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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

Sidney Martins

Língua Portuguesa
Elas vão puxar os salários para baixo
Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens
jovens precisam se preocupar.
Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens
no mercado de trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens.
Ainda. Os salários femininos estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções
equivalentes. Mas não é um fenômeno brasileiro. Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade
salarial chega aos 25%. A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a
evolução da situação. Em 1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de trabalho.
Hoje, esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo. Nas faculdades,
há mais mulheres matriculadas que homens.
E um professor de uma universidade paulistana me forneceu um dado
revelador: em média, os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%.
Algo me diz que, aos poucos, as mulheres ocuparão cargos mais altos e
os salários vão se igualar, embora não do jeito que gostaríamos. Como elas serão
maioria no mercado de trabalho e continuarão aceitando salários menores,
puxarão para baixo os salários masculinos de admissão. Isso será bom para as
empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será relativamente bom para
as mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do que a situação presente
parece mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam estar
mais preocupados.
• 1. A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro,
seus salários equiparados aos dos homens é “mercado”.
• 2. “A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos,
mas a evolução da situação.” No texto, a frase acima se torna incoerente
porque a análise da “evolução da situação” também implica analisar
dados estatísticos.
• Profissões curiosas
• Sabia que já existiam depiladores na Roma do século II? Essa e outras ocupações
inusitadas da antiguidade estão no livro “Meu Chefe é um Senhor de Escravos”,
de Vicki León (Ed. Globo), lançado no Brasil este mês.
• 1>>> Caçadores de fantasmas
• Essa era a função dos psicopompos na Grécia, também chamados de condutores de almas.
Espantavam fantasmas que atacavam seus clientes e os orientavam ao repouso eterno.
Durante a luta de dois gladiadores, o psicopompo representava a figura do deus Hermes.
Vestido de preto, ele carregava um caduceu de bronze, o bastão com duas serpentes que
simbolizava o deus. Sua função era demonstrar que as almas que conduzia estavam
realmente mortas. Quando um lutador caía, o condutor de almas queimava o infeliz com seu
caduceu em brasas para se certificar de que havia passado desta para uma melhor.
• 2>>> Calçadora de sapatos
• A sandaligerula tinha uma função cobiçada entre os escravos pelo esforço diminuto. Na
Grécia e na Roma antiga, as senhoras de respeito carregavam suas sandaligerulas a
festas e jantares. A escrava tirava os sapatos que a ama usara na rua e os substituía por
sapatilhas de festa. Tirar os próprios sapatos era uma tarefa tão humilhante que até o
convidado mais pobre levava com ele uma sandaligerula. (Disponível em:
revistagalileu.globo.com)
3. “Quando um lutador caía, o condutor de almas queimava o infeliz com seu caduceu em
brasas para se certificar de que havia passado desta para uma melhor.”
No fragmento acima, a preposição “com” exprime valor semântico de companhia.
O jeitinho brasileiro e o homem cordial
O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de pouca
influência social. Em nada se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui não
há o ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si,
às escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definido
como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação "apertada".
Sérgio Buarque de Holanda, em O Homem Cordial, fala sobre o brasileiro e uma
característica presente no seu modo de ser: a cordialidade. Porém, cordial, ao contrário
do que muitas pessoas pensam, vem da palavra latina cor, cordis, que significa coração.
Portanto, o homem cordial não é uma pessoa gentil, mas aquele que age movido pela
emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado e o público, detesta formalidades,
põe de lado a ética e a civilidade.
Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído a um suposto
caráter emocional do brasileiro, descrito como “o homem cordial” pelo antropólogo.
No livro Raízes do Brasil, esse autor afirma que o indivíduo brasileiro teria desenvolvido
uma histórica propensão à informalidade. Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras
terem sido concebidas de forma coercitiva e unilateral, não havendo diálogo entre
governantes e governados, mas apenas a imposição de uma lei e de uma ordem
consideradas artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das elites políticas
e econômicas de então. Daí a grande tendência fratricida observada na época do
Brasil Império, que é bem ilustrada pelos episódios conhecidos como Guerra dos Farrapos
e Confederação do Equador.
Na vida cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis em favor das amizades.
Desmoralizadas, incapazes de se impor, as leis não tinham tanto valor quanto,
por exemplo, a palavra de um “bom” amigo. Além disso, o fato de afastar as leis e seus
castigos típicos era uma prova de boa-vontade e um gesto de confiança, o que favorecia
boas relações de comércio e tráfico de influência. De acordo com testemunhos de
comerciantes holandeses, era impossível fazer negócio com um brasileiro antes de fazer
amizade com ele. Um adágio da época dizia que “aos inimigos, as leis; aos amigos, tudo”.
A informalidade era – e ainda é – uma forma de se preservar o indivíduo.
Sérgio Buarque avisa, no entanto, que esta "cordialidade" não deve ser entendida
como caráter pacífico. O brasileiro é capaz de guerrear e até mesmo destruir; no entanto,
suas razões animosas serão sempre cordiais, ou seja, emocionais.
4. De acordo com o texto, é incorreto afirmar que:
a) o jeitinho brasileiro é um comportamento típico de indivíduos de pouca
influência social e avessos a formalidades.
b) a instituição do jeitinho tem origem, segundo os antropólogos, no comprovado
caráter emocional do brasileiro.
c) a imposição de leis e de ordens tidas como artificiais pode explicar a propensão
do brasileiro para driblar normas.
d) na sociedade colonial, era comum observar que o brasileiro tendia a valorizar a amizade
em detrimento da própria lei.
e) o indivíduo que utiliza a ferramenta do jeitinho age por emoção, ignorando os limites
entre as esferas pública e privada.
5. Com relação à estruturação do texto e dos parágrafos,
analise as afirmativas a seguir:
I. O segundo parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem etimológica de jeitinho.
II. O quarto parágrafo apresenta um fato que busca explicar a disposição para a informalidade nas relações com
III. O quinto parágrafo esclarece as diferenças entre as noções de cordialidade e passividade,
que não são sinônimas.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I está correta.
b) se somente a afirmativa II está correta.
c) se somente a afirmativa III está correta.
d) se somente as afirmativas II e III estão corretas.
e) se todas as afirmativas estão corretas.
6. Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido
concebidas de forma coercitiva e unilateral.
Tem significação oposta à do termo sublinhado o vocábulo:
a) licenciosa.
b) tirana.
c) normativa.
d) proibitiva.
e) repressora.
Borboletas
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa,
o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como
não estamos aqui, para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém,
temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos
e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas
por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a
outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe
também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não
quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar
de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que
elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você!
7. Segundo o Texto, a relação afetiva deve caracterizar-se, fundamentalmente, pela(o)
(A) busca
(B) carência
(C) compartilhamento
(D) indiferença
(E) insistência
8. Segundo as ideias do Texto, projetar no outro nossas ansiedades torna-nos:
(A) condescendentes para com os outros
(B) vulneráveis a possíveis insucessos
(C) seguros quanto à consecução do objetivo
(D) indiferentes a quaisquer consequências
(E) mais resistentes aos obstáculos
9. pela(o): Segundo as ideias do Texto, a felicidade de duas pessoas marca-se
(A) dedicação incondicional de uma delas à outra
(B) desnecessidade existente em ambas
(C) capacidade de uma controlar a relação
(D) submissão de uma à outra
(E) empenho mútuo de uma subjugar a outra
Nobel de Medicina diz que efeito da vacina contra gripe A será curto
O prêmio Nobel de Medicina de 2008, o alemão Harald zur Hausen, disse nesta terça-feira que o efeito
protetor da vacina contra a gripe A -- que está sendo aplicada
atualmente em muitos países -- será "pontual" e afirmou que é necessária outra imunização em um curto espaço de tempo.
Em entrevista coletiva em Havana, Hausen, no entanto, indicou o uso da vacina por considerá-la "conveniente
e efetiva".
Comentou que é provável que a vacina proteja por um tempo "curto" e que após um ano, aproximadamente,
seria necessária "outra vacinação".
A recomendação do especialista é imunizar especialmente crianças e mulheres grávidas, por serem os mais
ameaçados pelo vírus H1N1.
O ganhador do Nobel de Medicina de 2008 -- por seu descobrimento do vírus do papiloma humano –
assiste em Havana a um congresso Biotecnologia.
10. Considere as afirmações:
I. O médico alemão afirma que a vacina contra a gripe A não é eficiente, portanto não
vê sentido em aplicá-la.
II. De acordo com o médico alemão, o efeito da vacina aplicada atualmente dura
aproximadamente um ano.
De acordo com o texto, está correto o que se afirma em
a) somente I
b) I e II
c) somente II
d) nenhuma

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