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DA ARQUITETURA CIVIL

A família brasileira e a moradia colonial Varandas (importâncias climáticas e filtro para


o exterior, com várias portas para o interior da
 Miscigenação branca, índia e africana residências, a capela – podia servir de extensão da nave -
 A casa é o reduto da família e alguns quartos de hospede), salas (espaço de
 Reflete a sociedade convivência familiar com múltiplas funções), alcovas
o Patriarcalismo latifundiário: o homem é o dono (quartos sem abertura para o exterior além da porta de
e a mulher não desempenha quase nenhum entrada, para permanência noturna), quartos-de hóspede e
papel social grandes cozinhas (podia ocupar mais de 1/3 da casa,
 Resultado espacial: casa-grande de engenho monocultor dividia entre setor de limpeza, abate e antepreparo e área
de preparo)
As casas no Brasil colônia
Não havia banheiros ou latrinas,
 Início da colonização: 30 anos após a descoberta apenas urinóis, retretas, bacias e jarras
 Modelo de agricultura de plantation – cana-de-açúcar (recolhidos por escravos-tigre)
 Fatores que influenciaram nas moradias: clima tropical e
unido do litoral, a flora, o gentio da terra e o colonizador  A senzala
português
Senzala doméstica: abrigo para
 Amalgama de experiencias culturais: escravos responsáveis pelas tarefas de casa que
o Cozinha externa dos indígenas (o clima não poderias estar localizada em uma espécie de
permitia uma cozinha interna como as porão
portuguesas, que esquentavam no inverno)
o Solução para escoamento de grandes chuvas do Senzala de eito: voltada para o
Oriente terreiro, abrigava escravos com mão de obra
o Paredes caiadas e portais coloridos portugueses mais robusta
 Planta da casa: reflete a estrutura familiar – setorização
segregadora (não mudou por quase 3 séculos; “quem viu No século XVIII, a moradia de
uma casa no Brasil, viu todas”) escravos foi agrupada em um só edifício
o Setorização uniforme: setor de trabalho/social (geralmente de taipa com cobertura vegetal,
na parte da frente (próxima à rua), setor íntimo com a planta prolongada de pequenos cubículos
no meio da casa e setor de serviço na parte dos sem janelas com uma única porta voltada para o
fundos terreiro, com uma galeria externa

A moradia rural  O engenho

Centro da produção econômica colonial


 Outras formas de ocupação rural se distribuíram
geograficamente em função de atividades econômicas Partido simples, com um apmlo galpão
diversificadas que poderia ser subdividido em edificações
 No universo rural, o ato de morar estava diretamente especificas para cada etapa do processo
associado ao trabalho e à produção (armazém, picadeiro, menda, reservatório,
o Engenho monocultor canavieiro caldeiras com fornalhas, casa de purgar, seleção
de paes de açúcar e encaixotamento),
Complexo de edifícios, com destaque dependendo da produtividade
econômico para a casa-grande, a senzala e o engenho
Localizada próximo ao rio ou de
 Implantação: algum córrego desviado
margens de rios, visando garantir o  Outras edificações
transporte fluvial e a utilização da forca
hidráulica Sua existência dependia da
complexidade do engenho
a casa grande e a capela eram
elevadas e distantes entre si Estábulos, cocheiras, olarias,
depósitos, casa de capatazes e de colonos,
o complexo agroindustrial ficava celeiros, casa da mandioca, casa do milho,
entre o rio e as elevações (engenho, casa de alambiques, etc.
depuração, senzalas, oficinas e estrebarias)
A praticidade superava qualquer
No século XVIII, a casa-grande e a preocupação estética
capela foram interligadas (pois a visão do
português era que a identidade nacional e o o Engenho policultor sudestino
sentimento de continuidade vinham da religião)  Cultivo de cana e outros produtos
mudando do partido quadrangular para plantas para abastecer viajantes e núcleos
em forma de U ou retangulares, com pátios urbanos próximos
internos na parte posterior da casa  Região de passagem entre as minas e
portos de escoamento
No centro das edificações, uma
 Implantação
“praça” urbana com funções de lazer, trabalho,
 Margens de rios (ou proximidade
punição, orações e vigília
imediata do litoral)
 A casa grande  Conjunto mais compacto: casa-
grande, senzala e engenho
 Raramente a capela ocupava
edificação independente
 Número reduzido de escravos Alas e portas internas com bandeiras sempre
(substituídos por colonos livres ou vazadas
meeiros)
 Casa grande Captação das aguas pluviais para
poços ou bilhas em vários pontos, umedecendo
Dois pavimentos: térreo com o ar
depósitos, armazéns, nave de capela e alguns
alojamentos para viajantes; o superior, cujo  Outras edificações
acesso era por uma escada externa, mantinha os
Galpões abertos com amplos telhados
padrões tradicionais de setorização
com o mínimo para realização de suas funções
(menos uma ligação interna para área de
trabalho) A moradia urbana: casas térreas e sobrados
Varanda frontal, voltada para o  Casas e lotes padronizados
terreiro
 Casas construídas sobre alinhamento do terreno, com
 Engenho e senzala empenas laterais coladas nos limites dos lotes vizinhos,
debruçadas sobre as ruas sem arborização ou
Compactação do programa, pavimentação
agregando-os em corpo único à casa grande  Implantação urbana importada de Portugal, adaptado ao
(convivência de morar e trabalhar sob o mesmo Brasil, com extroversão da cozinha e rebaixamento dos
teto) telhados
 Casas térreas e assobradadas:
Essas edificações influenciaram as o Grande sala alinhada com a vida pública,
posteriores fazendas cafeeiras (do séc. XIX) compromisso com o comercio e grande número
o A moradia paulista de portas
o Nos sobrados, as salas da frente do piso
 Região do planalto paulista
 Região isolada, com sítios superior tinham a função de receber – acesso
autossuficientes de construção de por escada com acesso restrito por uma porta
materiais próprios, como telhas, de vão variável
algumas peças de adobe (técnica o Assobradadas: pavimento térreo: loja, entrada
predominante = taipas de pilão) para 2º pavimento, depósitos, sala de engomar,
 Implantação quintal, área descoberta; pavimento superior:
sala da frente (melhor mobiliário da casa),
Ponto situado a meia encosta oratório (poderia ser utilizado pelas mulheres
(benefícios de água próxima, proteção contra para atividades de costura, caso não houvesse
ventos e boa visibilidade do entorno imediato) visitas), alcovas, salas dos fundos, cozinha e
depósito)
Sob plataforma de pedra (proteger o Setorização: salas da frente, alcovas, sem
taipa das paredes perimetrais e a fundação da banheiros (higiene ocasional)
umidade do terreno e águas pluviais) o Agregado à cozinha (puxadinho, dividido em
cozinha suja, para o abate e limpeza dos
Setorização: faixa frontal com varanda
alimentos em estado bruto, e cozinha limpa,
central, capela e quarto de hospedes; setor íntimo
para o preparo final; apenas a dimensão
com sala ampla sem janelas, com pé direito duplo
diferenciava a cozinha rural da urbana), tinha
sob telhas vãs, com alguns aposentos ao redor; sem
um espaço voltado para o quintal urbano, a sala
cozinhas no corpo da casa
de viver
o Fazenda de gado do nordeste o Quintal urbano agregado à cozinha, com
 Fazendas piauienses – maioria de edícula no fundo para abrigo de animais e
homens livres escravos
 Implantação o Com a evolução para meias moradias, a planta
mantém a setorização, apenas aumentando o
A sede da fazenda é em terreno plano, número de aposentos
com arborização na fachada para produzir o O comercio ocupou as salas de casas térreas,
sombra (clima quente e seco) comprometendo o fluxo da habitação
o A área de moradia se transferiu para o
Alojamentos para homens livres (ao pavimento superior (Renascimento)
fabricas) o Com o fortalecimento da burguesia, no século
A preocupação determina a XVIII, o partido sofreu pequena transformação,
orientação dominante pois ter o trabalho no mesmo local da moradia
poderia diminuir o status, então a loja era
 A moradia substituída por um vestíbulo ou uma garagem
para coche
Forma horizontal, com generoso o No século XVIII, com adensamento de áreas
telhado com águas que projetavam sobre uma urbanas e consequente piora na qualidade de
varanda de pé-direito muito baixo (1,6m) que vida, a população mais abastada se deslocou
podia circundar toda a casa para a periferia imediata, ocupando casa de
chácara, um partido hibrido de casa rural e
Setorização tradicional segregadora, urbana, ampla, bom acabamento, confortável e
com divisórias internas à meia altura abaixo de capaz de atender à alguma demanda de gêneros
cumeeiras elevadas (6m), com coberta de telhas alimentícios para a população crescente do
vãs núcleo próximo (melhor qualidade de vida para
Em ambientes sociais, poderia ter seus ocupantes)
forro de madeira treliçada

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