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HISTÓRIA DA ARQUITETURA BRASILEIRA I

CASA ARQUITETURA E URBANISMO - NOTURNO

Docente: Suely de Oliveira Figueiredo Puppi


BANDEIRISTA Discente: Heloisa Cristina Louzada Mazzaron

1. IMPLANTAÇÃO, CORTES E CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS:

A casa bandeirista é marcada pelo estilo de planta retangular, com uma sala social central, dormitórios distribuídos ao redor da sala, sem corredores, poucas
aberturas dando maior segurança à residência e, consequentemente, seu interior era pouco iluminado. As cozinhas eram instaladas em puxados
construídos em anexos à residência (tacaniças). Na parte frontal, sua fachada é caracterizada pela presença de alpendre, ladeada pela capela, com acesso
externo e interno à residência e pelo dormitório de hóspedes, único cômodo isolado, pois, tinham somente acesso externo, independente da área íntima da
residência. O alpendre tinha função definida pelas atividades administrativas da casa, o patriarca recebia seus convidados e realizava suas reuniões ali. O
proprietário e seus parceiros de negócios tinham, então, ao seu lado esquerdo a capela e ao seu lado direito o dormitório dos hóspedes. E, às costas do
patriarca, ficava a sala central, de acesso restrito aos visitantes. Nos fundos da casa há uma escada que permite acessar o andar superior, onde se dá lugar a
um grande patamar, inicialmente usado como depósito para estoque de alimentos e mercadorias.
HISTÓRIA DA ARQUITETURA BRASILEIRA I
CASA ARQUITETURA E URBANISMO - NOTURNO

Docente: Suely de Oliveira Figueiredo Puppi


BANDEIRISTA Discente: Heloisa Cristina Louzada Mazzaron

2.ESTRUTURA:
O sistema construtivo utilizado nas casas bandeiristas era o de taipa de
pilão, em valas abertas diretamente no solo, sem os baldrames de
pedras ou tijolos. Trata-se de um sistema rudimentar de construção no
qual a terra crua é peneirada, posta para secagem, em seguida Casa do Tatuapé em
acrescenta-se água à mistura até se atingir um bom ponto de umidade, gravura de R. Mertig,
é apiloada em camadas nas formas de madeira (taipal) até atingir uma 1936
densidade ideal que permita uma estrutura resistente e duradoura. A
técnica possui origem árabe e foi trazida ao Brasil pelos portugueses.
3. MATERIAIS
A casa era composta por maciços de taipa (terra apiloada), pintura em
cal branca, piso de terra batida, e a cobertura em telha de barro ou
palha , com estrutura em madeira canela-preta.

4. COBERTURA
A cobertura, tradicionalmente de 4 águas, era feita de telhas de barro
ou cobertas de palha, herança indígena, que davam à residência maior
proteção, com beirais largos que protegem a taipa da ação corrosiva
das águas das chuvas. Na cobertura também haviam a presença de
cachorros: elementos expostos entalhados em madeira que suportam
os beirais do um telhado, também com caráter decorativo.

Casa do Sítio do Padre Inácio,


Casa do Sítio do Padre Inácio,
cachorros na cobertura - Foto
interior cobertura - Foto Victor
Victor Hugo Mori
Hugo Mori
HISTÓRIA DA ARQUITETURA BRASILEIRA I
CASA ARQUITETURA E URBANISMO - NOTURNO

Docente: Suely de Oliveira Figueiredo Puppi


BANDEIRISTA Discente: Heloisa Cristina Louzada Mazzaron

5. CASA BANDEIRISTA X SOBRADO MAGRO:


A casa bandeirista é um tipo da arquitetura colonial rural paulista, já o
sobrado magro é uma edificação típica da região de Salvador. A casa
bandeirista é um tipo de casa térrea, que serviam de apoio para as expedições
paulistas, enquanto o sobrado magro possuía 2 andares ou mais, chegando
até a 5 pavimentos, já que casas térreas eram consideradas de classe inferior,
transformando os pavimentos térreos em pequenos comércios, estábulos e
estadias para os escravos, enquanto as famílias utilizavam os pavimentos de
cima. A residência bandeirista é caracterizada pela sala social central,
dormitórios distribuídos ao redor da sala, sem corredores, poucas aberturas,
contendo um alpendre frontal, já o sobrado é marcado pela sala frontal, Casa do Sítio do Padre Inácio
circulação lateral e quartos sem janelas (alcovas). As coberturas dos sobrados Foto Victor Hugo Mori

magros eram em sua grande maioria de duas águas, com telhas voltadas para
a vertical para evitar a corrosão. Já as casas bandeiristas, as coberturas
formavam telhados de 4 águas, feitos em palha ou telhas de barro. Os
sobrados magros possuíam diversas ornamentações nas fachadas, com
elementos decorativos principalmente nas platibandas, enquanto na casa
bandeirista os elementos decorativos quase não estavam presentes, sendo
apenas nos cachorros que estruturavam os beirais da cobertura.

FONTES:
A Casa Bandeirista - Vitruvius.com.br
Taipa de pilão: do vernacular à mecanização - Vitruvius.com.br
Arquitetura Brasileira - Carlos A. C. Lemos
Arquitetura na formação do Brasil - Portal.iphan.gov.br Bairro Santo Antônio, Salvador
Foto Márcio Correia Campos

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