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Amara e Danji

Amara vivia de riquezas e soberania, vinha da família mais rica de Gana, seu pai era
Alike e sua mãe Zuri, cresceu rodeada de ouro e tecnologia em uma época que tecnologia e
ouro não existiam para o resto do mundo.
Amara se gabava com sua beleza, que era exuberante, a cor de sua pele brilhava ao sol
e se destacava em meio a escuridão da noite, seus olhos eram como jabuticabas, grandes e
pretos, seus cabelos negros volumosos chamavam a atenção de todos, não havia uma pessoa
se quer que não a notasse enquanto passava pelas ruas de Gana com suas roupas de cores
chamativas e seus braceletes de ouro para esbanjar sua riqueza.
Apesar da fama de soberba, Amara tinha um coração muito bom, mas tinham que
merecer este seu lado, sua fidelidade com as pessoas que amava era o mais incrível.
Mas havia uma coisa em Amara que seus pais não conseguiam controlar e odiavam,
tinham repulsa, não a deixavam contar para ninguém, mas Amara tinha orgulho de seu
segredo e sentia que nada poderia impedir de ser ela mesma e fazer o que quisesse, Amara era
lésbica e isso pra ela e seus amigos não fazia nenhuma diferença, ela ainda era amada, mas
seus pais não aceitavam.
Um certo dia depois de uma reunião na empresa da mãe, Amara foi chamada para
conversar com seus pais.
Mãe- Amara precisamos conversar sobre uma coisa séria, seu pai e eu decidimos que
você irá viajar para fora por um tempo… - com tom sério
Amara - ué por quê? Já tínhamos decidido que eu não iria. - disse com tom de dúvida
é preocupação.
Pai - Estamos fazendo isso para te proteger, as pessoas aqui estão comentando, a
fofoca anda rápido… - disse o pai com a cara fechada
Amara - Isso é sério, de novo essa implicância?
Mãe - Amara você está causando vergonha a família, falando para as pessoas que
gosta de menina… filha isso está errado! - Fala com tom firme e rigoroso
Amara - Eu não vou, não vou deixar de ser quem eu sou por causa de vocês, essa aqui
é minha casa, vocês são a minha família, deveriam me aceitar como sou, assim como os meus
amigos fazem!
Mãe - Então vá morar com seus amigos, se eles são tão bons assim! - fala com
determinação.
Pai - Zuri você tem certeza disso? Não é muito extremo, ela ainda é nossa filha. - diz
com preocupação.
Mãe - Quer sair de casa junto com ela? - fala com tom arrogante.
Alike ficou em silêncio e Amara saiu da sala batendo os pés e bufando.
Naquele mesmo dia Amara ligou para sua melhor amiga Dandara perguntando se
poderia dormir em sua casa. Antes de Amara sair seu pai entrou no quarto para conversar
enquanto ela arrumava suas malas.
Pai - Amara, minha filha, tente entender sua mãe, só queremos o seu bem, seda e fique
aqui em casa conosco.
Amara - Não, eu me recuso pai.
E assim ela foi para a casa de sua amiga, ela estava feliz por ter saído de casa e agora
poderia ser ela mesma.
Já em sua segunda noite na casa de Dandara, a mãe da colega veio a questionar dos
“boatos” sobre sua sexualidade, Amara contou a verdade e a mãe de sua colega a expulsou,
acusou de que ela estava com Dandara, sendo que era mentira. Amara não podia mais ficar
com sua melhor amiga e já não sabia pra onde ir, saiu em meio à noite com suas malas e sem
rumo, acabou saindo da cidade, depois de andar por horas se apoiou em uma árvore perto de
uma pequena vila.
Nesta vila havia poucas pessoas, mesmo com quase nenhum recurso tecnológico
avançado, eles eram felizes e vivam do que a natureza fornecia.
Lá vivia uma menina chamada Danji, ela era a mais famosa de sua vila, a mais
poderosa e com mais experiência com a magia. A vila tinha um segredo que só os moradores
de sabiam, Danji era uma dessas pessoas, ela era a curandeira da vila.
Além de Danji ser a mais famosa de sua vila por saber usar a magia da natureza para
curar as pessoas, ela era a mais bonita. Seus olhos eram verdes como limão, sua pele brilhava
como o sol que bate nas águas, seus cabelos eram trançados por inteiro com pingentes, sua
pele era coberta por tatuagens que a ligavam a natureza, seus significados eram de cura,
benção e bondade.
Após alguns dias Danji encontrou Amara, que havia tentado tirar a própria vida e
estava inconsciente em uma floresta próxima da vila.
Danji com seu bom coração usou seus poderes de cura em Amara, que demorou pra se
recuperar, ela acordou um mês depois, estava confusa e com medo, porque não sabia onde
estava.
Depois de acordar e entender o que havia acontecido, onde estava e como tinha
chegado até ali, Amara conheceu a vila, ficou impressionada com a falta de tecnologia,
simplicidade que aquelas pessoas viviam e como eram felizes.
Danji se interessou em conhecer a mulher, já que ela vestia roupas bordadas a ouro e
um formato de rosto que nunca tinha visto antes.
Danji e Amara conversaram por muitas horas naquele dia, até pontinhos brilhantes
aparecerem no céu. Amara contou sobre sua vida no Império do Ouro e Danji sobre a sua
realidade na vila mágica, mas Amara a todo tempo agia de forma soberba em relação a vila,
por não possuírem riquezas. Por um tempo Danji tentou segurar a pergunta que estava
entalada na sua garganta, mas depois de um tempo as palavras saíram como um soco no
estomago de Amara.
Danji – Eu não entendo, você vive na cidade mais rica e tecnológica do mundo,
riqueza que não se vê em mais nenhum lugar, mas o seu povo não aceita que você ame?
Vocês agem como superiores porque tem roupas bordadas a ouro e tecnologia que torna o
homem praticamente imortal, o resto do mundo pode não ter isso, mas eles amam livremente,
na vila não temos tecnologia nem ouro, mas temos magia e amor. Tem certeza de que são
superiores?
Amara ficou sem reação.
Amara e Danji era como gato e rato, duas mulheres negras de personalidade forte,
com ego que não pode ser ferido, cada uma com sua realidade. Mas com o tempo, ambas
perceberam que poderiam discutir o dia todo, as borboletas na barriga apareciam quando iam
dormir.
Amara permaneceu na vila por mais 2 meses, aprendeu sobre magia e aprendeu a
amar. Passado esse tempo Amara se deu conta de que estava apaixonada e havia se aflorado
por sua companheira naquele tempo longe de seus pais. Danji em nenhum momento
demonstrou amor por Amara o que a deixava confusa sobre os sentimentos. Em uma certa
noite, olhando as estrelas Danji deixou seu ego de lado e abriu seu coração declarando o seu
amor para Amara
Danji – Desde que te encontrei aquele dia, mesmo naquele estado, eu te achei muito
bonita e com o tempo fui descobrindo mais coisas sobre você, hoje sei as coisas que você
gosta, o que te faz sorrir, o que te faz chorar. Amara eu gosto muito de você... eu estou
apaixonada, estava com medo de contar, tenho medo de que você vá embora... - fala com tom
sereno, mas ao mesmo tempo receoso.
Amara ficou sem reação em seu rosto, mas seu coração palpitava, sentia todas as borboletas
no estomago e suas mãos suavam. Ela se estendeu e beijou danji, que estava pulando de
alegria por dentro. E assim elas começaram um romance.
Os pais de Amara a procuraram. E acharam.
Fazendo vigias durante a noite, os guerreiros que serviam a família de Amara
descobriram sobre a magia e sobre o romance. Quando a madrugada chegou só podia se
escutar o barulho do vento, começou um incêndio na vila. Pessoas fugiram com o pouco que
conseguiram resgatar antes que as chamas queimassem tudo. Quando o incêndio começou,
Amara e Danji recolheram todos os pertences magia, plantas, remédios, sementes, flores e
fugiram.
Quando estavam fugindo da vila em direção a floresta foram capturadas pelos
guerreiros e levadas para a cidade. Amara voltou para os seus pais e a história contida para
que ninguém soubesse do que havia acontecido e Danji foi queimada viva acusada de
bruxaria.

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