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Prima facie, requer a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita nos
termos das Leis nº. 1.060/50 e 7.510/86, por não possuir recursos financeiros suficientes para
cobrir o ônus das custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de sua mantença
e de sua família.
Assim, também quanto à eventual não atendimento ao Art. 319, inciso II do CPC, uma
vez que a obtenção de alguns daqueles dados é, no momento, excessivamente onerosa ao
Autor, a teor do quanto autoriza o § 3º. do já mencionado Artigo.
Saliente-se que na referida casa foi, ainda, construído, instalado e custeado um salão
de beleza pelo Autor, no qual foi gasto cerca de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
Ressalte-se que o Autor jamais foi parte em eventual ação judicial afeta ao patrimônio
deixado pelo Sr. (NOME), porventura intentada pelo Réu.
É de bom alvitre ressaltar que a Sra. (NOME), neta do Réu, procurou o Autor há
poucos meses, dizendo-se representante daquele e afirmando que o Autor deveria assinar um
documento que aquela portava, o qual seria relativo a esse imóvel, sob o argumento de que o
Réu deveria desocupar o imóvel imediatamente.
O Autor não dispõe de documento do imóvel, sendo que tem envidado esforços no
sentido de regularizá-lo, posto que está providenciando o agendamento de atendimento com o
Defensor Público da área da Regularização Fundiária. Saliente-se que o fato de não dispor de
Assim, a documentação acostada a este petitório, quais sejam, cópias de notas fiscais,
de recibos, de extratos bancários, de correspondências, de faturas da Coelba, da Embasa e de
Cartão de Crédito, comprovantes de residência, declaração de testemunha, pode atestar a
veracidade das informações ora prestadas.
Art. 1.196: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.204: Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à
propriedade.
Art. 1.206: A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor
com os mesmos caracteres.
Art. 1.210: O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver
justo receio de ser molestado.
Ainda, observe que o Autor tem o direito real de habitação no que se refere ao imóvel
supracitado, inclusive tal entendimento depreende-se da interpretação da legislação pátria
sobre o assunto, devendo-se atentar, inclusive, para as disposições do Art. 7º, parágrafo único
da Lei nº 9.278/1996, ao disciplinar o Art. 226 da Constituição da República, cujo instituto foi
estendido ao companheiro supérstite. In verbis, o referido dispositivo versa que:
Assim, vê-se que o usufruto do imóvel vale mais que o direito à fração daquele,
deixando claro como direito prioritário o real de habitação, que garante ao cônjuge ou
companheiro o usufruto do imóvel em que morava com a outra parte, o qual sobrepõe-se ao
direito de propriedade sobre fração desse mesmo imóvel.
E, ainda, embora não haja previsão expressa no Código Civil sobre o direito real de
habitação aos companheiros quanto ao regime sucessório específico, muito menos havendo
previsão a respeito do tema no art. 1.831 do mesmo Código, o Superior Tribunal de Justiça
tem entendido pela aplicabilidade, devendo-se considerar, inclusive, que a interpretação literal
das normas levaria à conclusão de que o cônjuge estaria em situação privilegiada em relação
ao companheiro, o que deve ser rechaçado pelo ordenamento jurídico.
Por seu turno, Art. 300 do CPC dispõe que a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
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Didier Jr., Fredie; Oliveira, Rafael; Braga, Paula Sarno. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova,
direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10º
edição. Salvador: Ed. Juspodivm, 2015, p.567.
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Didier Jr., Fredie; Oliveira, Rafael; Braga, Paula Sarno. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova,
direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10º
edição. Salvador: Ed. Juspodivm, 2015, p. 569.
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plausibilidade de existência desse mesmo direito, ou seja, o magistrado precisa avaliar se há
elementos que evidenciem a probabilidade de ter ocorrido o fato narrado e quais as chances
do Demandante.3
Veja que o receio na demora da prestação jurisdicional que justifica o pedido de tutela
provisória de urgência é aquele que se assenta não apenas no risco de dano irreparável ou de
difícil reparação, mas também no risco de um ilícito (inibitória) e o risco que a demora
representa ao resultado útil do processo.
No presente caso, o não deferimento da tutela acarretará dano irreparável, vez que,
face a iminência de concretização de desocupação do imóvel, como já tentado anteriormente
pelo Réu e acima relatado, o Autor pode PERDER DE FORMA INJUSTA E ILEGAL, sem
exercer o seu direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa, a posse do supracitado
imóvel.
Igualmente preenchido o requisito previsto no § 3º. do Art. 300 do CPC, uma vez que
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Didier Jr., Fredie; Oliveira, Rafael; Braga, Paula Sarno. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova,
direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10º
edição. Salvador: Ed. Juspodivm, 2015, p.595.
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Didier Jr., Fredie; Oliveira, Rafael; Braga, Paula Sarno. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova,
direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10º
edição. Salvador: Ed. Juspodivm, 2015, p.597.
4. DOS PEDIDOS
c) A citação do Réu, para, querendo, contestar o presente pedido, sob pena de, não o
fazendo, serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelo Autor na petição inicial;
d) A cominação de pena pecuniária, a ser fixada por Vossa Excelência, caso o Réu volte a
molestar a posse do Autor;
ROL DE TESTEMUNHAS