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Introdução a SST na agroindústria

Seguir normas de segurança é fundamental em qualquer empresa e indústria. Por


meio delas, é possível evitar os acidentes de trabalho e otimizar a produtividade,
considerando que não haverá paradas, nem faltarão funcionários para desempenhar
as atividades.
Oferecer segurança aos trabalhadores também é uma forma de evitar multas e
outras penalidades, já que essa se trata de uma condição definida por lei.
O setor de trabalho rural também exige segurança. Confira abaixo as normas de
segurança do trabalho na agroindústria!

O princípio e a importância da segurança do trabalho

Não importando qual seja o local de trabalho, industrial, comercial ou agrícola, o


princípio básico da segurança no trabalho é a proteção ao trabalhador, de sua
integridade física e mental, enquanto estiver desenvolvendo suas atividades.
Procurar ambientes saudáveis e buscar a proteção ao trabalhador é uma
preocupação cada vez maior das empresas e do governo brasileiro, considerando
que isso implica também em menores custos e maior produtividade para o negócio.
Dessa forma, a Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho torna-se uma estratégia
competitiva relevante, consistindo em um diferencial que garante à empresa uma
boa fatia de espaço no mercado concorrido. Os lucros do patrão podem aumentar ou
minguar conforme ele se dedica a essa área.

O acidente de trabalho
De acordo com o artigo 19 da Lei nº 8.213 da Previdência Social, o acidente de
trabalho é aquele que acontece enquanto o empregado está desenvolvendo
atividades a serviço da empresa ou aquele que ocorre pelo exercício do trabalho dos
segurados relacionados no inciso VII do artigo 11 da lei.
O acidente de trabalho é aquele que provoca lesão corporal ou perturbação
funcional, ou que causa a morte ou a perda/redução temporária ou permanente da
capacidade para o desenvolvimento do trabalho.

As Normas Regulamentadoras
As NRs, ou Normas Regulamentadoras, oferecem orientação sobre medidas
obrigatórias relacionadas à Segurança e Medicina do Trabalho. A CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) aludiu a elas no capítulo V, título II, e a Portaria
nº 3.214/78 aprovou-as. Essas normas são elaboradas e modificadas por comissões
compostas por representantes do governo, patrões e empregados, ou seja, uma
comissão tripartite.
Hoje em dia, existem 38 NRs que tratam individualmente de um assunto específico.
As Normas Regulamentadoras que abordam a segurança do trabalho são:
1. NR 11;
2. NR 12;
3. NR 13;
4. NR 15;
5. NR 20;
6. NR 24;
7. NR 31;
8. NR 35.
A Norma Regulamentadora 31 aborda especificamente a Segurança e Saúde no
Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.

O agronegócio
O agronegócio é composto das relações industriais e comerciais que envolvem a
cadeia produtiva da agricultura (cultivo da terra) ou da pecuária (criação de animais).
Quando se estuda o agronegócio, é comum dividi-lo em três partes:
1. negócios agropecuários propriamente ditos (da porteira para dentro): são
representados pelos produtores rurais constituídos como pessoas físicas
(camponeses, fazendeiros) ou jurídicas (empresas);
2. negócios a montante da agropecuária (antes da porteira): são representados
pelas indústrias e pelos comércios que fornecem insumos aos produtores da
zona rural, como os fabricantes/vendedores de equipamentos, fertilizantes,
defensivos químicos etc.;
3. negócios à jusante da agropecuária (após a porteira): são representados por
compra/venda, transporte e beneficiamento dos produtos até chegarem ao
consumidor final, como as indústrias têxteis, supermercados, frigoríficos
e distribuidores de alimentos.
Os mais importantes riscos de segurança na agroindústria
As normas de segurança do trabalho variam conforme os riscos envolvidos. A
agroindústria oferece riscos ocupacionais com gravidade variável, envolvendo
intempéries, efeitos dos agrotóxicos, desgastes físicos, ataques de animas
peçonhentos (serpentes, escorpiões, aranhas), poeira, calor, ruídos, manuseio de
equipamentos e máquinas diversas.

Riscos químicos
Os agrotóxicos (defensores agrícolas) usados para proteger as plantas são muito
prejudiciais à saúde, podendo causar danos irreversíveis e até a morte. Com os
fertilizantes, ocorre da mesma forma.
Os agrotóxicos podem entrar no organismo de três maneiras:
! pele (via dérmica);
! inalação (vias respiratórias);
! ingestão (via oral).

Riscos mecânicos
Referem-se aos acidentes causados por máquinas, ferramentas e equipamentos
agrícolas, além daqueles associados aos animais, como arado puxado por boi,
carroças, queda de cavalo etc.

Riscos biológicos
Relacionam-se aos acidentes provocados por animais peçonhentos, agentes
infecciosos (bactérias, vírus, fungos, vermes), pólen, fezes e urina de animais,
partículas de grãos etc.

Riscos físicos
Quando o trabalhador rural se expõe ao sol em excesso, ele pode sentir cãibras,
sofrer síncopes e até desenvolver câncer de pele.
A hidratação é um importante meio de prevenção para o trabalhador do campo que
se expõe muito à radiação solar.

Riscos organizacionais
Resultam do ritmo acelerado e de um trabalho mal organizado. O trabalhador pode
sofrer com dores musculares e outras disfunções mais sérias.
O esforço repetitivo pode causar doenças osteomusculares e lesões diversas.

As responsabilidades do empregador e do empregado


As normas de segurança do trabalho na agroindústria devem ser seguidas pelo
empregado e pelo empregador.
Cabe ao empregador rural algumas ações, como efetuar avaliações ambientais e
adotar as medidas preventivas necessárias; promover melhorias no local de
trabalho, preservando o nível de segurança e a saúde dos empregados; dar
cumprimento e fazer cumprir todas as normas relacionadas à segurança e saúde no
trabalho rural; avaliar, junto a CIPATR (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
no Trabalho Rural), os acidentes e as doenças do trabalho; garantir que a CIPATR
participe das discussões que falam sobre controle de riscos.
O empregador rural também deve informar aos trabalhadores os riscos que podem
advir de seu trabalho e os resultados de seus exames médicos (realizados pelo
SESTR, Segurança e Saúde no Trabalho Rural).
O patrão deve adotar medidas preventivas na seguinte ordem de prioridades:
eliminação de riscos; controle de riscos na fonte e redução ao risco mínimo,
adotando práticas seguras e outras medidas eficazes.
O trabalhador deve seguir todas as determinações do empregador, aceitando as
medidas protetivas (se não o fizer, incorrerá em ato faltoso a recusa injustificada).
Deve se submeter aos exames médicos previstos na NR 31 e também na NR 7.

A importância de escolher uma empresa séria


Vale a pena contratar os serviços de uma equipe especializada nas normas de
segurança do trabalho, contribuindo para que sejam desenvolvidos planos
preventivos e de emergência que atendam às necessidades de cada agronegócio,
seja ele de grande, médio ou pequeno porte.
A realização de exames médicos é fundamental, com a adequada emissão de ASO
(Atestado de Saúde Ocupacional), bem como a utilização de EPIs definidos pelo
Ministério do Trabalho.
Esses Equipamentos de Proteção Individual envolvem as máscaras protetoras (ou
respiradores), as luvas impermeáveis para a proteção, os capacetes, os calçados
apropriados (botas de cano longo, por exemplo), os óculos de proteção (ou viseiras
faciais), os protetores auriculares, as toucas de tecido de algodão, os jalecos (ou
aventais de segurança) e as perneiras.
Também é fundamental orientar sobre o preparo e a utilização de agrotóxicos, a
instalação de extintores de incêndio em pontos estratégicos e a prestação de
primeiros socorros.
Gostou de conhecer sobre a importância da segurança do trabalho na
agroindústria? Caso deseje saber mais detalhes sobre este assunto, leia nosso guia
que aborda as principais normas de segurança do trabalho!

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