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Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição 29

ALCOOLATURA

Fórmula 1 (PEREIRA et al., 2014)

Componentes Quantidade
Bulbo fresco 20 g
Álcool etílico 80 % q.s.p. 100 mL

TINTURA

Fórmula 2 (HEALTH CANADA, 2008)

Componentes Quantidade
Bulbilho 20 g
Álcool etílico 70% q.s.p. 100 mL

CÁPSULA COM DROGA VEGETAL

Fórmula 3 (EMA, 2017)

Componentes Quantidade
Bulbilho 300 a 750 mg
Excipiente q.s.p. uma cápsula

CÁPSULA COM DERIVADO

Fórmula 4 (WHO, 1999)

Componentes Quantidade
Óleo volátil do bulbilho 2 a 5 mg
Excipiente q.s.p. uma cápsula

Fórmula 5 (EMA, 2017)

Componentes Quantidade
Extrato seco do bulbilho 100 a 200 mg
Excipiente q.s.p. uma cápsula

ORIENTAÇÕES PARA O PREPARO

Fórmula 1: adicionar o bulbo fresco picado em frasco âmbar. A seguir, adicionar o líquido extrator,
tampar bem o frasco e deixar em maceração por 20 dias. Agitar o frasco diariamente. Após este
período, filtrar em papel de filtro (PEREIRA et al., 2014).
Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição 30

Fórmula 2: seguir as técnicas de secagem do material vegetal e preparo de tintura descritas em


Informações gerais em Generalidades. Deve-se utilizar o bulbilho pulverizado (HEALTH
CANADA, 2008).
Fórmula 3: selecionar a cápsula conforme preconizado em Informações gerais em Generalidades e
proceder à formulação. Utilizar bulbilhos secos e pulverizados (EMA, 2017).
Fórmula 4: o óleo volátil deve ser extraído conforme método Determinação de óleos voláteis em
drogas vegetais disponível na Farmacopeia Brasileira ou, em sua ausência, nas farmacopeias oficiais.
Fórmula 5: selecionar a cápsula conforme preconizado em Informações gerais em Generalidades e
proceder à formulação. O derivado deve ser obtido utilizando álcool etílico a 34%, seguindo a RDE
5:1 (EMA, 2017).

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO

A embalagem deve garantir proteção do fitoterápico contra contaminações, efeitos da luz e umidade
e apresentar lacre ou selo de segurança que garanta a inviolabilidade do produto.
Para a forma farmacêutica alcoolatura e tintura: acondicionar em frasco de vidro âmbar.
Para a forma farmacêutica cápsula: é recomendável que em cada frasco contendo cápsulas seja
adicionado um sachê ou cápsula com dessecante (ex. sílica gel) e um chumaço de algodão hidrófobo
por cima das cápsulas, de modo a preencher o espaço vazio entre as cápsulas e a tampa do pote.

ADVERTÊNCIAS

Fórmulas 1 a 4: uso adulto.


Fórmula 5: uso adulto e pediátrico acima de 12 anos.
Uso contraindicado para pessoas que apresentam hipersensibilidade aos componentes da formulação.
Ao persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado. Uso não recomendado durante a
lactação. O uso da preparação de tintura ou alcoolatura é especialmente contraindicado para gestantes,
lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. Se os sintomas
piorarem durante o uso do fitoterápico um médico deve ser consultado. O consumo de alho pode
aumentar o risco hemorrágico durante e após cirurgias. Suspender o uso sete dias antes de cirurgias.
O uso concomitante com medicamentos antiagregantes plaquetários, tais como ácido acetilsalicílico
e varfarina, pode aumentar o tempo de sangramento. A ingestão de A. sativum e seus derivados em
jejum pode ocasionalmente causar pirose, náusea, vômitos e diarreia. O odor de alho exalado pela
pele e pela respiração pode ser perceptível (WHO, 1999; BLUMENTHAL et al., 2000). O uso
concomitante com medicamentos antirretrovirais inibidores da protease tais como saquinavir, pode
levar a falhas na terapia antirretroviral e possível resistência a esses fármacos. A coadministração
com atorvastatina pode aumentar a meia vida desse medicamento devido a inibição da CYP3A4
(MAZZARI & PRIETO, 2014). O consumo de A. sativum pode potencializar o efeito diurético da
hidroclorotiazida (ASDAQ & INAMDAR, 2009). O aumento da biodisponibilidade de alguns
fármacos anti-hipertensivos, como o captopril, pode ocorrer (ASDAQ & INAMDAR, 2010). Além
disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo (BRASIL, 2017).
Pode provocar hipotensão arterial em paciente que faz uso de anti-hipertensivos (PEREIRA et al.,
2014). Em altas doses pode provocar náuseas, desconforto gástrico e/ou esofágico (PEREIRA et al.,
2014). Reações alérgicas foram relatadas, principalmente na forma de dermatite e erupção cutânea
(PEREIRA et al., 2014). O uso crônico em doses excessivas de alho pode resultar na diminuição da
produção de hemoglobina e lise de eritrócitos (PEREIRA et al., 2014). Não utilizar em doses acima
das recomendadas. Em caso de aparecimento de eventos adversos, suspender o uso do produto e
consultar um médico.
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INDICAÇÕES

Fórmulas 1, 3 e 4: auxiliar na prevenção de alterações ateroscleróticas (idade dependente) (WHO,


1999; BLUMENTHAL et al., 2000; CARVALHO, 2004; PEREIRA et al., 2014; EMA, 2017).
Fórmula 2: auxiliar no alívio dos sintomas associados às afecções das vias aéreas superiores (IVAS)
e na congestão nasal decorrente do acúmulo excessivo de muco (HEALTH CANADA, 2008).
Fórmula 5: auxiliar no alívio de sintomas do resfriado comum (EMA, 2017).

MODO DE USAR

Uso oral.

Fórmula 1: tomar 3 a 10 mL da alcoolatura diluídos em 50 mL de água, divididos em três vezes ao


dia (PEREIRA et al., 2014).
Fórmula 2: tomar 10 mL da tintura, diluídos em 75 mL de água, duas vezes ao dia (CARVALHO,
2004).
Fórmula 3: tomar uma cápsula, três a cinco vezes ao dia. A dose diária é de 900 a 1380 mg (EMA,
2017).
Fórmula 4: tomar uma cápsula ao dia (WHO, 2009, RIED et al., 2013; WANG et al., 2015).
Fórmula 5: tomar uma cápsula, uma ou duas vezes ao dia. A dose diária é de 100 a 400 mg (EMA,
2017).

REFERÊNCIAS
ASDAQ, S. M.; INAMDAR, M. N. The potential for interaction of hydrochlorothiazide with garlic in rats. Chemico-
Biological Interactions, v. 9, p. 181-472, 2009.

ASDAQ, S. M.; INAMDAR, M. N. Potential of garlic and its active constituent, Sallyl cysteine, as antihypertensive and
cardioprotective in presence of captopril. Phytomedicine, v. 17, p. 1016-1026, 2010.

BLUMENTHAL, M.; GOLDBERG, A.; BRINCKMANN, J. Herbal medicine: expanded Commission E monographs.
Austin: American Botanical Council, 2000.

BRASIL. Bula padrão ao profissional de saúde de Allium sativum. Disponível em: <www.anvisa.gov.br>. Acesso em:
jun. 2017.

CARVALHO, J. C. T. Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas.


Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004.

EMA, European Medicines Agency. Community herbal monograph on Allium sativum L., bulbus. London:
Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC), 2017. Disponível em: <
https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-monograph/final-european-union-herbal-monograph-allium-sativum-
l-bulbus_en.pdf>. Acesso em: 26 out. 2020.

HEALTH CANADA. Drugs and Health Products. Natural Health Products Ingredients Database [2008]. Disponível
em: <http://webprod.hc-sc.gc.ca/nhpid-bdipsn/atReq.do?atid=garlic_ail&lang=eng>. Acesso em: 15 jul. 2016.

MAZZARI, A. L. D. A; PRIETO, J. M. Herbal medicines in Brazil: pharmacokinetic profile and potential herb-drug
interactions. Frontiers in Pharmacology, v. 5, 2014.
Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição 32

PEREIRA, A. M. S.; BERTONI, B. W.; SILVA, C. C. M.; FERRO, D.; CARMONA, F.; CESTARI, I. M.; BARBOSA,
M. G. H. Formulário fitoterápico farmácia da natureza. 2. ed. Ribeirão Preto: Bertolucci. 2014. 407p.

RIED, K.; FRANK, O. R.; STOCKS, N. P. Aged garlic extract reduces blood pressure in hypertensives: a dose–response
trial. European Journal of Clinical Nutrition, v. 67, n. 1, p. 64-70, 2013.

WANG, H.; YANG, J.; QIN, L.; YANG, X. Effect of garlic on blood pressure: A Meta-Analysis. The Journal of Clinical
Hypertension, v. 17, n. 3, p. 223-31, 2015.

WHO, World Health Organization. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World
Health Organization, v. 1, 1999.

Aloe vera (L.) Burm.f.

SINONÍMIA

Aloe barbadensis Mill. (THE PLANT LIST, 2018)

NOMENCLATURA POPULAR

Babosa.

GEL

Fórmula (WHO, 1999)

Componentes Quantidade
Gel mucilaginoso incolor de 10 a 70 g
babosa
Gel base q.s.p. 100 g

ORIENTAÇÕES PARA O PREPARO

Transferir o gel mucilaginoso para recipiente adequado, incorporar ao gel base e misturar até
homogeneização completa. Para a obtenção do gel mucilaginoso fresco, primeiramente lavar as folhas
frescas com água e uma solução de hipoclorito de sódio a 1,5%. Remover as camadas exteriores da
folha, incluindo as células pericíclicas, e utilizar apenas o gel translúcido e incolor, presente no
interior das folhas. Cuidados devem ser tomados para não rasgar a casca verde, que pode contaminar
o gel com exsudato de folha, de coloração amarelada e rica em heterosídeos antracênicos. O gel
mucilaginoso pode ser estabilizado por pasteurização em temperatura entre 75 °C e 80 °C durante
menos de 3 minutos. O gel fresco das folhas pode ser usado puro ou incorporado ao gel base até
homogeneização completa (WAGNER, 1993; WHO, 1999).

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO

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