Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

PRODUÇÃO DE SÍNTESE SOBRE A QUESTÃO DA EPISTEMOLOGIA EM


BACHELARD, POPPER, KUHN E FEYRABENT

Michelle Evangelista dos Santos


INTRODUÇÃO

Deste modo, apresentaremos uma breve síntese de cada unidade especificada.

2. 1 A EPISTEMOLOGIA EM BACHELARD

Gaston Bachelard, filósofo francês, nascido em 27 de Junho de 1884 numa pequena vila
francesa Bar-Sur-Aube e morreu em Paris a 16 de Outubro de 1962. Para os estudiosos,
Bachelard era capaz não só de criticar ideias, mas também de as produzir. Seus Estudos
contribuiram para que os mitos finalmente deixassem de ser a base do pensamento humano, e
a imaginação passou a desempenhar o papel de formar imagens que “ultrapassam a realidade”.
Na trilha pela busca da verdade era capaz de inventar a nova vida, o novo espírito, o novo
conhecimento. O seu principal interesse era o pensamento científico, preenchendo as lacunas
entre “a teoria e a prática”, dissolvendo, aos poucos, as “ideologias parasitárias” para dar ao
homem, esta “criatura de desejo”, o seu lugar, “aprender a pensar com a própria cabeça”.
Bachelard começa por fazer “as demarcações entre conhecimento não-científico e
conhecimento científico, a dialéctica teoria-experiência, a fenomenotécnica, a construção social
da ciência.
O autor destaca que se faz necessário compreender as areas de conhecimento que intrigam o
cientista francês, apoiando assim num tripé para construção do conhecimento, sendo eles, o
cientifico, o filosófico e o poético. Baseado nesse tripé, para Bachelard o conhecimento tem
cinco dimensões a serem consideradas: a intuição, o objeto, o estético, o ético eo social.
(SILVA;GHEDIN 2017, p. 251;264).
Então, o autor destaca o carater pedagogico da epistemologia de Barchelard é ver como coisas
distitntas estão ligadas como o cientifico e o humanistico, então o novo espirito cientifico se
evidencia quando a ciencia de hoje faz a leitura e interpretação da ciencia do
ontem.(SILVA;GHEDIN 2017, p.267-268)

2.2 A EPISTEMOLOGIA EM POPPER

Nascido em 28 de julho de 1902, numa família de origem judaica. Em 1928,concluiu o


doutorado em filosofia e lecionou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Com a ascensão
do Nazismo em 1937, levou-o a emigrar para a Nova Zelândia, onde foi professor de filosofia.
Em 1946, foi viver na Inglaterra, tornando-se assistente de lógica e de método científico,
posteriormente professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Isabel II em 1965, e eleito
1
para a Royal Society em 1976. Reformou-se da vida acadêmica em 1969, apesar de ter
permanecido ativo intelectualmente até à sua morte, em 17 de setembro de 1994. Seus estudos
tinham como objetivo encontrar critérios para classificar o saber científico como tal,
considerando o racionalismo crítico para evidenciar a veracidade das teorias em contraponto ao
empirismo clássico e positivista, o qual não considerava suficiente.
Maia e Ghedin (2017, p. 353;360) destacam que seu critério de refutabilidade não foi elaborado
para criar confronto entre as teorias historicistas, mas sim a testabilidade dos sistemas teóricos.
O critério estabelecido por Popper foi o falsificacionismo, trazendo a necessidade de a hipótese
ter a possibilidade lógica de ser falsa, nesta sequência:
1. Hipótese.
2. Pode ser falseada?
3. Teste de falsificação.
4. Sobreviveu ao teste?
Após, passar por esse processo, podia-se afirmar que um teoria é ou não empírica.
Com relação ao Ensino, Popper sinaliza que se faz necessário romper com as estruturas de uma
educação tradicional, meramente transmissora de conteúdos, mas criar possiblidades de
investigação para resolução dos problemas.

2.3 A EPISTEMOLOGIA EM KUHN

Thomas Samuel Kuhn, um historiador e filosofo da ciência, nasceu em 1922 em Cincinnati,


estado de Ohio, morreu em 1996 na cidade de Cambridge no estado de Massachusetts, tornou-
se historiador da ciência em 1947, tornou-se mestre em 1946 de doutor em 1949 pela
Universidade de Havard, foi professor de Historia da Ciência na Universidade de California e
ensinou tambem em Princeton, e depois transferiu-se para o Instituto de Massachusetts, onde
foi professor de Filosofia e Historia da Ciência até 1991.
Para Rocha; Ghedin (2017), Kuhn é de grande importância para os estudos de História e
Filosofia da Ciência, por sua concepção do desenvolvimento do conhecimento científico não
cumulativo e não linear, assim, a ciência em seus estudos procura explicitar um determinado
paradigma em determinada época, e então, quando surge novos elementos dentro desse
paradigma, ou seja, uma anomalia que poderá ou não gerar uma crise no conhecimento
cientifico posto. Quando ocorre então uma mudança no paradigma posto, ocorre então uma
revolução cientifica. Logo, a ciência busca solucionar problemas guiados por um paradigma
novo, e então quando essa descoberta traz algo, que promove a mudança de conceitos e visões
da sociedade, se torna então uma revolução cientifica.
Para o ensino de ciências, destaca que além dos conhecimentos anteriores, se faz necessário
verificar os aspectos históricos e sociológicos da prática cientifica, alterando assim uma visão
corrente da ciência posta. (ROCHA; GHEDIN, 2017, p. 332)
Para explicitar melhor o progresso científico para Kuhn ocorre a partir da seguinte forma:
PRÉ-CIÊNCIA – CIÊNCIA NORMAL – (anomalias) – CRISE-REVOLUÇÃO – NOVA
CIÊNCIA NORMAL – NOVA CRISE (...)
Os autores destacam que, para Kuhn o desenvolvimento científico é romper um paradigma para
alcançar um paradigma melhor a partir da consideração de que todos os paradigmas são
inadequados em alguma medida em sua correspondência com a natureza.

2
2.4 A EPISTEMOLOGIA EM FEYRABEND

Gusmão e Ghedin (2017), trazem uma abordagem da epistemologia de Feyrabend, analisando


sua autobiografia como pressuposto, para compreensão de seus preceitos e como estes são
aplicáveis no fazer científico.
Então, Paul Karl Feyerabend nasceu na cidade de Viena em 1924, sendo o único filho de uma família
de classe média em uma época caracterizada pela fome após a Primeira Guerra Mundial e pela inflação
que pesava na economia do país. Como pai funcionário público e mãe costureira, ele mostrou grande
inteligência, aprendendo ciências naturais, latim e inglês e obtendo qualificações muito altas. Da mesma
forma, em certas disciplinas como física e matemática, ele parecia ter maior domínio até do que seus
próprios professores, fato o qual ele mostraria um comportamento excêntrico, irônico e sarcástico, a
ponto de ser expulso da escola. Em 1947, Feyerabend voltou a Viena, onde começaria a realizar estudos
universitários. No início, ela estudou história e sociologia, pois outro de seus ramos favoritos, a física.
No entanto, seus estudos não lhe pareciam satisfatórios e ele decidiu deixar História e começar a estudar
física na Universidade de Viena. Durante seus estudos, ele também recebeu cursos de filosofia, O que
chamaria profundamente sua atenção. Ele inicialmente abraçaria uma visão positivista e empirista da
ciência, embora o contato com profissionais como Ehrenhaft influenciasse sua visão posterior. Ele
escreveu seu primeiro artigo em 1947, sobre ilustração em física. Em 1948 ele conheceu Karl Popper
durante um seminário na Sociedade Austríaca de Alpbach, lá ele conheceria também Hollitscher, que o
convenceria de que é o realismo que guia e possibilita o progresso da pesquisa científica e não o
positivismo ou o empirismo.
Karl Popper, foi seu professor, mas logo Feyrabend o abandonou, por discordar das ideias
lineares, fez uso das filosofias não analíticas e ao pensamento social para alicerçar sua
epistemologia anarquista, ou seja, contra o método/vale tudo, sem juiz para dizer qual método
esta certo, mas defende a liberdade de escolha/criação pró-método de trabalho.
Assim, Feyerabend posicionou-se contra um único método científico por considerar que isso
conferia o risco de a ciência estagnar, rompe então como o racionalismo crítico e propôs ideias
pluralistas, onde a ciência é uma atividade metodologicamente anárquica, um princípio que não
inibe o processo. Seu anarquismo epistemológico é uma forma de indicar a direção do processo
da ciência, ou seja, não há hegemonia no fazer cientifico.
Para o ensino de Ciências, não diferente de seu pensar sobre o fazer científico, defende a ideia
da quebra hegemônica da economia que utiliza os conhecimentos para manutenção da ideologia
dominante.

CONCLUSÃO

Percebemos então, o que é ciência pra cada um, em resumo: Para Bachelard a ciência
progride sempre que o espírito humano consegue romper com o objeto imediato que se coloca
diante dos sentidos, Popper defende o que pode ser falseado, em contraposição Kuhn entende
a existência de um paradigma que sustente uma ciência normal, e Feyerabend a ciência coexiste
com outras ações de não ciência.

3
REFERÊNCIAS

SILVA, L.C.L.; GHEDIN, E. A epistemologia de Gaston Bachelard e sua contribuição ao


ensino de ciências. In: GHEDIN, E. (Org.). O Ensino de Ciências e suas Epistemologias. Boa
Vista: Editora da UFRR, 2017. p. 249-269.

GUSMÃO, M.P..; GHEDIN, E. A contribuição de Paul Feyraben e suas aplicações no ensino


de ciências. In: GHEDIN, E. (Org.). O Ensino de Ciências e suas Epistemologias. Boa Vista:
Editora da UFRR, 2017. p. 271-285.

ROCHA, S.C.B.; GHEDIN, E. A epistemologia de Thomas Kuhn e suas contribuições para o


ensino de ciências. In: GHEDIN, E. (Org.). O Ensino de Ciências e suas Epistemologias. Boa
Vista: Editora da UFRR, 2017. p. 319-337.

MAIA, D.P.; GHEDIN, E. A epistemologia de Karl Popper e o ensino de ciências. In: GHEDIN,
E. (Org.). O Ensino de Ciências e suas Epistemologias. Boa Vista: Editora da UFRR, 2017.
p. 353-365.

Você também pode gostar