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Fox Resgate Consultoria e Treinamentos

2021

Atendimento Pré-hospitalar

Enf. Antônio de Freitas Barbosa Neto

Instagram: Fox_resgate
(83) 9.8134-3268
III módulo – Av. Primária e Secundária
Fox Resgate Consultoria e Treinamentos

Sumário
EXAME PRIMÁRIO ............................................................................................................................................................. 3
DIMENSIONAMENTO DA CENA ......................................................................................................................................... 3
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ...................................................................................................................................................... 4
........................................................................................................................................................................................ 5
........................................................................................................................................................................................ 6
........................................................................................................................................................................................ 9
...................................................................................................................................................................................... 10
...................................................................................................................................................................................... 11
RETIRADA DE CAPACETE ................................................................................................................................................. 14
EXAME SECUNDÁRIO ...................................................................................................................................................... 16
Sinais Vitais ......................................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................... 19

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EXAME PRIMÁRIO

Após a ocorrência de uma lesão traumática, o tempo é considerado ponto crítico para a instituição
do tratamento que modificará o prognóstico, uma vez que até 40% dos óbitos ocorrem na fase pré-
hospitalar do cuidado; atuando nesse curto espaço de tempo, encontra-se o serviço de atenção pré-
hospitalar, que visa retirar a vítima de lesão traumática de forma rápida e segura do local do evento e
levá-la ao local onde receberá o tratamento mais adequado.
No atendimento a vítimas de trauma, é de vital importância a utilização de protocolos por parte das
instituições prestadoras desse tipo de serviço. De acordo com Silva et al (2009), “a função das rotinas e
protocolos voltados ao atendimento às vítimas do trânsito é sistematizar o atendimento, facilitando a
instituição dos cuidados pré-hospitalares”.
Essas diretrizes são importantes também no sentido de garantir consistência na avaliação rápida.
Prontidão no início das intervenções e estabilização das condições respiratórias, ventilatórias e
hemodinâmicas da vítima, possibilitando à equipe de atendimento pré-hospitalar, menor tempo gasto para
o atendimento, eficiência, menor possibilidade de erros e maior eficácia no atendimento prestado.
Contudo devemos observar que esses protocolos não são inflexíveis, pois existem situações
semelhantes onde o atendimento poderá ser diferenciado, de acordo com a avaliação do profissional
envolvido e dos recursos disponíveis.
Um dos pontos mais importantes presente nos protocolos de atendimento ao politraumatizado é o
exame primário ou avaliação inicial do paciente, também conhecido como a regra do XABCDE, que
consiste em uma sequência mnemônica, assim disposta:
X (Exsanguination) – Hemorragia exsanguinante (controle do sangramento externo grave);
A (Air Way) – Permeabilidade das vias aéreas com administração segura do colar cervical;
B (Breathing) – Respiração (ventilação e oxigenação);
C (Circulation) – Circulação (perfusão e outras hemorragias);
D (Disability) – Défice neurológico (avaliação neurológica);
E (Exposure) – exposição corporal do paciente à procura de lesões não visualizadas e posterior
aquecimento na prevenção da hipotermia e do choque.
Segundo NAEMT (2011), a primeira meta no exame primário é determinar a condição atual do
paciente, desenvolvendo-se uma impressão geral do estado do doente e estabelecendo valores basais
para os estados respiratórios, circulatórios e neurológicos do doente, com o intuito de identificar
problemas externos em relação à oxigenação, a circulação, a hemorragia ou a deformidades.
Uma qualificação adequada do profissional em conjunto com um protocolo que lhe possibilite
agilidade e eficiência nas suas ações, tem uma importância fundamental no cenário do atendimento pré-
hospitalar, podendo assegurar maiores chances de sobrevida às vítimas de trauma, principalmente nos
acidentes envolvendo motocicletas, onde geralmente ocorrem graves lesões.

DIMENSIONAMENTO DA CENA
• Adote medidas de proteção pessoal (uso de EPI).
• Verifique as condições de segurança nos 3 níveis (segurança pessoal, segurança da vítima/paciente
e segurança de terceiros) e gerencie os riscos presentes (sinalize e isole o local, estabilize veículos, faça
o controle do tráfego, desligue cabos elétricos energizados, desligue motores automotivos, remova
vítimas em situação de risco iminente, entre outros).
• Observe mecanismos de trauma ou a natureza da doença.
• Verifique o número de vítimas e a necessidade do acionamento de recursos adicionais (equipes
especializadas para controlar emergências envolvendo produtos perigosos, manutenção da rede elétrica,
guarnições de combate a incêndio, guarnições policiais, equipes do SAMU/BOMBEIROS).

Sinalização e segurança no local do acidente

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A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção: (1 metro x velocidade
máxima permitida na via)

Ex.: Se a velocidade máxima permitida for 40km/h, o 1° cone de sinalização deverá ser posicionado 40m
antes do local do acidente, sendo que os demais cones deverão ser distribuídos em direção ao acidente.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

O que procurar?

X. Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do manejo das
vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas ser responsável pelos
óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves.

A. Está permeável? Existem corpos estranhos? É liquido ou sólido?


(permeabilidade das vias aéreas com administração segura do colar cervical), O que aconteceu com
você? Se o paciente parecer confortável e responder com uma explicação coerente com frases
completas, o profissional pode concluir que ele apresenta uma via aérea livre.

B. A respiração Está presente? É adequada? Como esta a expansão torácica?


(Boa respiração e ventilação)

C. Existe pulso? Existem saída de sangue, grandes hemorragias (internas e externas).


(Circulation, Circulação com controle de hemorragias)

No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A maioria das
hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A Hemorragia é a principal causa de morte no
trauma.
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas, grandes hemorragias. Já o
“C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de volume sanguíneo não visível,
analisando os principais pontos de hemorragia interna no trauma (pelve, abdomem e membros inferiores),
avaliando sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e
pegajosa e comprometimento do nível e qualidade de consciência.

D. Nível de consciência da vítima existe sinais de choque?


(Disability, Défice neurológico, incapacidade)

E. Existem lesões? (Exposure, exposição corporal do paciente e controle de hipotermia).

Vamos analisar cada letra:

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(Controle do Sangramento Externo Grave)

Na avaliação primária do paciente com trauma, a hemorragia externa potencialmente fatal deve ser
imediatamente identificada e tratada. Se houver hemorragia exsanguinante externa, ela deve ser
controlada antes mesmo de avaliar a via aérea (ou simultaneamente, se houver assistência adequada na
cena) ou de realizar outras intervenções, como a imobilização espinal. Em geral, esse tipo de
sangramento envolve o sangramento arterial em uma extremidade, mas também pode ocorrer no couro
cabeludo ou na junção de uma extremidade com o tronco (sangramento juncional) e em outros locais.

A avaliação primária não pode ser levada adiante sem o controle da hemorragia externa.

COMPRESSÃO MANUAL DIRETA

ATADURA COMPRESSIVA

ATADURA COMPRESSIVA SIM HOSPITAL

NÃO

EXTREMIDADAE TRONCO

TORNIQUETE AGENTE HEMOSTÁTICO E COMPRESSÃO DIRETA

FONTE: PHTLS 9°ed. - CONTROLE DE HEMORRAGIA

As etapas no manejo da hemorragia externa na cena incluem:

• Compressão manual direta


• Curativos compressivos
• Cobertura da ferida
• Ataduras elásticas
• Torniquete
• Agente hemostático
•Torniquetes juncionais quando indicados.

Compressão direta. A compressão direta é exatamente o que seu nome implica - aplicação de pressão
no local de sangramento. Isso é feito colocando-se um curativo (p. ex., gaze hemostática é preferida)
diretamente sobre o local do sangramento (se ele puder ser identificado) e aplicando-se pressão. A
pressão deve ser aplicada da maneira mais precisa e focal possível. Um dedo sobre uma artéria
compressível visível é muito efetivo. A compressão deve ser aplicada de maneira contínua por pelo
menos 3 minutos e por 10 minutos se for usada gaze simples; os socorristas devem evitar a tentação de
remover a pressão para verificar se o ferimento está sangrando antes desse período de tempo. A
aplicação e a manutenção de pressão direta necessitarão de toda a atenção do socorrista.

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a) Compressão manual direta b) Compressão direta preenchendo o ferimento.

Fonte: STOP THE BLEED

Torniquetes. Os torniquetes costumavam ser descritos como a técnica de último recurso. A experiência
militar no Afeganistão e no Iraque, mais o uso rotineiro e seguro de torniquetes por cirurgiões, levou à
reconsideração dessa abordagem. Os torniquetes são muito efetivos no controle da hemorragia grave e
devem ser usados se a compressão direta e os curativos compressivos não conseguirem controlar a
hemorragia em uma extremidade ou se não houver profissionais disponíveis na cena para realizar outros
métodos para controle de sangramento. O uso de "elevação" e pressão sobre os "pontos de pressão"
não é mais recomendado devi do à inexistência de dados suficientes sustentando a sua eficácia. No caso
de hemorragia exsanguinante ou de hemorragia potencialmente fatal, um torniquete deve ser aplicado
em vez de, ou concomitante com, outras medidas para controle do sangramento (i.e., como tratamento
de primeira linha para esse tipo de sangramento). Deve-se também observar que os torniquetes
improvisados podem ter efetividade mais limitada do que as versões comercialmente disponíveis.
Aplicação do Torniquete (C-A-T):

Criar imagem Fox pág.92

Fonte: PHTLS, 9° ed.

LOCAL DE APLICAÇÃO

O torniquete deve ser aplicado na virilha ou na axila. Se um torniquete não interromper completamente a
hemorragia, deve ser aplicado outro proximalmente ao primeiro. Ao colocar dois torniquetes lado a lado, a
área de compressão é duplicada e a chance de sucesso no controle da hemorragia aumenta. Após a
aplicação, o local do torniquete não deve ser coberto para que ele possa ser facilmente visto e monitorado.

LIMITE DE TEMPO

Os torniquetes arteriais têm sido usados com segurança por até 120 a 150 minutos no CC sem danos
significativos a nervos ou músculos. Mesmo em ambientes suburbanos ou rurais, a maioria dos tempos de
transporte do SE é significativamente menor que esse prazo. Em geral, o torniquete colocado no ambiente
pré-hospitalar deve permanecer no local até que o paciente alcance os cuidados definitivos no hospital
apropriado mais próximo. O uso pelo Exército dos Estados Unidos não mostrou deterioração significativa
com tempos de aplicação prolongados. Se a aplicação de um torniquete for necessária, é mais provável que
o paciente necessite de cirurgia de emergência para controlar a hemorragia.

(Abertura da via aérea e estabilização da coluna cervical)


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Controle Cervical de forma manual, Identificação do socorrista, Alinhamento da cervical, Elevação do
queixo (manobra de Chin-Lift)-Vítimas clínicas, Inclinação da mandíbula (manobra de Jaw Thrust) Vítimas
inconsciente, Observar se as vias aeres então pérvias e coloque o colar cervical. (Obs.: o Colar cervical
poderá ser colocado na letra E, caso o socorrista esteja só ou esperando a chegada de outro socorrista
esta atitude servirá para não retardar o atendimento e só retorna com a chegada de outro socorrista para
a colocação do colar).

Manobra de Chin-Lift Manobra de Jaw Thust

Fonte: IBRAPH,2021.

➢ Forme uma impressão geral do paciente.


➢ Durante a realização da avaliação inicial, caso o paciente esteja consciente e orientado,
é importante que o socorrista se apresente dizendo seu nome, identificando-se como
pessoa tecnicamente capacitada e solicitando permissão para prestar o socorro (pedido
formal de consentimento).
➢ Avalie a permeabilidade das vias aéreas e a coluna cervical (se não houver suspeita de
lesão cervical, abra as VA através da manobra da inclinação da cabeça e elevação da
mandíbula; nos casos de trauma, a manobra para a abertura das VA deverá ser realizada
através da técnica denominada de empurre mandibular - manobra modificada).

ESTABILIZAÇÃO DA CABEÇA
A Cabeça é como uma bola de boliche repousando em cima do pescoço, e a sua massa geralmente
se move em direções diferentes que as do tronco, resultando em forças intensas aplicadas ao
pescoço.

Estabilização manual alinhamento da cabeça

Uma vez determinado pela biomecânica do trauma que uma lesão de coluna espinhal possa
existir, a primeira providência do socorrista deve ser a estabilização manual alinhada da cabeça.
Isso deve ser feito segurando-a movendo-a até uma posição neutra alinhada, a menos que seja

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contraindicado. Uma posição alinhada deve ser mantida manualmente sem tração significativa da
cabeça e no pescoço até a imobilização total mecânica que será mantida até a chegada ao
Hospital.
Em poucos casos, a movimentação da cabeça do doente para posição alinhada é
contraindicada. Se a movimentação cuidadosa da cabeça e do pescoço em direção a uma posição
alinhada e neutra provocar qualquer uma das seguintes reações, ela deve ser imediatamente
interrompida:
• Resistência ao movimento
• Espasmos dos músculos do pescoço
• Aumento da dor
• Início ou aumento de déficit neurológico, como adormecimento, formigamento ou perda
de motricidade.
• Comprometimento da via aérea ou da ventilação.

Colares cervicais rígidos

É importante que o colar seja do tamanho correto. Um colar pequeno demais não será
eficaz e permitirá flexões importantes e poderá comprimir as veias do pescoço e causar
aumento da pressão intracraniana; um colar grande demais causará hiperextensão ou
total movimentação.
O colar deve ser colocado depois de colocar a cabeça em posição neutra alinhada.
Diretrizes para utilização de Colares Cervicais;
• Seu uso isoladamente não imobiliza de forma adequada;
• Devem ser de tamanho adequado para cada doente;
• Não devem impedir a abertura da boca do doente;
• Não devem obstruir ou dificultar a ventilação.

1.

Vítima com a cabeça em posição neutra (estando ela sentada,


deitada ou em pé) o colar só é colocado em posição neutra.

2.
Verifique com seus dedos, a altura do pescoço que
corresponde à distância entre uma linha imaginária que passa
pela borda inferior da mandíbula e outra que passa pelo ponto
onde termina o pescoço e se inicia o ombro.

3.

Colar colocado

• São classificados em tamanhos PP (geralmente roxo claro), P (geralmente azul), M (geralmente


Laranjas), G (geralmente Verdes) e GG (geralmente verdes claros), ainda existindo os neo-natal
(geralmente rosa) e os reguláveis adultos e crianças.
• Retire qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço;
• Examine o pescoço da vítima antes de colocar o colar cervical;

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• O socorrista 1 faz lentamente o alimento da cabeça para a posição neutra e a mantém firme com
uma leve tração para cima;
• O socorrista 2 escolhe o colar cervical de tamanho apropriado (mensurar);
• O socorrista 2 deve colocar o colar cervical iniciando pela parte do queixo, deslizando o colar sobre
o tórax da vítima até que seu queixo esteja apodo firmemente sobre o colar;
• Deve passar a parte posterior do colar por trás do pescoço, entrando pelo lado direito da vítima até
encontra com a outra parte do colar (retire o cabelo da vítima do colar cervical).
• Deve ajustar o colar e prender o velcro, (mesmo com o colar cervical a cabeça do paciente não
poderá ficar solta, sem a imobilização lateral, só deixe de segurar a cabeça da vítima quando ela estiver
totalmente imobilizada em prancha rígida e com os imobilizadores laterais estáveis).

(Boa Respiração, ventilação e oxigenação)

Avalie a respiração (use a técnica VOS – ver, ouvir e sentir).


Valores normais: - Adulto: 12-20 ventilações por minuto (vpm);
- Criança: 20-40 vpm;
- Lactentes: 40-60 vpm.

A respiração funciona para a oferta efetiva de oxigênio para os pulmões de um paciente a fim de
ajudar a manter o pro cesso metabólico aeróbico. A hipóxia pode resultar da ventilação inadequada dos
pulmões e leva à falta de oxigenação dos tecidos do paciente. Após a abertura da via aérea, a qualidade
e a quantidade de respiração (ventilação) do paciente podem ser avaliadas da seguinte maneira:
1. Verificar se o paciente está respirando, observando a movimentação torácica e sentindo o
movimento de ar pela boca ou pelo nariz. Se houver dúvida, auscultar ambos os lados do tórax para
avaliar a movimentação espontânea de ar.
2. Se o paciente não estiver respirando (apneico), começar imediatamente as ventilações assistidas
(enquanto mantém a estabilização da coluna cervical em uma posição neutra, quando indicada) com um
dispositivo de bolsa-válvula-máscara e oxigênio suplementar antes de continuar a avaliação.
3. Garantir que a via aérea do paciente esteja patente, continuar as ventilações assistidas e preparar
para a inserção de uma cânula oral ou nasal (se não houver sinais de trauma facial) ou via aérea
supraglótica (se não houver sinal de trauma orofaríngeo grave); intubar; ou prover outros meios de
proteção mecânica da via aérea. Deve-se estar preparado para aspirar sangue, vômitos ou outros fluidos
da via aérea.
4. Embora comumente chamada de "frequência respiratória", um termo mais correto para o quão
rápido um paciente está respirando é "frequência ventilatória". A ventilação se refere ao processo de
inalação e exalação, enquanto a respiração descreve melhor o processo fisiológico de trocas gasosas
entre capilares e alvéolos. Este texto usa o termo frequência ventila tória em vez de frequência
respiratória. Se o paciente estiver respirando, estimar se estão adequadas a frequência e a profundidade
da ventilação para de terminar se o paciente está movendo ar suficiente (lembrar que a ventilação-minuto
é frequência x profundidade).
5. Garantir que o paciente não esteja hipóxico e que a saturação de oxigênio seja maior ou igual a
94%. O oxigênio suplementar (e a ventilação assistida) é fornecido conforme a necessidade para manter
uma saturação adequada de oxigênio.
6. Se o paciente estiver consciente, deve-se escutá-lo falar para avaliar se consegue dizer uma frase
inteira sem dificuldade.

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A frequência ventilatória pode ser dividida nas cinco categorias a seguir:
1. Apneica: O paciente não está respirando.
2. Bradipneia (Lenta): Uma frequência ventilatória multo lenta, abaixo de 10 ventilações/minuto pode
indicar lesão grave ou isquemia (redução do aporte de oxigênio) encefálica.
3. Eupneia (normal): Se a frequência ventilatória estiver entre 10 e 20 respirações/minuto (a
frequência normal para um adulto), o socorrista observa cuidadosamente o paciente. Embora o paciente
possa parecer estável, deve-se considerar o uso de oxigênio suplementar.
4. Taquipneia (rápida): Se a frequência ventilatória estiver entre 20 e 30 respirações/minuto. O
paciente deve ser cuidadosamente observado para ver se está melhorando ou piorando.
5. Taquipneia Grave (extremamente rápida): Uma frequência ventilatória maior que 30
respirações/minuto indica hipóxia, metabolismo anaeróbico ou ambos, com resultante acidose.

Circulação e Sangramento (Perfusão e Hemorragia Interna)

A avaliação de comprometimento ou falha do sistema circulatório é a próxima etapa no cuidado do


paciente com trauma. Será avaliado no paciente os HPPP (Hemorragias, Perfusão, Pulso e Pele).

H - Hemorragias

Hemorragias internas: 1. Tórax; 2. Abdome; 3. Pelve; 4. Ossos longos

P- Perfusão - Tempo de Enchimento Capilar (TEC) < 2s ou >2s.

O tempo de enchimento capilar é verificado pressionando-se os leitos ungueais e, depois, liberando


a pressão. Essa compressão remove o sangue do leito capilar visível. A velocidade do retorno do sangue
para os leitos ungueais após a liberação da pressão (enchimento capilar) é uma ferramenta para estimar o
fluxo sanguíneo por essa parte mais distal da circulação. Um tempo de enchimento capilar de mais de 2
segundos pode indicar que os leitos capilares não estão recebendo perfusão adequada. Porém, o tempo de
enchimento capilar por si só é um indicador ruim de choque, pois é influenciado por muitos outros fatores.

P – Pulso - Cheios; Filiformes; Ausentes; Rítmicos; Arrítmicos; Taquicárdicos; Bradicárdicos.

O pulso é avaliado quanto à presença, à qualidade e à regularidade. Uma verificação rápida do pulso
revela se o paciente tem taquicardia, bradicardia ou ritmo irregular. No passado, acreditava-se que a
presença de pulso radial indicava pressão arterial sistólica de pelo menos 80 mmHg, com a presença de
pulso femoral indicando pressão arterial de pelo menos 70 mmHg e a presença de apenas um pulso
carotídeo indicando pressão arterial de 60 mmHg.

P – Pele - Quente; fria; seca; pegajosa; coloração (rosada; pálida; cianótica).

O exame da pele pode revelar muito sobre o estado circula tório de um paciente.

• Cor: A perfusão adequada produz coloração rosada da pele. A pele fica pálida quando o sangue é
desviado para longe daquele local. A coloração pálida está associada à perfusão ruim. A coloração azulada
é causada pela per fusão com sangue desoxigenado naquela região do corpo. A pigmentação da pele pode,
às vezes, dificultar essa determinação. Em pacientes com pele escura, o exame de leitos ungueais, palmas
das mãos/plantas dos pés e mucosas ajuda a superar essa dificuldade, pois as alterações de cor costumam
aparecer primeiro nos lábios, nas gengivas ou nas pontas dos dedos devido à relativa falta de pigmentação
nessa área.

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• Temperatura: Como na avaliação geral da pele, a temperatura da pele é influenciada por condições
ambientais. Uma pele fria indica redução da perfusão, independentemente da causa. A temperatura da pele
pode ser avaliada com um simples toque na pele do paciente com o dorso da mão. A pele normal é morna
ao toque, nem fria e nem quente.

• Condição: Em circunstâncias normais, a pele costuma estar seca. Uma pele úmida e fria pode
ocorrer em pacientes com má perfusão devido à estimulação simpática (diaforese). Porém, é importante
considerar as condições ambientais ao avaliar os achados cutâneos. Um paciente em ambiente quente ou
úmido pode ter pele úmida inicialmente, independentemente da gravidade da lesão.

DEFICÉ NEUROLOGICO: Escala de Coma de Glasgow (ECG) e Avaliação Pupilar

Um NC reduzido alerta o socorrista para as seguintes possibilidades:

1. Redução da oxigenação cerebral (causada por hipóxia/hipoperfusão) ou hipoventilação grave (narco se


carbônica);

2. Lesão do sistema nervoso central (SNC) (p. ex., LCT);

3. Superdosagem de drogas ou álcool, ou exposição a toxinas;

4. Desequilíbrios metabólicos (p. ex., causados por diabetes, convulsões ou parada cardíaca)

Escala de Coma de Glasgow (ECG)

Escala de Coma de Glasgow fornece um método prático para avaliação do comprometimento do nível de
consciência em resposta a estímulos definidos.

“A escala de coma de Glasgow é parte integrante da prática clínica e da pesquisa em todo o mundo. A
experiência adquirida desde que foi descrita pela primeira vez em 1974 tem avançado a avaliação da Escala
por meio do desenvolvimento de uma abordagem estruturada moderna com maior precisão, confiabilidade
e comunicação em seu uso. ” Sir Graham Teasdale

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Ao se somar os escores obtemos a pontuação:


Pontuação mínima=03 máxima=15;
03 a 08 = grave, 09 a 12 = moderado, 13 a 15 = leve.

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Exposição do paciente (retirar / cortar vestimentas), Rápida avaliação céfalo caudal, Inspeção dorsal,
Prevenção de hipotermia

Uma etapa inicial no processo de avaliação é a remoção das roupas do paciente, pois a exposição
do paciente com trau ma é fundamental para encontrar todas as lesões. Embora seja importante expor o
corpo de um pacien te com trauma para completar uma avaliação efetiva, a hi potermia é um problema
grave no manejo de um paciente com trauma. Apenas o que é necessário deve ser exposto ao ambiente
externo. Após o paciente ter sido transferido para dentro da unidade aquecida do serviço de emergência
(SE), o exame completo pode ser feito e o paciente deve ser cober to novamente o mais rápido possível.
A quantidade de roupas que se deve remover do pacien te durante uma avaliação varia, dependendo
das condições ou das lesões encontradas. Uma regra geral é remover a quantidade necessária de roupas
para determinar a presença ou ausência de uma condição ou lesão suspeitada. Se o paciente tem estado
mental normal e uma lesão isolada, ape nas a área ao redor da lesão deve ser exposta.

As roupas podem ser rapidamente removidas com cortes, corme indicado pela imagem.
Fonte: PHTLS, 9° ed.

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Após descoberta das lesões é realizada o devido curativo, imobilização e contenção da região
afetada, sendo o paciente transportado até a unidade de saúde de referencia para o seu tratamento.
Obs.: Em alguns casos a imobilização com o colar cervical deverá ser feita na Letra E, dê forma geral a
imobilização é realizada na letra A.

RETIRADA DE CAPACETE

Devido ao grande número de motociclistas nas ruas, a remoção do capacete tem sido tarefa
frequente no APH. Deve ser realizado por suas pessoas. Enquanto uma realiza a estabilização e o
alinhamento manual da cabeça e pescoço para a posição neutra, a segunda abre o capacete. Em
seguida, a segunda pessoa remove o capacete com cuidado para não ferir o nariz e o occipício. Quando
o capacete for muito justo, realizar pequenos movimentos anteriores e posteriores de pequena amplitude
durante a tração, sem movimentação da coluna. Depois disso, a primeira pessoa segura à cabeça do
paciente, enquanto a segunda mantém o pescoço estável e alinhado. Atentar para o tamanho apropriado
do colar cervical e se a posição está adequada.

1 2 3

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Avaliação e Manejo Simultâneos

Conforme mencionado antes neste capítulo, embora a avaliação primária seja apresentada e ensinada de
maneira escalonada, muitas etapas podem ser abordadas simultânea mente. Ao fazer questões como "Onde
você está ferido?", a perviedade da via aérea é avaliada e a função respiratória é observada. Esse
questionamento pode ocorrer enquanto o profissional de cuidados pré-hospitalares está palpando o pulso
radial e sentindo a temperatura e a umidade da pele. O NC e o estado mental do paciente podem ser
determinados pela adequação de suas respostas verbais. Então, o profissional pode rapidamente examinar
o paciente da cabeça aos pés à procura de sinais de hemorragia ou de outras lesões. O segundo profissional

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pode ser direcionado para a aplicação direta de pressão ou de um torniquete em uma hemorragia externa,
enquanto o primeiro profissional continua a avaliar a via aérea e a respiração do paciente. Ao usar essa
abordagem, obtém-se uma avaliação rápida para as lesões potencialmente fatais. A avaliação primária deve
ser repetida com frequência, em especial nos pacientes com lesões graves.

Avaliação

Avaliar a cena
. Segurança
. Situação

Necessidade Comunicar a
Sim
de recursos? regulação

Não Proceder
quando seguro

Precauções-padrão
Av. paciente

Avaliar paciente
Hemorragia
Sim
exsanguínante

Controle de Via Aérea


hemorragia
externa. Garantir a via
. Pressão direta Patente? Não conforme a
. Torniquete necessidade

Sim

Respiração

FV < 10 FV 12-20 FV > 20


Av. Sinais Vitais
SAMPLE
Aux.na ventilação Auscultar os sons Av. Secundária
Respiratórios

O2 para manter Refazer a Av.


Auscultar os sons Cons. Ventilação Primária
Spo2 > 94%
Respiratórios assistida

Sim Ameaça à vida?


Circulação Não

Sim RMC Não


Sim Hemorragia ext.

Ameaça Tempo na cena <10min Cuidado definido na cena


Não a vida?

Controlar da Iniciar transporte RMC


Av. para Choque
maneira apropriada
Terapia com fluidos Transporte
Incapacidade
(ECG, pupilas) Unidade de tratamento
Fonte: PHTLS, 9°ed. Unid. De Tratamento + próxima

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EXAME SECUNDÁRIO

A avaliação secundária é uma avaliação mais detalhada da cabeça aos pés de um paciente. Ela só
é realizada após completar a avaliação primária, tratar todas as lesões potencial mente fatais identificadas
e iniciar a reanimação. O objetivo da avaliação secundária é identificar lesões ou problemas não identificados
durante a avaliação primária. Como uma avaliação primária bem-realizada identificará todas as condições
que ameaçam imediatamente a vida, a avaliação secundária, por definição, lida com problemas menos
graves, assim, um paciente com trauma crítico é transportado assim que possível após a conclusão da
avaliação primária, não sendo mantido na cena para instalação de acesso IV nem para a avaliação
secundária.

A avaliação secundária usa a abordagem "enxergar, escutar e sentir" para avaliar o paciente. O
profissional identifica as lesões e as correlaciona com os achados físicos em cada região, começando pela
cabeça e seguindo pelo pescoço, tórax e abdome até as extremidades, concluindo com um exame
neurológico detalhado. As frases a seguir capturam a essência do processo completo de avaliação:

Enxergar, não apenas olhar.

Escutar, não apenas ouvir.

Sentir, não apenas tocar.

SINAIS VITAIS

✓ A medição de sinais vitais fornece dados para determinar o estado de saúde de um paciente
e serve como referência para a equipe de saúde.
✓ Indicadores do estado fisiológico e da resposta a estressores físicos ambientais e psicológicos
✓ Os sinais vitais são mensurados através da frequência de pulso, frequência respiratória,
temperatura corporal, pressão arterial e a dor.
Frequência de pulso

O pulso é a delimitação palpável da circulação sanguínea percebida em vários pontos do corpo, que se constitui
como indicador do estado circulatório. No Pulso avaliamos:

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• Frequência;
• Força ou Amplitude (cheio ou filiforme);
• Simetria (iguais em ambos os membros);

TEMPERATURA CORPORAL

É a diferença entre a quantidade de calor produzido pelo metabolismo e a quantidade de calor perdido
para o ambiente ( POTTER et al., 2018).

- Oral (na boca): coloca-se o termômetro sob a língua e, com os lábios, mantém-se o
termômetro fixo, que deve ser mantido nessa posição durante três minutos.
- Retal: para esse método, utiliza-se um termômetro retal. Esse é recomendado para bebês,
pois não são capazes de segurar o termômetro na boca de forma segura.
- Axilar (sob a axila): é o método mais utilizado. Coloque o termômetro sob a axila, com o
braço pressionado contra o corpo, durante cinco minutos antes da leitura.

Segundo Potter e Colaboradores (2018), a faixa normal de temperatura é considerada de 36°C a 38 °C.
Para Oliveira (2016):

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

Respiração é o mecanismo por meio do qual o organismo troca gases entre atmosfera e o sangue
e entre o sangue e as células através da ventilação e perfusão.

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Segundo Potter e Colaboradores (2018):

PRESSÃO ARTERIAL

A pressão Arterial (PA) é a medida da força exercida pelo fluxo contra as paredes arteriais (POTTER
et al.,2018). Vejamos a classificação da PA com base as disposições da 8º Diretriz Brasileira de HÁ
(BARROSO et al., 2021):

DOR

SAMPLE

Obtém-se uma história rápida sobre o paciente. Essa informação deve ser documentada no registro
de cuidados do paciente e transmitida para a equipe médica no hospital de destino. O mnemônico SAMPLE
serve como lembrete dos principais componentes:

• Sintomas: De que se queixa o paciente? Dor? Dificuldade para respirar? Dormência? Formigamento?
Alergias. O paciente tem alguma alergia conhecida, particularmente a medicamentos?

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• Medicamentos. Quais fármacos com ou sem prescrição (incluindo vitaminas, suplementos e outros medica
mentos vendidos sem receita) o paciente toma regular mente? Quais substâncias recreacionais ele usa
regular mente e, em particular, usou hoje?

• Passado clínico e cirúrgico. O paciente tem algum problema médico significativo que necessite de cuidado
médico continuado? O paciente já foi submetido a alguma cirurgia?

• Lanches/último período menstrual. Quanto tempo faz que c paciente comeu pela última vez? Muitos
pacientes com trauma necessitarão de cirurgia, e a ingesta recente de alimentos aumenta o risco de
aspiração durante a indução da anestesia. No caso das mulheres em idade gestacional, quando foi o último
período menstrual? Existe a possibilidade de gestação?

• Eventos. Quais eventos precederam a lesão? A imersão na água (afogamento ou hipotermia) e a exposição
a materiais perigosos devem ser incluídos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Pré-hospitalar/GRAU (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências).1 ed. Barueri,


SP: Manole,2013.
• ALFARO, D.; MATTOS, H. Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado Básico e Avançado
PHTLS. Tradução. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
• Bortolotti, Fábio. Manual do socorrista / Fábio Bortolotti. – 3. ed. – Porto Alegre: Expanção, 2012.
• IBRAPH. Primeiros socorros em adultos, Salvador, IBRAPH, 2021.
• POTTER, P. A.; PERRY, A.G.; STOCKERT, P.; HALL, A. Fundamentos de Enfermagem. 9ªed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2018.
• BRASIL. VII Diretriz Brasileira de Hipertensão. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 107, n. 3,
suplemento 3, setembro de 2016.

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