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RECURSO À JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO DE RECURSOS DO

SEGURO SOCIAL - JR/CRSS.

Ref.: número do benefício

NOME, com nú mero de inscriçã o no Cadastro de Pessoas Físicas

CPF/MF sob o nº 000.000.000-00, titular da carteira de identidade RG

nº 00.000.000 SSP/SP, Carteira de trabalho e previdência social com

nú mero de registro 000-00, residente e domiciliada na Rua ......., nº

000 – Vila....., CEP 0000-000, cidade /SP, vem, respeitosamente, à

presença de Vossa Senhoria, interpor

RECURSO ADMINISTRATIVO

RAZÕES DE RECURSO ADMINISTRATIVO

Recorrente: seu nome


Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Egrégia JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO DE RECURSOS DO

SEGURO SOCIAL - JR/CRSS.

DOUTOS MEMBROS

I – EXPOSIÇÃO DOS FATOS

A recorrente apó s ter sido previamente notificada da cessaçã o do

seu benefício por incapacidade, apresentou solicitação de

prorrogação de benefício por incapacidade, (conforme segue

anexa), à autarquia previdenciá ria, ou seja, junto ao e. INSS, — o qual

apó s aná lise da solicitaçã o apresentada por esta Recorrente, conforme

notificação, ora carreada, limitou-se em grafar "indeferida"

(recusada).

Irresignada a Recorrente interpõ e o presente recurso

administrativo à esta egrégia JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO

DE RECURSOS DO SEGURO SOCIAL - JR/CRSS. Pelas razõ es a seguir

aduzidas.
Ora nobres Conselheiros, a Recorrente submeteu-se a avaliaçã o

médica pericial do INSS, as quais foram desdenhadas pelos Nobres

Julgadores.

Senã o vejamos, “o auxílio-doença foi indeferido, poque houve

erro no teste aplicado, a perita deveria aplicar teste para o ombro

esquerdo e foi aplicado teste para mão e punho”.

Olvidando os preceitos basilares dos atos administrativos,

menosprezando tudo que fora exaustivamente e respeitosamente,

arguido em pedido de prorrogaçã o da ora Recorrente.

II – DA FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO DE

INDEFERIMENTO

A garantia do contraditó rio e da ampla defesa nã o se esgota em

assegurar o direito de recorrer. Será preciso que ele se conjugue com a

publicidade e a motivação dos julgamentos.

Se a lei assegura o direito ao recurso administrativo e cria um

ó rgã o responsável pelo julgamento dos recursos interpostos

contra penalidades por eles impostas, é de rigor que ao recorrente


seja dado o motivo pelo qual seu recurso fora INDEFERIDO, e

inclusive conhecer o dia, hora e local onde o seu pleito será decidido.

Ao administrado nã o pode ser suprimido o direito de, pelo

menos, saber o motivo pelo qual sua defesa fora “recusada”.

Assim, nula é a decisã o administrativa que se limita em dizer,

laconicamente, que o recurso fora INDEFERIDO, nã o tecendo

quaisquer outras consideraçõ es a respeito de mú ltiplas teses aviadas

contra a aplicaçã o de penalidade imposta ao Recorrente.

Nobre julgador, é cediço e notó rio que nas infraçõ es de trâ nsito,

é essencial as fundamentaçõ es das decisõ es administrativas,

notadamente as de cunho punitivo, devem conter em sua motivação a

exposiçã o das razõ es que levaram a adoçã o da medida.

De outro importe, tal irregularidade, certamente será corrigida

por esta Egrégia JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO DE

RECURSOS DO SEGURO SOCIAL - JR/CRSS, por ter em seus quadros

ínclitos julgadores, anulando o presente procedimento no pé em que se

encontra, o que fica desde já requerido em preliminares de nulidade.


III – DA FALTA DE MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

O princípio da motivação exige que a Administraçã o Pú blica

indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisõ es. Ele está

consagrado pela doutrina e pela jurisprudência. A sua obrigatoriedade

se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade

necessá ria para permitir o controle de legalidade dos atos

administrativos.

Na Constituiçã o Federal, a exigência de motivação consta

expressamente apenas para as decisõ es administrativas dos Tribunais

(art. 93, X), nã o havendo mençã o a ela no artigo 37 da CF, que trata da

Administraçã o Pú blica, certamente pelo fato dela já ser amplamente

reconhecida pela doutrina e jurisprudência.

Na lei nº 9.784/99, o princípio da motivação é previsto no artigo

2º, caput, havendo, no pará grafo ú nico, inciso VII, exigência de

“indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram

a decisão”. Além disso, o artigo 50 estabelece a obrigatoriedade de

motivação, com indicaçã o dos fatos e fundamentos jurídicos:

(...)
VIII - IMPORTEM ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO, SUSPENSÃO OU

CONVALIDAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO.

Como se verifica pelo dispositivo, as hipó teses em que a

motivação é obrigató ria, em regra, dizem respeito a atos que, de

alguma forma, afetam direitos ou interesse individuais, o que está a

demonstrar que a preocupaçã o foi muito mais com os destinatá rios

dos atos administrativos do que com o interesse da pró pria

Administraçã o.

Nesse contexto, vê-se claramente que a motivação é

fundamental para fins de controle da legalidade dos atos

administrativos.

Logo, o dever de fundamentaçã o, alcança todas as esferas de

expressã o do poder pú blico, nã o excluindo, daí, o e. INSS.

A necessidade de motivação dos atos administrativos

decisórios, em decorrência direta dos princípios da administraçã o,

elencados no caput do artigo 37 da Constituiçã o Federal, de modo que


seja possível aferir a obediência aos princípios que regem a

administraçã o pú blica.

Pedimos vênia para consignarmos os elementos essenciais de

uma decisã o.

O Có digo de processo Civil, aqui aplicado supletiva e

subsidiariamente. Senã o vejamos, ipsis litteris:

“Art. 15. Na ausência de normas que regulem

processos eleitorais, trabalhistas ou

administrativos, as disposições deste Código lhes

serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.”

(grifei)

Diz que, sã o elementos essenciais da sentença/decisã o o

relatório, (...) com a suma do pedido (...), e o registro das principais

ocorrências havidas no andamento do processo.

Do mesmo modo, consagra que ocorrerá falta de

fundamentação quando o julgador se limitar à indicaçã o, à


reproduçã o ou à pará frase de ato normativo, sem explicar sua relaçã o

com a causa ou a questã o decidida. Senã o vejamos, ipsis litteris:

Art. 489. Sã o elementos essenciais da sentença:

(...)

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer

decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença

ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à

paráfrase de ato normativo, sem explicar sua

relação com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos

indeterminados, sem explicar o motivo concreto

de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a

justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos

deduzidos no processo capazes de, em tese,

infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado

de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob

julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula,

jurisprudência ou precedente invocado pela

parte, sem demonstrar a existência de distinção

no caso em julgamento ou a superação do

entendimento. (grifei)

No presente caso, a autoridade julgadora, limitou-se a dizer

(indeferido), o que por evidente nã o é razoá vel, — o que dá azo à

fragilidade em que goza a presunçã o de legitimidade e veracidade dos

atos administrativos.

Deste modo, é crível concluir que a Recorrente demonstrou de

forma cabal, a inconsistência e irregularidade do laudo pericial, o

ente pú blico sem argumentos há beis a rechaçar, a incapacidade

laborativa, feriu o brio que deve aquilatar os atos da administraçã o

pú blica, limitando diante de solicitação de prorrogação de

benefícios por incapacidade pleiteado pela Recorrente, que a sua

pretensã o fora “INDEFERIDA”, o que de todo nã o é aceitá vel.


Por fim, diante da ausência das condiçõ es do procedimento

administrativo, e, com supedâ neo no que acima se delineou, requer-se

o que segue:

IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto REQUER-SE digne-se Vossa Senhoria em
determinar:

A reforma da r. decisão proferida pelo e. INSS, a fim de


restabelecer o benefício por incapacidade laborativa da
recorrente, pois fora prolatada em desarmonia com os princípios
bá sicos há beis a vicejar o ato administrativo;

Caso esse nã o seja o entendimento de Vossa Senhoria, o que o


faz apenas por hipó tese, REQUER-SE que a resposta, devidamente
fundamentada seja entregue por escrito diretamente à Recorrente no
endereço acima citado, com a devida MOTIVAÇÃO do julgador, sob
pena de nulidade, a fim de instruir a medida judicial cabível, por ser
medida da mais LÍDIMA JUSTIÇA!

Termos em que,
Pedem deferimento.

Belo Horizonte/SP, 01 de dezembro de 2021

SEU NOME
***

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