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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Disciplina: Epistemologia da Educação


Mestranda: Michelle Evangelista dos Santos
Professor(es): Evandro Ghedin e Lucio Ferreira
FICHAMENTO/SÍNTESE

Capítulo Um ensaio sobre a proposta epistemológica da complexidade a partir do pensamento de Edgar Morin.

SILVA, W.S..; GHEDIN, E. Um ensaio sobre a proposta epistemológica da complexidade a partir do pensamento de Edgar Morin. In:
Referência GHEDIN, E. (Org.). O Ensino de Ciências e suas Epistemologias. Boa Vista: Editora da UFRR, 2017. p. 137-157.

“[...] apresentar um ensaio sobre a teoria da complexidade fundamentada na reflexão epistemológica proposta por Edgar Morin.”
(SILVA; GHEDIN, 2017, p. 137).
Objetivo “[...] apresentando as considerações sobre a complexidade mediante alguns questionamentos iniciais. Em seguida, discorremos sobre
as perspectivas da complexidade pelas descobertas cientificas abordando dois pontos de vistas diferentes sobre a complexidade: a
complexidade biológica em Maturana e Varela e as estruturas dissipativas de Ilya Prigogine.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 137).

Teórico em Foco Edgar Morin

“[...] Ao trabalharmos a epistemologia da complexidade por Edgar Morin, optamos por uma contextualização sobre as suas obras
Abordagem do
para, em seguida, apresentar e discorrer sobre os princípios ou operadores cognitivos da complexidade que seriam o dialógico, o
autor
recursivo, o hologramático, o circular, o sistêmico e autonomia/dependência.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 137).

1- A complexidade da realidade e a realidade da complexidade

“Algumas perguntas colocam-se a partir da percepção de um mundo marcado pelas complexidades. O que é o homem? O que é o
Resumo/
conhecimento? O que é realidade? [...] Este ensaio culmina na proposta de ressignificação de uma ciência em seu modo de pensar e se
citações
fazer Ciência, bem como pela perspectiva de uma possível nova foram de se fazer educação.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 138).

1.1. Perspectivas da complexidade posta pelas descobertas cientificas


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“A diferença conceitual sobre a complexidade existe no olhar de diversos autores. Por exemplo, mediante o olhar do sujeito que
analisa o complexus real em determinada área cientifica.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 138).

“[...] A percepção de que existe uma complexidade biológica seria uma primeira perspectiva conceitual [...] presente nas pesquisas
e nas obras de Maturana e Valera.[...] Esses autores construíram, por meio de suas reflexões sobre a autopoiese, a vida e seus
processos de conhecimento, cognição, linguagem, ciência e a própria vida cotidiana, análises sobre a complexidade da vida e sua
organização.[...] abordagem sobre a formação humana e a sua capacitação que envolve conceitos como a educação, linguagem, a
ética, a emoção e a biologia do amor” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 138-139).

“ A segunda perspectiva interessante sobre a complexidade é a proposta apresentada por Ilya Prigogine em relação a termodinâmica
do não-equilíbrio e, particularmente, as estruturas dissipativas, em que ele demonstra a complexidade existente a partir de uma
desordem organizadora.[...] Prigogine desenvolveu o conceito de ordem por flutuações/bifurcações, é fonte de evolução gerando
organizações complexas. Ele afirma que essas recentes mudanças na ciência apontam para uma ‘nova aliaça’ entre a cultura
cientifica e a humanística [...] uma nova perspectiva de saber baseada na descoberta dos fenômenos complexos e na busca pelo seu
entendimento.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 139).

1.2 A epistemologia da complexidade na perspectiva de Morin

“Considera-se a teoria da complexidade uma proposta de reflexão baseada na incerteza, na interação, na errância, na ordem, na
desordem, na união da unidade e multiplicidade, bem como a busca incessante pela complexidade do conhecimento em sua
interação com o meio.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 140 -141).
“[...] Uma proposta epistemológica baseada na complexidade do conhecimento que envolve o desenvolvimento de conceitos[...]
dos fenômenos que envolvem a vida, o conhecimento e o próprio homem. Significa dizer, que a complexidade está realidade, e não
nos métodos de sua investigação.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 141).
“ Esses conceitos são analisados por Morin a partir do desenvolvimento de princípios organizadores do conhecimento ou operadores
cognitivos do conhecimento, refletidos, discutidos, desenvolvidos e abordados, [...] A intenção de Morin é desenvolver e agrupar
teorias por uma nova proposta paradigmática que propõe um colapso da estutura da ideia em nosso pensamento cartesiano em
função de discutir a relação complexa existente no meio de vários pontos de vista que estão interligados e que nos permitem uma
aproximação, uma abordagem da complexidade [...] uma busca por um método, que congrega uma dimensão ontológica,
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epistemológica e metodológica [...] discussões e análises de várias teorias filosóficas e descobertas cientificas [...] que têm, ao
mesmo tempo, autonomia e dependência na sua relação com a partes (uno) e o todo (múltiplo)” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 141).

1.21 Os princípios ou operadores cognitivos da complexidade


“[...] podemos apresentar os princípios ou operadores cognitivos que são trabalhados, refletidos, confrontados e desenvolvidos
no ‘Método’ proposto para abordar o desafio da complexidade do real em sua composição uma e múltipla.

a) O Princípio Dialógico
b) O Princípio da Recursividade
c) O Princípio Hologramático
d) O Princípio Sistêmico ou Organizacional
e) O Princípio da Retroatividade
f) O Principio da Autonomia/Dependência
g) O Principio da Reintrodução do sujeito Cognoscente em todo conhecimento

1.2.2 O método pela perspectiva complexa (p.144-146)

“[...] Segundo Morin, Ciurana e Motta (2003), o Método é uma disciplina do pensamento. Uma estratégia cognitiva para enfrentar
os desafios, os nossos erros e incertezas, propondo uma nova forma de aprendizagem.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 145).
“[...] o método descobre e nos descobre conscientes. [...] O método é um caminho, ensaio, travessia, pesquisa e uma estratégia.
[...] é uma viagem que se inicia com a busca do método. [...] para compreender a complexidade humana e o devir do mundo,
requer-se um pensar que transcenda a ordem dos saberes constituídos e a trivialidade do discurso acadêmico. [...] na perspectiva
complexa, a teoria não é nada sem o método.” MORIN; CIURANA; MOTTA (2003) apud (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 145).

1.2.3 Algumas perspectivas conceituais e teóricas sobre a complexidade (p.146)


“[...] apresentam-se algumas perspectivas conceituais e teóricas de forma pontual, demonstrando-se a relação recursiva,
dialógica, hologramática e circular existente entre elas.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 146).
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“[...] Uma antropologia complexa seria uma ciência geral que compreende também dimensões da Economia, da Psicologia, da
História, do Mito e da Biologia. Uma Antropologia que compreende a ciência e a filosofia como duas faces diferentes e
complementares do mesmo pensamento a partir de uma multidimensionalidade dialógica.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 147).
“[...] Dessa forma, o autor nos apresenta reflexões sobre as grandes identidades que seriam:” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 148).
a) Identidade Social (1): Núcleo Araico
b) Identidade Social (2): Leviatã
c) Identidade Histórica
d) Identidade planetária
e) Identidade futura

“[...] Uma sociedade que reflete a sua própria identidade, seu conhecimento, pode vir a desenvolver uma ecologia das ideias.”
(SILVA; GHEDIN, 2017, p. 149).

“ A proposta de uma ecologia de ideias poderia possibilitar o rompimento desse imprinting e pode nos levar ao desenvolvimento
de uma Sociologia do conhecimento, que é complexa porque concebe a relação sociedade-cultura-individuo, autonomia-
dependência e a complexidade do fenômeno cognitivo.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p. 150).

“[...] A primeira forma seria a existência da complexidade nos fenômenos independente do sujeito.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p.157).
“[...] A segunda seria a realidade e sua complexidade interpretada pelo olhar do sujeito (observador/conceptor) e sua relação com o
objeto (observado/concebido).” (SILVA; GHEDIN, 2017, p.157).
“[...] as contribuições filosóficas de Edgar poderiam vir a ser extremamente importantes pelo fato de ele desenvolver, há décadas, uma
Considerações
proposta de se pensar de forma complexa a nossa realidade e em consequência da nossa existência.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p.157).
finais
Diante de tais reflexões, SILVA; GHEDIN (2017), destacam que não se chega a uma conclusão precisa sobre a epistemologia de Edgar
Morin, mas que esta vem como um início de um novo caminho. “Uma perspectiva de se buscar novas reflexões e análises que nos
levam a executar propostas de pesquisas sobre a complexidade em prol de uma nova forma de ser fazer ciência e, consequentemente,
uma educação cientifica.” (SILVA; GHEDIN, 2017, p.158).
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Um breve histórico sobre Edgar Morin, nasceu em Paris, no dia 8 de julho de 1921. É um antropólogo, sociólogo e filósofo francês,
judeu de origem sefardita. Pesquisador emérito do Centre National de la Recherche Scientifique. Formado em Direito, História e
Geografia, realizou estudos em filosofia, sociologia e epistemologia. É autor de mais de trinta livros, entre eles: O método (6 volumes),
Introdução ao pensamento complexo, Ciência com consciência e os sete saberes necessários para a educação do futuro. Durante a
Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa. É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos
principais teóricos da complexidade. Filho único, seu pai, Vidal Nahoum, era um comerciante originário de Salônica. Sua mãe, Luna
Beressi, faleceu quando ele tinha 10 anos. Ateu declarado, descreve-se como um neomarrano.
No capítulo em estudo, o ensaio sobre a epistemologia da complexidade, a partir do pensamento de Edgar Morin, os autores Silva e
Ghedin (2017), trazem uma abordagem de analise a partir das obras e longo do texto, evidenciam o contexto da epistemologia da
complexidade, apresentando também, alguns pontos de vistas sobre a complexidade biológica de Maturana, Varela e as estruturas
Síntese do
dissipativas de Prigogine.Com intuito, de esclarecer inicialmente o pensamento de Morin, os autores trazem as arguições sobre a
Capítulo
percepção do mundo e sua complexidade, e assim, ressignificando o conceito de conhecimento e realidade.
Para Morin, segundo Silva e Ghedin (2017), a busca incessante da complexidade do conhecimento, está envolto com interação com o
meio, assim, estabeleceu alguns princípios organizadores cognitivos do conhecimento que são: o dialógico; o recursivo; o
hologramático, o circular, o sistêmico e autonomia/dependência, numa discussão complexa interligando os diversos pontos de vistas,
na busca de um método que congrega o ontológico, o epistemológico e o metodológico.
Contudo, os autores destacam algumas reflexões sobre as grandes identidades de uma sociedade, e quando esta se reflete, poderá a vir
desenvolver uma ecologia de ideias.
Para o campo da educação, Silva e Ghedin sinalizam que embora a epistemologia da complexidade não esteja finalizada, se faz
necessário repensar os caminhos para construção do conhecimento, considerando a relevância das mudanças que estão ocorrendo em
nosso planeta, onde os processos são interligados.

Anotações em aula Estão no caderno.


sobre a
Epistemologia de
Edgar Morin.

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