SEMIOLOGIA SENSORIAL VISUAL

AFINAMENTO NEURAL DA REFRAÇÃO

É um mecanismo de origem sensório-motor que tem por princípio evitar a diplopia e

confusão de imagens, tendo sua base neural na limitação cortical da percepção das
imagens, oriundas de pontos retinianos não correspondentes, gerando um melhor conforto
visual. Outro parâmetro sensorial importante é a medida da acuidade estereoscópica, que
revela uma refinada capacidade do sistema visual.

O grau mais refinado da binocularidade é a estereopsia avaliada com os chamados

estereogramas. Estes são, basicamente, figuras de um mesmo conjunto, tomadas sob
diferentes ângulos, de modo que quando ambas são comparadas, nota-se que os
elementos de cada uma possuem suas posições relativas discretamente dissimilares. São
essas discrepâncias as que suscitam a percepção estereoscópica. Boa parte dos testes é
então baseada no princípio de que as imagens vistas por um olho, por exemplo, com a
anteposição de um filtro vermelho ou de um filtro polaroide numa certa orientação, não é
vista pelo outro com a anteposição de um filtro verde, ou de um filtro polaroide na
orientação perpendicular à anterior e vice-versa. (Rhein, 2006. p. 58).

A investigação da acuidade estereoscópica exige a pesquisa do limiar de profundidade,

quanto mais baixa for esse limiar maior será a esteroacuidade. (P. Diaz; S Dias; 2002 p.
17).

Sendo a visão binocular mais nobre e se formando após os outros quatro pilares da
visão estarem consolidados, ela utiliza sinais de disparidade para compor a percepção de
profundidade, sendo afetada por vários fatores como distância interpupilar, disparidade
horizontal dentro da área de panum, imagem plana de referência recebida pelas áreas
correspondentes, indícios não estereoscópicos para a profundidade, sendo integrada por
informações reconhecidas, ou seja, indícios de profundidade monocular não relacionada
com a disparidade horizontal.

São elas tamanho aparente, sobreposição de contornos, perspectivas de ambiente, jogo

de luz, velocidade relativa e paralaxe de movimento.

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 Estereopsia é medida em segundos de arcos (“), minutos de arco (´) ou graus. Para
objetos diminutos, o limiar de disparidade fica entre 2” e 10”; para os objetos móveis, situa-
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se em aproximadamente 40”. Os limites normais da área de Panum variam de acordo com

tamanho, distância e movimento do objeto. A disparidade máxima que pode ser fundida é
de 2” a 20” para objetos estacionários. Quando esses objetos ou a cabeça do individuo se
movem, a área de Panum pode atingir 150´. A acuidade estereoscópica é máxima em
aproximadamente 0,25 graus da fóvea e diminui exponencialmente na direção da periferia,
sendo nula em 15 graus de excentricidade. (P. Diaz; S Dias; 2002 p. 170).

Não menos importante na análise neurossensorial da visão, a capacidade psicofísica da

visão – acuidade visual -, não poderia ser descartada nesta análise.

Para a avaliação da acuidade visual o ângulo subentendido pelo objeto ao ponto nodal
do olho é a imagem retiniana, entendida como ângulo visual. A resolução visual é medida
pelo ângulo no componente que o objeto pode ser apreciado, eles são medidos em
minutos de arcos ou em frações decimais dos minutos, a anotação de Snellen é 20/20 que
significa que o avaliado pode ver linhas pretas com fundo branco a 20 pés à frente quando
o campo de cada linha é de 1 minuto de arco na retina, sendo a normalidade no teste, a
obtenção de acuidades visuais diferentes em ambos os olhos indica um elevado risco de
que o olho com pior visão sofra alterações sensoriais que limite o impeça o
desenvolvimento correto da visão binocular. O menor ângulo visual detectável é
estabelecido como 0,5 segundos de arco em um fundo iluminado uniformemente; para
perto a acuidade visual é determinada pelo mesmo método usando a tabela de Jaeger,
sendo essa tabela desenhada para um teste a 33 cm. Tendo diferentes linhas e seu ângulo
é equivalente à escala para longe. (Leme, E., Rhein, L., 2010 p. 28; Garcia et . al ., 2000 p.
25).

A acuidade visual atua sobre a discriminação de dois pontos correspondentes no

espaço e tem ligação direta com a qualidade da tradução eletroquímico neural. Uma
alteração neste balanço bioquímico gera perturbações, tais como a oscilopsia.

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 (...) Oscilopsia (percepção ilusória de movimento do ambiente) e, em geral, existe um
ponto em que os movimentos oscilatórios são diminuídos (zona de bloqueio), podendo
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variar de um olho para o outro. (Rhein & Leme, 2010. p.106).

Quando ocorre a perda de visão em qualidade e não em quantidade, não podemos

confundir com perda de visão patológica ou glicêmica, a oscilopsia aqui citada, de nível
neural é oscilatória durante o dia, devido ao cansaço de todo sistema visual. Uma vez que
o sistema neural sofre uma “parada” no seu desenvolvimento neuroplástico, o sistema
visual é acometido pela ambliopia. A ambliopia é uma situação muito comum nos casos de
heterotropias, onde as vias visuais perdem a cooperação neuronal. E através de estímulos
adequados podemos restabelecer esta comunicação novamente.

A ambliopia segundo Von Noorden (1990) é definida como a baixa de acuidade visual
(visão) uni ou bilateral com a melhor correção óptica, sem causa orgânica aparente (sem
achados oftalmoscópicos ou sem lesão orgânica detectável). (Von Noorden apud Rhein,
2006. p. 61).

Durante o período crítico do desenvolvimento da plasticidade visual, a visão não se

desenvolve neurologicamente como deveria, ocorrendo uma menor acuidade visual em um
ou ambos os olhos, por ocorrência de estímulos inadequados ou insuficientes.

“En los estudios actuales con tomografías de positrones, la corteza visual primaria ha
recibido la prosaica designación de <<V1>> ( área visual 1) y a las áreas visuales extra-
estriadas adyacentes se las denomino <<V2-V3-V4>> y así sucesivamente. Corteza visual
primaria, corteza estriada, área 17 y V1, son todos ellos sinónimos del mismo fragmento de
tejido.” (Barragan, 2003).

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