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FICHAS DE INVENTÁRIO: SICG (SISTEMA INTEGRADO DE CONHECIMENTO E

GESTÃO) DO IPHAN – ESTUDO DE CASO EM PATRIMÔNIO RURAL

Sandra Cristina Fernandes Martins* (Brazil)


Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, CEUNSP

João Adriano Rossignolo** (Brazil)


Escola Engenharia São Carlos EESC - USP

RESUMO
O patrimônio rural da cidade de Campinas tem em sua configuração técnicas construtivas em que se
utiliza a terra. A partir da segunda metade do século XIX impulsionada pela expansão da economia
cafeeira e pela riqueza acumulada pelo açúcar, a cidade tornou-se detentora de uma vasta área com
fazendas rurais, inseridas na atual malha urbana. Podemos explanar que a conservação da arquitetura
e das construções em terra, foi um dos temas discutidos no I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural de
2009, realizado em Ouro Preto, Minas Gerais. As construções em terra estão presentes na maioria das
edificações rurais e para se conceituar o patrimônio cultural rural é preciso reconhecer e valorizar todos os
elementos naturais e constituídos quanto às técnicas, às crenças, os costumes e o saber fazer do meio rural.
Muitos modelos de gestão para preservação do patrimônio estão em uso, mas o modelo SICG do IPHAN
apresenta novidades. O objetivo deste artigo é apresentar o modelo de gestão SICG (Sistema Integrado
de Conhecimento e Gestão) do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) do Brasil
com seus modelos de fichas de inventário de patrimônios históricos e através da análise de uma ficha de
inventário contribuir para o questionamento de métodos de proteção e conservação. Saber reconhecer o
valor patrimonial das técnicas construtivas da arquitetura rural da terra roxa (região de Campinas) na qual
predominam as taipas e outras técnicas nos fará delimitar um justo lugar no valor de memória do patrimônio.
A metodologia tem como base o estudo da arquitetura rural, além da análise das fichas de inventário
do SICG (1). A documentação pesquisada inclui textos, fichas, mapas, assim como material gráfico e
iconográfico. Tomamos como objeto de análise o estudo de caso da fazenda de café Mato Dentro em
Campinas que possui casa-sede, capela e tulha tombadas pelo Condephaat e pelo Condepacc órgãos
estaduais e municipais respectivamente de proteção do patrimônio cultural. Com grande relevância para
a cidade devido seu contexto na história campineira. Tem várias técnicas construtivas tais como a taipa-
de-pilão, o pau-a-pique, a alvenaria de tijolos, a alvenaria de pedra, o ladrilho hidráulico e a telha de colo
ou capa-canal. Sendo assim, questionamentos se formaram devido à inovação do assunto e a idéia de
utilização de uma tecnologia eficaz.

Palavras-chave: Fichas de inventário, IPHAN-SICG, Arquitetura rural brasileira.

*sancfm@terra.com.br
**j.a.rossignolo@gmail.com

62 digitAR, nº. 1, 2013, pp. 62-69


Fichas de Inventário: SICG (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão) do IPHAN – Estudo de caso em
patrimônio rural

1. INTRODUÇÃO O presente artigo trata de apresentar o


Em 2009, durante o I Fórum Nacional do modelo de gestão SICG do IPHAN do Brasil e
Patrimônio Cultural, em Ouro Preto, no através da análise da ficha (M304 conjuntos
estado de Minas Gerais, realizado pelo rurais) ao objeto de estudo Fazenda Mato
IPHAN discutiu-se sobre os desafios, as Dentro de Campinas, no estado de São
estratégias e experiências de uma nova Paulo, contribuir para o questionamento de
gestão para o patrimônio cultural brasileiro. métodos de proteção e conservação.

Dentre vários assuntos abordados foi


discutido e distribuído a publicação 2. A HISTÓRIA DO PATRIMÔNIO RURAL NO
do manual do Sistema Integrado de BRASIL
Conhecimento e Gestão (SICG) que O estudo do patrimônio arquitetônico
é uma ferramenta de apoio para a rural vem despertando o interesse de
gestão e proteção do patrimônio cultural engenheiros e arquitetos por seu potencial
desenvolvido para reunir um amplo e de alavancar e viabilizar empreendimentos
diversificado conjunto de informações no espaço não-urbano. Também
referentes às cidades históricas brasileiras. historiadores, geógrafos, economistas,
turismólogos, arquitetos e empresários
Esse instrumento tem o objetivo de integrar tradicionalmente ligados ao mundo rural
dados sobre o patrimônio cultural, com foco começam a descobrir nesse conjunto uma
nos bens de natureza material, reunindo em oportunidade de agregar valor a suas
uma base única informações sobre cidades propriedades ou a seus negócios, atraindo
históricas, bens móveis e integrados, o homem da cidade carente das raízes
edificações, paisagens, arqueologia, rurais (Argollo Ferrão, 2007, p.92).
patrimônio ferroviário, conjuntos rurais e
outras ocorrências do patrimônio cultural no O termo patrimônio rural foi citado pela
Brasil. primeira vez na recomendação de Paris
instituída pela Conferencia Geral da Unesco
O SICG é constituído por um conjunto em 1962. Esse documento dispõe sobre a
de fichas agrupadas em três módulos: salvaguarda das paisagens e sítios naturais
Conhecimento, Gestão e Cadastro. ou rurais. No artigo II, item 5, destaca-se
Cada Módulo corresponde a uma esfera que “a preservação é quando possível,
de abordagem do patrimônio cultural e a restituição do aspecto das paisagens e
possui fichas estruturadas para a captura sítios, naturais e urbanos, devido à natureza
e organização de informações conforme ou à obra do homem, que apresentem
o objetivo do estudo ou inventário. Os um interesse cultural ou estético, ou que
módulos foram idealizados para permitir constituam meios naturais característicos”
uma abordagem ampla do patrimônio (IPHAN, 1995, p.99).
cultural, partindo do geral para o
especifico, com recortes temáticos e É considerado patrimônio rural:
territoriais, e possibilitando a utilização de Os antigos casarões e senzalas, colônias
outras metodologias, como o Inventário e casas de trabalhadores dispersas
Nacional de Referencias Culturais-INRC (2). construídas com técnicas tradicionais
da arquitetura rural ou com materiais
Nestes termos, é relevante comentar e técnicas alternativas de construção,
que as fichas de inventário são propostas toda arquitetura vernacular, antigas
como ferramentas de auxílio na gestão e capelas rurais, engenhos e casas
planejamento do patrimônio cultural, além de máquinas, o próprio maquinário
de propor um modelo e metodologia única desativado, antigos equipamentos de
de documentação e inventário de bens produção e energia (monjolo, rodas
culturais. Vale a pena ressaltar que existe d`água, etc.), elementos e sistemas
uma ficha específica para os conjuntos estruturais antigos (pontes, diques,
rurais objeto de análise desta pesquisa. barragens, etc.), o espaço físico
destinados às manifestações culturais

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Sandra Cristina Fernandes Martins e João Adriano Rossignollo

locais (praças, terreiros, largos, vilarejos, não é uma tarefa fácil.


etc.) (Argollo Ferrão, 2007, p.94).
O inventário caracteriza-se como “uma
Panis e Oliveira (2008) relatam que além operação permanente, dinâmica e
de todos esses elementos destacados sistemática, visando o cadastro de
por Argollo Ferrão, acrescentam-se as manifestações humanas, em suas diferentes
manifestações artístico-culturais, as formas criações espontâneas e formas, e de
de expressão, as comidas, as vestimentas, potencialidades naturais” (IPAC, 2001, p.2)
os utensílios domésticos e de trabalho, entre (3).
outros.
Cabe ainda ressaltar que a Declaração de
Argollo (2004) narra que os estudos sobre Amsterdã nos relata sobre a importância da
arquitetura rural no Brasil tem evoluído difusão de inventários como base para a
nos últimos anos de acordo com a lógica conservação.
das intensas mudanças porque passa o Seria desejável que esses inventários
ambiente rural no Pais. Normalmente, ao fossem largamente difundidos,
se enfocar a arquitetura rural, remete-se notadamente entre as autoridades
logo à idéia de uma paisagem singela, regionais e locais, assim como entre os
composta por pequenos sítios ou enormes responsáveis pelo planejamento físico-
glebas sem a necessária infraestrutura física territorial e pelo plano urbano como um
capaz de dotar o território de elementos todo, a fim de chamar sua atenção para
que otimizem a produção agropecuária as construções e zonas dignas de serem
e ao mesmo tempo a qualidade de vida protegidas. Tal inventário fornecerá uma
dos trabalhadores e empresários rurais. A base realista para a conservação, no
paisagem rural brasileira, com seu imenso que diz respeito ao elemento qualitativo
patrimônio cultural, confere aos estudos fundamental para a gestão dos espaços
sobre a arquitetura rural uma dimensão (IPHAN, 1995, p. 234).
socioeconômica importante.

Assim, como forma de minimizar os 3. FAZENDA MATO DENTRO


impactos de nos custos de um edifício se A propriedade rural conhecida como
faz necessário levantar dados, estudar seu Fazenda Mato Dentro surgiu no início do
programa de necessidades, verificar quem século XIX e inseriu-se exemplarmente
são seus usuários, seu projeto arquitetônico, no padrão de ocupação fundiária e de
sua relação com o entorno, fluxos, produção agrícola dominantes na região
circulação, e principalmente o valor que campineira. Formada em 1806, a partir da
lhes é atribuído por transmitir para gerações gleba de terra desdobrada pelo Tenente-
futuras. Mas quando pensamos em edifícios Coronel Joaquim Aranha Barreto de
históricos tombados, a importância é Camargo essa propriedade inicia-se como
ainda maior na medida em que permite engenho e plantação de açúcar tornando-
a antecipação de problemas e possíveis se em poucos anos produtora de café
incompatibilidades comuns no projeto de (Vaderrama et al, 2008).
restauro. Para além do custo financeiro,
há um ganho para a sociedade com a Atualmente a área da fazenda encontra-se
garantia da preservação de sua memória dentro do tecido urbano hoje transformada
construída (Brum, 2008, p.238). num parque ecológico de uso público. A
fazenda Mato Dentro possui características
O desgaste natural sofrido pelo tempo faz do final do século XVIII. Segundo, PUPO
com que esses edifícios históricos entrem (1983):
em um processo de degradação, além de “... uma das características das velhas
outras ações como vandalismo, descuido, construções do final do século XVIII e
poluição e calamidades naturais como primeiros anos do século XIX está nos
ventos, chuvas, inundações entre outros. A telhados de quatro águas sobre um
preservação do patrimônio arquitetônico quadrilátero perfeito de construção,

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Fichas de Inventário: SICG (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão) do IPHAN – Estudo de caso em
patrimônio rural

ou de três águas com partes térreas 5. SICG - SISTEMA INTEGRADO DE


adidas e sobrado; (...), e mais casas CONHECIMENTO E GESTÃO
térreas como a de Joaquim Aranha SICG é uma ferramenta de apoio
no engenho-fazenda Mato Dentro (...), desenvolvida pelo departamento de
homem viajado, conhecedor do fausto Patrimônio material e fiscalização do IPHAN
de outras regiões (...). A sua residência para a gestão e proteção do patrimônio
rural também teve requintes, como sua cultural desenvolvido para reunir um amplo
porta principal com entalhes, seu forro e diversificado conjunto de informações
de salão nobre, e com a singularidade referentes às cidades históricas brasileiras.
de ser a casa um perfeito quadrilátero,
telhado de quatro águas, dispondo Esse instrumento tem o objetivo de integrar
de um outro lanço, à direita da casa, dados sobre o patrimônio cultural, com foco
com piso inferior (e comunicação nos bens de natureza material, reunindo em
interior), no alinhamento da fachada uma base única informações sobre cidades
principal, destinada ao cômodo de históricas, bens móveis e integrados,
serviços, cozinha, dispensa, etc. Assim, o edificações, paisagens, arqueologia,
quadrilátero principal (47 x 17 m) dispõe- patrimônio ferroviário, conjuntos rurais e
se de uma planta de rígida simetria outras ocorrências do patrimônio cultural no
desenvolvida em torno de um grande Brasil.
salão central (a varanda) e de um longo
corredor e se destinou, exclusivamente, É constituído por um conjunto de fichas
aos cômodos sociais e íntimos. agrupadas em três módulos: Conhecimento,
Gestão e Cadastro. Cada Módulo
Foram encontrados técnicas e materiais corresponde a uma esfera de abordagem
de construção como a taipa-de-pilão, do patrimônio cultural e possui fichas
o pau-a-pique, a alvenaria de tijolos e estruturadas para a captura e organização
alvenaria de pedra. O ladrilho hidráulico de informações conforme o objetivo do
e a telha de colo ou capa-canal também estudo ou inventário. Os módulos foram
eram desenvolvidos na fazenda. A idealizados para permitir uma abordagem
técnica construtiva de taipa-de-pilão é de ampla do patrimônio cultural, partindo
importância para caracterizar esta época do geral para o específico, com recortes
de transição entre a arquitetura do açúcar temáticos e territoriais, e possibilitando a
e a do café. (SILVA, 2006). utilização de outras metodologias, como o
Inventário Nacional de Referências Culturais
– INRC (voltado para a identificação de
4. ESCALAS DE ATUAÇAO NA DEFESA DO bens de natureza imaterial). (SICG, 2009,
PATRIMÔNIO NO BRASIL p.9).
Precisamos tornar claro que no Brasil,
devido sua extensa área, existem órgãos Como um instrumento em construção,
em três escalas de gestão que cuidam da nem todos os modelos de fichas estão
defesa do patrimônio cultural brasileiro. concluídos, e muito menos foram dadas
Como o enfoque é o estado de São explicações durante o fórum de como
Paulo e a cidade de Campinas temos será o funcionamento do seu cadastro,
como exemplos: Na escala federal o o SICG tem como uma das aplicações
IPHAN (Instituto de Defesa do Patrimônio fundamentais o desenvolvimento de
Artístico Nacional, Condephaat (Conselho inventários de Conhecimento. Esses
de Defesa do Patrimônio Artístico, inventários de conhecimento têm como
Arqueológico, Artístico e Turístico do objetivo formar uma base de informações
Estado de São Paulo) na escala estadual aplicadas à construção de uma rede
e Condepacc (Conselho de Defesa do de Proteção do Patrimônio em todos os
Patrimônio Cultural de Campinas) na estados e municípios do Brasil (SICG, 2009,
escala municipal. Esses três órgãos praticam p.11). No fluxograma abaixo (Fig. 1) se
tombamento e preservação e estão ligados pode ter uma compreensão geral do que é
ao governo. composto este sistema.

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Sandra Cristina Fernandes Martins e João Adriano Rossignollo

 
Fig. 1. Fluxograma dos módulos do SICG. Fonte: autores, 2009.

pesquisa. Ainda não está disponível para


O módulo de Conhecimento visa reunir acesso. Entretanto não podemos deixar
informações que contextualizem a de comentar que no Brasil já existe vários
história e no território, os bens que são modelos de fichas de inventário entre os
objetos de estudo. Organiza, portanto, diversos órgãos que atuam na proteção e
as informações provenientes de universos conservação do patrimônio cultural como:
culturais temáticos ou territoriais. O de CONDEPHAAT (Conselho de defesa do
gestão reúne um conjunto de fichas cujo Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico
enfoque são as área já protegidas e tem e Turístico do Estado de São Paulo); CSPC
obrigação de fazer a gestão. E finalizando (Conselho Setorial do Patrimônio Cultural
temos o módulo de cadastro que reúne de Campinas; DPH (Departamento de
bens de interesse ou já protegidos possui patrimônio Histórico) – São Paulo; Inepac
uma ficha padrão comum e aprofundando (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do
os conhecimentos fichas especializadas Rio de Janeiro); IPAC (Instituto do Patrimônio
sobre arquitetura, bens móveis e integrados, Artístico e Cultural da Bahia); SPHAN/Pró
conjuntos rurais, patrimônio ferroviário, etc. Memória – Ouro Preto. Voltando ao SICG
(SICG, 2009, p.10). relatamos que para áreas rurais, foco da
pesquisa, existe um modelo de ficha M304
O sistema será informatizado e atuará – Bem imóvel – Conjuntos rurais preenchido
estando estruturado em base word e com os dados da Fazenda Mato Dentro (ver
excel, seus usuários serão o IPHAN, estados, Tabela 1).
municípios e entidades parceiras como
universidades, centros de estudos, museus
e outros. Futuramente poderá ser acessada 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
para consulta via internet facilitando a O SICG é um conceito inovador no quadro

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Fichas de Inventário: SICG (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão) do IPHAN – Estudo de caso em
patrimônio rural

1 IDENTIFICAÇAO
1.1. Recorte territorial (identificação da região estudada)
Região Sudeste
1.2. Recorte temático (identificação do tema do estudo)
Patrimônio Rural
1.3. Identificação do Bem (denominação oficial, denominação popular, outras 1.4. Código Identificador iphan
denominações)
Fazenda Mato Dentro, Parque ecológico
Rod. Heitor Penteado, Vila Brandina. Campinas - SP

2. CROQUI DE IMPLANTAÇAO 3. SELEÇAO DE IMAGENS

4. EDIFICAÇÕES NA PROPRIEDADE (listar por função, a partir da edificação principal/sede


4.1. Denominação 4.2.Época da 4.3. Características gerais (técnica, materiais, estado
Construção geral de conservação)
A Casa sede da fazenda Imprecisa Sistema construtivo: alvenaria de pedras, taipa de mão,
taipa pilão e telha capa e canal.
Apresenta bom estado de conservação.
B. Tulha imprecisa Apresenta bom estado de conservação.
C. Anexos
D.
4.4.Realizar levantamentos de algum sim x
QuaisNão
imóvel? ?
4.5. Realizar outros levantamentos? sim x Não Quais
?
5. NFORMAÇOES SOBRE A ATIVIDADE ECONOMICA
5.1. Original Fazenda de açúcar, café, Instituto biológico.
5.2. Atual Museu ambiental
6. INFORMAÇOES COMPLEMENTARES

7. LEVANTAMENTO ARQUITETONICO EXISTENTE ( copiar quantas linhas forem necessárias)


15.1. planta (relacionar 15.2. 15.3. Localização e base disponível 15.4. Data
nomes) Escala
Planta baixa pav térreo. 1:50 Condepacc
Planta baixa pav. superior 1:50 Condepacc

8. OUTROS LEVANTAMENTOS/BASE DE DADOS ( copiar quantas linhas forem necessárias)


16.1. Tipo 16.2. Quant. 16.3. Autoria, localização e base disponível 16.4. Data

9. FONTES BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS


Condepacc, Condephaat e Centro de Memória Unicamp.

10.PREENCHIMENTO
10.1. Entidade IPHAN 10.2. Data
10.3. Responsável S. Santos
Tabela 1. Módulo de Cadastro Ficha M304. Créditos: IPHAN, 2009.

de preservação do patrimônio brasileiro. possa direcionar as pesquisas em uma base


Percebe-se que existe uma preocupação de dados única. Contudo, o sistema ainda
e um esforço coletivo dos diversos órgãos não está em operação e pouca literatura e
que atuam na preservação do patrimônio outras informações se têm sobre o assunto.
para que o sistema se concretize e que

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Sandra Cristina Fernandes Martins e João Adriano Rossignollo

O que sentimos é que existem limitações integração de dados sobre o patrimônio


evidentes nas questões dos módulos. Um cultural.
programa de tal grandeza poderia ter
pensado na inclusão de outros módulos E para concluir, a motivação para a
depois do módulo de cadastro como, realização deste artigo surge do interesse
por exemplo, módulo de conservação e geral na reabilitação das construções
módulo de manutenção do bem. Isso iria rurais com ênfase na utilização da área
gerar outras fichas (ou itens) avaliando de tecnologia para que a preservação
o estado de conservação (fichas de e gestão dos patrimônios seja contributo
caracterização das construções) e fundamental para a memória coletiva da
fichas de manutenção onde poderíamos população.
acompanhar o processo e o desempenho
das estruturas dentre outros.
Bibliografía
Uma das funções das fichas de inventário Argollo Ferrao, A. M. (2007). Arquitetura rural e o
espaço não urbano. Revista Labor&Engenho,
é catalogar; sendo assim utilizadas como
nº 1. Campinas, 89-100.
instrumentos de ponta do processo,
poderiam contemplar as patologias comuns Argollo Ferrao, A. M. (2004). Arquitetura Rural
através de campos mais específicos dentro do Contexto sobre Patrimônio
onde seriam descritos os métodos de e Paisagens Culturais. (Relatório de Pós
Doutorado, Barcelona [EST]: ETSAB-UPC, 2004).
intervenção nas edificações históricas
reunidas através das mãos dos fiscais Brum, C. V. C. et al. (2009). Impacto do projeto de
de obra. Muitas inovações na área da climatização na reabilitação de edificações
tecnologia poderiam agilizar o processo de históricas. Simpósio Brasileira de Qualidade do
diagnóstico e tratamento dessas patologias projeto no Ambiente Construído. IX Workshop
Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na
como, por exemplo, a utilização de ensaios
Construção de edifícios, São Carlos. 18 a 20
não destrutivos como o ultrassom. Essa de Novembro 2009.
tecnologia eficaz e de custo acessível
poderia minimizar a morosidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
processo de prevenção e conservação. Nacional. (1995). Cartas Patrimoniais. Brasília:
IPHAN/Ministério da Cultura. Cadernos de
Documentos, n° 3, p. 343.
Acreditamos que toda intervenção em
edificações históricas deve ser precedida Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
de investigação técnico-científica. Entende- – IPAC (2009). Acesso em jul. 2009, 15:45 em
se por investigação técnico-científica a http://www.ipac.ba.gov.br/site/conteudo/
institucional/apresentacao/#content.
utilização das técnicas mais avançadas
de caracterização física e química dos Panis, M. e Oliveira, M. R. S. (2009). Paisagem e
materiais, auxiliando a identificação dos arquitetura rural: O caso da Região Pelotense/
agentes e mecanismo de deterioração. Isso RS. Revista Labor & Engenho: Planejamento,
iria desvendar o estado de degradação patrimônio e paisagem, vol.1 (n° 2), 2-16.
Campinas. Acesso em 04/07/2009 em http://
do bem rural e auxiliar no processo de
www.labore.fec.unicamp.br.
prevenção e manutenção das construções
em terra. O modelo de ficha M304 não Prefeitura Municipal de Campinas. CONDEPACC.
contribui para gerar um histórico específico Emenda n° 004 de 27 de novembro de 1990.
sobre as manutenções e os possíveis
Pupo, C. M. M. (1983). Campinas, Município
restauros.
no Império: fundação e constituição, usos
familiares, a morada, sesmarias, engenhos
Com o início operacional do sistema SICG e fazendas. São Paulo: Imprensa Oficial do
muitos dos modelos propostos para as fichas Estado.
de inventário poderão sofrer mudanças
Silva, Á. P. (2006). Engenhos e fazendas de café
passíveis devido ao uso. Sendo assim, outros
em Campinas (Séc. XVIII – Séc. XX), São Paulo.
questionamentos e sugestões poderiam ser Anais do Museu Paulista, vol. 14, jun. 2009. São
relatados aqui, mas uma das vantagens do Paulo: Universidade de São Paulo, 81-119.
sistema será futuramente a agilidade na

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Fichas de Inventário: SICG (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão) do IPHAN – Estudo de caso em
patrimônio rural

SICG – Sistema Integrado de Conhecimento


e Gestão. Realização, (2009). Brasília:
Publicação do IPHAN - Departamento de
Patrimônio Material e Fiscalização.

Valderrama, B. B.; Oliveira, M. R. S. e Martins, S.


(2008). Arquitetura rural da terra roxa: o caso
das fazendas Pau d’Alho e Mato Dentro do
município de Campinas no estado de São
Paulo. Anais do II Congresso de Arquitetura e
Construção com terra no Brasil e VII Seminário
Ibero-Americano de Construção com Terra,
São Luís, 2008.

Notas
(1) SICG: Sistema Integrado de Conhecimento e
Gestão do departamento de Patrimônio Material
e Fiscalização.

(2) INCR - Inventário Nacional de Referências


Culturais é uma metodologia de pesquisa
desenvolvida pelo IPHAN que tem como objetivo
produzir conhecimento sobre os domínios da vida
social aos quais são atribuídos sentidos e valores
e que, portanto, constituem marcos e referências
de identidade para determinado grupo social.

(3) IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e


Cultural da Bahia
In: http://www.ipac.ba.gov.br/site/conteudo/
institucional/apresentacao/#content

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