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A região de Nova Lima se caracteriza por possuir relevo acidentado, densa área de ma-
tas, abundância de recursos hídricos e minerais, sendo atualmente área de expansão econômico
e imobiliária para a capital mineira que se encontra em suas adjacências.
NOVA LIMA
1
Arquiteta, Especialista em Urbanismo pela UFMG. Mestranda em Geografia Urbana pelo IGC, UFMG.
2
Dentro deste processo, o ciclo do Ouro beneficiou a todos que se preocuparam em for-
necer a precária infra-estrutura que se precisava para sobreviver no sertão hostil e em regiões
ainda não totalmente desbravadas do Brasil Colônia. As regiões mineradoras agiram como cen-
tros de espirais de influência que ligavam Minas a quaisquer dos centros de escoamento de
Produção do Sudeste Brasileiro.
O efeito econômico da mineração foi explosivo porque, num movimento que enrique-
ceu homens rapidamente, produziu a fama de eldorado para as Minas Gerais, culminando um
surto imigratório para o Brasil, de proporções nunca vistas, fazendo surgir cidades da noite para
o dia.4
Dentro desta ótica, podemos imaginar o que de fato ocorreu em cada ponto de extração
promissor. Surgem, com estas mesmas características e a mesma estruturação, Vilas importan-
tes tais como Vila Rica, Mariana, Caeté, Santa Bárbara, Sabará e Congonhas de Sabará7 se con-
solidaram enquanto pólos urbanos quase que da noite para o dia.
Essa descoberta define também a vocação da cidade para área mineradora com grande
influência regional a partir de sua administração sob capital inglês, e que não se exaure com o
declínio da mineração de céu aberto, prorrogando-se até os dias de hoje com a exploração tam-
bém do minério de ferro, manganês, bauxita, cobre, prata, ácido sulfúrico, dentre outros mine-
rais de alto valor comercial.
Além do ouro aluvião encontrado nos leitos dos ribeirões acima citados, foi encontrado,
a partir de finais do século XVIII, ouro na cabeceira dos morros da parte Norte que compõem o
chamado Vale do Cardoso, conhecido como Morro Velho. Essa área era de propriedade de um
padre, o Padre Freitas foi, a primeira lavra subterrânea em Nova Lima - inicialmente trabalhada
até 1820, de forma assistemática por um grupo de escravos que eram obrigados a se submeter
ao trabalho de perfurar vários túneis na cabeceira do morro, numa atitude que demonstrava
ignorância quanto à natureza do filão aurífero a ser perseguido rocha adentro. Logo após é ven-
dida ao Capitão Lyon, que após melhorias em suas instalações a repassa para a Companhia
inglesa Saint John Del Rey, que se encarrega de melhorá-la tecnologicamente e fazê-la crescer
como investimento de peso que passou a ser até os dias de hoje.
Nesta mesma época podemos traçar o cenário do processo de corrida do ouro nos de-
mais pontos de exploração da região das Minas Gerais. O esgotamento da mineração de aluvião
trouxe decadência a todos estes promissores vilarejos auto-suficientes e ricos construídos ao
longo de todo o século XVIII. No Em início do século XIX, porém, o que se via era apenas
abandono, fome e pobreza a ponto de um viajante alemão Freireyss, em 1815, relatar o seguin-
te:
“Eu fantasiava grandes estabelecimentos; enorme foi a minha surpresa quando me mostraram,
aqui e ali, um par de negros nus, munidos apenas de uma enxada, uma gamela de madeira e al-
guns trapos”8
Após o declínio da mineração à flor da rocha e do leito dos rios, Nova Lima também
entrou em processo de decadência. A mina foi vendida ao Capitão Lyon mas isso, a princípio,
não significou avanços extrativos porque faltava o essencial capaz de acordar Nova Lima para
outra etapa de sua História. Faltava ferramental e maquinários. Dentro disso o que Saint Hilai-
re, viajante francês que passou por Morro Velho em finais da década de 30, presenciou foi
decadência e hostilidade ao desenvolvimento.
“Congonhas deve sua fundação a mineiros atraídos pelo ouro que se encontrava nos arredores
e sua história é a mesma de tantos outros arraiais: o metal precioso esgotou-se. Os trabalhos
tornaram-se mais difíceis e Congonhas não anuncia presentemente senão decadência e abando-
no.”9
4
Primeiramente, a exemplo do que havia pensado o Capitão Lyon,12 a respeito dos inves-
timentos, Saint John Minning Company utilizou grande parte do capital na adequação das insta-
lações da Mina de Morro Velho às condições mínimas de trabalho, passando a mesma por uma
grande restruturação que incluía desde instalação de maquinários para perfuração da rocha co-
mo para moagem do material recolhido no interior da mina.
A Saint John Minning Company, compradora de Morro Velho em 1834, primeiro en-
cerrou suas atividades em São João Del Rey - um dos seus investimentos anteriores de peso em
território mineiro- transferindo-se definitivamente para Campos de Congonhas, região poten-
cial em rentabilidade, onde passa ter papel decisivo, até os dias de hoje sobre os rumos de cres-
cimento da cidade. Começou a ter retorno do investimento a partir de 1839. Entre 1835 e 1886,
a empresa foi considerada o investimento mais lucrativo feito em terras brasileiras no Setor de
Mineração. Distribui, durante este período, investimentos da ordem de 18 % anual médio aos
seus acionistas13. Segundo Libby, mão de obra escrava foi utilizada em larga escala pela Saint
John Minning Company que chegou se utilizar 2500 homens na exploração de suas lavras 14.
Campos de Congonhas, por sua vez, foi elevada a Distrito de Sabará em 1836, sendo denomi-
nada Arraial de Nossa Sra. do Pilar de Congonhas de Sabará.15
5
No entanto, a partir de 1857, a Mina de Morro Velho passará por uma série de pro-
blemas tendo paralisado, por diversas vezes, suas atividades, sendo uma delas o desabamento
da galeria da Mina Grande em 1857, que interromperá suas atividades extrativas por um ano.
Mal se recuperava deste incidente, outro problema vem a surgir, desta vez com um incêndio no
ano de 1867.
Porém não havia como negar que mesmo com os riscos o investimento que se fazia em
Morro velho produzia lucros bastantes expressivos que justificava o prosseguimento de ativida-
des “... que implicavam num entrosamento com a economia local. no caso específico do Brasil, o grande
sucesso da St. John Del Rey evidentemente estimulou vários investimentos no setor aurífero embora a
16
maioria malograsse”
Em 1886, mais outro gravíssimo acidente mergulhou Morro Velho numa má situação,
tendo sido cogitado, na época, seu fechamento definitivo17. A Saint John levou dois anos se
recuperando do prejuízo e se preparando para a reabertura da mina. Tendo isso acontecido ape-
nas porque os investidores britânicos acreditavam ser a mina ainda lucrativa.
Morro Velho voltou após o desastre como sendo uma das minas mais profundas do
mundo, em 1888. Voltou dotada de uma tecnologia avançada em termos de indústria extrativa
existente no país, neste período.18 Interessante notar que segundo Grossi19, durante o fechamen-
to temporário da mina, o município continuou sendo financiado por uma elite comercial que
tratou de fornecer víveres para a população enquanto Morro Velho se recuperava. Este financi-
amento objetiva sustentar a estrutura criada até aquele momento e nos dá prova que a Minera-
ção é de grande influência para o município e para regiões vizinhas até num raio de 300 km.
Segundo Libby, a Mina de Morro Velho possuiu um raio de abrangência muito maior do que se
possa imaginar e talvez fosse interessante em outro artigo, investigar o papel destas influências
na história destes municípios.20
Conveniente observar que muitos vilarejos, no Ciclo do Ouro, foram surgindo da pró-
pria necessidade de prover recursos para funcionamento das minas, “antecipando o fenômeno que
21
só viria ser verificado com frequência após as grandes concentrações industriais(...)” . Assim sendo
surgiram do nada entrepostos comerciais de manutenção da atividade mineradora, de dormida
dos mascates de contato frente ao universo hostil que esta região apresentava.
Morro Velho se serviu desta estrutura também, empregando mascates que a seu mando
traziam tudo que ela necessitava para o seu funcionamento ao mesmo tempo que regulava o
próprio fornecimento de víveres, feito pelos comerciantes próprios, mantendo o que se pode
denominar, nos dias de hoje, de estoque regulador.
6
“... o escravo foi empregado em todas as atividades da Mina, demonstrando não só a versatili-
dade do trabalho escravo, mas também sua importância como base de um esquema de distri-
buição racional da força de trabalho”24
A história de Morro Velho permanece inauterada durante todo o decorrer deste século
com a Mina produzindo de 5.000 a 8.000 kilos de ouro por ano.
“Os benefícios que a Companhia usufruiu com o trem elétrico são incalculáveis, sendo difícil
avaliar o quanto lutamos nos primeiros dias com os transportes(...) neste acidentado e monta-
nhoso país. Depois que as máquinas chegaram à Raposos não se ouve falar em atrasos, sendo o
material prontamente entregue à Mina (...) Ele valorizou nossa desperdiçada e devastada flores-
ta oferecendo meios para o transporte de madeiras em toda uma grande área, em outras pala-
vras, tornou o solo onde passa apto para o cultivo de eucaliptus e recentemente auxiliou na
plantação transportando 4.400 operários ocupados neste trabalho”27
Esta iniciativa de manter o ramal ferroviário funcionando se estende até a década de 60,
quando é desativado pela empresa28.
Dentro do cenário do estado, Minas - que até então possuía um crescimento industrial
inexpressivo - começa-se a produzir resultados nesta área que são fruto de uma retomada da
expansão da usina siderúrgica, abandonada desde os finais do século passado e que significava,
até então, apenas uma indústria artesanal.30 Nova Lima desponta no cenário mineiro figurando,
às custas da mineração, como um dos dez municípios mais desenvolvimento de Minas Gerais,
conforme expresso nas tabelas que se seguem.
TABELA 10
MUNICÍPIOS MAIS INDUSTRIALIZADOS DE MINAS GERAIS - 1946
MUNICÍPIOS VALOR DA PRODUÇÃO IN- PESSOAL OCUPADO NA IN-
DUSTRIAL DÚSTRIA
(Em % sobre
Cr$ 1.000.000) Minas
Belo Horizonte 734 14% 16.134
Rio Piracicaba 516 10% 12.451
Juiz de Fora 434 8% 3.200
Sabará 140 2% 2.355
Nova Lima 125 2% 7.500
Barbacena 106 2% 2.400
Itabirito 77 1% 2.030
S. João del Rei 75 1% 2.880
Paraopeba 75 1% 910
Curvelo 72 1% 2.412
Fonte: Plano de Eletrificação de Minas Gerais, p. 188. In: SINGER, Paul. Desenvolvimento Econômico e
Evolução Urbana. p. 254
TABELA 11
MUNICÍPIOS MAIS INDUSTRIALIZADOS DE MINAS GERAIS - 1920
MUNICÍPIOS VALOR DA PRODUÇÃO PESSOAL OCUPADO
(1.000 contos)
Juiz de Fora 33 4.953
Conselheiro Lafaiete 19 1.650
Belo Horizonte 18 2.223
Nova Lima 16 3.395
Santos Dumont 13 520
Ouro Preto 8 884
Oliveira 7 320
São João Nepomuceno 5 872
Itajubá 5 599
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Duas décadas depois a St. Saint John Mining inicia um remodelamento da mina que
auxiliará na manutenção da sua produção anual responsável por 83 % da produção nacional.31
Morro Velho investe massivamente na tecnologia em busca de melhor ou manter sua perfor-
mance produtiva. É o que diz Rache, citado por Grossi:
“... mesmo sem os avanços tecnológicos, em 1955, a produção de ouro da Morro Velho foi de
3225 kg, fato significativo quando comparado com a produção de 1972, que correspondeu a
5.400 kg. Os engenhos de tratamento da empresa, em 1955, receberam 305.400 toneladas de
minério, acrescentando-se que a produção total do estado em 1954 foi de 1.170 toneladas, exce-
tuando-se Nova Lima.”32
TABELA 12
PRODUÇÃO DE OURO EM MINAS GERAIS
1700 -1950
DISCRIMINAÇÃO (séculos) QUILOGRAMAS MÉDIA ANUAL
XVIII 720.000,000 7.200,000
XIX 204.451,000 2.044,514
XX 244.855,752 2.296,114
Fonte: COSTA, Roberto A. A Cortina de Ouro (Morro Velho). Belo Horizonte, Gráf. Santa Maria, 1955.
p. 29. In: GROSSI, Yone. Morro Velho - Extração do Homem, 1981. p. 45.
“Uma vereda que segue um corte profundo, com o pétreos remanescentes de uma antiquada
calçada, algumas cabanas, a capelinha do Bomfim e uma casa grande, de um fornecedor de
carvão constituem a entrada da cidade. Atravessamos a ponte sobre o ribeirão e dali prosse-
guimos sobre o calçamento de escorregadias pedras(...)”34
A descrição acima feita se refere ao relato do geógrafo Richard Burton 35 quando de sua
passagem pela Mina de Morro Velho em 1867, investigando o sistema de exploração do ouro
dentro do que era considerado um dos mais promissores investimentos ingleses nas terras brasi-
leiras. Se formos situarmos correlatamente esta investida de Burton, pelos sertões de Minas -
que ele considera como sendo “uma região tão grande, um solo tão fértil e um clima tão salubre
quanto o da Inglaterra”36 - e, especificamente, por Nova Lima há um século atrás, veremos
que ela coincide com o que podemos considerar como sendo um dos períodos históricos mais
importantes de Morro Velho.
“... Deixei a mina em próspera situação, porém, em 21 de novembro de 1867, irrompeu um in-
cêndio e, a despeito de todos os esforços, os danos foram consideráveis”37
Burton caracteriza a área compreendida como sendo da mineração, aos pés do morro e
nos dá uma idéia do que era o processo produtivo de Morro Velho.
“Situado em um espaço pequeno, o núcleo da mineração fica na encosta ocidental do vale; ali
estão enormes rodas hidráulicas, os compridos e escuros barracões, com o chão coberto de mi-
nério cinzento, casas de máquinas e pequenas construções em forma de quiosque, caiadas de
branco, onde ficam os homens encarregados das manobras”38
Na atualidade o visitante que se encontra nas imediações da Matriz do Pilar pode estra-
nhar que todo o conjunto arquitetônico esteja “dando as costas” para o visitante. Na verdade,
segundo Suzy Mello, o conjunto arquitetônico colonial se voltava para o leito dos rios visto que
o rio era fonte de riqueza e consolidação do núcleo histórico e o monumento religioso configu-
rava-se como sendo o marco para o nascimento de um determinado núcleo de povoação e a
partir dele poderíamos avaliar o grau de complexidade e desenvolvimento que permeava a
história de cada uma dessas vilas coloniais.
“... a princípio, nas povoações primeiras, unem-se os indivíduos em torno de uma única capela,
de construção precária, núcleo de povoação nascente e ponto de referência do lugar. Na capela
se reúne o povo em suas festas e aperturas...”39
Em Nova Lima, como pode observar Burton, a ocupação se deu das proximidades dos
vales para as encostas, havendo também incidência de ocupação em platôs localizados no cume
de morros conforme o que aconteceu com os morros Boa Vista e Timbuctu.
“Esse íntimo relacionamento com o caminhos, além de acentuar a conformação longilínea das
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povoações dava-lhes outra característica: “suas ruas eram sempre antigas estradas””
“A praça principal tem algumas casas de dois pavimentos41 e enfeitadas, e os dignatários da lo-
calidade trataram de assegurar a presença de uma necessidade na vida municipal brasileira, o
teatro, decrépito, embora tenha apenas quinze anos. A matriz (...), tem uma fachada com três
janelas e um frontão coroado por uma cruz, as torres apresentam telhados suíços, virados nos
cantos (...)”42
11
Este trecho também reforça a idéia da consolidação do núcleo urbano uma vez que o
próprio já possuía uma matriz, sobrados e um comércio que segundo Burton “...floresce em vinte
43
estabelecimentos, inclusive um laboratório e algumas farmácias” .
No segundo trecho do relato de Burton, ele nos diz a respeito da expansão da cidade até
o Retiro, bairro que se consolidou às margens de um acesso futuro a Belo Horizonte e que ser-
viu de local para assentamento de casas que na opinião de Burton, pelo próprio formato, tendi-
am a se inspirar no que era feito em termos de arquitetura no Brasil Colonial. Neste segundo
trecho percebemos que a cidade começa a se distanciar deste elo organizador da forma urbana
original para ir se assentando em terrenos mais próximos da presença dos limites físicos de
Morro Velho, principal causador do desenvolvimento econômico da vila existente:
“... subimos o Morro do Depósito e chegamos à aldeia do retiro, construída em uma encosta.
Ali se erguem, em filas sucessivas, casas de aspecto brasileiro44, tendo na frente canteiro de flo-
res e verduras. São casas dos mineiros ingleses e suas famílias. O aluguel varia de 0$500 a
1$500 por mês. Outras casas ficam em Mingu, atrás do Hospital; três famílias (agosto de 1867)
moram perto do portão da Praia45 e algumas perto de Congonhas.”46
Podemos abrir um parênteses e reforçarmos a idéia de que a Saint John foi pioneira em
manter habitações disponíveis de forma a agregar ao trabalho da mina uma mão de obra fiel e
constante aos trabalhos.
Ainda há uma passagem serve também para comprovar, dentro do cenário do século
XIX, a interferência da Empresa, no que diz respeito às habitações operárias do tipo “bonse-
rás” que esta constrói no hoje conhecido como Bairro da Rocinha:
“A Companhia construiu, além de Retiro48, casas para os mineiros brasileiros e alemães, mas as
acomodações residenciais são geralmente, más, e podem ser melhoradas sem grandes despesas
e com muita vantagem”49
As habitações construídas no Bairro Boa Vista e Timbuctu 50, anteriormente, para abri-
gar escravos possuem estas mesmas características bem como habitações existentes até este
século no Bairro do Rosário.
Mais tarde as regiões compreendidas como Vila Operária e Cristais se ocupam com
estas casas, seguidas pelos terrenos de Cruzeiro e Montividiu 51. Serão utilizados pela Minera-
ção como locais para construção demais casas para funcionários, ou cessão de terreno para que
12
eles mesmos as façam, numa fase posterior a esta, estabelecendo-se em implantações num sis-
tema viário ortogonal que desrespeita as declividades superiores a quarenta e cinco por cento
ali existentes. As casas da chamada Vila Operária também seguem o mesmo esquema constru-
tivo usado pelos ingleses de Morro Velho em suas instalações industriais. Já as residências
localizadas no Sopé do Morro das Quintas serão ocupadas por funcionários ingleses que pos-
suem cargos de chefia ou controlavam a produção da Mina de Morro Velho. As casas constru-
ídas no Retiro, menores, com varanda e jardim na frente, representam as primeiras que foram
construídas para abrigar estes funcionários, em fins de século passado. Possuem as mesmas
características das casas construídas nas Quintas posteriormente.
A partir de 1847, face às necessidades de fixar mais e mais mão de obra à produção - já
que não se pode contar mais com os cativos -, a Companhia Inglesa repete a iniciativa de cons-
truir mais algumas casas visto que “(...) o número de trabalhadores livres é impedido unicamente
pela impossibilidade dos recém chegados de acharem qualquer lugar para ficar dentro de uma distância
13
55
razoável da mina” . A maioria da população captada pela mineração para trabalhar em Morro
Velho era do Campo. Aliando a falta de moradia, com as péssimas condições de trabalho que a
mina oferecia, este contingente de mão de obra estava fadado a debandar de volta para o cam-
po, onde pelo menos a pequena colheita era certa, caso não houvessem sido empregados meca-
nismos eficientes de controle para manutenção e controle da mão-de-obra empregada.
Consta nos registros da Companhia que o período de colheita no campo coincidia com
o maior índice de absenteísmo no ambiente de trabalho, ou seja, de abandono das atividades
pelos trabalhadores livres. Grande parte destes trabalhadores eram filhos de pequenos proprie-
tários de terras, geralmente sem escravos ou sem empregados, que necessitavam da família para
colher seu produto, nas épocas de lavoura.56 Anular essa aparente ligação entre campo e cidade
cria garantias do sucesso produtivo do empreendimento de Morro Velho.
A imigração ou o incentivo à imigração foi uma das alternativas utilizadas pela indús-
tria com objetivo de suprir deficiências relacionadas com a pouca especificidade do trabalhador
brasileiro. Os imigrantes eram geralmente trabalhadores com experiência no maquinário e nos
acontecimentos industriais da Europa. Foi assim com Belo Horizonte, onde a eles foi dada a
incumbência de construção dos principais monumentos da Nova Capital, bem como preencher
as lacunas encontradas no trabalhador brasileiro inclusive na Agricultura comercial.
A iniciativa de se construir para os empregados livres era gerada também pela necessi-
dade de locar, também, esta mão de obra estrangeira. As Quintas são a iniciativa da empresa
para alojar seus empregados de alto escalão, ou de funções especiais.. Surge em Nova Lima,
verdadeira colônia de empregados ingleses que trazem para a cidade toda influência de sua
cultura alterando os costumes cotidianos do lucar. Trazem também uma consciência crescente
em torno das diferenças entre classes sociais, formadas pelos mineiros versus imigrantes que,
como Grossi analisa em seu trabalho, contribui para o fortalecimento, anos mais tarde, de um
14
processo de sindicalização que sai em defesa da classe operária, constituída pelos mineiros de
Morro Velho, culminando na fundação de uma Central do Partido Comunista na cidade que
incentiva o nascimento de um sindicato forte nas primeiras décadas do século XX.59
“As habitações escravas de Morro velho eram divididos em dois agrupamentos ou Vilas, ambas
localizadas perto das instalações da Mina. Os casais - e o casamento era encorajado - ganha-
vam pequenas casas dotadas de um quintal de tamanho suficiente para comportar criação de
porcos e galinhas, além de uma pequena horta”61
Se formos fazer uma analogia com esta frase mais tarde, mais tarde concluiremos que
os bonserás e as chamadas “Casas de Companhia” nada mais são do que reproduções, em maior
ou menor grau de senzalas. Nos aproximamos aí do modelo muito bem descrito por Grossi, ao
analisar a relação da Saint John com sua força de trabalho62, cujo a argumentação gira em torno
da expropriação excessiva da força de trabalho, comum no capitalismo do início do século.
A empresa começa a planejar sobre um território que já lhe pertence há mais de meio
século, realizando um planejamento voltado para a fixação de sua mão de obra próxima a fon-
te de consumo desta mão de obra; a mina. Em lotes de 200,00 m², ou 360,00 m², em malha ur-
bana planejada, de preferência próxima ao centro de produção compreendido pela Mina de
Morro Velho, a empresa constrói as casinhas e garante aí, pelo menos, a negociação da vinda
do homem do campo definitivamente para a cidade, uma vez que no final do século, a escravi-
dão já não mais é tolerada. A construção destas residência possui um efeito multiplicador e na
década de 60, compõem grande parte do cenário urbano da cidade.
tido de forçar o trabalhador a “vestir a camisa da empresa” e com isso receber o direito de ha-
bitar seguramente, uma das residências que, para ele mineiro foi planejada. À medida que atrela
o homem ao seu local de residência, cria um elo estruturador que vai garantir que a mão de obra
para o trabalho na mina não faltará.
No caso das residências de Quintas, não funciona assim a dinâmica. Ela garante a mo-
radia do imigrante e a empresa se vê na obrigação de alojar seu patrício graduado. Afinal, sua
prática perante a Mineração corrobora para o pleno êxito das atividades implementadas, uma
vez que é sua função cuidar de que elas não percam os rumos da lucratividade.
Podemos continuar construindo esta análise sobre a influência da Saint John Minning
Company Minning Company no município de Nova Lima através da infraestrutura implantada
para funcionamento da mina de Morro Velho. Vimos no Histórico que uma estrada de ferro foi
construída afim de facilitar o transporte de suprimentos até a mineração. Vimos também que a
lucratividade e influência de Morro Velho contribuiu com as obras da Nova Capital e também
influenciou a vida de cidades próximas à Nova Lima.
A Saint John Mining Company foi durante muito tempo e ainda é, auto-suficiente em
energia e água tratada. No que diz respeito a energia necessária para tocar as Minas e conse-
quentemente mecanizá-la constrói e inaugura em 1904, a Barragem de Rio de Peixe, distrito
de Nova Lima, que além de gerar energia para as atividades da mina, serve o município de No-
16
va Lima, Raposos (onde possui mina) e Belo Horizonte. No que diz respeito ao abastecimento
de água, em 1977, foi iniciado o abastecimento pela COPASA. Anteriormente, a Saint John
Mining Company, abastecia Nova Lima inteiramente e até hoje trata a água dos bairros Quin-
tas, Santo Antônio e Campo Alto em sua antiga estação de tratamento - a SANUSA, utilizando
“nascentes oriundas da Serra do Curral (Córrego da Macena) 64. Os processos utilizados repro-
duziam a mais alta tecnologia inglesa transposta para o Brasil. Atualmente ainda mantém uma
estação de tratamento para o beneficiamento a ser feito da Usina de Ácido do Distrito Industrial
Queiroz. O cenário do controle do espaço e gestão estão aí, sobre inteiro controle da empresa,
bastando que para isso ela opte, no momento mais oportuno para ela, sobre o que fazer, quais
rumos tomar.
sariamente do individual. Nova Lima exemplifica esta opção que, num primeiro momento pro-
cura seus modelos na arquitetura da Vila Colonial e num, segundo momento, porém sem aban-
doná-los, satisfaz os anseios da produção em série disposta a fornecer sustentáculo a produção
criando abrigo para a classe trabalhadora, sistematizando e uniformizando as incidências da
habitação operária em todo o sítio urbano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os modelos arquitetônicos atuais pouco evoluem e a casa que se constrói hoje pouco
difere em implantação e partido às construídas pela comunidade inglesa para seus empregados
da Mina de Morro Velho. Isso realça o nível de importância que a mineração e toda a estrutura
criada em torno dela, possui dentro da construção do tecido urbano da cidade.
Os vestígios da influência inglesa em Nova Lima estão por toda parte. Essa influência
está presente nas obras de engenharia que perduram até o dia de hoje, nas casas operárias, no
folclore, na adoção de costumes gastronômicos, tais como a “queca” (simplificação verbal da
palavra inglesa cake), enfim em várias posturas encontradas no modo de vida das pessoas da
cidade.
A exemplo do ocorrido na Light no Rio e em São Paulo, o contato mesmo que hierar-
quizado com essa cultura inglesa, deixou fortes vestígios nas histórias pessoais dos habitantes
da cidade. As dimensões desta influência podem ser encontradas a nível laico, atingindo até
mesmo os níveis administrativos, sociais e políticos desta comunidade.
Espera-se que com esse trabalho contribuir para uma breve compreensão do que signi-
ficou a presença do imigrante, mais precisamente da imigração inglesa, no processo de consoli-
dação histórica e desenvolvimento econômico do município de Nova Lima, nas suas mais vari-
adas interfaces, seja elas cultural, política, econômica ou histórica.
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2
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3
- VASCONCELOS, Diogo. História Antiga das Minas Gerais, p. 188.
4
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5
JAMES, Preston. Belo Horizonte e Ouro Preto, estudo comparativo de duas cidades brasileiras. In: Bo-
letim Geográfico, ano 4, n. 48, março de 1947, pp. 1599; SINGER, Paul. Desenvolvimento econômico e
Evolução Urbana (Análise da evolução econômica de São Paulo, Blumenau, Porto Alegre, Belo Horizon-
te e Recife”. p. 200.
6
- VASCONCELLOS, Sylvio. Arquitetura Particular em Vila Rica. p.16.
7
- Atual Nova Lima. N.A.
8
MARTINS, Roberto Borges e outros. A História da Mineração no Brasil. p.46
9
- SAINT HILLAIRE, Auguste de. Viagem pelo distrito dos diamantes e litoral do Brasil com um resumo históri-
co das revoluções do Brasil depois da chegada de D. João VI à América à abdicação de D. Pedro. São Paulo, Nacio-
nal, 1941 (Biblioteca Pedagógica Brasileira), 5, Brasiliana, v. 210. In: GROSSI, Yone. Morro velho: Extração do
homem. p. 36
10
MARTINS, Roberto Borges e outros. A História da Mineração no Brasil. p. 48.
11
- O UNIVERSAL. Ouro Preto, 05 de novembro de 1834, p. 3, c.1-2. In: LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo
na Mina de Morro Velho
12
GROSSI, Yone. “... revendeu- à Saint John Minning Company por 56434 libras incluindo na transação, máquinas,
ferramentas, armazéns, minério bruto, gado e escravos”. p. 37
13
- MARTINS, Roberto Borges e outros. A História da Mineração no Brasil. p. 50.
14
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho Escravo na Mina de Morro Velho, 1979. Este trabalho nos dá um excelente
panorama do processo de extração da -Mina de Morro Velho e a utilização do trabalho escravo. N.A.
15
- Lei provincial de 08.04.1836. In: GROSSI, Yone. Morro Velho: Extração do Homem. p. 34.
16
Ibid. p. 26
17
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 65-66.
18
- GROSSI, Yone. Morro Velho: Extração do Homem. p. 39.
19
- Ibid.
20
- Ibid.
21
- MELLO, Suzy. Barroco Mineiro. p. 71.
22
- LIBBY, Douglas Cole. O Trabalho Escravo na Mina de Morro Velho. p. 14.
23
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 122.
24
- Ibid. p. 122.
25
- GROSSI, Yone. Morro velho: Extração do homem. p. 41.
26
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 50.
27
- George Chalmer’s letter. Fonte: Centro de Memória da Mineração Morro Velho, em Nova Lima. Citação biblio-
gráfica não mencionada. O grifo no transportes é meu. N.A.
28
O bondinho é lembrado por todos os moradores da cidade porque também era meio de transporte até Raposos e era
usado como lazer nos fins de semana por estes. No centro de memória está exposta a máquina dessa locomotiva de
bitola estreita. N.A.
29
- Lei estadual de 07.09.1923. In: GROSSI, Yone. Morro Velho: Extração do Homem. p. 34.
30
- SINGER, Paul, Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana. p. 208, 238-239. Quando o mesmo monta o
cenário da nossa siderurgia a partir da abertura dos portos e declínio da mineração em Minas. De acordo com o autor,
a siderurgia foi prejudicada de desenvolver junto com a mineração devido a interessas ingleses, assumidos por leis
Nacionais que protegiam as importações prejudicando o produto nacional. Durante a dominação portuguesa sobre o
Brasil, a história não foi outra. Qualquer tentativa brasileira de manufaturar era prontamente impedida. N.A. Ver o
caso da Portaria de 1785. “o mercado do ferro provinha sobretudo da mineração do ouro, o qual tinha estimulado o
aparecimento das indústrias siderúrgicas...”.
31
Os pilões californianos foram substituídos por Moinhos de Bolas e a perfuração utilizaria a partir daí ar comprimi-
do. Além disso, o minério seria triturado antes de sair da mina. Este remodelamento consegue retirar os burros de
dentro da mina, que até então só saíam do interior desta, dia de ano Novo e São João completamente desvairados
sendo quase impossível fazer com que voltassem. N.A. Para ver mais sobre isso: GROSSI, Yone. Morro Velho:
Extração do Homem. p. 42; LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. Capítulo 3 e 4.
32
RACHE, Atos de Lemos. Contribuição ao Estudo da Economia Mineira, 1957. p.144-5. In: GROSSI, Yone. Morro
Velho: Extração do Homem. p. 47
33
- Que possui ações nesses bancos brasileiros que possuem o controle acionário. N.A.
20
34
- BURTON, Richard Francis. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. p.172. Publicado originalmente em 1868.
35
- Ibid, p. 196. Temos ainda do mesmo autor a seguinte introdução: “Espero que as minhas notas, tomadas na Rai-
nha das Minas Gerais não parecerão sem interesse. Elas mostram o que é a vida dos ingleses no coração do Brasil, e
fornecerão alguns pormenores sobre um lugar digno de estudo”.
36
BURTON, Richard Francis. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho
37
Ibid., p. 203.
38
- Ibid. p. 193
39
VASCONCELLOS, Sylvio de. A Arquitetura Colonial Mineira. In: Seminário de estudos mineiros, Belo Horizon-
te, Universidade Federal de Minas Gerais, 1957, p. 68. In: MELLO, Suzy de. Barroco Mineiro, p. 131.
40
- LATIF, Miran de Barros. As Minas Gerais. p. 109. In: MELLO, Suzy. Barroco Mineiro, p. 83.
41
- Esta parte da narrativa nos remete a pensar que a cidade acompanha cronologicamente a evolução das vilas de
ouro de minas que segundo descrição de Sylvio de Vasconcelos e outros autores que se ocuparam do fato, foi o so-
brado a segunda fase de evolução das tipologias habitacionais encontradas nas Minas indicando até que o povoamen-
to conheceu um período de extração maior do que alguns povoados como Tiradentes que possuem pouquíssimos
exemplares de sobrados e muitas casas térreas. N.A.
42
-BURTON, Richard Francis. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. Publicado originalmente em 1868 p. 172
43
Ibid. p. 173
44
- Seriam as primeiras casas construídas pela Companhia para abrigar tanto mineiros quanto inglês. As primeiras
casas de Quintas que foram construídas e que ainda existem estão nas proximidades do Bicame e Rua Elogio Pimen-
tel e Dick Morgan. Estas outras casas se situam principalmente no Bairro do retiro em sua Rua principal. Em Rio de
Peixe, distrito de Nova Lima, são encontradas também. N.A. Os grifos são meus.
45
- Praia seria hoje a região compreendida na cidade como o Matadouro e finalzinho do Centro próximo às ruas
Antônio Jardim, onde até alguns meses atrás ainda podia ser vista uma represa. Na atualidade, esta região está sendo
transformada em uma Avenida Sanitária. N. A.
46
BURTON, Richard Francis. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. Publicado originalmente em 1868. p. 175.
Congonhas poderiam então ser considerada como o núcleo histórico primitivo que circundava a área da primeira
descoberta de ouro. N.A. Os grifos são meus.
47
BURTON, Richard Francis. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. Publicado originalmente em 1868. p. 196
48
- Referencia ao bairro Retiro localizado próximo ao mencionado Morro do depósito. N.A.
49
- Há incidência de casas com planta quadrada e em cruz, com janelas quadradas cujo detalhe interessante seria o da
existência de um orifício localizado em ponto superior do pé direito que serve para ventilação. N.A. Ver Capítulo
sobre Tipologias. No livro de LIBBY, há uma observação sobre o fato de que, em 1851, “... chegaram a Morro
Velho, vinte ilhéus portugueses, presumivelmente da Ilha da Madeira.”. p. 123-124. O texto informa que não se
sabe quanto tempo ficaram em Nova Lima, visto que nenhuma alusão a estes é feita depois. O fato é que de alguma
forma estes portugueses podem ter contribuído para influenciar a adoção de determinadas peculiaridades no modo de
construir da Companhia. N.A.
50
- Bairro localizado acima da Mina Grande e Velha, no chamado Morro do Morro Velho. O cruzeiro de madeira,
símbolo forte para os mineiros da mina e que é referencial histórico para a cidade, está assentado neste Morro. Foi
colocado lá em meados de 1840, pelo Superintendente da Mina, Mr. Keogh. O mesmo que acompanha Burton na sua
visita e o mesmo que falou, pela primeira vez, na construção de casas populares. N.A.
51
- Local por onde Burton parece ter chegado. N.A.
52
- FURTADO, Celso. História da Formação econômica do Brasil., 1967.
53
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho, 1979; GROSSI, Yone. O trabalho escravo
na Mina de Morro Velho, 1981.
54
- GROSSI, Yone. Morro Velho: Extração do Homem, 1981.
55
LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 85.
56
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 109.
57
- Ibid. p. 123-124.
58
- LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 123-124.
59
- GROSSI, Yone. Morro velho: Extração do homem.
60
- Ver Capítulo Tipologias encontradas no Sítio Urbano. N.A.
61
LIBBY, Douglas Cole. O trabalho escravo na Mina de Morro Velho. p. 140
62
- Este assunto voltará ser analisado mais tarde nas “Tipologias encontradas no Sítio Urbano”. N.A.
63
-LEMOS, Carlos A. C. História da Casa Brasileira. p. 58.
64
- PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA LIMA. Plano Diretor de Nova Lima. Nova Lima, 1993, p. 66-7.
65
- MONTE-MOR, Roberto L. de M. e COSTA, Heloísa S. M. Cidades Industriais planejadas e a exclusão da força
de trabalho. VI Encontro da Nacional da ANPUR. 1994. (mimeo)
66
CORBUSIER, Le. Por Uma Arquitetura. São Paulo, Ed. Perspectiva, 1972. Ver também : GROPIUS, Walter Bau-
haus, Nova arquitetura. São Paulo. Perspectiva, . 1972.