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Nikos Kazantzákis
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Nikos Kazantzákis
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TERCEIRO ATO
Teseu: Amanhece.
Ariadne: (pega a mão de Teseu e a beija): Está terminado.
Teseu: Sim, terminou – e, entretanto, é somente o início.
Teseu sentia em seu íntimo que uma nova etapa estava
iniciando.
Ariadne: Como você o derrotou?
Teseu: Eu não o derrotei. Você estava lá, você nos viu. Nós
não lutamos, nós nos abraçamos. Você viu como nos beija-
mos, como rimos e nos abraçamos?
Ariadne: E então, meu amado príncipe?
Teseu: Silêncio! Deixe-me primeiro respirar! Eu ainda es-
tou envolvido pelos três grandes hálitos que quase me sufo-
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O Essencial
Num comentário sobre Píndaro, Gilbert Lewis destaca o
caráter divino do kairós: “O kairós, diz ele, é um dom, e o dom
é um kairós. A intervenção do deus no destino dos mortais
modifica a temporalidade, e se compreende desde então que um
dos sentidos do kairós seja designado como o momento fugaz
onde tudo se decide, onde a duração toma um curso favorável
a nossos desejos. A irrupção súbita do kairós, isto é, um tempo
visitado pelos deuses, geralmente Píndaro é marcado pela
aparição da Luz... Quando a tormenta deixa a terra em trevas,
de repente o vento se acalma, a chuva para, o vazio, o nada,
se insinua, – e então aparece um embelezamento, um súbito
clarão de luz, em um lugar de desolação. O homem sentiu a
passagem do deus, e este é o kairós... O kairós é um segundo
da eternidade.”
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Amnéris Ângela Maroni (pág 43-45)
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Kairós
Kairós (em grego καιρός) é uma palavra da língua grega
antiga que significa “o momento oportuno”, “certo” ou
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Na teologia Cristã
Na teologia cristã, em síntese superficial, pode-se dizer que
Cronos, é o “tempo humano”: medido em anos, dias, horas e
suas divisões. Enquanto o termo Kairós descreve “o tempo de
Deus”, que não pode ser medido, pois “para o Senhor um dia
é como mil anos e mil anos como um dia.”
No monoteísmo, Kairós e Aevum passam a ser atributos
do Deus único, recolhendo ideias precedentes da filosofia
clássica grega.
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O Mito de Narciso
Narciso era um belo rapaz indiferente ao amor, filho do deus
do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por ocasião de seu nascimento
os pais perguntaram ao adivinho Tirésias qual seria o destino
do menino, pois ficaram muito assustados com a sua beleza
rara e jamais vista. A resposta foi que ele teria vida longa
se não visse a própria face e não descobrisse a sua beleza.
Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso quando
ele chegou à fase adulta, mas o belo jovem não se interessou
por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das apaixonadas, não
se conformando com a indiferença de Narciso, afastou-se
amargurada para um lugar deserto onde definhou até a morte.
As moças desprezadas pediram aos deuses vingança. Nêmesis
apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num
dia muito quente, a se debruçar na fonte de Téspias para beber
água. Nessa posição ele viu seu rosto refletido na água e se
apaixonou pela imagem, permaneceu imóvel na contemplação
ininterrupta de sua face refletida e assim morreu. No local de
sua morte apareceu uma flor que recebeu seu nome, dotada
também de uma beleza singular, porém narcótica e estéril.
Na contemporaneidade o termo “narcisista” é utilizado como
representação de alguém que só vê a si mesmo, e para quem
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Fernando Pessoa
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