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ILUSTRE SENHOR SECRTÁRIO DA SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

DE RONDONÓPOLIS – MATO GROSSO

A.I. 00008/2015

TEND TUDO SUPER MAIS (SUPERCENTER


SUPERMERCADO LTDA), pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ nº.
10.955.985/0001-62, estabelecido à Av. Rui Barbosa, nº 1859, Centro, CEP 78700-130, na cidade de
Rondonópolis, Estado do Mato Grosso, vem respeitosamente a Vossa Senhoria, oferecer
tempestivamente as suas razões de

DEFESA

em epígrafe, lavrada pela SEMA desta Comarca, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos:

1. DOS FATOS
O estabelecimento Autuado possui como atividade principal, o comércio
varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – supermercado.

Aos dias, 25/11/2016, a empresa surpreendida por uma fiscalização da


SEMA, decorrente de eventual denuncia, sendo autuada pela supressão de corte raso de 05 (cinco)
árvores da espécie oitizeiro (OITI), sem autorização do órgão ambiental competente, supostamente
infringindo artigo 49 da Lei Federal 9.605/98 e artigo 56 do Decreto 6.514/2008, resultando em
multa de 5.000,00 (cinco mil reais).

Deste modo, em exercício de seu direito do contraditório e ampla defesa, o


Posto Autuado vem apresentar a real situação dos fatos mencionados no auto de infração, bem como
os fundamentos legais aplicáveis a este caso.

2. DA IMPUGNAÇÃO AO ALTO DE INFRAÇÃO

Embora, o estabelecimento Autuado tenha sido notificado expressamente, tal


ato ocorreu de maneira equivocada, pois não houve a prática de qualquer infração, quanto mais, de
danos ao meio ambiente.

Acontece, que não houve outra alternativa ao Autuado, que não fosse o corte
das referidas arvores, pois, suas raízes estavam danificando/abalando chegando a elevar a estrutura
da calçada, acarretando fissuras e buracos, causando inúmeros transtornos ao estabelecimento e seus
clientes.

3. DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE NA


APLICAÇÃO DE EVENTUAL PENALIDADE

Caso Vossa Senhoria não considere as informações acima relatadas, o que


não se espera, a de se considerar o princípio da proporcionalidade na aplicação de eventual
penalidade, EMBORA NÃO HAJA RAZÕES PARA TAL.

Vale lembrar que, conforme o princípio da proporcionalidade a gravidade


da sanção deve ser equivalente à gravidade da infração praticada, sendo assim diante da infração
mínima, que sequer causou danos ao consumidor, a multa deve ser imposta com base no mínimo
legal, sendo vedado que a Administração Pública aja com excesso ou valendo-se de atos inúteis,
desvantajosos, desarrazoados e desproporcionais.

O princípio da razoabilidade adquire um papel ainda mais forte com a


Jurisprudência dos Valores, justamente porque, nesta visão do direito administrativo e tributário, as
ideias de ponderação, de equilíbrio, e de harmonização ganham força e é, através da razoabilidade,
que se consegue estabelecer balizamentos mínimos quanto ao equilíbrio entre os poderes do Estado.
É através da razoabilidade que se vai ponderar entre os princípios da capacidade contributiva/justiça
e o da segurança jurídica.

Nesse sentido, necessário se faz mencionar o descrito no art. 95 do Decreto


6.514, o qual trás em seu teor o seguinte:

Art. 95.  O processo será orientado pelos princípios da legalidade,


finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência, bem como pelos critérios mencionados
no parágrafo único do art. 2o da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999. 
(Grifo Nosso)

Assim, caso eventualmente entenda ser o caso de aplicação de multa, DEVE


a autoridade considerar que o corte das arvores foram realizados por se tratar de inteira medida de
segurança e o estabelecimento autuado se compromete imediatamente a realizar uma compensação
ambiental de plantio de novas espécies, sendo certo que não ocorreu nenhum prejuízo ambiental,
devendo a penalidade de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) aplicada ser minorada.

Outrossim, ressalta-se que no art. 123, do decreto mencionado, dispõem que


a autoridade julgadora não está vinculada a sanção/valor da penalidade aplicada pelo agente atuante, podendo
minora-la de acordo com seu convencimento, devendo motivar tal decisão.

De outra parte, o importante considerar que o estabelecimento autuado é


empresa que sempre busca estar adequando-se as normas técnicas em seus vários anos de mercado,
pois sempre busca se manter de acordo com as exigências legais determinadas, prezando sempre a
satisfação de seus cientes.
 Além, do mais frisa-se quanto a necessidade de motivação da decisão, a qual
deverá precisar os fundamentos que compõem a sua decisão de forma clara e congruente, conforme
preceitos do art. 125, do citado decreto.

Afinal, o contraditório amplo e irrestrito só poderá ser efetivado se o litigante


conhecer os fundamentos e os motivos que ensejaram a prática do ato administrativo que afetou seus
interesses, sob pena de incorrer em nulidade.

Posto isso, caso não seja observado tais apontamento, decisão em contrário
ferirá o princípio administrativo da proporcionalidade, podendo gerar fortuita reforma, ou até mesmo
anulação da decisão.

4. DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer à Vossa Senhoria que a presente defesa seja recebida,
para que ao final julgue improcedente o Auto de Infração objeto da presente questão, por não
haver conduta ensejadora de sanção administrativa, sendo posteriormente arquivada sem qualquer
sanção.

Caso este não seja o vosso entendimento, alternativamente, requer que


eventual a penalidade aplicada, seja imposta no valor mínimo legal, considerando que o corte
as árvores foram medidas de extrema segurança, não havendo qualquer lesão ambiental e
comprometendo-se o estabelecimento Autuado a fazer o plantio de novas arvores, estando
plenamente dentro das medidas legais aplicadas ao caso.

Termos em que

Pede deferimento.

Rondonópolis-MT, 14 de dezembro de 2016.

TEND TUDO SUPER MAIS


SUPERCENTER SUPERMERCADO LTDA
CNPJ nº 10.955.985/0001-62

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