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o patrimônio,

informações estas de ordem econômica e financeira para facilitar as tomadas de

decisões por parte dos seus usuários.

II – Diversos são os tipos de usuários interessados nas informações contidas nas

demonstrações contábeis das entidades. Um desses grupos é constituído pelos

clientes, cujo interesse é tanto menor quanto maior forem a sua dependência e a

concentração nos fornecimentos de algumas poucas entidades.

III – A escrituração começa pelo livro-razão, no qual todos os registros são efetuados

mediante documentos que comprovem as ocorrências dos fatos.

IV – A escrituração é uma das técnicas utilizadas pela contabilidade que consiste

em registrar, nos livros contábeis, os acontecimentos que provocam ou que possam

provocar modificações futuras do patrimônio.

Estão corretas apenas as afirmativas

a) I e IV.

b) I e III.

c) II e III.

d) II e IV.

Letra a.

Estão certas as assertivas I e IV.

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Você lembra que o objetivo da contabilidade é fornecer informações aos usuários

internos e externos, os internos são os gestores, que têm influência nas decisões,

e os externos são todos os demais usuários que se relacionam direta ou indireta-

mente com a empresa e que a escrituração é uma técnica que registra os fatos que

alteraram ou irão alterar a situação do patrimônio.

O erro da assertiva II é que quanto maior for a dependência em relação à empresa,

maior será o interesse dos clientes nas informações, principalmente no tocante ao

cumprimento da entrega das mercadorias compradas.

O erro da assertiva III é que a escrituração começa pelo registro do fato contábil

no livro-diário, depois os saldos são transcritos no livro-razão.

Questão 11    (FCC/TRT-18/ANALISTA CONTADOR/2008) Em relação à escrituração

contábil, é correto afirmar:

a) Os lançamentos no livro-diário devem ser efetuados diariamente, não se admi-

tindo exceções.

b) A escrituração correta e tempestiva do livro-razão permite saber, em qualquer

data, o saldo das contas de resultado e patrimoniais.

c) O único livro contábil considerado obrigatório pela Receita Federal do Brasil para

apuração da base de cálculo do imposto de renda é o livro-diário.

d) No Brasil, existe um Plano de Contas padronizado que deve ser seguido por to-

das as entidades com fins lucrativos.

e) Segundo normas do Conselho Federal de Contabilidade, a escrituração contábil

somente pode ser efetuada em sistemas informatizados.

Letra b.

Para melhorar o conhecimento vou corrigir e comentar todas as assertivas.

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a) Errada. Conforme a legislação, a escrituração no livro-diário pode ser mensal.

Código Civil, art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e carac-
terização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as
operações relativas ao exercício da empresa.
§ 1º Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o
período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou
realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regu-
larmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que
permitam a sua perfeita verificação.

b) Certa. O livro-razão é onde são controladas, de forma tempestiva, as alterações

nos saldos das contas, desta forma, se a escrituração estiver correta, a empresa

poderá obter o saldo de qualquer conta em qualquer momento.

c) Errada. O Regulamento do Imposto de Renda – RIR – prevê a necessidade do

livro-diário e do livro-razão, conforme apresentado a seguir:

Art. 258. Sem prejuízo de exigências especiais da lei, é obrigatório o uso de Livro-di-


ário, encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que serão lançados, dia a
dia, diretamente ou por reprodução, os atos ou operações da atividade, ou que modifi-
quem ou possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica (Decreto-Lei
n. 486, de 1969, art. 5º).
Art. 259. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa
ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro-razão ou fichas utilizados
para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário,
mantidas as demais exigências e condições previstas na legislação (Lei n. 8.218, de
1991, art. 14, e Lei n. 8.383, de 1991, art. 62).

d) Errada. O plano de contas é discricionário de cada empresa, será elaborado

conforme a sua área de atuação. Não existe um plano de contas único para as

empresas no Brasil.

e) Errada. Não é SOMENTE a escrituração pode ser mecanizada, informatizada ou

manual. Veja o que a ITG 2000 (R1) prevê sobre o assunto:

15. Quando o Livro-diário e o Livro-razão forem gerados por processo que utilize fichas
ou folhas soltas, deve ser adotado o registro “Balancetes Diários e Balanços”.

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