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FAZENDA PÚBLICA
EM JUÍZO
Edição 2022.1
revisada
ampliada
atualizada
Disponibilizado exclusivamente para JOSÉ CLÉCIO SANTOS VARJAO, documento 027.879.795-48, email escritorioclecio@hotmail.com
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3. NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL....................................................................................... 24
PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 24
REQUISITOS ...................................................................................................................... 25
3.2.1. Capacidade .................................................................................................................. 25
3.2.2. Objeto lícito .................................................................................................................. 25
3.2.3. Forma ........................................................................................................................... 25
3.2.4. Autonomia da vontade ................................................................................................. 25
3.2.5. Partes capazes ............................................................................................................ 25
3.2.6. Direitos que admitem autocomposição ....................................................................... 25
CASUÍSTICA ....................................................................................................................... 25
3.3.1. Reexame necessário ................................................................................................... 26
3.3.2. Prazos .......................................................................................................................... 26
3.3.3. Renúncia antecipada a recursos ................................................................................. 26
3.3.4. Renúncia à denunciação à lide.................................................................................... 26
3.3.5. Dispensa de vista pessoal por carga ou por remessa ................................................ 26
3.3.6. Rateio de sucumbência ............................................................................................... 26
4. CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ................................................................................................... 26
CONCEITO.......................................................................................................................... 26
(DES) NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGAL ......................................................... 27
HIPÓTESES DE AUTORIZAÇÃO LEGAL.......................................................................... 27
CRITÉRIOS OBJETIVOS PARA CELEBRAÇÃO .............................................................. 28
LEI 13.140/2015 E A PREVISÃO DE MEIOS CONSENSUAIS PELA ADMINISTRAÇÃO
30
DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ................................. 33
TUTELA PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ............................................................... 34
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 34
2. PREVISÃO LEGAL ..................................................................................................................... 34
3. CABIMENTO............................................................................................................................... 34
4. LIMITES E CONSTITUCIONALIDADE ...................................................................................... 35
5. TUTELA PROVISÓRIA EM ACP E MS COLETIVO .................................................................. 35
6. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA .......................................................................... 35
SUCUMBÊNCIA................................................................................................................................. 37
1. REGRA GERAL .......................................................................................................................... 37
2. CAUSAS DE VALOR IRRISÓRIO.............................................................................................. 37
3. ISENÇÃO DE SUCUMBÊNCIA.................................................................................................. 38
4. DESISTÊNCIA DE EXECUÇÃO FISCAL .................................................................................. 38
5. MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................... 39
6. DESAPROPRIAÇÃO .................................................................................................................. 39
7. AÇÕES PREVIDENCIÁRIA E ACIDENTÁRIAS ........................................................................ 39
8. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL .................................................................. 40
9. RECONHECIMENTO JURÍDICO PELA FAZENDA PÚBLICA.................................................. 40
10. EXECUÇÃO FISCAL .............................................................................................................. 40
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA .............................................. 41
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 41
2. PROCEDIMENTO ...................................................................................................................... 41
3. IMPUGNAÇÃO ........................................................................................................................... 42
4. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO.................................................................................................. 42
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ....................................................................................................... 44
1. POSSESSÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ................................................................... 44
2. POSSESSÓRIA E PETITÓRIAS DE CONFLITO COLETIVO PELA POSSE DA TERRA ....... 44
3. AÇÃO MONITÓRIA .................................................................................................................... 45
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4. RECOLHIMENTO DE ITCMD NO INVENTÁRIO E ARROLAMENTO DE BENS .................... 45
5. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA ........................................... 46
6. EXECUÇÃO FISCAL .................................................................................................................. 46
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................. 46
IN (APLICABILIDADE) DA DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA .................... 46
RECURSOS CABÍVEIS ...................................................................................................... 48
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL E GARANTIA DO JUÍZO........................................ 49
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APRESENTAÇÃO
Olá!
O Caderno Sistematizado Fazenda Pública em Juízo possui como base as aulas da Prof.
Fernando Gajardoni, do Curso G7 Jurídico. Com o intuito de deixar o material mais completo,
utilizamos os Volumes 2, 3 e 5, da Coleção Curso de Direito Processual Civil – Fredie Didier Jr.,
Edição 2020, além do Código de Processo Civil – Daniel Neves, Edição 2020, todos da Editora
Juspodivm.
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você
faça uma boa prova.
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito
importante!! As bancas costumam repetir certos temas.
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ADVOCACIA PÚBLICA
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Código de Processo Civil de 2015, no Título VI (arts. 182 a 184), trata da Advocacia
Pública. Vejamos:
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Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em
carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as
suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das
respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de
desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
corregedorias.
A Advocacia Pública, diferentemente do que acontece com a Magistratura, não possui uma
Lei Orgânica Nacional que regulamente todos os seus princípios e atribuições. Há leis setorizadas
por carreiras, variáveis conforme a própria Procuradoria.
Por isso, é importante que você estude a Lei da AGU ou Estado/Município que prestará
concurso.
3. ATUAÇÃO
A Advocacia Pública irá provocar ou responder, A Advocacia Pública irá atuar nos processos
extrajudicialmente, eventos ou fatos em que a Administração Pública Direta ou
relacionados à Administração Pública. Indireta for autora ou ré.
Daniel Neves salienta que quando a parte se faz presente em juízo por meio de seus órgãos,
não existe tecnicamente representação, mas sim presentação. Portanto, apesar do caput do art. 75
do CPC mencionar representação, nos incisos I, II e III há uma presentação, no inciso IV há
realmente representação.
REPRESENTAÇÃO
Por fim, o advogado o público não precisa apresentar procuração para atuar nos processos
judiciais, nos termos da Lei 9.469/1997 que trata da AGU (aplica-se para os demais).
4. PRERROGATIVAS PROCESSUAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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que foi arrecadada e que evidentemente supera, aí sim, o interesse particular. (...) Isso já seria o
suficiente para demonstrar que a Fazenda Pública se apresenta em situação bastante diferenciada
dos particulares, merecendo, portanto, um tratamento diverso daquele que lhes é conferido.”
A seguir analisaremos as prerrogativas gerais que todo Advogado Público possuiu. Salienta-
se que as prerrogativas previstas no Estatuto da OAB também são aplicadas a eles, bem como é
possível que a lei da carreira, por exemplo a Lei da AGU, confira prerrogativas específicas.
INTIMAÇÃO PESSOAL
A Fazenda Pública possui a prerrogativa de ser intimada pessoalmente, por carga ou por
remessa (no caso de processos físicos) e por meio eletrônico (processo eletrônico – Lei 11.419/06)
para que tenha ciência ou para que se manifeste nos autos, nos termos do art. 183, §1º, do CPC,
em qualquer processo inclusive nos que tramitam nos Juizados Especiais.
Além disso, a intimação será pessoal tanto quando a Fazenda Pública for parte como quando
for interessada ou atuar como amicus curiae.
ISENÇÃO DE CUSTAS
A Fazenda Pública, nos termos do art. 1.007, §1º do CPC, é isenta do pagamento de custas
processuais, bem como do pagamento de prepara e do porte de remessa e retorno, tendo em vista
que seria ilógico um órgão do Estado pagar para o próprio Estado.
Importante consignar que não há isenção para reembolso de custas e despesas pelo
vencedor da ação. Em outras palavras, quando o Estado perder uma ação deverá reembolsar os
valores despendido pelo vencedor.
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Entendem-se por despesas os valores que se destinam a remunerar terceiras pessoas
acionadas pelo aparelho judicial, no desenvolvimento da atividade do Estado-juiz. Por exemplo,
honorários do perito, transporte do oficial de justiça.
Em regra, o Estado, se for vencido pagará no final do processo as despesas, conforme prevê
o art. 91 do CPC.
Salienta-se que quando a Fazenda Pública requerer perícia, esta poderá ser realizada por
entidade pública ou, então, deve ser custeada com recursos previstos no orçamento para tal
finalidade. Não sendo realizada por entidade pública nem havendo previsão orçamentária, o
pagamento deve ser feito no exercício seguinte, depois da inclusão da previsão no respectivo
orçamento. Nesse sentido, os §§ 1º e 2º do art. 91 do CPC.
Art. 91,
§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou
pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou,
havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que
requerer a prova.
§ 2º Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para
adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício
seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do
adiantamento a ser feito pelo ente público.
Esse direito também é expressamente previsto para os advogados públicos pelo §19, do art.
85 do CPC, in verbis:
Cada Ente Federado irá regular a forma de repasse e o percentual de honorários que o
Advogado Público irá receber.
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valor dos honorários sucumbências devem ser destinado ao Estado, uma vez que o Advogado
Público aceita trabalhar pelos seus vencimentos. O STF, por maioria, declarou o §19 constitucional.
PRAZO EM DOBRO
A Fazenda Pública, inclusive para recorrer possui prazo em dobro, nos termos do art. 183
do CPC.
Destaca-se que não se aplica em dobro os prazos próprios, ou seja, aqueles em que a
própria lei prevê um prazo diferenciado para a Fazenda Pública, são eles:
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• Prazos em ADI e ADC;
Importante consignar que a prerrogativa da dobra legal do art. 183 do CPC não é cumulável
com o prazo em dobro previsto no art. 229 do CPC. Segundo Leonardo da Cunha, “porque haveria
uma extensão desarrazoada de prazo para a Fazenda Pública, cujo interesse já se encontra
resguardado com a aplicação isolada do art. 183 do CPC, outorgando-lhe prazo em dobro para
todas as suas manifestações no processo. Caso fosse possível cumular as duas regras, a Fazenda
Pública teria prazo em quádruplo para suas manifestações, desbordando da finalidade a que se
visa alcançar com a regra contida no aludido art. 183 do CPC. Assim, numa demanda proposta, por
exemplo, em face da Fazenda Pública e, igualmente, em face de um particular, enquanto esse
último dispõe de prazo de 30 dias para a prática de seus atos processuais (CPC, art. 229), a
Fazenda Pública desfruta da prerrogativa de igualmente praticar os atos nos prazos computados
em dobro (CPC, art. 183)”.
APLICABILIDADE
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REMESSA NECESSÁRIA
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Inicialmente, pertinente considerar que houve mudança terminológica feita pelo Código de
Processo Civil de 2015, o reexame necessário ou o duplo grau de jurisdição obrigatório passa a ser
chamado de REMESSA NECESSÁRIA.
2. NATUREZA JURÍDICA
1º RECURSOS
Estão previstos no art. 994 do CPC, são interpostos antes do trânsito em julgado e dentro
da mesma relação jurídica processual.
2º AÇÕES IMPUGNATIVAS
São instrumentos que exigem uma nova relação jurídica processual, ou seja, para atacar o
pronunciamento do Estado-juiz é necessário o ajuizamento de outra ação, a exemplo da ação
rescisória, do mandado de segurança contra ato judicial, dos embargos de terceiro (segundo
Gajardoni), da reclamação.
3º SUCEDÂNEOS RECURSAIS
São os instrumentos que acabam “fazendo as vezes” de recurso, mas não estão previstos
no rol do art. 994 do CPC e, em alguns casos, não possuem previsão legal (pedido de
reconsideração).
3. CONCEITO
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O reexame necessário é uma condição de eficácia da sentença, ou seja, a sentença não
produzirá efeitos e nem transitará em julgado quando a lei determinar que precisa ser revista por
outra instância.
Súmula 423 STF - Não transita em julgado a sentença por haver omitido o
recurso ex officio, que se considera interposto ex lege.
4. HIPÓTESES DE CABIMENTO
Sempre que a pessoa jurídica de direito público (administração direta e indireta) for
sucumbente, nos termos do art. 496 do CPC.
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução
fiscal.
Além disso, a regra é remessa necessária apenas de sentença. Portanto, não será cabível
a remessa necessária da decisão concessiva de tutela antecipada, bem como de acórdão ou
julgado originário.
Destaca Leonardo da Cunha que “é possível que o juiz decida o mérito contra a Fazenda
Pública por meio de uma decisão interlocutória. Com efeito, o juiz pode decidir parcialmente o
mérito, numa das hipóteses previstas no art. 356. Tal pronunciamento, por não extinguir o processo,
é uma decisão interlocutória, que pode já acarretar uma execução imediata, independentemente de
caução (CPC, art. 356, § 2º). Conquanto seja uma decisão interlocutória, há resolução parcial do
mérito, apta a formar coisa julgada material. Mesmo não sendo sentença, estará sujeita à remessa
necessária. Isso porque a ela se relaciona com as decisões de mérito proferidas contra a Fazenda
Pública; a coisa julgada material somente pode ser produzida se houver remessa necessária. Se
houve decisão de mérito contra o Poder Público, é preciso que haja seu reexame pelo tribunal
respectivo; é preciso, enfim, que haja remessa necessária. Significa, então, que há remessa
necessária de sentença, bem como da decisão interlocutória que resolve parcialmente o mérito”
MANDADO DE SEGURANÇA
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§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao
duplo grau de jurisdição.
Segundo Leonardo da Cunha, “no mandado de segurança, haverá remessa necessária não
porque a sentença foi proferida contra a União, o Estado, o Município, o Distrito Federal ou qualquer
outro ente público, mas porque se trata de sentença concessiva da segurança. Concedida a
segurança, ainda que se trate de sentença contra empresa pública ou sociedade de economia
mista, haverá a remessa necessária. Numa demanda de procedimento comum, não há remessa
necessária de sentença proferida contra um ente privado, mas, no mandado de segurança, proferida
sentença de procedência, independentemente da condição da parte demandada, haverá remessa
necessária”.
Por fim, o STJ entende que as hipóteses de dispensa da remessa necessária não se aplicam
ao mandado de segurança, eis que há de prevalecer a norma especial em detrimento da geral.
AÇÃO POPULAR
Na ação popular a sentença que extingue o processo sem resolução do mérito ou da que
julga improcedente o pedido estará sujeito ao reexame necessário. Trata-se de uma remessa
necessária invertida, tendo em vista que é a favor da coletividade.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação
está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá
apelação, com efeito suspensivo.
Salienta-se que o art. 19 da Lei de Ação Popular, pelo microssistema, aplica-se aos casos
de ação civil pública e de ação de improbidade administrativa.
Contudo, diante das alterações na Lei de Improbidade Administrativa, promovidas pela Lei
14.230/2021, ficou expressamente positivado que o reexame necessário não se aplica. Portanto, o
Tema 1042 ficou prejudicado.
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Lei de Improbidade Administrativa –
Art. 17, § 19. Não se aplicam na ação de improbidade
administrativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de
revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo
mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do Ministério Público dirimir
conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos
distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção
sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
DESAPROPRIAÇÃO
O art. 28, §1º do DL 3365/41 prevê que, no caso de desapropriação, quando a sentença
condenar a Fazenda Pública a pagar o dobro do valor oferecido haverá remessa necessária.
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com
efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com
ambos os efeitos, quando o for pelo expropriante.
§ 1 º A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao
dobro da oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição.
AÇÕES ORIGINÁRIAS
As ações originárias são aquelas que inicial nos Tribunais, não sendo cabível reexame
necessário. Portanto, perceba que a remessa necessária é um instituto de primeira instância.
Por exemplo, se a Fazenda Pública for sucumbente em uma ação originária do TJ, não
haverá remessa necessária para o STJ.
O §3º do art. 496 do CPC fixa um teto de condenação da Fazenda Pública em que será
dispensado o reexame necessário, os valores devem ser INFERIORES e não até. Observe:
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III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.
Importante consignar que mesmo que o valor atribuído à causa, quando proposta, seja
superior aos respectivos limites, considera-se o valor da condenação no momento do julgamento.
Além disso, não será possível quando a sentença for ilíquida.
O art. 496, §4º do CPC prevê hipóteses em que a remessa necessária será dispensada
quando a sentença possuir como fundamento:
Lei 10.259/2001 - Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá
reexame necessário.
Lei 12.153/2019 - Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá
reexame necessário
Nos casos em que a Fazenda Pública for autora da demanda, quando o processo é extinto
sem a resolução de mérito, não caberá remessa necessária, pois não houve pronunciamento em
relação ao pedido.
Como já mencionado, o reexame necessário não é um recurso, por isso não há preparo,
muito menos apresentação de razões e de contrarrazões.
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7. AVOCAÇÃO
O Presidente do Tribunal poderá avocar os autos de primeira instância nos casos em que o
juiz deixar de fazer a remessa necessária, conforme prevê o art. 496, §1º:
Art. 496, § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no
prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer,
o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
9. RECURSO ADESIVO
Não se admite recurso adesivo de reexame necessário, tendo em vista que não é recurso e
não está previsto nas hipóteses do art. 997, §§1º e 2º do CPC.
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O relator poderá monocraticamente julgar o reexame necessário, conforme entendimento da
Súmula 253 do STJ.
Súmula 253 STJ - O art. 557 (atual 932) do CPC, que autoriza o relator a
decidir o recurso, alcança o reexame necessário.
Em razão do art. 942, §4º, II do CPC, não se admite ampliação do colegiado no caso de
remessa necessária.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o
direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
II - da remessa necessária;
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COMPETÊNCIA
1. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Antes das alterações promovidas pela EC 103/2019, o juiz estadual iria julgar causas de
competência da Justiça Federal quando:
• A comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei
poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça
estadual. Norma de aplicada contida, era necessária a previsão em lei, a exemplo do art.
381, §4º do CPC
Em 2019, a EC 103 alterou a redação do art. 109, §3º da CF, não existe mais hipótese de
delegação autoaplicável, todas as hipóteses devem estar previstas em lei.
Atualmente, a Lei 5010/66 em seu art. 15, III, com redação dada pela Lei 13.876/2019, prevê
que haverá delegação nas hipóteses de matéria previdenciária para a Justiça Estadual quando não
houver sede da Justiça Federal em um raio de 70km de distância da Comarca Estadual.
Art. 15. Quando a Comarca não for sede de Vara Federal, poderão ser
processadas e julgadas na Justiça Estadual: (Redação dada pela Lei nº
13.876, de 2019)
III - as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado
e que se referirem a benefícios de natureza pecuniária, quando a Comarca
de domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km (setenta
quilômetros) de Município sede de Vara Federal; (Redação dada
pela Lei nº 13.876, de 2019)
Em relação ao art. 381, §4º do CPC, a doutrina afirma que houve uma inconstitucionalidade
superveniente, uma vez que a produção antecipada de provas não é matéria previdenciária (única
que pode ser delegada).
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Nas ações em curso perante a Justiça Estadual, quando um ente federal intervém, o
processo deve ser remetido à Justiça Federal.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos
ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas
públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente,
exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em
razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito
daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou
de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito
se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
Salienta-se que a análise acerca do interesse do ente federado é feita pelo Juiz Federal, que
poderá reconhecer o interesse (mantém os autos na JF) ou não reconhecer (autos retornam para a
JE). Não poderá o juiz estadual, por exemplo, suscitar conflito de competência.
Súmula 224 STJ - Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o
Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos
e não suscitar conflito.
3. COMPETÊNCIA TERRITORIAL
ENTES FEDERAIS
CPC Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autora a União.
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Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta
no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
o No domicílio do autor;
o No local do imóvel;
Tratando-se de imóvel, parte da doutrina sustenta que se deve combinar com o regra
do art. 47 do CPC, devendo ser ajuizada no foro da coisa (não haveria foro
concorrente).
o No DF
ENTES ESTADUAIS
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja
autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do
respectivo ente federado.
Perceba que se o Estado ou DF forem autores a competência será do domicílio do réu. Por
outro lado, quando forem réus, haverá competência concorrente entre:
NA EXECUÇÃO FISCAL
Tratando-se de execução fiscal a ação deve ser ajuizada no foro do domicílio do réu, no de
sua residência ou no lugar em que ele for encontrado. Salienta-se que não se trata de foro
concorrente, mas sim de foro sucessivo, ou seja, deve seguir, necessariamente, a ordem do §5º do
art. 46 do CPC.
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Art. 46, § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no
de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
NO MANDADO DE SEGURANÇA
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MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS (ADR’S)
E FAZENDA PÚBLICA
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
ADR’s (alternative dispute resolutions) são meios alternativos para a resolução de conflitos,
a exemplo da arbitragem, mediação, conciliação e até negócios jurídicos processuais.
Segundo Leonardo da Cunha, “estudos mais recentes demonstram que tais meios não
seriam “alternativos”, mas sim adequados, formando um modelo de sistema de justiça multiportas.
Para cada tipo de controvérsia, seria adequada uma forma de solução, de modo que há casos em
que a melhor solução há de ser obtida pela mediação, enquanto outros, pela conciliação, outros,
pela arbitragem e, os que se resolveriam pela decisão do juiz estatal. Há, ainda, outros meios, a
exemplo da negociação direta e do dispute board”
2. ARBITRAGEM
A Lei 8.987/1995, em seu art. 23-A, foi a primeira norma a prever o uso da arbitragem nos
casos de concessão e permissão de serviço público.
Em 2015, a Lei 13.129, alterou o art. 1º da Lei 9.307/96 a fim de permitir a arbitragem também
nos processos que envolvam as pessoas jurídicas de direito público da administração direita e
indireta.
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REQUISITOS
Não pode ser julgada por equidade, nos casos que envolvam a Fazenda Pública.
A regra de direito poderá ser tanto de direito interno quanto externo, deve-se analisar o
caso concreto.
d) Publicidade
A arbitragem que envolve a Fazenda Pública deve ser pública, não se admite, aqui, a
arbitragem sigilosa, em razão do princípio constitucional da publicidade.
e) Língua portuguesa
Trata-se de requisito específico, previsto nas Leis 8.987/1995 e 11.079/2004. Não está
previsto na Lei 9.307/96, embora a doutrina entenda que o ideal é que esteja em língua
portuguesa.
PREVISÃO LEGAL
O art. 190 do CPC, cláusula geral, disciplina o negócio processual atípico, ou seja, não estão
previstos expressamente na lei. Deriva da vontade das partes. Vejamos:
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REQUISITOS
3.2.1. Capacidade
Por exemplo, pode convencionar que não haverá denunciação à lide, mas não pode fazer o
mesmo em relação à assistência.
3.2.3. Forma
Em relação à forma do negócio jurídico processual, há na doutrina que entende que pode
ser celebrado oralmente (minoria), outros apenas por escrito buscando maior segurança jurídica.
Não se exige escritura pública, pode ser celebrado antes ou após o início do processo.
Todo negócio material e processual pressupõe a livre manifestação de vontade das partes.
Para celebrar negócios processuais atípicos a Fazenda Pública deve ser representada
(presentada) por aquele que tenha competência para celebrar acordos, será fixado pela legislação
de cada ente.
A Fazenda Pública só poderá celebrar negócio jurídico processual em relação a direitos que
admitem transação.
CASUÍSTICA
A seguir iremos analisar cinco hipóteses em que é possível ou não a celebração de negócio
jurídico processual.
.
3.3.1. Reexame necessário
Art. 496,
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver
fundada em:
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer
ou súmula administrativa.
3.3.2. Prazos
2ªC – Não. É ilógico renunciar a algo que ainda não possui vício. Por exemplo, as partes
convencionam que não vão apelar da sentença. Conduto o juiz profere uma decisão extra petita,
pelo acordo, a parte vencida não poderia recorrer. Não há lógica.
Como já mencionado, pode-se celebrar negócio jurídico processual em que haja a renúncia
à denunciação à lide.
Por ser uma prerrogativa da Fazenda Pública não há óbice para que seja dispensada.
Desde que os advogados concordem, é possível celebrar negócio jurídico processual para
que seja feito rateio dos honorários de sucumbência.
4. CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
CONCEITO
.
(DES) NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGAL
a) TAC
.
I - cessar a prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela Comissão
de Valores Mobiliários; e
II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
Lei 12.529/11,
Art. 85. Nos procedimentos administrativos mencionados nos incisos I, II e III
do art. 48 desta Lei, o Cade poderá tomar do representado compromisso de
cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre
que, em juízo de conveniência e oportunidade, devidamente fundamentado,
entender que atende aos interesses protegidos por lei.
Anatel, Lei 9.472/97, art. 93, XV – o foro e o modo para solução extrajudicial
das divergências contratuais.
A Fazenda Pública, desde que haja previsão legal, pode autorizar seus procuradores a
celebrarem acordo, a exemplo do que ocorre na Lei 12.846/2013. Ressalta-se que é necessário que
a lei fixe critérios objetivos, sob pena de violar o princípio da isonomia.
Importante consignar que o Pacote Anticrime alterou o art. 17, §1º da Lei de Improbidade
Administrativa, autorizando o acordo de não persecução cível, o qual foi revogado pela Lei
14.230/2021.
.
A Lei 14.230/2021 disciplinou de forma detalhada, em seu art. 17-B, o acordo de não
persecução civil. Contudo, apenas o MP é legitimado para a celebração de acordo de não
persecução civil, o Poder Público não pode mais.
Obs.: De acordo com Gajardoni, o Poder Público poderá celebrar TAC para a reparação de danos
ao erário, mas não poderá cominar sanções da lei de improbidade.
.
LEI 13.140/2015 E A PREVISÃO DE MEIOS CONSENSUAIS PELA ADMINISTRAÇÃO
.
II - parecer do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Presidente da
República.
§ 1º Os requisitos e as condições da transação por adesão serão definidos
em resolução administrativa própria.
§ 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá juntar prova de
atendimento aos requisitos e às condições estabelecidos na resolução
administrativa.
§ 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e será aplicada aos casos
idênticos, tempestivamente habilitados mediante pedido de adesão, ainda
que solucione apenas parte da controvérsia.
§ 4º A adesão implicará renúncia do interessado ao direito sobre o qual se
fundamenta a ação ou o recurso, eventualmente pendentes, de natureza
administrativa ou judicial, no que tange aos pontos compreendidos pelo
objeto da resolução administrativa.
§ 5º Se o interessado for parte em processo judicial inaugurado por ação
coletiva, a renúncia ao direito sobre o qual se fundamenta a ação deverá ser
expressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa.
§ 6º A formalização de resolução administrativa destinada à transação por
adesão não implica a renúncia tácita à prescrição nem sua interrupção ou
suspensão.
Art. 36. No caso de conflitos que envolvam controvérsia jurídica entre órgãos
ou entidades de direito público que integram a administração pública federal,
a Advocacia-Geral da União deverá realizar composição extrajudicial do
conflito, observados os procedimentos previstos em ato do Advogado-Geral
da União.
§ 1º Na hipótese do caput , se não houver acordo quanto à controvérsia
jurídica, caberá ao Advogado-Geral da União dirimi-la, com fundamento na
legislação afeta.
§ 2º Nos casos em que a resolução da controvérsia implicar o reconhecimento
da existência de créditos da União, de suas autarquias e fundações em face
de pessoas jurídicas de direito público federais, a Advocacia-Geral da União
poderá solicitar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a
adequação orçamentária para quitação das dívidas reconhecidas como
legítimas.
§ 3º A composição extrajudicial do conflito não afasta a apuração de
responsabilidade do agente público que deu causa à dívida, sempre que se
verificar que sua ação ou omissão constitui, em tese, infração disciplinar.
§ 4º Nas hipóteses em que a matéria objeto do litígio esteja sendo discutida
em ação de improbidade administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal
de Contas da União, a conciliação de que trata o caput dependerá da
anuência expressa do juiz da causa ou do Ministro Relator.
Art. 37. É facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, suas
autarquias e fundações públicas, bem como às empresas públicas e
sociedades de economia mista federais, submeter seus litígios com órgãos
ou entidades da administração pública federal à Advocacia-Geral da União,
para fins de composição extrajudicial do conflito.
Art. 38. Nos casos em que a controvérsia jurídica seja relativa a tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou a créditos
inscritos em dívida ativa da União:
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I - não se aplicam as disposições dos incisos II e III do caput do art. 32;
II - as empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens
ou de prestação de serviços em regime de concorrência não poderão exercer
a faculdade prevista no art. 37;
III - quando forem partes as pessoas a que alude o caput do art. 36:
a) a submissão do conflito à composição extrajudicial pela Advocacia-Geral
da União implica renúncia do direito de recorrer ao Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais;
b) a redução ou o cancelamento do crédito dependerá de manifestação
conjunta do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado da Fazenda.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta a competência do
Advogado-Geral da União prevista nos incisos VI , X e XI do art. 4º da Lei
Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 , e na Lei nº 9.469, de 10 de
julho de 1997 . (Redação dada pela Lei nº 13.327, de 2016) (Produção de
efeito)
.
confidencialidade não afasta o dever de prestação de informações às autoridades fazendárias.
Enfim, a confidencialidade é medida que se impõe durante as sessões de mediação e conciliação
de que participa a Fazenda Pública.”
O art. 334 do CPC prevê que será designada audiência de conciliação e mediação, somente
é cabível para a Fazenda Pública se houver autorização específica para os advogados públicos
realizarem acordos.
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TUTELA PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2. PREVISÃO LEGAL
O art. 1.059 do CPC prevê a possibilidade de aplicação do regime de tutela provisória para
a Fazenda Pública, devendo ser observado os limites legais.
Significa que, nas hipóteses não alcançadas pelas vedações legais, é plenamente possível
a concessão de tutela de urgência contra a Fazenda Pública. Cabível, portanto, com as ressalvas
das hipóteses previstas em diversos dispositivos legais, a tutela de urgência contra a Fazenda
Pública.
3. CABIMENTO
Em regra, cabe tutela provisória contra Fazenda Pública, era vedado nos casos de:
• Compensação tributária
• Desembaraço estrangeiro
Atenção! Em virtude dessa decisão do STF, fica superada a Súmula 212 do STJ:
4. LIMITES E CONSTITUCIONALIDADE
Salienta-se que parte da doutrina sustenta que as vedações legais à concessão de tutela de
urgência são inconstitucionais, por atentarem contra a garantia da inafastabilidade da tutela
jurisdicional. Por outro lado, há quem entenda não haver inconstitucionalidade, tendo em vista que
o dispositivo não estaria, rigorosamente, a vedar ou restringir a concessão da tutela de urgência.
Estariam, em verdade, tratando de hipóteses em que não se fariam presentes os requisitos para a
sua concessão, ou porque esta seria irreversível, ou porque ausente o periculum in mora.
Importante consignar que as vedações não impedem que, no caso concreto, o juiz veja a
possibilidade de conceder a tutela provisória.
Após a concessão da tutela antecipada antecedente, sem que seja interposto recurso,
poderá ser estabilizada. O processo será extinto e os efeitos da tutela serão permanentes.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput , o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput . §
3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista,
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata
o § 2º.
.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em
que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se
refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no
§ 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da
decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade
dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º
deste artigo
Não será possível no âmbito dos JEF e do JEFP, tendo em vista que não cabe pedido de
tutela antecipada antecedente.
.
SUCUMBÊNCIA
1. REGRA GERAL
• mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido até 200 salários-mínimos;
• mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 200 salários-mínimos até 2.000 salários-mínimos;
• mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 2.000 salários-mínimos até 20.000 salários-mínimos;
• mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 20.000 salários-mínimos até 100.000 salários-mínimos;
O cálculo será feito por faixas, não é linear. Imagine, por exemplo, que a Fazenda Pública
tenha sido condena a 300.000 salários-mínimos, os honorários serão fixados separadamente,
primeiro da faixa de 200.000 e depois na faixa de 100.000.
Art. 85,
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º :
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo,
quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos
previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o
proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o
valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença
líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
.
Nas causas em que o valor honorários for irrisório ou que a causa não tenha valor, o juiz
fixará honorários por equidade.
Art. 85,
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou,
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do §
2º.
3. ISENÇÃO DE SUCUMBÊNCIA
Por fim, conforme prevê a Súmula 420 do STJ, não haverá pagamento de honorários quando
a Defensoria Pública atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença. Por exemplo,
a DPU ajuíza uma ação contra a União, não haverá pagamento de honorários.
Caso a DPU ajuíze uma ação contra o Município de São Paulo haverá o pagamento de
honorários, tendo em vista que é pessoa jurídica de direito público diverso.
Caso a Fazenda Pública o desista da execução fiscal, antes do devedor se defender, não
haverá pagamento de custas e honorários.
.
5. MANDADO DE SEGURANÇA
6. DESAPROPRIAÇÃO
O art. 27, §1º do DL 3365/41 prevê regra especial para a fixação de honorários, fixando o
limite de 151.000,00, que foi declarado inconstitucional pelo STF. Portanto, não se aplica a regra
geral do CPC e nem há limite de valor.
Aplica-se a regra geral do art. 85, §3º do CPC. Haverá isenção (art. 129 da Lei 8.213/1991)
Sendo o valor da causa irrisório, o juiz irá fixar
os honorários por equidade (art. 85, §8º)
.
Súmula 111 do STJ: Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias,
não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença
A condenação em dano moral e material contra ou a favor do Poder Público, segue a regra
geral.
Art. 85, § 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual
de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de
12 (doze) prestações vincendas.
Aplica-se o art. 90, §4º do CPC para a Fazenda Pública, assim os honorários poderão ser
reduzidos pela metade.
O juiz não fixa honorários advocatícios para o advogado público nas execuções fiscais
federais, tendo em vista que já está incluído na CDA o montante de 20%.
.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Há dois modelos para o cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública, quais sejam:
• Por quantia – arts. 534 e 535 (título judicial) e art. 910 (título extrajudicial)
• Demais obrigações (fazer, não fazer, dar, entregar) – segue a regra geral, mesma para
os particulares.
2. PROCEDIMENTO
Salienta-se que por seguir o Regime de Precatórios, não se aplica a multa prevista no §1º,
do art. 523 do CPC.
Leonardo da Cunha pontua que “a Fazenda Pública não é intimada para pagar, justamente
porque não lhe é franqueada a possibilidade de pagamento voluntário. Cabe-lhe pagar as
condenações que lhe são impostas, de acordo com a ordem cronológica de inscrição dos
precatórios. É por isso que não incide, no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública, a
multa prevista no § 1º do art. 523 do CPC. Por essa mesma razão, não é possível à Fazenda Pública
valer-se do expediente previsto no art. 526 97 do CPC e, antecipando-se à intimação para
pagamento, já efetuá-lo no valor que entende devido. 98 A Fazenda Pública não é intimada, como
já afirmado, para pagar, mas para apresentar impugnação. O pagamento voluntário não lhe é
franqueado, porque está sujeita à disciplina do precatório, prevista no art. 100 da Constituição
Federal, devendo aguardar o momento próprio para pagar, em observância à ordem cronológica.
Aliás, o pagamento voluntário, em descumprimento à ordem cronológica, pode acarretar o
sequestro do valor, por preterição àquela mesma ordem cronológica (CF, art. 100, § 6º).”
.
3. IMPUGNAÇÃO
• ilegitimidade de parte;
4. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO
Art. 85,
§ 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se
também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial
fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato
normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com
a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou
difuso.
§ 6º No caso do § 5º, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal
poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7º A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido
proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
.
Destaca-se que se a decisão do STF ocorrer após o trânsito em julgado, caberá ação
rescisória, sendo que o prazo de 2 anos da rescisória é contado a partir do trânsito em julgado da
decisão do STF que declarou a inconstitucionalidade.
.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
É perfeitamente possível que a Fazenda Pública seja esbulhadora ou turbadora, por exemplo
utiliza um terreno para guardar maquinário de uma pavimentação de rua. Neste caso, haverá a
aplicação do art. 562, parágrafo único, do CPC:
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem
ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de
reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente
o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será
deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos
respectivos representantes judiciais.
Perceba que a liminar só poderá ser concedida após a manifestação dos representantes
judiciais da Fazenda Pública. A falta de manifestação prévia é considera ilegal, sendo passível de
agravo.
.
3. AÇÃO MONITÓRIA
Nos termos do art. 700, §6º do CPC, é perfeitamente possível o cabimento de monitória
contra a Fazenda Pública.
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:
§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
Além disso, não havendo embargos ao mandado monitório, a conversão, prevista no art.
701, §2º do CPC, estará sujeita ao reexame necessário.
Pagamento do ITCMD ocorre antes da partilha O lançamento do ITCMD é feito após a partilha
Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos da
lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660 a
663 .
§ 2º Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de
adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta de
adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes aos bens
e às rendas por ele abrangidos, intimando-se o fisco para lançamento
administrativo do imposto de transmissão e de outros tributos porventura
incidentes, conforme dispuser a legislação tributária, nos termos do § 2º do
art. 662 .
.
§ 2º O imposto de transmissão será objeto de lançamento administrativo,
conforme dispuser a legislação tributária, não ficando as autoridades
fazendárias adstritas aos valores dos bens do espólio atribuídos pelos
herdeiros.
Há doutrina que sustenta a inconstitucionalidade dos dispositivos acima, tendo em vista que
legislam sobre Direita Tributário através de lei ordinária, sendo a matéria reservada à lei
complementar.
6. EXECUÇÃO FISCAL
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
.
Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
.
executada, mas que não foi identificada no ato de lançamento (nome na CDA)
ou que não se enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e 135 do CTN, depende
da comprovação do abuso de personalidade, caracterizado pelo desvio de
finalidade ou confusão patrimonial, tal como consta do art. 50 do Código Civil,
daí porque, nesse caso, é necessária a instauração do incidente de
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica devedora. 4. Hipótese
em que o TRF4, na vigência do CPC/2015, preocupou-se em aferir os
elementos que entendeu necessários à caracterização, de fato, do grupo
econômico e, entendendo presentes, concluiu pela solidariedade das
pessoas jurídicas, fazendo menção à legislação trabalhista e à Lei n.
8.212/1991, dispensando a instauração do incidente, por compreendê-lo
incabível nas execuções fiscais, decisão que merece ser cassada. 5. Recurso
especial da sociedade empresária provido.
Segundo Gajardoni, o incidente sempre poderá ser aplicado (não prevalece na doutrina).
Contudo, não é uma solução adequada para a Fazenda Pública, já que as hipóteses de
desconsiderações são totalmente diversas das hipóteses de responsabilização de terceiros.
RECURSOS CABÍVEIS
Prevê o art. 34 da Lei de Execução Fiscal que quando a condenação for igual ou inferir a 50
ORTN somente será admitido embargos infringentes (julgado pelo próprio juiz da causa) e de
declaração, não cabendo apelação para o TJ.
Contra a decisão nos embargos infringentes, não cabe mandado de segurança. Será
impugnada mediante recurso extraordinário, conforme entendimento do STJ.
.
RG/MG, na sistemática da repercussão geral, firmou a tese de que "É
compatível com a Constituição o art. 34 da Lei 6.830/1980, que afirma
incabível apelação em casos de execução fiscal cujo valor seja inferior a 50
ORTN" (Tema 408/STF). 4. Nessa linha de compreensão, tem-se, então, que,
das decisões judiciais proferidas no âmbito do art. 34 da Lei nº 6.830/80, são
oponíveis somente embargos de declaração e embargos infringentes,
entendimento excepcionado pelo eventual cabimento de recurso
extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 640/STF ("É cabível recurso
extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas
de alçada, ou por turma recursal de Juizado Especial Cível ou Criminal"). 5.
É incabível o emprego do mandado de segurança como sucedâneo recursal,
nos termos da Súmula 267/STF ("Não cabe mandado de segurança contra
ato judicial passível de recurso ou correição"), não se podendo, ademais,
tachar de teratológica decisão que cumpre comando específico existente na
Lei de Execuções Fiscais (art. 34). 6. Precedentes: AgInt no RMS 55.125/SP,
Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 16/11/2017; AgInt
no RMS 54.845/SP, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, DJe
18/12/2017; AgInt no RMS 53.232/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia
Filho, Primeira Turma, DJe 11/05/2017; AgInt no RMS 53.267/SP, Rel.
Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 10/05/2017; AgRg no AgRg no
RMS 43.562/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe
24/10/2013; RMS 42.738/MG, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira
Turma, DJe 21/08/2013; AgRg no RMS 38.790/SP, Rel. Ministro Ari
Pargendler, Primeira Turma, DJe 02/04/2013; RMS 53.613/SP, Rel. Ministra
Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 24/05/2017; RMS 53.096/SP,
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/04/2017; AgInt no
RMS 53.264/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
DJe 07/04/2017; AgInt no RMS 50.271/SP, Rel. Ministra Diva Malerbi
(Desembargadora Convocada TRF 3ª Região), Segunda Turma, DJe
12/08/2016. 7. TESE FIRMADA: "Não é cabível mandado de segurança
contra decisão proferida em execução fiscal no contexto do art. 34 da Lei
6.830/80". 8. Resolução do caso concreto: recurso ordinário do município de
Leme/SP, a que se nega provimento.
Há um conflito aparente de normas entre o art. 16, §1º da Lei de Execução Fiscal e o art.
914, do CPC
.
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DO DEVEDOR.
EXECUTADO. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PATRIMÔNIO.
INEXISTÊNCIA. HIPOSSUFICIÊNCIA. EXAME. GARANTIA DO JUÍZO.
AFASTAMENTO. POSSIBILIDADE. 1. "Aos recursos interpostos com
fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março
de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele
prevista, com as interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça" (Enunciado Administrativo n. 2 - STJ). 2. Os
embargos são o meio de defesa do executado contra a cobrança da dívida
tributária ou não tributária da Fazenda Pública, mas que "não serão
admissíveis ... antes de garantida a execução" (art. 16, § 1º, da Lei n.
6.830/80). 3. No julgamento do recurso especial n. 1.272.827/PE, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, submetido ao rito dos recursos repetitivos, a
Primeira Seção sedimentou orientação segunda a qual, "em atenção ao
princípio da especialidade da LEF, mantido com a reforma do CPC/73, a nova
redação do art. 736 do CPC dada pela Lei n. 11.382/2006 - artigo que
dispensa a garantia como condicionante dos embargos - não se aplica às
execuções fiscais diante da presença de dispositivo específico, qual seja o
art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80, que exige expressamente a garantia para a
apresentação dos embargos à execução fiscal." 4. A Constituição Federal de
1988, por sua vez, resguarda a todos os cidadãos o direito de acesso ao
Poder Judiciário, ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º, CF/88), tendo esta
Corte Superior, com base em tais princípios constitucionais, mitigado a
obrigatoriedade de garantia integral do crédito executado para o recebimento
dos embargos à execução fiscal, restando o tema, mutatis mutandis, também
definido na Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.127.815/SP, na
sistemática dos recursos repetitivos. 5. Nessa linha de interpretação, deve
ser afastada a exigência da garantia do juízo para a oposição de embargos à
execução fiscal, caso comprovado inequivocamente que o devedor não
possui patrimônio para garantia do crédito exequendo. 6. Nada impede que,
no curso do processo de embargos à execução, a Fazenda Nacional
diligencie à procura de bens de propriedade do embargante aptos à penhora,
garantindo-se posteriormente a execução. 7. Na hipótese dos autos, o
executado é beneficiário da assistência judiciária gratuita e os embargos por
ele opostos não foram recebidos, culminando com a extinção do processo
sem julgamento de mérito, ao fundamento de inexistência de segurança do
juízo. 8. Num raciocínio sistemático da legislação federal aplicada, pelo
simples fato do executado ser amparado pela gratuidade judicial, não há
previsão expressa autorizando a oposição dos embargos sem a garantia do
juízo. 9. In casu a controvérsia deve ser resolvida não sob esse ângulo (do
executado ser beneficiário, ou não, da justiça gratuita), mas sim, pelo lado da
sua hipossuficiência, pois, adotando-se tese contrária, "tal implicaria em
garantir o direito de defesa ao "rico", que dispõe de patrimônio suficiente para
segurar o Juízo, e negar o direito de defesa ao "pobre". 10. Não tendo a
hipossuficiência do executado sido enfrentada pelas instâncias ordinárias,
premissa fática indispensável para a solução do litígio, é de rigor a devolução
dos autos à origem para que defina tal circunstância, mostrando-se
necessária a investigação da existência de bens ou direitos penhoráveis,
ainda que sejam insuficientes à garantia do débito e, por óbvio, com
observância das limitações legais. 11. Recurso especial provido, em parte,
para cassar o acórdão recorrido.
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EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL E EFEITO SUSPENSIVO
Diferentemente do que ocorre na garantia do juízo, o STJ entende que eventual efeitos
suspensivo deve seguir o art. 919 do CPC, já que não há previsão da Lei de Execução Fiscal.
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QUESTÕES PROCESSUAIS
1. REVELIA
Revelia é a presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial quando a parte não se
defende, nos termos do art. 344 do CPC.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-
se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
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2. MULTA POR RECURSO PROTELATÓRIO
Contudo, a Fazenda Pública, apesar de sofrer a sanção no caso de recurso protelatório, não
fica condicionada ao depósito prévio para interpor recursos.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras
do regimento interno do tribunal.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito
prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
Poderá ser intentado por pessoa jurídica de direito público (União, Estados, Distrito Federal,
Municípios, autarquias e fundações públicas). A competência para apreciar o pedido de suspensão
é do presidente do tribunal que teria competência para julgar o recurso contra a decisão concessiva
do provimento liminar, antecipatório ou final de mérito.
LMS
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público
interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à
saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual
couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão
fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá
agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a
julgamento na sessão seguinte à sua interposição.
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere
o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do
tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou
extraordinário.
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§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste
artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra
a liminar a que se refere este artigo.
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas
ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo
liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a
urgência na concessão da medida.
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma
única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da
suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do
pedido original.