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AMBIENTE
RESUMO
Este artigo apresenta uma reflexão sobre a conservação do patrimônio histórico urbano da porção
sudeste do Setor de Entorno Cultural 1 (SPE-01) da Zona Especial de Preservação 2 (ZEP-2) –
Centro Histórico de Maceió/AL. Tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre o impacto dos
vazios urbanos na paisagem cultural, identificando-os, quantificando-os e caracterizando-os, da
porção em estudo. O bairro do Centro, constitui um dos bairros gêneses da cidade de Maceió/AL,
sendo considerado, sua maior área, pelo Plano Diretor (MACEIÓ, 2005) uma das cinco Zonas
Especiais de Preservação, denominada ZEP-2 Centro. A ZEP-2, constitui-se por três tipos de setores
de preservação: o Setor de Preservação Cultural 01 (SPR1), Setor de Preservação de Entorno 01
(SPE-01) e o Setor de Preservação de Entorno 02 (SPE-02). O SPE-01, é o maior setor em extensão,
circundando a maior parte do SPR-1. O estudo concentra-se na porção sudeste da SPE-1, devido a
sua paisagem e atributos heterogêneos, marcos históricos de vários tempos, permeando desde o
estilo eclético ao movimento moderno, incluindo desde praças a edificações. Há as características
geográficas, por englobar a Praia da Avenida e ainda apresenta as praças dos Palmares e Sinimbu.
Atualmente o bairro passa por um processo de degradação, advindo deste esvaziamento da região,
promovendo a descaracterização de sua paisagem cultural. Nesse cenário, o vazio urbano torna-se
um elemento degradador da paisagem cultural. Esse elemento degradador pode ser configurado
como um vazio urbano de sem uso específico a vazios urbanos edificados. Assim, a metodologia de
pesquisa estruturou-se em: 1) Caracterização da área de estudo; 2) Conceituação de vazios urbanos
em centros históricos; 3) Mapeamento dos vazios urbanos na porção estudada 4) identificação dos
impactos na paisagem cultural da área. Dos primeiros resultados foi possível perceber que há
4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil / 1º Simpósio Científico ICOMOS-LAC
Rio de Janeiro – 10 a 13/11/2020
diferentes tipos de vazios urbanos na porção em estudo. Muitos desses vazios configuram-se como
estacionamentos privados que estão por descaracterizar o parcelamento fundiário do tecido urbano
do Centro, presente desde sec. XIX e consolidado nos anos de 1980. Viu-se, também, que imóveis
declarados pelo Plano Diretor de Maceió, em 2005, como imóveis ou monumentos históricos,
aproximadamente entre os anos de 2002 a 2019 ou foram demolidos ou passam por processo de
arruinamento, como é o caso dos imóveis no entorno imediato da Praça dos Palmares. Além disso, o
processo de verticalização acentuada também provoca perda da percepção da significância cultural
da paisagem histórica em questão. Por fim, pretende-se com o trabalho contribuir para a discussão
referente ao problemas que envolvem os vazios urbanos em áreas históricas e a ameaça da
descaracterização da paisagem urbana histórica do SPE-1, como também contribuir com as reflexões
sobre a conservação urbana do patrimônio cultural de Maceió em Alagoas, e as discussões da área
temática de estudo.
Este trabalho dá seguimento as pesquisas realizadas por Gomes (2019) e faz parte
das pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo de Pesquisas sobre Projetos Especiais (NuPPes),
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Alagoas (FAU-
UFAL), sobre a Significância Cultural, Integridade e Autenticidade do Patrimônio Cultural:
Estudo Sobre a Zona Especial de Preservação 2 – Centro (ZEP 2) em Maceió/AL. Esta
pesquisa contou com o apoio de bolsa de iniciação científica do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC-CNPq).
MÉTODOS E TÉCNICAS
Para o desenvolvimento deste trabalho, a pesquisa estruturou-se em 4 etapas: 1)
Atualização da caracterização da área de estudo; 2) Conceituação de vazios urbanos em
centros históricos; 3) Mapeamento dos vazios urbanos e 4) Identificação dos impactos na
paisagem cultural da área.
Para os itens 2.1 e 2.2, utilizou-se o texto “Vazios urbanos e imóveis subutilizados no
Centro Histórico tombado da cidade de João Pessoa” (CLEMENTE, 2012).
Etapa 3 – Mapeamento dos vazios urbanos na porção estudado: produção de
um mapa dos vazios urbanos no setor estudado:
No item 3.1, as visitas in loco, com o objetivo de identificar a localização dos vazios
urbanos no setor estudado. No item 3.2, elaborou-se um mapa representando a localização
dos vazios urbanos encontrados. No item 3.3, realizou-se a quantificação desses vazios
urbanos no setor estudado.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Como resultado deste artigo, foi possível identificar a riqueza histórico presente no
setor estudado. Sua ocupação é datada do início do século XIX (CAVALCANTI, 2000, p.2).
E ao longo dos séculos passa por diversas transformações urbanísticas, como criação dos
primeiros logradouros, presente até os dias atuais, construção de importantes imóveis, hoje
considerados históricos ou monumentos históricos, como a Estação Ferroviária Central e o
Com esses fatos, é visto que no setor há uma diversidade de camadas históricas que
se sobrepõem em uns casos, e entre outros coexistem, sendo assim uma paisagem urbana
histórica, dotada de atributos patrimoniais de valores sociais, históricos e culturais. Mesmo
com essa importância, o que é visto hoje é o descaso, e a presença de um elemento
degradador os vazios urbanos.
Neste trabalho o conceito utilizado para “vazio urbano”, foi o desenvolvido por Juliana
Clemente (2006, apud NAKA, 2019), que conceitua os vazios urbanos em duas categorias,
sendo uma, o imóvel fundiário desprovido de construção e o outro o imóvel sem uso, seja
ele total ou subutilizado. Nesse estudo, espaços livres públicos não são qualificados como
vazios urbanos, pois apresentam uma função social à sociedade. Esse conceito foi adotado
por se enquadrar melhor neste trabalho.
Fonte: Google Earth, base cadastral SEMPLA e levantamentos realizados pelo autor, 2020.
Fonte: Google Earth, base cadastral SEMPLA e levantamentos realizados pelo autor, 2020.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo tem como objetivo o estudo dos vazios urbanos presentes na
porção sudeste da SPE-01, como forma de mapear e tipificar os vazios urbanos e seu
impacto na paisagem histórica da porção.
Ao realizar os levantamos, percebeu-se que na porção estuda que 49% dos lotes
levantados são considerados como algum tipo de vazio urbano, principalmente, de uso para
estacionamentos ou abandonados. Isso favorece o esvaziamento da região, fora horário
comércio, além do fato de oferecer sérios riscos aos valores e atributos patrimoniais, pois os
lotes alteram a paisagem histórica e cultural e em muito dos processos imóveis são
demolidos para darem lugar a estacionamentos.
Sendo assim, estudos como estes são necessários como forma de identificar
os problemas existentes e de alertar a perda patrimonial dos sítios históricos em
decorrência dos vazios urbanos e da alteração de sua paisagem histórico cultural. E
assim contribuir para valoração dos centros históricos e de ressaltar os perigos dos
vazios urbanos.
GOMES, Ítalo Monteiro de Oliveira Mariano; HIDAKA, Lúcia Tone Ferreira. Um estudo sobre
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Rio de Janeiro – 10 a 13/11/2020
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