Você está na página 1de 24

Chamada CNPq Nº 09/2020

Bolsas de Produtividade em Pesquisa

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia


Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Grupo de Pesquisa Territorialidade, Violência e Patrimônio

Projeto de Pesquisa
Imagem, História e Cidade: Interpelando
Narrativas Visuais no Recôncavo da Bahia

Osmundo Pinho

1
Resumo: As cidades irmãs de Cachoeira e São Felix, no Recôncavo da Bahia, distantes
aproximadamente 100 km de Salvador, guardam importância fundamental na história
da Bahia, e na memória das lutas e culturas populares. Cachoeira em particular, reúne
importante patrimônio arquitetônico colonial, tombado pelo IPHAN em 1971. Toda a
região, ademais, está povoada por inúmeros terreiros de candomblé e quilombos e tem
em manifestações culturais como o samba de roda, a marca de sua singularidade
cultural. Contemporaneamente, o turismo regional, ou transnacional, de base étnica,
atraído pela presença da secular Irmandade da Boa Morte, a emergência de uma cena
de reggae e a presença da Universidade Federal agregam novos elementos a uma rica e
complexa história cultural. As imagens são parte importante dessa história, não apenas,
mas principalmente como ícones de um imaginário construído e disputado em torno de
um território colonial e suas contradições, notadamente em relação a formas culturais
negras e a população afrodescendente. Neste projeto busca-se, dessa forma, identificar,
catalogar, descrever, em termos tipológicos um acervo de imagens definidoras da
narrativa complexa e heterógena que define ou inventa uma História para a região,
estruturada em termos de marcos, ou ciclos, histórico-narrativos, e determinadas
contradições justamente ligadas à história da escravidão, das lutas por emancipação, à
constituição de um patrimônio, à espetacularização da cultura e da memória das
comunidades. Para tanto consideramos provisoriamente os seguintes marcos/ciclos
histórico-culturais: 1) Independência / Abolição /Pós-Abolição/República (1822-1930);
2) Estagnação Econômica/Formação Do Imaginário / Invenção Da Baianidade (1930-
1960); 3) Industrialização / Turismo/ Explosão Da Violência (1960-2010).

2
Objetivo Geral
Identificar, classificar e submeter a uma tipologia crítica (formal e histórica) imagens
dispersas em diversos acervos e que representam marcos, eventos e tropos
significativos para a fixação de uma narrativa histórico-identitária para as cidades de
Cachoeira e São Felix na Bahia e seu entorno, assim como suas contradições e nuances,
ligadas a presença africana, ao patrimônio cultural, material e imaterial, a cultura
popular contemporânea, ao turismo étnico e a violência urbana. Entendendo que todo
esse conjunto heteróclito compõem a imagem/imaginário (Rial, 1995; Alegre,1998;
Serra, 1999) das cidades e da região.

Objetivos Específicos
• Produzir um catálogo que reúna o conjunto de imagens heteróclitas (pessoais,
digitais, de periódicos, obras de arte) e dispersas em diversos acervos (descritos
abaixo), classificadas sob critérios formais e históricos.
• Produzir dois artigos publicados em periódicos acadêmicos.
• Redigir um livro sobre os temas do projeto.
• Realizar quatro apresentações em eventos acadêmicos sobre os temas da
pesquisa
• Estreitar a cooperação, já iniciada com o Projeto “Produções cultu(r)ais no/do
Atlântico Sul e seus processos de patrimonialização” (Pós-Afro-CEAO/UFBa e
IRD-IMAF Paris), por meio de atividades conjuntas como seminários e reuniões
de trabalho.

Justificativa e Metodologia
Como alega Michel-Rolph Trouillot (2016), parte da historiografia oficial se apega ao factual,
como “ingênua ilusão positivista”, desconhecendo que a “história,” em seu sentido
vernáculo banal, se refere tanto aos fatos ocorridos, como a sua narração. De modo que é
difícil desentranhar o que ocorreu do modo como é contado. Distinguir-se uma narrativa
ficcional, ou “falsa”, de uma histórica, é no fundo uma questão de autoridade, definida
eventualmente por modos convencionais, como a autenticidade (Clifford, 2008). Ou como
Walter Benjamim coloca: “A história sempre é produzida num contexto histórico específico.
Os atores históricos também são narradores, e vice-versa” (1996:52). Ora, imagens são
elementos fundamentais em muitas narrativas históricas e lhes conferem não só
representação, mas autenticidade e autoridade.

No caso do Recôncavo da Bahia, e da cidade de Cachoeira, em particular, a


narrativa histórica de luta e emancipação contra o jugo colonial português no século XIX
ganhou representação epigramática no óleo sobre tela de Antonio Parreiras, que
representa a cena da rebelião, perpetrada em 25 de junho de 1822 por Antônio de

3
Cerqueira Lima, José Garcia Pacheco de Aragão, Antônio de Castro Lima, Joaquim
Pedreira do Couto Ferraz, Rodrigo Antônio Falcão Brandão, José Fiúza de Almeida e
Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, personagens mítico-históricos, que reunidos na
Casa de Câmara e Cadeia proclamaram D. Pedro I regente constitucional e defensor
perpétuo do Brasil, deflagrando assim a reação portuguesa – a cidade foi bombardeada
– e as lutas pela efetiva autonomia política. O quadro, chamado “Primeiros Passos para
a Independência”, se encontra atualmente no Palácio Rio Branco em Salvador1, antiga
sede dos governadores e é constantemente reproduzido em diversos suportes e
formatos, em Salvador, mas principalmente em Cachoeira, onde sintetiza os valores
mítico-históricos que faz Cachoeira ser conhecida como a “Heroica”, ou “Cidade
Monumento Nacional” (instituída pelo Decreto Presidencial nº 68.045, de 18 de janeiro
de 1971), porque desse ponto de vista, foi em Cachoeira, as margens do rio Paraguaçu
que a Nação começou a ser conquistada (Albuquerque, 1999; Tavares, 2019;Costa,
2017; Cerdera, 2012).

Figura 1: "Primeiros Passos para Independência" - Antônio Parreiras - 1931.

Ao longo do século XX, e ao lado da decadência econômica da região do Recôncavo,


acompanhando a substituição do dinamismo econômico da Bahia e do Nordeste, de um

1
Há outra versão do mesmo quadro na Casa de Câmara e Cadeia em Cachoeira, atualmente a câmara de
vereadores da cidade.

4
modo em geral, em benefício do Sudeste, a cidade foi reinventando sua identidade,
mediada pelas narrativas históricas de heroísmo, mas também pelas mitologias da
civilização e combate à barbárie, representada pelos costumes africanos, o batuque e o
candomblé, como discute exemplarmente, e dentre outros, Edmar Ferreira Santos
(2009). Ironicamente, a partir dos anos setenta seriam esses mesmos costumes
africanos, com destaque para o samba de roda, tornado patrimônio imaterial pelo
IPHAN 2em 2004, e para a Irmandade da Boa Morte e sua festa anual, registrada como
Bem Cultural de Natureza Imaterial pelo IPAC3 em 2010, que passam a conferir nova
identidade a cidade, e nesse caso também imagens são agentes centrais nessa
reconfiguração (IPHAN, 2006 ;IPAC, 2011; Conceição, 2017) .

Na segunda metade dos anos 1980, a irmandade da Boa Morte, criada em


Salvador provavelmente nos anos 30 do século XIX, enfrentava grandes dificuldades
materiais e disputas com a hierarquia da igreja católica. Uma campanha de apoio a sai
causa acabou mobilizando apoiadores afro-americanos, intelectuais locais, como Jorge
Amado, e mesmo o prefeito da cidade à época, o que resultou na doação dos imóveis
que hoje são a sede da Irmandade em Cachoeira. Desde então, a Festa da Boa Morte,
realizada todos os anos no mês de agosto, atrai visitantes de todo Bahia, Brasil e mesmo
do exterior, com especial destaque para afro-americanos que viajam até a Bahia e à
Cachoeira em busca de suas raízes, como discute Pinho (2008; 2018).

A redescoberta da Boa Morte coincidiu com o momento de reconstrução do


cenário do capitalismo na Bahia e com a proposição do turismo, e a consequente fixação
e mercadificação – ou turistização - da cultura negra como um “produto cultural” capaz
de alavancar o “produto da Bahia” e a economia da região, o que tem sido discutido por
muitos autores (Santos, 2005; Miguez, 1999). Nesse sentido, a proliferação de imagens
da negritude e da paisagem local, e das conexões entre a paisagem e o corpo negro,
como nas rodas de capoeira no Mercado Modelo, ou as baianas de acarajé no Farol da
Barra, constituiu elemento ativo na reconfiguração das narrativas de identidade e dos
intercâmbios econômicos. Nesse mesmo âmbito, a cidade de Cachoeira, e do outo lado

2
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
3
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia

5
do Rio Paraguaçu, São Felix, passam a ser identificadas com uma cena vibrante e original
de música reggae e cultura rastafari, e todo o seu repertório iconográfico associado,
notadamente a partir do sucesso da mítica banda Remanescentes do Paraguaçu,
fundada por Nengo Vieira e outros em 19894.

Samba de roda, lutas populares pela independência, candomblés, o culto a Boa


Morte e o “Reggae Resistência”, conformam uma trama de referências históricas,
iconográficas e socioculturais que definem a paisagem da região como a unidade
articulada 1)do ambiente natural, do qual o Rio Paraguaçu é ícone máximo; 2)do cenário
colonial edificado de pedra e cal; 3)das narrativas histórico-populares e tradições afro-
brasileiras; 4)da proliferação hiper midiática de imagens da cultura, da festa e das
tradições convertidas em mercadoria. A esse conjunto um último elemento, trágico e
final se associa, e trata-se infelizmente do crescimento exponencial da violência, da
criminalidade organizada, das execuções sumárias, e da atmosfera de insegurança e
medo (Correio da Bahia, 2018). Conformando o enigma apontado por Christen Smith
para Salvador, que envolve a conjugação paradoxal e tensa entre celebração da cultura
negra e de suas tradições com o massacre efetivo de corpos negros pelo racismo e pela
violência (2016).

Essa realidade de violência não está reservada apenas aos grandes centros
urbanos do Brasil. Na Bahia, por exemplo, como indicam os dados da Secretaria de
Segurança Pública do Estado5 (2014), variados municípios, com diferentes contextos
sociodemográficos, estão imersos em uma realidade de violência. Segundo a secretaria
de segurança pública, apenas em Salvador 1.320 pessoas foram assassinadas no ano de
2014. Em Cachoeira também observamos aumento no número de mortes violentas,
fazendo com que a cidade alcançasse uma taxa de homicídio de cerca de 27, 96 óbitos
por 100 mil habitantes, superando a média nacional(SSP-BA,2014; 2015; WAISELFISZ,
2014). De tal forma, que a violência e a morte, não a “boa morte”, mas a morte indigna,

4
Dentre os quais Sine Calmon, que em 1996 emplacou a música mais tocada no verão e carnaval baianos
Nayambing Blues; assim como também, Edson Gomes, atualmente um clássico do reggae brasileiro com
canções como Sistema Vampiro, de enorme penetração popular (Falcón, 2012; Pinho, 2001).

5
Para acessar as informações ver em :
http://www.ssp.ba.gov.br/arquivos/File/Estatistica2014/01ESTADOMUNICIPIO2014.pdf

6
violenta e cruel, compõem a última camada de significado que é alimentada e construída
também pelas imagens, que compõem o imaginário racial contemporâneo, que conecta
o corpo negro, não só a idílicas paisagens tropicais, mas à pobreza, à violação, ao crime
e à morte (Smith, 2016) .

Ora, definir a cena para emergência de um sujeito na história e de uma narrativa


histórica autêntica, ou autenticada, passaria pela produção ativa de um arquivo, que
significa escolher algo e deixar algo de fora, assim como submeter as fontes à crítica e à
seleção. Como diz David Scott (2008), o arquivo não está aí, dado esperando para ser
acessado, mas deveria ser construído, por um sujeito histórico, em um momento
relampejante, cheio de medo e “perigo”, como em Walter Benjamim (1996). Nesse
sentido, nossa metodologia passa pela reconfiguração de diversas fontes dispersas em
diversos arquivos e seu reordenamento em função de critérios compreensivos
abrangentes, tanto formais-semióticos, quanto histórico-hermenêuticos e classificados
a partir de uma periodização, mais ou menos arbitrária, como qualquer outra, e que
segue a estrutura (provisória) abaixo:

• Independência / abolição /pós-abolição/república (1822-1930)


• Estagnação econômica/formação do imaginário / invenção da baianidade (1930-
1960)
• Industrialização / turismo/ explosão da violência (1960-2010)

Com relação a periodização provisória e experimental acima, buscamos respeitar certas


convenções historiográficas já presentes na literatura, como formas de traduzir
diferentes “momentos” ou ciclos, reconfigurados como tropos ou modelos
paradigmáticos de representação visual da experiência social. No primeiro tópico,
reunimos as narrativas heróicas de independência e fundação da nacionalidade, em
relação ao pano de fundo do escravismo, do abolicionismo e da reconstituição das
relações raciais e das identidades negras no pós-abolição, como discutido por exemplo
por Rafael Vieira Filho, Walter Fraga Filho, Wlamyra Albuquerque e Kim Butler
(Albuquerque, 2009; Fraga Filho, 2006; Butler, 1998). Com relação ao segundo tópico,
temos em mente o aprofundamento da decadência econômica do Recôncavo e da Bahia
como um todo, coincidente com a fixação de determinados tropos para a cultura local,

7
ligados a revalorização modernista da vida popular, à ideia de miscigenação e
romantização da cultura afro-baiana, presente em Gilberto Freyre, Jorge Amado e nos
estudos afro-brasileiros, e também associados à invenção da própria ideia de patrimônio
cultural, como esteio de discursos nacionalizantes, como discutem Anadelia Romo,
Jocelio Telles dos Santos, John Collins e outros (Romo, 2010; Santos, 2005; Collins, 2015;
Gonçalves, 1996). Por fim, o terceiro momento, inaugurado com a modernização
conservadora consolidada nos anos 1970 com a chegada do Polo Petroquímico em
Camaçari, mas prefigurada ao final dos anos 1950, com a descoberta do petróleo na
região metropolitana de Salvador e no Recôncavo, e a instalação da Petrobrás em 1955
(Agier & Castro, 1994; Azevedo, 1999). Com redemocratização, a industrialização aliou-
se a indústria do turismo e do carnaval que levou a seu grau máximo a mercadificação
da cultura negra e à criação do “produto Bahia”, em conjugação sinistra e paradoxal com
o aumento exponencial da violência, com triste viés anti-negro.

Como relação a abordagem metodológica das imagens, que devem compor o


corpus principal de análise desse projeto, John Collier Jr. (1973) faz algumas
recomendações inspiradas pela convicção, um tanto quanto ingênua ou positivista, de
que fotos etnográficas são o documento da realidade e prestam um auxílio ao
pesquisador na medida em que podem facilitar o trabalho de catalogação, digamos, do
conjunto material no qual se encarna a cultura. A fotografia, para ele permite ao
etnógrafo realizar um inventário cultural do grupo estudado de modo a que possamos
transcrever as informações visuais em informações etnográficas, por meio de
procedimentos padrão. Abstraindo momentaneamente da suposição problemática de
que imagens fotográficas sejam uma representação do real, a ideia do fotografar como
a operação de um inventário é relevante. Se um etnógrafo conseguisse reunir o máximo
de imagens possíveis sobre, digamos, um grupo indígena desaparecido poderia levantar
dezenas de artefatos, posturas, gestos, sobre o povo estudado, teria, de fato, um
recurso importante a sua disposição. Se dispusesse de imagens feitas pelos próprios
sujeitos teria chances de perceber que elementos fotografáveis, quer dizer dignos de
resgate da dissolução pelo tempo, seriam os eleitos por aquela cultura. A noção de
inventário, neste caso, está aplicada à catalogação de artefatos de um grupo social bem
determinado, mas acredito que não seria forçar demais imaginar que poderíamos

8
produzir um inventário, distribuído na periodização acima, para a construção de uma
narrativa histórico-visual sobre Cachoeira e o Recôncavo(Tacca, 1987; Pinney, 1994;
Samain, 1995; Arantes, 2011).

Em “Un Art Moyen” (1965), Bourdieu e seus colegas insistem no fato de que o
fotógrafo individual atualiza de modo interativo valores culturais abrangentes no ato de
fotografar, solenizando eventos valorizados, indicando poses respeitáveis, etc. Ou seja,
fotografar é um ato social e seu uso social é que define sua objetividade na medida em
que o fotógrafo individual realiza as aspirações sociais, portanto objetivas - enquanto
coletivas e exteriores aos sujeitos -, de seu grupo. Tanto os temas quanto o uso das
imagens produzidas, nesse caso, são selecionadas como usos e temas possíveis dentro
de grande variedade a partir dos quadros culturais determinantes. Assim, as fotos, ou
outras imagens, têm valor sociológico não porque representam a realidade, mas porque
representam a realidade tal qual seus autores a representam (cf. p. ex. Tacca, 1987;
Ferrara, 1993).

O uso “popular” da câmera portátil – ou do aparelho celular - introduz no mundo


das massas a produção das imagens e têm criado um arquivo gigante de imagens
pessoais que, paradoxalmente, seriam imagens eminentemente sociais6. Quando,
entretanto, a autoria das imagens é dispersa, difusa, contenciosa, não-determinada ou
coletiva como podemos fazer remontar através do indivíduo o social? O inventário das
imagens das cidades, e dos corpos que as habitam, que buscaremos interpelar
apresentam exatamente estas características perturbadoras e refletem uma
multiplicação de fontes produtoras de imagens em interação com contextos de uso
muito variados. Por exemplo, imagens publicitárias, teriam, e é preciso reconhecer que
têm, muitas diferenças importantes em relação a imagens etnográficas ou documentais.
Enquanto as primeiras compartilham o que G. Lagneau (1965) chama de compromisso
entre o apelo para o consumo e a pretensão de representação convincente, as segundas
procuram retratar (construir) aspectos do real coerentes com a prática teórica e a pauta
de problemas do observador (Samain, 1995).

6
A máquina fotográfica portátil criada em 1888 por Eastman revolucionou a cultura visual moderna.
Omar, 1997.

9
Imagens, por fim, não são a representação da realidade, mas “artefatos sociais”
que convencionam o olhar, e constroem ou comportam realidades diferentes (Scherer,
1990). As imagens eventualmente consideradas devem sê-lo tanto como o resultado de
um processo de seleção e construção social como são, obviamente, resultado de uma
operação técnica. Portanto, nunca é demais ressaltar o aspecto construído das imagens.
Aprendemos com Bourdieu que este aspecto construído se estabelece como uma
dimensão propriamente social da construção de imagens como construção de
imaginários, no sentido de representações sociais, por isso Kossoy diz que as imagens
não podem ser desvinculadas do processo de construção de representações(Rial, 1995;
Kossoy, 1998). Estes processos são muitas vezes ideológicos e carregam implicações de
poder e violência (Kossoy, 1998). Por exemplo, imagens podem compor uma retórica
visual que enfatiza símbolos fortes através da representação icônica, constituindo mitos
ou vendendo mercadorias e estilos de vida (Alegre, 1998; Eckert e Monte-Mór, 1999).
Como coloca, finalmente, Baudrillard: “The photographic image is not a representation;
it’s a fiction” (Baudrillard, 2000: 3).

Poderíamos distinguir níveis de realidade diferentes representados em imagens.


A própria materialidade da representação em nossas mãos e sua agência como objeto
material; a realidade representada; as convenções que presidiriam a construção da
imagem como: enquadramento, luz, composição etc. (Gell, 2018; Matory, 2018;
Appadurai, 1986; Hall, 2016). Estes níveis se integram no objeto cultural analisado, a
imagem, mas deveriam ser decompostos, desmontados, nas palavras de Boris Kossoy.
Descontruir ou analisar uma imagem seria quase como destruí-la e expor os diversos
mecanismos e encaixes que a tornam legível e portadora de significado (Kossoy, 1998).
Em todos os níveis de realidade da imagem, convenções estão operantes, sendo assim
a imagem é plenamente cultural e histórica, e como coloca Lilia Schwarcz, e outros, para
o caso das imagens produzidas pelos viajantes europeus no Brasil colonial (Schwarcz,
2018; Buvelot, 2004; Brienen, 2006), é necessário:
“...desmistificar a pretensa objetividade das gravuras então produzidas, na medida em
que se evidenciam interesses ou mesmo padrões de intenções (...). Estamos diante, pois,
de uma verdadeira política de imagens, que justificava no limite, a própria necessidade
de domínio diante de povos com costumes considerados tão distintos” (Schwarcz, 2018:
527).

10
Tudo isso seria mais simples se não precisássemos considerar também a inserção das
imagens no cotidiano. Imagens que povoam nosso dia-a-dia oferecem uma
multiplicidade de informações, e referencias. Atravessado por repertórios visuais
distintos o transeunte comum das cidades é o habitante urbano de um “visualscape”
compósito e estratificado (Appadurai, 1997). No caso de Cachoeira, como em larga
medida em Salvador e no Recôncavo, tal visualscape, está estruturado em meio a
narrativas históricas superpostas e eventualmente codificadas como o “patrimônio” e
ou a “tradição” (Collins, 2015).

Finalmente, é preciso dizer que as imagens - de um modo em geral - e as do negro


no Brasil - em particular - têm historicidade. O importante livro “O Olhar Europeu”
(Kossoy & Carneiro, 1994). demonstra isso muito bem. Segundo os autores pretendeu-
se reconstruir a “trajetória do negro enquanto modelo de representação”. Ou seja,
considerando que as imagens são produzidas socialmente e têm vida social, as imagens
do negro produzidas no século passado, no contexto que conhecemos, deveriam portar
as contradições e marcas ideológicas prevalecentes nos distintos períodos considerados.
Segundo os autores, estas imagens ajudaram a construir os mitos sobre o negro
brasileiro em um trânsito centro-periferia que, destacando contextos e reintroduzindo
temas, construiu estes mitos na interação entre diferentes culturas e em um campo
balizado pela violência e pelo exotismo. A produção destes mitos seria apoiada na
“coisificação” dos negros, retratados como modelos-objeto de representações do olhar
europeu que viam o Brasil como exótico (Kossoy & Carneiro, 1994). O que ajudaria a
explicar a duplicidade das representações sobre o negro, entre a idealização tropicalista
e o estereotipo criminalizante (Smith, 2016). Os usos sociais da imagem do negro teriam,
nesse sentido, colaborado para esta alienação, construindo os negros como um Outro
interior e exótico. As imagens a serem consideradas aqui são também depósitos de
historicidade onde dialogam e irrompem articulações de sentido, camadas de
intertextualidade que entre si se citam, contradizem e comentam.

E dessa forma chegamos até as fontes. Além de arquivos documentais


institucionais, buscaremos incluir também, em consonância com a delimitação de nosso

11
objeto em suas periodizações, fontes virtuais que certamente são ricas e nos ajudariam
a produzir também um retrato do presente. Arquivos pessoais poderiam se tornar
eventualmente importantes, em virtude entretanto das dificuldades de acesso e das
incertezas com relação a sua localização e disponibilidade não serão arroladas nesse
momento, ainda que possam ser oportunamente incluídas no futuro.

Fontes:
Em Salvador -

• Arquivo Público do Estado da Bahia


• Biblioteca Central do Estado da Bahia
• Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória da Bahia
• Instituto Geográfico e Histórico da Bahia - Arquivo Histórico Theodoro Sampaio
• Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa)
• Superintendência Regional do IPHAN

Em Cachoeira/São Félix -

• Arquivo Municipal de Cachoeira


• Arquivo Público Municipal de São Félix
• Museu Regional da Cachoeira
• Núcleo de Memória e Documentação do Recôncavo (NUDOC/UFRB) - Arquivo
de Som e Imagem Dalva Damiana de Freitas

No Rio de Janeiro -

• Arquivo Central do IPHAN – Seção Rio de Janeiro - “Acervo Cachoeira”


• Biblioteca Amadeu Amaral - CNFCP
• Biblioteca Nacional
• Fundação Getúlio Vargas - Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil - Arquivo de Anísio Teixeira
• Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Arquivo e Biblioteca
Noronha Santos
• Museu Antônio Parreiras

Na Internet -

• Biblioteca Virtual Consuelo Pondé - http://www.bvconsueloponde.ba.gov.br/


• Cachoeira – Patrimônio e Memória -
https://cachoeirabahia.com/?fbclid=IwAR0h_HYQYpYMUcDWKvQvsBZujy3Qi-
X72_3OE9JQZEmHQZV1B_rIMEetrUU
• Forte no Recôncavo - http://www.fortenoreconcavo.com.br/

12
• Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural – Samba-de-Roda:
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/56
• Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural de Salvador:
http://www.ipac.ba.gov.br/
• Museo Afro-Digital: https://museuafrodigital.ufba.br/
• Olha a Pititinga – Rádio WEB Olha a Pititinga - https://www.olhapititinga.com.br/
• Portal 2 de Julho - http://www.portal2dejulho.ffch.ufba.br/
• Portal Deepask - http://www.deepask.com/

Resultados Esperados/ Impacto e Relevância


Esse projeto representa uma retomada de temas anteriormente trabalhados na
trajetória do proponente, ao tempo em que se soma a uma reconfiguração da agenda
de pesquisa para os próximos quatro anos. Esperamos ver materializados em primeiro
lugar, como resultado objetivo alcançado, a consolidação do grupo de pesquisa
“Territorialidade, Patrimônio e Violência no Recôncavo da Bahia”, em sua natureza
multidisciplinar, ainda que baseada em abordagens teóricas e metodologicas que
devem muito a formação antropológica do proponente. O trabalho que temos realizado
anteriormente na UFRB centrou-se fundamentalmente na investigação sobre a
produção de masculinidades racializadas no contexto da escola pública, da cultura
popular, e do território do Recôncavo da Bahia. Não só nosso trabalho pessoal, mas
também o de orientandos se desenvolveu nesse sentido, a partir, basicamente, de 2013
até o presente momento, como enfatizaremos na seção seguinte. No bojo, entretanto,
de nossa atividade de pesquisa, docência e orientação nos anos precedentes, outros
focos de interesse ou de prioridade foram emergindo, notadamente em relação à 1)
patrimonialização da cultura, combinada ou em tensão com sua espetacularização ou
turistização; 2) ao território como unidade de analise e de ação, e tanto como lócus de
pesquisa e unidade de analise, saturado por distintas camadas de historicidade, discurso
e determinações estruturais, tais como ciclos econômicos e projetos de
desenvolvimento (Oliven, 2007; Arantes, 1996; 2000; Durham, 1986); 3) à expansão e
intensificação da violência, combinada a renovação do empobrecimento e da
desigualdade. Todos esses fatores estão muito presentes e conjugados no contexto
empírico em questão, o Recôncavo da Bahia e em especial nas cidades de Cachoeira e

13
São Felix, o que configura cenário paradoxal que exigiria análise sociológica7. É para um
aspecto determinado desse conjunto, definido como um cenário histórico e social
específico, que esse projeto se volta. Um aspecto utilizado como expediente ou proxy
para a discutir as relações esboçadas acima através da interpelação de um conjunto
disperso de imagens que compõem um imaginário histórico, político e cultural para a
região. Um imaginário que parece autocontraditório, quando considerado em suas
conexões ou relações, entre a festividade da cultura e malignidade dos indicadores de
violência. Dito de outra forma, Cachoeira, berço da independência da Bahia - conforme
narrativas eruditas ou populares encenadas na celebração do 2 de Julho, que comemora
a entrada em Salvador, das forças libertadoras vindas do Recôncavo, personificadas n
mítica figura do “caboclo” (Santos, 1995; Tavares, 2019) -, é também hoje cenário para
desdobramento da necropolítica racial, e para a explosão da violência, antes
concentrada nas grandes metrópoles.

Nesse sentido o projeto se estabelece como primeiro eixo articulador do grupo


e do conjunto de outras pesquisas, desenvolvidas em seu âmbito. E que se referem a
desigualdades educacionais, controlando-se raça e gênero, no contexto escola pública
local, aos padrões de violência e seus efeitos subjetivos entre os jovens da região, a
relação entre masculinidade, trabalho e cultura; a reinvenção da sexualidade e do
gênero e sua relação com tradições culturais locais, como está abaixo.

Além do fortalecimento do trabalho do Grupo de Pesquisa Territorialidade,


Patrimônio e Violência no Recôncavo da Bahia, com a consequente conclusão exitosa
dos projetos de pesquisa dos pesquisadores/estudantes envolvidos - objetivada como a
defesa de pelo menos quatro teses de doutorado, atualmente sob orientação do
proponente no Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da UFBA, e

7
De acordo a dados de 2010 teríamos em Cachoeira uma população residente urbana constituída de
aproximadamente 31.199 mil habitantes. Deste total, 13.020 de cor/raça preta, 3.325 de cor/raça branca,
696 de cor/raça amarela, 14.854 de cor/raça parda e 131 de cor/raça indígena. Pretos e Pardos
perfazendo assim 27.874 ou seja mais de 80% da população se autodeclara negra, fazendo do território
um dos mais negros, se não o mais negro do Brasil. O salário médio mensal seria de 1.9 salários mínimos
e o percentual de pessoas ocupadas em relação à população total representa apenas 11.3% (IBGE). 48.6%
dos domicílios apresentam rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa. 7Os dados do
PNUD, no Atlas de Desenvolvimento Humano de 2003, conferem ao município uma renda per capita no
início do segundo milênio de R$ 119,5. (Giugliani, 2011; IPHAN, 2006; 2018).

14
de eventuais novas orientações a nível de mestrado, tanto na UFRB quanto na UFBA, e
também na graduação em Ciências Sociais na UFRB, onde o proponente é Professor
Associado II, - como resultados esperados do Projeto listamos abaixo:

1) A publicação de pelos menos dois artigos científicos em periódicos acadêmicos


revisados por pares;
2) A redação de um livro compilando os resultados do projeto;
3) A organização de pelo menos dois eventos acadêmicos públicos em Cachoeira
na UFRB e/ou em Salvador no Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos
e Africanos na UFBA;
4) A consolidação de nossa cooperação com o projeto “Produções Cultu(R)Ais Do
Atlântico Sul e Processos Patrimoniais”, desenvolvido em cooperação com
Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e o Instituto dos Mundos
Africanos (IMAF- IRD-EHESS-EPHE-AMU, Paris – França).

Com relação ao último tópico (5) trata-se de uma iniciativa cooperativa em discussão
com o L'Institut des mondes africains- l’Institut de recherche pour le développement -
l’École des hautes études en sciences sociales - l’École pratique des hautes études -
l’Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne e l’Université d’Aix-Marseille (IMAF- IRD-EHESS-
EPHE-AMU), Paris – França; o Institut National des Métiers d’Art, d’archéologie et de la
Culture (INMAAC) da Universidade de Abomey-Calavi, Departamento de História e
Arqueologia, no Benim; e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos
da UFBA, que busca desenvolver uma abordagem pluridisciplinar e crítica dos processos
patrimoniais contemporâneos em curso no espaço Atlântico Sul, capitaneada por
Emanuelle Kadya Tall, pesquisadora do IRD-IMAF em Paris
(https://atsud.hypotheses.org/projeto).

Compilação Sucinta das Atividades de Pesquisa


Desde 2013 o proponente coordena um projeto que visa conjugar pesquisa e extensão
em uma escola pública em São Felix, cidade separada de Cachoeira pelo Rio Paraguaçu,
como já apontado. O projeto intitulado “Brincadeira de Negão: Subjetividade e
Identidade de Homens Jovens Negros” atualmente tem apoio da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) por meio do Edital Universal Edital 5/2015

15
Pedido Nº 8886/2015, com recursos no montante de R$ 23.753,00. Nesse projeto têm
atuado estudantes de graduação, mestrado e doutorado, grande parte destes
desenvolvendo projetos de pesquisa sob orientação do proponente, conforme abaixo.
No final de 2019 estudantes do Projeto se organizaram de forma autônoma como o
Coletivo Brincadeira de Negão, que logrou ver aprovado o “Projeto Parceiros da Escrita
a voz de jovens homens negros no Recôncavo da Bahia”, no ambito do Edital
Enfrentando o Racismo a partir da base: mobilização para a defesa de direitos do Fundo
Brasil de Direitos Humanos (https://www.fundobrasil.org.br/projeto/coletivo-
brincadeira-de-negao/ ). O projeto já realizou diversas atividades. Nesse contexto do
Projeto/Coletivo Brincadeira de Negão, trabalhos de conclusão de graduação, mestrado
e Doutorado têm sido orientados pelo proponente8, como segue abaixo:

Graduação/Iniciação cientifica (Concluído)

✓ Joaci Conceição Batista. Brincadeira de Negão: Subjetividade e Identidade de


Jovens Homens Negros na Escola Pública em Cachoeira/São Félix (BA). Início:
2016. Iniciação científica (Graduado em Comunicação Social - Jornalismo) -
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
✓ Angélica Aparecida Pereira de Souza e Souza. Brincadeira de Negão -
Subjetividade e Identidade de Jovens Homens Negros nas Escolas Públicas de
Cachoeira e São Félix BA. 2016. Iniciação Científica. (Graduado em Ciências
Sociais) - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
✓ Felipe Ramos Conceição - Perspectivas Acerca De Uma Estratégia De
Enfrentamento Ao Genocídio No Interior Da Bahia: O Movimento Hip Hop Em
Cachoeira No Contexto Da Antinegritude. (Graduado em Ciências Sociais) -
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Graduação/Iniciação cientifica (em andamento)

✓ Edna Balbina Dos Anjos Dos Santos - Memórias Que Reinscrevem: O Uso da
Memória na Reconstrução Identitária do Quilombo Baixa Grande. (Graduanda
em Ciências Sociais) - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
✓ Keith Ana da Silva Brito - “Do Asfalto Pra Cá”: Corpo, Violência E Consumo No
Pagode Baiano Entre 2008 E 2010. (Graduanda em Ciências Sociais) -
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

8
O proponente tem orientado outros trabalhos, que não são citados aqui porque não se vinculam
diretamente aos projetos em questão.

16
✓ Matheus Carvalho Melo - Dois Pra Lá, Dois Pra Cá: Segregação Espacial O São
João Da Cidade De Amargosa-Ba. (Graduando em Ciências Sociais) - Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia

Mestrado (Concluído)

✓ Julio Cesar Cerqueira Araujo: Coisa de negro, Coisa de negão! Subjetivação e


performance na construção das masculinidades de jovens rapazes. Dissertação
(Mestrado em Ciências Sociais: Cultura, Desigualdades e Desenvolvimento) -
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
✓ Beatriz Giugliani. Um olhar etnográfico sobre a Escola e a formação de
Identidade Cultural ? reflexões entre contextos pluriculturais e Educação.
Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais: Cultura, Desigualdades e
Desenvolvimento) - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Doutorado (em andamento)

✓ Gimerson Roque - Interpretando Masculinidades Negras: Corporalidade,


Consumo e Sexualidade Entre Jovens No Recôncavo Da Bahia. Início: 2017. Tese
(Doutorando em Estudos Étnicos e Africanos) - Universidade Federal da Bahia.
✓ Júlio César Cerqueira Araújo - Antinegritude e construção de projetos de vida de
jovens homens negros no Recôncavo da Bahia. Doutorando em Estudos Étnicos
e Africanos) - Universidade Federal da Bahia
✓ Vinicius Santos da Silva - Performances, gênero e raça: estudo de sociabilidades
e trajetórias em comunidades de “Viados de fanfarra” na Bahia. (Doutorando em
Estudos Étnicos e Africanos) - Universidade Federal da Bahia.
✓ Fred Aganju Santiago Ferreira - MAAFA –Necropolítica Racial no Contexto do
Programa Pacto Pela Vida Da Bahia (2011 – 2018). Doutorando em Estudos
Étnicos e Africanos) - Universidade Federal da Bahia.

Doutorado (Concluído)

✓ Beatriz Giugliani. A defasagem de jovens homens negros na Bahia: articulações


entre raça, gênero e educação. Início: 2015. Tese (Doutorado em Estudos Étnicos
e Africanos) - Universidade Federal da Bahia.

Em 2014 o proponente foi agraciado com bolsa estágio sênior da CAPES para cumprir
estágio pós-doutoral como visiting scholar no African and African Diaspora Departament
Studies da Universidade do Texas em Austin, sob supervisão de Joao H. Costa Vargas,
(com quem o proponente organizou um livro), com projeto vinculado a essa iniciativa
em São Félix. A experiência em Austin e a retomada da atuação direta no campo
permitiu ao proponente publicar o material abaixo.

17
Artigos em Periódicos

✓ Botando A Base: corpo racializado e performance da masculinidade no pagode


baiano. Política & Trabalho (UFPB. Impresso), v. -, p. 39-56, 2017
✓ Putaria: Masculinidade, Negritude e Desejo no Pagode Baiano. Maguaré
(Universidad Nacional de Colombia), v. 29, p. 209-238, 2015.
✓ Um Enigma Masculino: Interrogando a Masculinidade da Desigualdade Racial no
Brasil. Universitas Humanistica, v. 77, p. 227-250, 2014.

Livro organizado

✓ VARGAS, J. H. C. (Org.). Antinegritude: O Impossível Sujeito Negro na Formação


Social Brasileira. 1. ed. Cruz das Almas/Belo Horizonte: Editora UFRB/Fino Traço
Editora, 2016. v. 1. 235p .

Capítulo de Livros

✓ O Círculo da Morte e o Materialismo Estético. In: Ana Luiza Pinheiro Flauzina;


Joao Helion Costa Vargas. (Org.). Motim: Horizontes do Genocídio Antinegro na
Diáspora. 1ed.Brasilia: Brado Negro, 2017, v. 0, p. 171-195.
✓ "Tiroteio": Violência e Subjetificacão no Pagode Baiano. In: Osmundo Pinho e
Joao H. C. Vargas. (Org.). Antinegritude: O Impossível Sujeito Negro na Formação
Social Brasileira. 1ed.Cruz das Almas/Belo Horizonte: Editora UFRB/Fino Traco
Editora, 2016, v. 1, p. 121-144.
✓ (com Beatriz Giugliani). A 'defasagem dos rapazes' no Recôncavo da Bahia:
gênero, raça e educação em Cachoeira e São Félix. In: Wilma de Nazaré Baía
Coelho; Raquel Amorim dos Santos; Rosângela Maria de Nazaré Barbosa; Silva e
Simone de Freitas Conceição Souza. (Org.). A Lei 10.639/2003 - pesquisas e
debates. 1a. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2014, v. 1, p. 145-182.
✓ Black Bodies, Wrong Places: Rolezinho, Moral Panic, and Racialized Male Subjects
in Brazil. In. ___ SEIGEL, Micol. Panic, Transnational Cultural Studies, and the
Affective Contours of Power. New York. Rouledge. 2018. Pp. 158-178.
✓ O Corpo do Homem Negro e a Guerra dos Sexos no Brasil. In: Henrique Restier;
Rolf Malungo de Souza. (Org.). Diálogos Contemporâneos sobre Homens Negros
e Masculinidades. 1a.ed.São Paulo: Ciclo Contínuo, 2019, v. 0, p. 105-131.
✓ O Sacrifício de Orfeu: Masculinidades Negras no contexto da Antinegritude em
Salvador. In: Marcio Caetano; Paulo Melgaço. (Org.). De Guri a Cabra-Macho -
Masculinidades no Brasil. 1ed.Rio de Janeiro: Lamparina, 2018,v. 1, p. 146-173.

Co-Organização de Dossiê

18
(Com Rolf Malungo de Souza) - Subjetividade, Cultura e Poder Politizando
Masculinidades Negras. Salvador: -, Cadernos de Genero e Diversidade (UFBA)2019

Como apontado acima proposta se reconecta a interesses anteriores do proponente.


Em 1996, sob orientação de Antônio Augusto Arantes Neto, o proponente defendeu
dissertação de mestrado no Programa de Mestrado em Antropologia Social da UNICAMP
intitulada “Descentrando o Pelô: Narrativas, Territórios e Desigualdades no Centro
Histórico de Salvador”, na qual discute o processo de “requalificação” do Pelourinho, no
Centro Histórico de Salvador, como a imposição de conteúdos ideológicos
materializados como uma “Paisagem de Poder” (Zukin, 1991), em contraposição a usos
vernáculos mobilizados por sujeitos subalternizados e que produziram formas
alternativas de produção e consumo do espaço e dos circuitos, constituindo assim
alternativas práticas as formas de monumentalização do espaço. A dissertação
desdobrou-se na publicação de alguns artigos, como segue abaixo.

Artigos em Periódicos

✓ Espaço, Poder e Relações Raciais: O caso do Centro Histórico de Salvador. Afro-


Ásia (UFBA), Salvador, n.21-22, p. 257-274, 1999.
✓ Alternativos e Pagodeiros: Notas Etnográficas sobre Territorialidade e Relações
Raciais no Centro Histórico de Salvador. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro,
n.34, p. 35-48, 1998.
✓ A Bahia no Fundamental: Notas para uma Interpretação do Discurso Ideológico
da Baianidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 13, n.36, p.
109-120, 1998.

Capítulo de Livros

✓ Fogo na Babilônia: Reggae, Black Counterculture, and Globalization in Brazil. In:


Charles Perrone; Christopher Dunn. (Org.). The Internationalization of Brazilian
Music. Gainesville: University of Florida Press, 2001, v. , p. 224-242.
✓ Só Se Vê na Bahia: A Imagem Típica e a Imagem Crítica do Pelourinho Afro-
Baiano. In: Carlos Caroso; Jeferson Bacelar. (Org.). Brasil: Um País de Negros?.
Rio de Janeiro: Pallas, 1999, v. , p. 87-112.
✓ The Songs of Freedom: notas etnográficas sobre cultura negra global e práticas
contraculturais locais. In: Livio Sansone; Jocélio Teles dos Santos. (Org.). Ritmos
em Trânsito. Sócio-Antropologia da Música Baiana. São Paulo:
Dynamis/Programa A Cor da Bahia-UFBA, 1998, v. , p. 181-200.

19
Em 2019, o proponente foi um dos três contemplados com a "Richard E Greenleaf
Fellowship at The Latin American Library" na Universidade de Tulane em Nova Orleans,
com o projeto “O homem Negro Representado Na Imaginação Colonial Brasileira”.
Durante janeiro e fevereiro de 2020 o projeto foi desenvolvido com extensa pesquisa
bibliográfica, e em documentos raros do período colonial brasileiro, na excepcional
biblioteca latino-americana da Universidade de Tulane. O projeto interroga o lugar
central das imagens para a imaginação colonial no Brasil. A criação de imagens neste
contexto nada tem a ver com qualquer tipo de transparência epistemológica, ao
contrário, mostra como as convenções paradigmáticas da representação engendram
significados políticos e como estereótipos sociais forjaram uma gramática para a
interpretação/produção de corpos masculinos negros no horizonte (pós) colonial
brasileiro. Acreditamos que essas representações materializem estereótipos,
convenções, temas e recursos visuais para reduzir a experiência do encontro colonial –
que moldou a raça e o gênero - a determinadas formas de representação para o homem
negro, nesse sentido trabalhamos com a obra de Jean Baptiste Debret, Thomas Ender,
Albert Eckhout, Johann Moritz Rugendas e outros ( Debret, 1989; Buvelot, 2004; Belluzo,
1994; Brienen, 2006; Mason, 2001).
Acreditamos que as atividades e a experiência desenvolvidas como apresentado
acima, convergem para preparar uma nova etapa de desenvolvimento da trajetória de
pesquisa do proponente, que esperamos venha a ser apoiada por meio da presente
proposta.

20
Referências Bibliográficas
AGIER, Michel & CASTRO, Nadya Araujo. (orgs.) Imagens e Identidades do Trabalho. São
Paulo. HUCITEC/ORSTOM. 1995.
ALBUQUERQUE, Wlamyra. Algazarra nas Ruas. Comemorações da Independência na
Bahia (1889-1923). Campinas. Editora da Unicamp. 1999.
ALBUQUERQUE, Wlamyra. O Jogo da Dissimulação: Abolição negra e cidadania negra no
Brasil. São Paulo. Companhia das Letras. 2009.
ALEGRE, Maria Sylvia Porto. Reflexões sobre Iconografia Etnográfica: Por uma
Hermenêutica Visual. In ___ . FELDMAN-BIANCO, Bella & LEITE, Míriam M. (Orgs.)
Desafios da Imagem. Fotografia, Iconografia e Vídeo nas Ciências Sociais. Campinas,
Papirus Editora. 1998. Pp. 75-112.
APPADURAI, Arjun. The Social Life of Things. Commodities in Cultural Perspective.
Cambridge. Cambridge University Press. 1986.
APPADURAI, Arjun. Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization.
Minneapolis, London. University of Minnessota Press. 1997. Pp. 48-65.
ARANTES, A. A. 2011a. “Inventorying intangible cultural heritage under the 2003
convention”. ICH Courier, 9:3-4.
ARANTES, Antonio A. Paisagens Paulistanas. Transformações do Espaço Público.
Campinas. Editora da UNICAMP/Imprensa Oficial. 2000.
ARANTES, Antonio. The War of Places: Symbolic Boundaries and Liminalities in Urban
Space. Theory, Culture & Society . November 1996 13: 81-92.
AZEVEDO, Thales. A Era do Petróleo. Revista da Bahia. N. 28. Janeiro de 1999. Pp. 40-51.
BAUDRILLARD, Jean. Photography, or the Writing of the Light. Theory, Technology and
Culture . Ctheory@concordia.ca . april, 2000. P. 8
BELLUZZO, Ana Maria de Moraes. O Brasil dos Viajantes. Objetiva/Metalivros. São Paulo.
1994.
BENJAMIN, Walter. Sobre o Conceito de História. In . ___ . Walter Benjamin. Obras
Escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo. Editora Brasiliense. 1996. Pp.222-
234.
BOURDIEU, Pierre. Un Art Moyen. Essai sur Les Usages Sociaux de La Photographie.Paris,
Les Editions de Minuit. 1965.
BRIENEN, Rebecca Parker. Visions of Savage Paradise: Albert Eckhout, Court Painter in
Colonial Dutch Brazil. Amsterdam University Press, 2006.
BUTLER, Kim. Freedoms Given, Freedoms Won: Afro-Brazilians in Post-Abolition São
Paulo and Salvador. New Brunswick: Rutgers University Press, 1998.
BUVELOT, Quentin. Albert Eckhout. A Dutch Artist In Brazil. Royal Cabinet of Paintings
Mauritshuis, The Hague. Waanders Publishers, Zwolle. 2004.
CERDERA, Fábio Pereira. O Horizonte Da Nação: Uma Análise Semiótica Da Pintura
Histórica De Antônio Parreiras. Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Letras
da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de
Doutor. Área de Concentração: Estudos de Linguagem.
2012.
CLIFFORD, James. Sobre a Autoridade Etnográfica. In . ___ . A Experiência Etnográfica.
Antropologia e Literatura no Século XX. Editora UFRJ. Rio de Janeiro. 2008. Pp. 17-58.
COLLINS, John F. Revolt of the saints: memory and redemption in the twilight of Brazilian
racial democracy. Durham: Duke University Press, 2015.

21
CONCEIÇÃO, Joanice. Irmandade da Boa Morte e Culto de Babá Egum. Masculinidades,
Feminilidades e Performances Negras. Jundiaí. Paco Editorial. 2017.
COOLLIER, John. O Processo da Evidência Não-verbal. In ___ . Antropologia Visual: A
Fotografia como Método de Pesquisa. São Paulo. EPU. 1973. Pp. 99-111.
CORREIO DA BAHIA. Cachoeira vive onda de violência: ‘todo mundo quer ir cedo pra
casa’. https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/cachoeira-vive-onda-de-
violencia-todo-mundo-quer-ir-cedo-pra-casa/ . Acesso 29/07/2018.
COSTA, Tamires Conceição. “A Independência Do Brasil Na Bahia: Memória E Patrimônio
No Recôncavo”. Relatório Final De Elaboração Do Material Didático. Mestrado
Profissional em História da África, Diáspora e Povos Indígenas da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia. Cachoeira. 2017
DEBRET, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Tomo I. – v. I e II; Tomo II
– v. III. São Paulo: Biblioteca Histórica Brasileira, Edusp; Editora Itatiaia Ltda, 1989
DURHAM, E. A pesquisa antropológica com populações urbanas: problemas e
perspectivas. In: CARDOSO, R. (org.) A aventura antropológica: teoria e pesquisa. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1986.
ECKERT, Cornélia e MONT-MÓR, Patrícia. Imagem em Foco: novas perspectivas em
antropologia visual.1 ed.Porto Alegre/ Rio de Janeiro : ed UFRGS/UFRJ 1999.
FALCÓN, Barbara. O Reggae de Cachoeira. Produção Musical em um Porto Atlântico.
Salvador. Pinaúna. 2012.
FERRARA, Lucrécia D’alesso. Olhar Periférico. São Paulo: EDUSP/FAPESP: 1993.
FRAGA FILHO, Walter. Encruzilhadas da Liberdade. Histórias de Escravos e Libertos na
Bahia (1870-1910). Campinas. Editora da UNICAMP. 2006.
GELL, Alfred. Arte e Agência. Uma Teoria Antropológica. Ubu. Sao Paulo. 2018.
GIUGLIANI, Beatriz. Um olhar etnográfico sobre a escola e a formação de identidade
cultural: reflexões entre contextos pluriculturais e educação. Cachoeira. 2011.
Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais: Cultura, Desigualdades e Desenvolvimento)-
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.192.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A Retórica da Perda. os discursos do patrimônio
cultural no Brasil. Rio de Janeiro. Editora UFRJ/Ministério da Cultura - IPHAN: 1996.
HALL, Stuart. Cultura e Representação. PUC/Apicuri. Rio de Janeiro. 2016
IPAC. 2011. Celebration of Boa Morte, Cadernos IPAC 33-92. Salvador. IPAC. 2011
IPHAN. Cachoeira – BA. http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/112 . Acesso
29/07/2018.
IPHAN. Samba de Roda do Recôncavo Baiano. Dossiê IPHAN 4. Brasilia. 2006.
KOSSOY, Boris & CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O Olhar Europeu. O Negro na Iconografia
Brasileira do Século XIX. São Paulo. EDUSP. 1994.
LAGNEAU, Gérad. Trompe-L’oeil et Faux-semblant. In ___ . BOURDIEU, Pierre. Un Art
Moyen. Essai sur Les Usages Sociaux de La Photographie. Paris, Les Editions de Minuit.
1965. Pp. 201-217.
MASON, Peter. Troca E Deslocamento Nas Pinturas De Albert Eckhout De Sujeitos
Brasileiros. Estudos de Sociologia, Rv. do Prog. de Pós-graduação em Sociologia da UFPE,
v. 7, n. 1,2. 2001 p. 23 1-249
MATORY, J. Lorand. The Fetish Revisited. Marx, Freud and the Gods Black People Make.
Durham and London. Duke University Press. 2018.

22
MIGUEZ, Paulo. O Produto-Bloco e a Economia do Carnaval Baiano. In. ___ . Seminários
de Carnaval II. Salvador. Universidade Federal da Bahia. 1999. Pp. 49-51.

OLIVEN, Ruben George. A Antropologia de grupos urbanos. 6ª Ed. –Petrópolis, Rio de


Janeiro: Vozes, 2007.
OMAR, Arthur. Antropologia da Face Gloriosa. (edição bilingüe) . São Paulo. Cosac &
Naify Edições. 1997.
PINHO, Osmundo de Araujo. "Fogo na Babilônia": Reggae, Black Counterculture and
Globalization in Brazil. In . ___ . PERRONE, C. & DUNN, C. (Eds.). Brazilian Popular Music
and Globalization. Gainesville. University Press of Florida. 2001. pp. 192-216.
PINHO, Patricia de Santana. Maping Diaspora. African American Roots Tourism in Brazil.
The University of North Carolina Press. Chaper Hill. 2018.
PINHO, Patrícia. African-American Roots Tourism in Brazil. Latin-American Perspectives
. Volume: 35 issue: 3, page(s): 70-86. 2008.
PINNEY, Christopher. Future Travel. Anthropology and Cultural Distance in an Age of
Virtual Reality or, A Past seen From a Possible Future. In ___. TAYLOR, Lucien (Ed.)
Visualizing Theory. Selected Essays from V. A. R. 1990-1994. New York/London .
Routledge. 1994. Pp. 409-427.
RIAL, Carmem Silva. Por Uma antropologia do Visual Contemporâneo. Horizontes
Antropológicos. Antropologia Visual. 2. 1995. Porto Alegre. Pp.93-100.
ROMO, Anadelia. Brazil’s living museum: race, reform, and tradition in Bahia. Chapel Hill:
The University of North Carolina Press, 2010.
KOSSOY, Boris. Fotografia e Memória: Reconstituição por Meio da Fotografia. In ___ .
SAMAIN, Etienne (Org.) . O Fotográfico. São Paulo. Editora Hucitec/CNPq. 1998. Pp. 41-
47.
SAMAIN, Etienne. “Ver” e “Dizer” na Tradição Etnográfica: Bronislaw Malinowski e a
Fotografia. Horizontes Antropológicos. Antropologia Visual. 2. 1995. Porto Alegre.
Pp.19-48.
SANTOS, Edmar Ferreira. O Poder dos Candomblés. Perseguição e Resistência no
Recôncavo da Bahia. Salvador. EDUFBA. 2009.
SANTOS, Jocélio Teles dos. O Poder da Cultura e a Cultura do Poder. A Disputa Simbólica
da Herança Cultural Negra no Brasil. Salvador. EDUFBA. 2005.
SANTOS, Jocélio Teles dos. O Dono da Terra. O Caboclo nos Candomblés da Bahia. Sarah
Letras/Programa a Cor da Bahia. Salvador. 1995.
SCOTT, David. Introducción: Sobre las arqueologías de la memoria negra. Small Axe 26.
June 2008. P. v–xvi
SCHERER, Joanna C. Historical Photographs as Anthropological Documents: A
Restrospect. Visual Anthropology, vol. 3, pp. 131-155.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Imagens da Escravidão: o outro do outro (séculos 16 a 19), In
.___ . PEDROSA, Adriano et. All (org.) Histórias Afro-Atlânticas Vol. 2 Antologia. MASP.
2018. Pp. 524-538.
SERRA, Ordep. O Patrimônio Negro, o Povo-de-Santo e a Política de Preservação. In .
___. MARTINS, Cléo & LODY, Raul (Orgs.) Faraimará –o Caçador Traz Alegria. Mãe Stella
60 anos de Iniciação. Pallas. Rio de Janeiro. 1999. Pp. 127-136.
SMITH, Christen A. Afro-Paradise – Blackness, Violence and Performance in Brazil.
University of Illinois Press. Chicago. 2016.

23
TACCA, Fernando de. A Representação Icônica na Cotidianidade do Operário Sapateiro
na Cidade de Franca - SP. Antropologia Visual. Caderno de Textos, Rio de Janeiro. Museu
do Índio, 1987. pp. 54-65.
TAVARES, Luis Herique Dias. História da Bahia. Salvador/São Paulo. EDUFBA/Editora
UNESP. 2019.
TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o Passado: Poder e a Produção Da História.
Curitiba. Huya. 2016.
VIEIRA FO. , Raphael R. A Africanização do Carnaval de Salvador, BA. A Re-criação do
Espaço Carnavalesco (1876-1930). São Paulo: Dissertação de Mestrado em História.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1995.
WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2013: Os Jovens do Brasil. Rio de Janeiro.
FLACSO Brasil. 2014.
ZUKIN, Sharon. Landscapes of Power. From Detroit to Disney World. University of
California Press. 1991.

24

Você também pode gostar