Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
II
Resumo
III
aptidão pedagógica como ferramenta de ensino para o 1º e 2º graus do Ensino
Vocacional da Música.
IV
Abstract
As far as the general structure is concerned, the dissertation is divided into three
chapters. Chapter I consists of an approach on the concepts of traditional music and
popular music, clarifying the differences between both. In this chapter, we also try to
expand the concept of Ethnomusicology and its importance in the collection of the
traditional song. This way, we called upon some of the contributions made in this area
in Portugal and in Europe.
V
pedagogical tool of great importance for the first and second degrees of Musical
Vocational Education.
VI
Siglas
CT – Canção tradicional
CTP – Canção tradicional Portuguesa
CCC – Classes de Conjunto / Coro
EVM – Ensino Vocacional da Música
FM – Formação Musical
MP – Música popular
MT – Música tradicional
MTP – Música tradicional Portuguesa
2ª maior – 2ªM
2ª menor – 2ªm
3ª maior – 3ªM
3ª menor – 3ªm
4ª perfeita – 4ªP
5ª perfeita – 5ªP
6ª maior – 6ªM
6ª menor – 6ªm
7ª maior – 7ªM
7ª menor – 7ªm
Dó maior – Dó M
Ré maior – Ré M
Fá maior – Fá M
Sol maior – Sol M
Ré menor – ré m
VII
Índice
CAPÍTULO I ............................................................................................................. 15
ESTADO DA ARTE ............................................................................................ 16
1. CONCEITO DE MÚSICA TRADICIONAL E MÚSICA POPULAR ........................... 16
2. ETNOMUSICOLOGIA ...................................................................................... 18
CAPÍTULO II .......................................................................................................... 24
1. MÚSICA TRADICIONAL PORTUGUESA ........................................................... 25
VIII
CAPÍTULO III ......................................................................................................... 41
CRITÉRIOS DE ESCOLHAS DAS OBRAS............................................................... 42
FICHA DE ANÁLISE .......................................................................................... 46
CANÇÃO 1 - FUI -TE VER ESTAVAS LAVANDO ...................................................... 48
CANÇÃO 2 - AS ONDAS DO TEU CABELO ............................................................. 49
CANÇÃO 3 - AO MENINO DEUS ......................................................................... 50
CANÇÃO 4 - SAN JOÃO ..................................................................................... 51
CANÇÃO 5 - TOCA A CAIXA AXERTA A MARCHA ................................................... 52
CANÇÃO 6 - NUN ERA ASSIM ............................................................................. 53
CANÇÃO 7 - ROSA DA ALEXANDRIA .................................................................. 54
CANÇÃO 8 - VERDE CARACOL ........................................................................... 55
CANÇÃO 9 - SI, CAROLINA ................................................................................ 56
CANÇÃO 10 - ESTE PANDEIRO .......................................................................... 57
CANÇÃO 11 - TRAI - TRAI .................................................................................. 58
CANÇÃO 12 - OS OLHOS DA MARIANITA ............................................................ 59
CANÇÃO 13- MEU LIRIO ROXO DO CAMPO......................................................... 60
CANÇÃO 14 - CHAPÉU NOVO ............................................................................ 61
CANÇÃO 15 - TIA ANICA ................................................................................... 62
CANÇÃO 16 - MIRANDUM SE FUI A LA GUERRA ................................................. 63
CANÇÃO 17 - REGADINHO ................................................................................ 64
CANÇÃO 18 - VIRA DO MINHO .......................................................................... 65
CANÇÃO 19 - Ó RAMA DA OLIVEIRA .................................................................. 66
CANÇÃO 20 - CANÁRIO, LINDO CANÁRIO ........................................................... 67
ANÁLISE GERAL DAS CANÇÕES ........................................................................ 68
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 73
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................... 77
ANEXOS ..................................................................................................................... 84
IX
INDICE DOS ANEXOS
X
ANEXO XXVI - PROGRAMA CCC 1º 2 º GRAUS CONSERVATÓRIO DE MÚSICA SILVA
XI
Introdução
1
melódico destacamos intervalos (2ª M e m, 3ª M e m, 4ª P e 5ªP); tonalidades maiores
e menores e âmbito melódico. No que concerne à harmonia teremos em conta o
número de vozes (2 e 3 vozes).
Kódaly foi um dos pedagogos que mais defendeu a importância da canção de cariz tradicional
para a aquisição de competências musicais de uma criança, defendendo que é no canto e, mais
particularmente, através da canção tradicional que a criança adquire competências musicais
básicas. (Raposo, 2009, p.13)
2
mas também como forma de estimular a socialização entre os alunos. Ainda neste
capítulo, destacamos a voz como instrumento principal da disciplina de CCC,
procurando integrá-la com a FM;
Ainda no último capítulo desta dissertação, elaboramos uma análise geral que
pretende sistematizar os seguintes conteúdos: número de vozes (1, 2 e 3 vozes);
compassos (simples e compostos); estrutura rítmica (células rítmicas de divisão
binária e divisão ternária); intervalos melódicos (2ª M e m, 3ª M e m, 4ª P e 5ª P);
tonalidades maiores e menores e âmbito melódico.
3
Escolha do tema
Com base na opinião de alguns autores, tais como Edgar Willems e Zoltán
Kodály, as CT devem ser implementadas nas aulas de música, pelas características
que apresentam para desenvolvimento e aprendizagem musical do aluno.
4
reproduzir “frases musicais com texto, desenvolve a memória auditiva e aumenta o
vocabulário da língua materna”. Através da memorização das canções, “desenvolve a
memória em geral e a leitura musical”, se trabalha em conjunto, quer ao nível coral
quer ao nível instrumental, “desenvolve ainda o sentido social”; também com os
“textos das canções experimenta várias emoções”, permitindo assim o
“desenvolvimento afetivo e o conhecimento do património português”. Continuando
com a opinião de Torres, percebemos que a CT beneficia a aprendizagem dos alunos,
permitindo o crescimento de diversas competências, não só ao nível musical mas
também cultural e afectivo.
Neste sentido, esta investigação não tem como principal objetivo a realização
de um estudo centrado nas CTP, mas, realçar os contributos que as mesmas podem
difundir no EVM. Motivar alunos e docentes para a implementação de CTP, nas aulas
de CCC, é a base deste projeto.
5
Objetivos do tema
6
Metodologia
Fundamentação da metodologia
Seleccionar um tema para investigação não é decisão que se tome apressadamente. A escolha
deve recair sobre um assunto com o qual o investigador esteja preparado para conviver.
Devido ao longo período de tempo necessário para localizar, reunir e avaliar os dados e
submeter os resultados a testes rigorosos (…) (Rainbow B, cit. in Kemp, 1995 p. 25)
7
Após a leitura e análise de diversas metodologias, e atendendo a alguns
autores, concluímos que esta investigação vai ao encontro de uma investigação
histórica e análise documental, como base para a construção de uma sequência de CT
que, posteriormente, poderão ser implementadas as aulas de CCC. As canções
selecionadas encontram-se compiladas em diversos cancioneiros populares
portugueses.
The values of historical research have been categorized by Hill and Kerber (1967) as follows:
It enables solutions to contemporary problems to be sought in the past; It throws light on
present and future trends, It stresses the relative importance and the effects of the various
interactions that are to be found within all cultures; It allows for the revaluation of data in
relation to selected hypotheses, theories and generalizations that are presently held about the
past. (Hill and Kerber 1967 cit in Cohen, Manion & Marrison 2007, p. 191). 1
1
Os valores de investigação histórica têm como princípio permitir soluções para os problemas
contemporâneos, tendo por base o passado, salientando a importância relativa e os efeitos das várias
interacções que devem ser encontrados dentro de todas as culturas; permitem a reavaliação de dados,
em relação a hipóteses, teorias e generalizações selecionadas, que atualmente são realizadas sobre o
passado. (tradução da autora).
8
The particular value of historical research in the field of education is unquestioned. Although
one of the most difficult areas in which to undertake research, the outcomes of inquiry into
this domain can bring great benefit to educationalists and the community at large. (Cohen,
Manion & Marrison, 2007, p. 191) 2
Em Rainbow (citado por Kemp, 1995 p. 23, cit. in Raposo, 2009), a pesquisa
histórica e documental é uma linha metodológica que tem por base conhecer e
explorar práticas e doutrinas do passado. Atendendo à metodologia anteriormente
referida, consideramos pertinente segui-la e enquadrá-la neste estudo de recolha CT.
2
O valor específico da pesquisa histórica no campo da educação é inquestionável, é uma das áreas de
maior dificuldade em termos de investigação. Os resultados obtidos podem trazer grandes benefícios
para educadores e comunidade em geral.
9
Ensino Vocacional da Música em Portugal
A aprendizagem da música nas escolas do ensino artístico remonta a 1835, data da criação
destas escolas e do Conservatório de Música em Lisboa ligado à Casa Pia, o qual, em 1836,
foi incorporado no Conservatório Geral de Arte Dramática. (Ribeiro, 2008, p. 33)
Ribeiro (2010) ainda nos refere que, em 1983, surge uma nova reestruturação
apresentada no Decreto-Lei nº 310/83, de 1 de Julho, onde as Artes são incluídas no
sistema geral de ensino. É nesta fase que as áreas vocacionais como a música e dança
são incorporadas no sistema de ensino preparatório e secundário. No que toca ao
ensino superior, foram criadas as Escolas Superiores de Música, Cinema, Dança e
Teatro.
Para Mendes I., Brito N., Ferreira R. e Ferreira T. (2013), o EVM tem como
principal objetivo a formação especializada na área da música, tal como indica o
artigo 11º do DL 344/90 3. Os programas das disciplinas do EVM foram elaborados
de forma diferente dos programas administrados no ensino regular. Compete às
escolas EVM decidirem o programa que vão utilizar para cada ano curricular e em
cada disciplina.
O mesmo autor afirma ainda que, atualmente o EVM é composto por duas
modalidades – regime articulado e regime integrado – em oposição ao que acontecia
anteriormente uma vez que a maioria dos alunos integrava o ensino supletivo. Esta
modalidade de EM encontra-se na portaria nº 691/2009 de 25 de Junho. A
implementação do ensino integrado e articulado permitiu aos alunos um reajuste na
carga horária. À medida que avançavam no EV, o número de horas previstas para as
disciplinas do ensino geral diminuíam.
3
Este ensino está estabelecido através da Portaria nº 691/2009 de 25 de Junho, I série: p. 4147 ME.
11
Como já mencionamos, os cursos de Ensino Artístico Especializado podem ser
administrados em diferentes regimes (regime articulado e regime integrado). Ribeiro
(2010) demonstra-nos, através do artigo 6º, nº 1 do Decreto-Lei 310/83 que, no
regime integrado, as disciplinas de formação geral e as disciplinas de formação
específica e vocacional é lecionadas na instituição de ensino artístico; o mesmo autor
ainda destaca que no regime articulado as disciplinas de formação geral são
lecionadas numa escola de ensino geral ou secundário e somente as disciplinas de
formação específica e vocacional são lecionadas no estabelecimento de ensino
artístico especializado. Por último, deparamo-nos com o ensino em regime supletivo
(Despacho nº 76/SEAM/85, de 9 de Outubro), onde a formação específica e
vocacional é administrada no estabelecimento de ensino artístico. Neste regime, as
habilitações do aluno são irrelevantes.
12
A Música tradicional Portuguesa no Ensino Vocacional da
Música
Tal como num conto, as canções são poemas que “cantam” a natureza na sua grande
diversidade e as pessoas com os seus sentimentos, fantasias e ritos, ora, despertando ora
excitando o imaginário da criança. Uma canção, interpretada em diferentes fases de
crescimento do indivíduo faz-lhe despertar diferentes vibrações, quer físicas, quer mentais,
quer psicológicas. (Torres, 1996, p.14)
13
Na nossa opinião, a inclusão das CTP nas aulas de música contribuem para o
desenvolvimento musical do aluno. Torres (1996), acrescenta: “além do seu
contributo para a formação musical, permite-nos aproveitar o seu valor estético e
pedagógico para uma formação global do aluno”. Deparamo-nos aqui com diversos
fatores em que a MT se torna numa mais-valia para o ensino artístico, desenvolvendo
diversas áreas musicais: o canto, memória auditiva e leitura musical.
14
Capitulo I
15
Estado da Arte
O termo tradicional para designar música própria de um povo, de transmissão oral, oriunda de
uma determinada região geográfica e de um determinado contexto social, proveniente de um
passado remoto e de autoria desconhecida. Outras designações como música folclórica,
regional e mesmo popular, são também normalmente utilizadas para representar o mesmo
conceito. (Fernandes, 2012 p. 4)
16
Junto das nossas populações rurais, (ao) no coração das nossas províncias, (…) para encontrar
uma música popular forte e sadia, agreste por vezes, outra talvez tosca, mas de um saber e de
um perfume incomparáveis, (…) de uma simples mas penetrante poesia, rica de aspectos,
variada de formas e sempre profundamente enraizada no solo. (Reis, 2007, p. 60)
Pode-se considerar Música Tradicional toda aquela que, servindo para diferentes actividades
(dança, baile, canção), tem uma antiguidade remota e chega aos nossos dias graças ao esforço
individual e colectivo da comunidade que a interpreta. (Diaz, citado por Resende, 2008, p. 6
cit. in Raposo, 2009, p.11)
O mesmo autor (2008, p. 6 cit. in Raposo, 2009, p.11) ainda refere que a MT
não é “pura”, “inata”, mas o resultado da cultura de um povo ligado a actividades
rurais. Lambea (Resende, 2008 cit. in Raposo, 2009, p.11) ainda considera, que é
“aquela música anónima, de carácter popular, que tem chegado aos nossos dias
através da tradição oral”. Também Raposo (2009, p. 11) salienta a ideia que as CT
expressam a vida de um povo nas actividades ligadas à vida rural, à pesca, entre
outras, abordando temas como o trabalho, a religião e o amor.
Fonte informativa que reúne o cerne da individualidade de uma cultura e que faz a ligação
entre o presente e o passado. Elas falam da natureza, do amor e da morte, das relações
familiares e sociais”. (Torres, 1998, cit. in Reis, pp. 22,23)
17
(…) Expressão e documento da vida, sentimentos aspirações e afectos do nosso povo, a
canção popular portuguesa faz parte do património espiritual da nação portuguesa (…) Amá-la
é conhecer-mos do que nós existe de mais fundo e enraizado no solo natal (…). (Reis, 2007,
pp. 61,62)
2. Etnomusicologia
18
De modo a entendermos este tão amplo conceito identificamos dois autores,
Blacking e Arom. Blacking, demonstra maior inclinação para a Antropologia e
Etnologia, em oposição a Arom que se foca mais na Musicologia. Segundo Blacking
1973 (p. 32, cit. in Lopes, 2009, p. 1), “a tarefa do etnomusicólogo será identificar
todos os processos (extramusicais) que são importantes para uma explicação do som
musical”. O mesmo autor, (1973 p. 53 cit. in Lopes, 2009, p. 1) afirma que o
etnomusicólogo tem que procurar “uma correspondência entre as normas de
organização social e as normas de organização musical”, tendo sempre em atenção
que música não pode ser vista só como “um fenómeno social”. Blacking ainda
salienta que o entendimento da música só é possível através da compreensão do seu
“contexto cultural total”.
Lopes, (2009, cit. in Nattiez, 1991, p. 67) afirma que a linha de pensamento de
Arom “outorga a prioridade à explicação do sistema musical. O objetivo da
Etnomusicologia será, pois, pôr em evidência os princípios subjacentes ou implícitos
que organizam a coerência e a sistemática de uma música”. Dá importância ao
“material musical, às técnicas de gravação, transcrição e análise musical”.
Observando as investigações realizadas por Blacking e Arom, concluímos que estas
duas visões são “aparentemente antagónicas”, “mas podem ser duas importantes
extremidades necessárias à formação disciplinar da Etnomusicologia”.
O autor Béhague (cit. in Lopes, 2009) ainda afirma que, desde 1968, os
etnomusicólogos revelaram esta área de estudo como sendo:
Behégue (cit. in Lopes, 2009, p. 6) conclui que “pouco a pouco, veio a ser
concebida como uma abordagem holística ao estudo de qualquer tradição musical.”
19
Para Lopes (2009, p. 7), “a Etnomusicologia está (e sempre esteve) aberta a
novas teorias, métodos, questionamentos e influências das mais diversas áreas de
conhecimento. Esta disciplina nasce para estudar as diversidades culturais e musicais
de uma sociedade”. Para Mukana (1983, p. 23), a Etnomusicologia é definida “como
campo das humanidades, que contribui com os seus conhecimentos para a
compreensão do homem através da expressão musical”.
Para Silva (2009, p.1 cit. in Cooley, 1997; Pinto, 2001 e 2005), “os primeiros
sinais de vida da Etnomusicologia surgiram, na segunda metade do século XIX, a
partir dos esforços de dois pesquisadores: o musicólogo austríaco Guido Adler (1855
-1941) e o físico e fonólogo inglês Alexander Ellis (1814-1890) ”.
4
Tradução - Alcance, métodos e objetivos da musicologia.
20
Os primeiros estudos sobre música não erudita em Portugal emergem à sombra das novas
práticas etnográficas, herdeiras dos movimentos intelectuais de final do século XIX que, em
Portugal, ficaram marcadas pelas célebres Conferências do Casino de 1871. (França, 1973,
Reis, 1990 cit. in Sardo, 2009, p. 416)
Pelo rigor da metodologia utilizada tanto no trabalho de campo como na edição de discos
etnográficos, pela ampla cobertura geográfica que fez do território português e pelo seu
trabalho pioneiro em várias regiões de Portugal continental, nas regiões autónomas e Angola.
(Cruz, 2006, p. 41)
Cruz (2006) ainda realça que, apesar de A. Santos ser reconhecido pelo seu
vasto e valioso trabalho, difundido nos anos 50 e 60, a sua obra etnomusicológica
acabou por cair no esquecimento. A. Santos, em 1936, deu início ao seu
Trabalho de campo junto das populações rurais cujas práticas musicais queria conhecer, (…).
Era neste período um compositor à procura de uma linguagem nacional, pesquisando fontes
musicais que pudesse incorporar nas suas obras, na senda de mestres portugueses como o
próprio Viana da Mota ou como Francisco de Lacerda e sobretudo copiando modelos
estrangeiros como Bela Bartók ou Vaughan Williams, compositores e folcloristas que A.
Santos muito admirava. (Cruz, 2001, p. 43)
21
Português (continente e ilhas). Para Cruz (2006, p. 43), A. Santos principiou “os
trabalhos de documentação de práticas musicais de populações rurais”, em pleno
Estado Novo. Na sua recolha, A. Santos
Valorizava as monodias vocais caracterizadas pelo ritmo livre, por organizações modais ou
pelo aparecimento de alterações ocorrentes em melodias tonais, que os intérpretes enriqueciam
recorrendo à ornamentação e a outras formas de improvisação. Interessava-se também pela
improvisação instrumental, pela polifonia modal e por afinações não temperadas. (Cruz, 2001,
p. 43)
Pela sua obra discográfica, pela obra inédita, pelas tentativas de instituição da etnomusicologia
em Portugal, pela divulgação internacional que fez da MTP, pelo reconhecimento dos seus
trabalhos a nível internacional, A. Santos foi uma personalidade destacada na etnomusicologia
em Portugal. (Cruz, 2001, p. 46)
22
Ainda neste capítulo procedemos a uma breve abordagem sobre o tema –
Etnomusicologia, na Europa e em Portugal. Concretamente em Portugal, destacamos
A. Santos que ao longo de quase 3 décadas evidenciou-se pela documentação que
produziu, pela sua vontade “em institucionalizar a etnomusicologia em Portugal, a
divulgação internacional (…) da Música Tradicional Portuguesa e o reconhecimento
que os seus trabalhos tiveram a nível nacional e internacional” (Cruz, 2006, p. 41)
23
Capitulo II
24
1. Música tradicional Portuguesa
Tal como refere Sardo (2009), entre 1913 e 1933, Portugal atravessou
momentos de instabilidade com diversos acontecimentos: período da pós-monarquia,
o inicio da 1ª Grande Guerra, a consecutiva sucessão de governos ao longo da 1ª
Republica e também “a instauração das ditaduras militar (1926 – 1928) e nacional
(1928 – 1933). É nesta fase que
Ganham voz alguns dos mais importantes protagonistas no estudo da música popular e
folclore em Portugal, e é também aquele em que assistimos ao início de um processo de
silenciamento de outros, que só agora, com os trabalhos da moderna etnomusicologia
portuguesa, começam a emergir na história do pensamento sobre música em Portugal. (Sardo,
2009, p. 429)
Por sua vez, Câmara (2001) refere-nos que com o aproximar do século XIX, o
gosto pelas práticas da MT vai aumentando. É sobretudo a partir da segunda metade
deste século que surgem em livro as primeiras edições de MTP.
25
Assim iniciáramos com o lançamento da obra “Músicas e Canções Populares
Coligidas da Tradição”, de Adelino das Neves e Melo (1846 – 1912), no ano de 1872.
Para o autor Sardo (2009, p. 418), esta obra nasce “num formato claramente inspirado
em colectâneas provindas dos estudos sobre literatura oral e etnografia”.
O músico César das Neves é, por Teófilo Braga, induzido à recolha de canções tradicionais,
que, de colaboração com o jornalista Gualdino de Campos, publica em fascículos a partir de
1893, sob o título de Cancioneiro de músicas populares. Reunindo espécimes tradicionais a
outros já de proveniência escrita, a colectânea compreende ao todo cerca de seis centenas de
títulos, apresentados com acompanhamento pianístico. (Câmara, 2001, p. 8)
26
Continuando na recolha e publicação de obras, no que toca à Região do
Minho, encontramos Gonçalo Sampaio (1865-1937) que elaborou um notável
trabalho com a publicação do “Cancioneiro Minhoto”.
27
nos os “Cantares de Malpica” (1938), organizados por Serrano Batista e Diogo
Correia.
28
Com a preparação do “Cancioneiro Popular Português”, Michel Giacometti e
Fernando Lopes-Graça (1981) procuraram reunir “vozes dispersas, longínquas ou
familiares, de um povo induzido a considerá-las como fantasmas indesejáveis do
passado e testemunhos incómodos do presente”. Deste modo, coube-lhes a
Giacometti afirma:
Quando vim para Portugal, em 1959, tinha um gravador o que era, na altura, uma coisa rara.
Havia etnólogos reaccionários em Portugal até há alguns anos, os Pires de Lima, que diziam
que o trabalho de recolha devia ser todo escrito, notado, que os gravadores eram uma coisa
satânica. Esta gente dominava a etnografia portuguesa. Quando eu fui a Trás-os-montes,
mostrei as gravações ao Lopes Graça que ficou um bocado espantado, porque não imaginava
que existissem, ainda em 1959, espécimes tão puros e isso determinou-me a ficar cá e a
investigar. (Correia, 1984, p. 176)
29
1.3 Fins políticos, artísticos e culturais
Até canções extraídas do nosso folclore chegaram, em determinado momento, a ser proibidas
pela Inspecção – Geral dos Espectáculos! (Lopes-Graça cit. in Correia, 1984, p. 172)
Assim sendo, por todo o país são descobertas “centenas e centenas” de quadras
que já existiam anteriormente na oralidade. “Havia camponeses que escreviam versos
30
e que, como na Chamusca, as escondiam debaixo do colchão, numa cana, só as
tirando depois do 25 de Abril. Chegaram a ter medo da sua própria memória (…).”
(Correia, 1984, p. 177)
31
Para melhor enquadramento deste estudo, que tem por base a MT na disciplina
de CCC, torna-se importante realçar o trabalho levado a cabo por estes pedagogos.
Neste sentido começaremos por Edgar Willems.
Édgar Willems
Desde há alguns anos já, as canções populares foram introduzidas no solfejo e nos métodos
instrumentais para principiantes, substituindo com vantagem os exercícios de entoação ou de
técnica, muitas vezes metódicos, mas desprovidos de musicalidade. Elas são também
preciosas para realizar, antes do estudo da harmonia tradicional, simples harmonizações a
duas, três ou quatro vozes. (Willems, 1970, p. 27)
32
posteriormente explicar o que foi executado. O mesmo exercício pode ser colocado
em prática para a exemplificação de intervalos melódicos, “aquelas que começam por
um salto melódico característico”.
Zoltán Kodály
Aqueles que aprendem a cantar antes de aprender a tocar um instrumento, apreendem mais
depressa que os outros a melodia de toda a música (…), graças ao canto, os alunos adquirem
uma aptidão para a leitura, que lhes permitirá aceder mais facilmente a obras dos grandes
espíritos, a conhecer mais composições em menos tempo e com menos esforço (Kodály, 1946
cit. in Torres, 1998, p. 44).
33
ensinado diferentes gerações de músicos mundialmente conhecidos, mas por ter
incansavelmente difundido o seu novo conceito de Educação”.
Segundo Torres (2006, p.43), Z. Kodály elaborou o seu próprio método mas
com o apoio de “outros pedagogos húngaros e compositores seus contemporâneos,
como Béla Bartók, Jenó Ádám, Benjamin Rajeczky, Gyorgy Kérényi, Antal Molnár,
László Lajtha e Lajos Bardos.”
34
também merece destaque o contributo, que as mesmas fomentam, no conhecimento
do património musical português. Deste modo motivá-los a cantar CT, nas aulas de
CCC, torna-se numa mais-valia não só ao nível musical mas também cultural.
35
2. Disciplina de Classes de Conjunto / Coro
36
Almeida (2011) é apologista de que todos os instrumentistas, deveriam entoar
as suas peças, antes de as executarem nos instrumentos musicais. O mesmo autor
ainda salienta “ que é ao cantar que o aluno descobre, como por encanto, o sentido de
uma peça e, pelo mesmo meio, o andamento real e o fraseado.”
Fuks (1999, cit. in Almeida, 2011, p. 21) o canto é o melhor dos meios para
desenvolver a audição interior de toda musicalidade.
O canto é de uma vez por todas a linguagem pela qual o homem se comunica aos outros
musicalmente. O órgão musical mais antigo, o mais verdadeiro, o mais belo é a voz humana. E é
só a este órgão que a música deve a sua existência. (Willems, 1985, p. 25)
37
Almeida (2011) realça que a voz não é e nem pode ser desenvolvida
isoladamente, porque há uma exigência completa de outros aspectos ligados ao ser
humano: postura, respiração, articulação, ressonância, expressividade e filosofia, e
quando se refere à voz como objeto de arte ou de ensino, desenvolve-se repertório.
Ainda Almeida (2011, p. 25) destaca que, para se principiar o a atividade coral,
mais especificamente cantar, torna-se relevante e imprescindível que o grupo “realize
alguns momentos de preparação para que se cante com segurança e sem agressão a
voz ou vozes das crianças”. Ainda devemos acrescentar que qualquer ensaio de coro
deve ser iniciado com um conjunto de exercícios vocais, ou seja, com um
aquecimento vocal.
A música é uma forma de expressão construída a partir de uma reflexão e leitura do mundo,
através do qual a criança pode manifestar emoções e sentimentos. Ao expressar uma ideia
através do canto a criança pode representar intelectualmente e afectivamente, o ambiente ao
seu redor bem como sua forma de percebê-la e assimilá-la. (Beyer, 1999, cit. in Almeida,
2011, pp. 21-22)
Para lecionar a disciplina de CCC, o professor tem que lidar com diferentes
vozes. Neste sentido, para Almeida (2011, p. 25), a escolha do repertório deve ser
muito cuidada a fim de se adaptar às condições vocais que o grupo apresenta.
Voz de criança é suave como os cantos dos passarinhos. As crianças devem cantar sempre
suave até que se atinja certa maturidade (que dura uns aninhos). É bom cantar leve com as
crianças isso também para não forçar as cordas vocais. A voz da criança não é como a voz do
adulto que é mais forte, mais cheia e mais grave. A voz da criança vai se formando aos poucos
é por isso que se canta mais com mais suavidade, e um pouquinho mais (agudo). (Linhares,
2002, cit. in Almeida pp. 25, 26)
38
Deste modo quando realizamos um ensaio de coro, principalmente com
crianças, é fundamental verificar a sua maturidade e tessitura vocal. Por isso o
reportório escolhido deve ter em conta o grupo de alunos que dispomos.
Para os autores Robinson & Winold (cit. in Figueiredo, 2005), cantar em coro,
para além de proporcionar uma atividade de música em conjunto, também se torna
numa “experiência social” através da qual todos os membros do grupo são
valorizados. O espírito de união é a base de um bom desempenho. Os mesmos autores
realçam ainda a experiência coral como “prazer estético e crescimento pessoal para
quem participa deste tipo de atividade”.
Para Amato (2007, cit. in Ramos, 2003), são muitas as atividades que podem
ser desenvolvidas a nível coral entre elas a leitura musical, o solfejo e o ritmo.
39
O mesmo autor (2003) ainda destaca que a disciplina de FM
pode/deve igualmente ser um espaço para se fazer música. Cantar, em particular, deve ter um
papel central, por ser o instrumento próprio de cada um (que todos podem utilizar) e que
permite vivenciar e sentir a música de forma especial. (Pedroso, 2003, p. 16)
40
Capítulo III
41
Critérios de escolha das obras
As Classes de Conjuntos Instrumentais são únicas pela sua capacidade de abranger alunos das
várias áreas instrumentais, independentemente do grau e da idade. Têm como objetivo comum
e específico o ato de fazer música em grupo (instrumental ou coral), o que reforça laços entre
alunos, potencia os conhecimentos adquiridos e revela-os através das práticas. Este tipo de
atividade de grupo potencia ainda as qualidades cognitivas dos respetivos alunos e desponta
neles a assunção do seu papel enquanto músicos instrumentistas, quer inseridos num contexto
coral ou instrumental. 5
Na escolha das obras, foi possível verificar que a mesma canção pode ser
apresentada com diferentes arranjos. Assim, o arranjo proposto é aquele que mais se
enquadra nas disciplinas de CCC e FM para o 1º e 2º graus do EVM. Esta seleção
teve por base os conteúdos programáticos das disciplinas de FM e CCC dos
Conservatórios de Música Calouste Gulbenkian de Braga e Conservatório de Música
Silva Monteiro do Porto.
Para uma seleção mais adequada das canções, observámos a planificação anual
das disciplinas de CCC e de FM de dois conceituados conservatórios nacionais, o
Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, de Braga, e o Conservatório de
Música Silva Monteiro, no Porto, tal como consta dos anexos XXII ao XXVIII.
5
Conservatório de Música Silva Monteiro (CMSM) – Programa da Disciplina de CCC/ 2013/2014.
42
da disciplina de CCC e destacamos os principais objetivos que a mesma pretende
fomentar:
43
No âmbito das competências propostas para a disciplina de CCC, propomos
desenvolver aspectos estruturais como ritmo, melodia, harmonia e forma. No âmbito
da entoação, sugerimos desenvolver fatores, como técnica vocal, respiração, apoio e
articulação (dicção das vogais e consoantes); ressonância, timbres, extensão e
agilidade; acentuação e aspectos rítmicos; treino da memória melódica e harmónica;
realização de frases e dinâmicas; escuta e equilíbrio de cada voz em diferentes naipes.
Conteúdos rítmicos:
6
Tonalidades maiores (DóM, SolM, RéM, LáM; FáM, SibM; MibM); tonalidades relativas menores
harmónicas (lám, mim, sim, rém)
44
Complementos teóricos:
45
Ficha de análise
Para uma melhor compreensão das obras, Carvalhinho (2010) propõe-nos uma
grelha de análise que incluiu parâmetros musicais e etnográficos. Baseados neste
autor, preparámos uma grelha de análise que reúne os critérios necessários para as
obras propostas, em função dos objetivos delineados. Ao nível musical destacamos a
tonalidade, a estrutura rítmica, melódica e harmónica e ainda a forma. Por sua vez,
nos aspectos etnográficos, referimo-nos ao local, data de origem e contexto da canção.
46
Estrutura da letra - O número de versos por estrofe e o número de
sílabas por verso.
7
I ou i; ii ou iiº; iii ou III; IV ou iv; V; vi ou VI, viiº,
47
Canção 1
Título da canção Fui-te ver estavas lavando
A canção integra a recolha de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça,
Recolha publicada no “Cancioneiro Popular Português” em 1981; esta obra é
Data característica do Baixo Alentejo e data de 194….
Contexto Nesta canção, o caráter é amoroso. O cavalheiro dirige-se à sua amada e
mostra o quanto a ama.
Tonalidade Sol M
8
Forma AB – Constituída por 2 melodias contrastantes.
48
Canção 2
Título da canção As ondas do teu cabelo
Recolha A canção faz parte da recolha de Rodney Gallop. Foi publicada no seu
Data cancioneiro, “Cantares do Povo Português” em 1960, com tradução de
Contexto António Emílio de Campos. Esta obra é característica da serra de Monfurado.
Nº de vozes 1 voz
Tonalidade Sol M
Entrada em anacruse de
colcheia (uma colcheia). É
composta pelas células
rítmicas
1
Estrutura rítmica 1)
2
2) 3
3)
10
49
Canção 3
Título da canção Ao menino Deus
A canção faz parte da recolha de César das Neves, publicada no seu
Recolha “Cancioneiro de Músicas Populares”, em 1893. Este cancioneiro encontra-se
Data adaptado para coro e piano. Esta obra é do século XVIII.
Contexto É uma canção de caráter religioso e enquadra-se no tempo Natalício.
Carateriza a chegada dos pastores junto do Menino Deus, após o seu
nascimento.
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Sol M
Inicia-se em anacruse de .
É composta pelas células
rítmicas:
1
1) 2
Estrutura rítmica
2) 3
3) 4
4)
Graus conjuntos, 3ª M, 3ª m
e o intervalo predominante é
de 2ª M.
2ª M
Intervalos melódicos 2ª m
3ª M
3ªm
11
12
Forma Estrófica - A canção repete-se, mantendo a mesma música mas mudando a letra.
50
Canção 4
Título da canção San João
Recolha A canção faz parte da recolha de César das Neves, publicada no seu
Data “Cancioneiro de Músicas Populares”, em 1893. Este cancioneiro encontra-se
Contexto adaptado para coro e piano.
A parte poética foi coordenada por Gualdino de Campos e prefaciado por
Theophilo Braga.
Esta obra é alusiva às festas de São João.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Dó M
Entrada em anacruse de
semínima. É composta pelas
células rítmicas:
Estrutura rítmica 1) 1
2) 2
2ª M
3ª M
Intervalos melódicos
3ªm
4ª P
13
51
Canção 5
Título da canção Toca a caixa, acerta a marcha
A canção integra a recolha de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça,
publicada no “Cancioneiro Popular Português” em 1981.
Esta obra é característica do Alentejo e data do século XIX (1870-1898).
Canção característica do início do reinado de D. Maria II. O povo Alentejano
Recolha utiliza-a como dança.
Data Enquadra-se nas canções populares que relatam acontecimentos históricos e
Contexto políticos, canções patrióticas, hinos e marchas triunfais. Esta canção, segundo
o autor, deve ser interpretada como uma marcha, imitando o toque da caixa.
Estrutura da letra 7 sílabas
Número de vozes 2 vozes
Tonalidade Sol M
Indicação de compasso Compasso binário simples
Inicia-se em anacruse de
colcheias (duas colcheias). É
composta pelas seguintes
células rítmicas: 1
Estrutura rítmica 1) 2) 3) 2
3
2ª M
Intervalos melódicos 2ª m
3ª M
3ª m
É composta por 2 partes tendo cada uma delas 8 compassos, com entrada em
anacruse. Na 1ª parte é apresentado o tema que, na 2ª parte, será entoado pela
Análise melódica 2ª voz.
Apresenta o seguinte ostinato rítmico. 14
Imitação do toque da caixa.
14
52
Canção 6
Título da canção Num era assim
A canção integra o “Cancioneiro Minhoto” realizado por Gonçalo Sampaio e
Recolha publicado em 1944; esta obra é característica de Vieira do Minho e nesta zona
Data era cantada nos finais do século XIX. Posteriormente volta a ser recuperada,
Contexto no século XX, entre 1917-18 mas com alguma alteração da letra.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso quaternário simples
A canção inicia em anacruse
de semínimas e é composta
pelas seguintes células 1
rítmicas: 2
1) 2)- 3
Estrutura rítmica 4
3)- 4)
5
5) 6) 6
Intervalos melódicos 2ª m
4ª P
15
16
53
Canção 7
Título da canção Rosa de Alexandria
A canção integra o “Cancioneiro Minhoto” realizado por Gonçalo Sampaio e
Recolha publicado em 1944.
Data Esta canção foi recolhida por Maria Clementina Pires de Lima, no concelho
Contexto de Vila nova de Famalicão, freguesia de S. Simão de Novais.
Nesta canção, o caráter é amoroso. O cavalheiro dirige-se à sua amada e
mostra o quanto a ama.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso ternário simples
A canção principia em anacruse
de colcheia (uma colcheia). É
composta pelas seguintes células
rítmicas 1
2
Estrutura rítmica 3
1) 3)
4
2) 4)
17
18
Frase A Frase B
54
Canção 8
Título da canção Verde Caracol
A canção integra o “Cancioneiro de Modas Alentejanas - A Tradição”
Recolha publicado entre janeiro de 1899 e Junho de 1904. Esta obra encontra-se no
Data volume I, deste cancioneiro, com a data de maio de 1899.
Contexto Esta canção pode ser adaptada para bailes de roda e dançada a pares.
19
20
V9 vi7 vii I I
55
Canção 9
Título da canção Si, Carolina
A canção integra o “Cancioneiro Minhoto” realizado por Gonçalo Sampaio e
Recolha publicado em 1944.
Data Esta canção é tradicional da Póvoa de Lanhoso, contudo, também é
Contexto interpretada em toda a zona norte.
A canção tem por base o amor que sente por Carolina contudo o namorado
mantém um romance com mais do que uma menina.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso binário simples
Principia em anacruse de
colcheias ( ). É composta
pelas células rítmicas 1
1) 2) 2
Estrutura rítmica 3) 4)
3
4
A colcheia é a célula
predominante nesta canção.
21
22
23
56
Canção 10
Título da canção Este pandeiro
A canção faz parte do “Cancioneiro Minhoto” recolhido por Gonçalo
Recolha Sampaio em 1944. Esta obra foi recolhida na localidade de Vieira do Minho –
Data Salamonde.
Contexto A canção tem como tema central a Romaria de S. João e neste caso para
animar a festa é levado um pandeiro.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Sol M
Indicação de compasso Compasso ternário simples
Inicia-se em anacruse de
colcheia. O ritmo é baseado
nas seguintes células rítmicas: 1
2
Estrutura rítmica 1) 2)
3
3) 4) 4
5
5)
24
Frase A Frase B
25
57
Canção 11
Título da canção Trai – trai
A canção faz parte do “Cancioneiro Minhoto”, recolhido por Gonçalo
Recolha Sampaio e publicado em 1944
Data Esta canção, recolhida em Esposende, tem como base o exílio de João
Contexto Brandão, para Angola, em 1870 e é extraditado pela acusação do homicídio
de um sacerdote, Padre José da Anunciação Portugal.
Estrutura da letra 5 sílabas (Redondilha menor).
Número de vozes 2 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso binário simples
A canção inicia-se em anacruse de
colcheia. É composta por
diferentes células rítmicas. A
figura rítmica que mais se destaca
é a colcheia, apresentada sempre
em conjunto de duas. 1
Estrutura rítmica 3
5
1) 4) 6
2) 5)
3) 6) .
26
58
Canção 12
Título da canção Os olhos da Marianita
Recolha A canção faz parte da recolha de Jos Wuytack publicada no seu livro de
Data Canções Tradicionais, em 1998. É característica da zona da Beira – Baixa.
Contexto
Estrutura da letra 6 sílabas
Número de vozes 2 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso binário simples
A canção principia com
anacruse de colcheias (uma
colcheia). É composta pelas
seguintes células rítmicas: 1
2
1) 3
Estrutura rítmica 4
2)
3)
4)
27
59
Canção 13
Título da canção Meu lírio roxo do campo
A recolha desta obra esteve a cargo de Manuel Joaquim Delgado e encontra-
Recolha se no “Cancioneiro Popular do Baixo Alentejo”, Volume II, 2º Edição, 1980.
Data A 1ºedição é de 1955, contudo a versão a ser aplicada nesta investigação é a
Contexto de Jos Wuytack que se encontra no seu livro “Canções Tradicionais
Portuguesas” e foi publicada em 1998.
Esta canção é de caráter amoroso.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Ré M
Indicação de compasso Compasso binário simples
A canção tem início com
pausa de colcheia. É
composta pelas seguintes
células rítmicas: 1
2
Estrutura rítmica 1) 3)
3
4
2) 4)
.
Intervalos melódicos 2ª m
3ª M
4ª P
A canção é constituída por 2 partes tendo cada uma delas 7 compassos e com
entrada em anacruse.
Análise melódica É composta, na sua maioria, por graus conjuntos, 2ª M e 2ªm.
Ao nível rítmico é composta pelo seguinte motivo:28
O âmbito melódico da canção é inferior à 8a.
A canção encontra-se harmonizada para 2 vozes à distância de 3as. Os Graus
Análise harmónica desta harmonização são os seguintes: I, IV e V.
A cadência apresentada é perfeita (V, I).
28
60
Canção 14
Título da canção Chapéu novo
Esta canção foi recolhida em Elvas pelo Exmo. Sr. António Thomáz Pires.
Faz parte da recolha de César A. das Neves, publicada no seu “Cancioneiro
Recolha de Músicas Populares”. Esta obra encontra-se no Volume II publicado em
Data 1895.
Contexto A canção “Chapéu Novo”, na versão apresentada, encontra-se na tonalidade
de Fá Maior, contudo, a que servirá de análise para este trabalho é a versão de
Jos Wuytack que se encontra no seu livro de “Canções Tradicionais
Portuguesas” publicado em 1998.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Original em Fá M mas a versão apresentada nesta investigação encontra-se
em Ré M.
Indicação de compasso Compasso binário simples
A canção principia com anacruse de semicolcheias (duas semicolcheias). É
composta pelos seguintes motivos rítmicos:
Parte A:
Estrutura rítmica
Parte B
Graus conjuntos, 4ª P e 5ª P; o
intervalo predominante é de 2ª
M. 2ª M.
Intervalos melódicos 2ªm
4ª P
5ª P
29
61
Canção 15
Título da canção Tia Anica
Recolha Esta canção é característica do Algarve e era dançada nos bailes das aldeias.
Data Para este trabalho, a versão é de Jos Wuytack que se encontra no seu livro de
Contexto “Canções Tradicionais Portuguesas” publicado em 1998.
Parte B
Forma Forma A B. 8
62
Canção 16
Título da canção Mirandum se fui a la guerra
A canção é tradicional de Miranda do Douro (Trás os Montes).
Recolha Alusiva a uma guerra, ocorrida em 1762, na cidade de Miranda. Esta foi
Data invadida pelo general espanhol Marquez de Sarria.
Contexto Nesta investigação, a versão utilizada será a de Jos Wuytack publicada no seu
livro de “Canções Tradicionais Portuguesas” no ano de 1998.
Canção popular com caráter de guerra.
Estrutura da letra 7 sílabas
Número de vozes 2 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso binário composto
Principia em anacruse de
colcheias (duas colcheias) e é
composta pelas seguintes
células rítmicas: 1
1) 2
Estrutura rítmica
3
2)
3)
A é a figura rítmica
predominante nesta canção.
É constituída por 2 partes tendo cada uma delas 8 compassos, com entrada em
anacruse.
Ao nível rítmico, a canção é igual em ambas as partes só diferindo na
Análise melódica melodia.
Inicia-se com graus conjuntos e prossegue com notas repetidas.
Âmbito melódico superior à 8a.
O andamento deve ser Andante tal como o autor indica na partitura que se
encontra no Anexo XVI.
63
Canção 17
Título da canção O regadinho
Esta canção é considerada uma dança popular de roda e é característica do
Recolha norte e litoral de Portugal. É executada em dança e de braço dado. As
Data primeiras referências desta canção datam de 1926.
Contexto Para esta investigação, a versão apresentada é de Jos Wuytack que se
encontra no seu livro de” Canções Tradicionais Portuguesas” publicado em
1998.
Estrutura da letra 7 sílabas
Número de vozes 2 vozes
Tonalidade Sol M
Indicação de compasso Compasso binário composto
A canção é composta pelas
seguintes células rítmicas:
1)
1
Estrutura rítmica 2
2) 3
3)
A canção encontra-se
harmonizada para 2 vozes à
distância intervalar de 2ª, 3as, 4ª, 2ª
5ª e 6as paralelas. O intervalo 3ª
30
64
Canção 18
Título da canção Vira do Minho
O Vira é uma canção característica do folclore português e é específica da
zona do Minho.
As opiniões, sobre as origens do vira, divergem. Para Gonçalo Sampaio e
Recolha Sampayo Ribeiro esta dança pode ser anterior ao século XVI . Para Tomaz
Data Ribas, o Vira, é considerado uma das mais antigas danças populares
Contexto portuguesas, realçando que na peça Nau de Amores de Gil Vicente este já a
destacou como uma dança do Minho.
Para esta análise recorremos à obra harmonizada por Jos Wuytack que se
encontra no seu livro de “Canções Tradicionais Portuguesas”publicado em
1998.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 2 vozes
Tonalidade Ré m
Indicação de compasso Compasso binário composto
Inicia em anacruse de colcheia.
O ritmo da canção é baseado
nas seguintes células rítmicas:
Estrutura rítmica 1) 1
2
2) 3
3) .
Parte B
A versão apresentada, de Jos Wuytack, para 2 vozes iguais, encontra-se
harmonizada à distância intervalar de 2ª, 3ª, 5ª, 6ª e 7ª paralelas, as 3ª e 6ª são
Análise harmónica os intervalos predominantes. Anexo XVIII.
É composta pelos graus de i, iv e V.
Cadência perfeita (V7, i).
65
Canção 19
Título da canção Ó rama da oliveira
Recolha A recolha desta obra esteve a cargo de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez e
Data encontra-se no “Cancioneiro de Serpa”, publicado em 1994.
Contexto Para esta investigação a versão apresentada é de Jos Wuytack que se encontra
no seu livro de “Canções Tradicionais Portuguesas”, publicado em 1998.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 3 vozes
Tonalidade Fá M
Indicação de compasso Compasso ternário simples
A canção principia em anacruse
de colcheia. O ritmo da canção
é baseado nas seguintes células
rítmicas: 1
2
Estrutura rítmica 1) 3) 3
4
2) 4)
Âmbito melódico Voz 1 (Dó 3 a Dó 4) Voz 2 (Dó 3 a Lá3) Voz 3 (Dó3 a Mi4)
A canção é composta por graus
conjuntos 3ª M, 4ª P e 5ª P. O
intervalo predominante é de 2ª 2ª M
M. 2ªm
Intervalos melódicos 3ª M
4ª P
5ª P
A canção deve ser cantada em andamento lento tal como o autor indica na
partitura que se encontra no Anexo XIX.
66
Canção 20
Título da canção Canário, lindo canário
Recolha A canção integra a recolha de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça,
Data publicada no “Cancioneiro Popular Português” em 1981;
Contexto Esta canção popular, de caráter amoroso, foi recolhida em 1953 e é
característica da região de Arouca – Aveiro.
Estrutura da letra 7 sílabas
Nº de vozes 3 Vozes
Tonalidade/ Modo Modo Lídio / Fá M (ambíguo)
Indicação de compasso Compasso binário simples
Inicia-se com anacruse de
semínimas (duas semínimas)
e as células rítmicas
predominantes são: 1
1) 2
Estrutura rítmica
2) 3
4
3)
4)
Âmbito melódico Voz 1 (Si3 – Fá4); Voz 2 (Sol3 a Ré4) Voz 3 (Mi3 a Dó4)
Graus conjuntos e 3ª M. O
intervalo predominante é de
2ª M.
Intervalos melódicos
2º M
2ª m
3ª M
Análise melódica
O âmbito melódico é superior à 8ª.
67
Análise geral das canções
Nº de Vozes
2 vozes Chapéu novo
6/8 – O regadinho
compostos
( / ) – Ao menino Deus
( ) – Fui-te ver estavas lavando
( ) – Este pandeiro; Si Carolina
Estrutura células rítmicas de
rítmica divisão binária ( ) – Os olhos da Marianita
( ) – Meu lírio roxo
( ) – Trai - trai
( ) – Os olhos da Marianita
68
Continuação
– O regadinho
células rítmicas de – O regadinho
divisão ternária – Mirandum
– Vira do Minho
Ao menino Deus; Toca a caixa
2ª M e 2ª m
Rosa da Alexandria
As ondas do teu cabelo; San João
Intervalos 3ª M e 3ª m
melódicos Num era assim
4ª P
Trai – trai
Verde caracol
5ª P
69
1 voz
1 v.
Nº de Vozes 2 vozes 2 v.
3 v.
3 vozes
simples
C. S.
Compassos
C.C.
compostos
células rítmicas
de divisão
binária
1
1) 2
3
2)
4
3)
4)
Estrutura
rítmica células rítmicas
de divisão
ternária
1)
1
2
2)
70
1) 2ª M e m
2) 3ª M e m
Intervalos 3) 4ª P 1
2
melódicos 4) 5ª P
3
5) 6ª M 4
5
6) 7ª M
6
Tonalidades 1) M
1
2) m
2
1) AB
Forma
1
musical 2) Estrófica 2
1) Superior
Âmbito à 8a
1
melódico 2
a
2) Uma 8
71
Após a análise dos gráficos, concluímos que:
No que concerne aos compassos, a divisão simples é a mais utilizada nas CT;
Por sua vez, ao longo das CT apresentadas, o modo maior é o mais comum;
72
Conclusão
O nosso país tem valores culturais extremamente importantes, que ao longo dos tempos não
têm sido aproveitados devidamente. Sendo assim, corremos o risco, se não fizermos nada para
os valorizarmos ou mesmo explorarmos, de perdermos irremediavelmente aquilo que nos
pertence, aquilo que é nosso, aquilo que nos identifica, pois fomos nós que os criámos nas
nossas vivências intemporais, passando de geração em geração. (Costa, 2006, p. 55)
Tendo por base a CTP, partimos para o campo da recolha de algumas CT, com
o intuito de incutir repertório tradicional português, na disciplina de CCC, 1º e 2º grau
do EVM. Devido à escassez de programas que compõem esta disciplina sentimos a
necessidade de aplicar a escolha de reportório não só para a disciplina de CCC mas
também para a FM.
Após a recolha e análise das canções, constatamos que estas contribuem não
só para o desenvolvimento musical dos alunos (nível rítmico, melódico e harmónico)
como também para a divulgação do património musical português.
73
através da seleção de CTP, é-nos permitido desenvolver aspetos não só ao nível
musical mas também cultural.
Se o aluno canta correctamente, faz a sua formação vocal, se emite frases musicais com texto,
desenvolve a memória auditiva e aumenta o vocabulário da língua materna; se compreende e
identifica os conceitos da linguagem musical e os adapta a outras canções, desenvolve o nível
intelectual; se memoriza canções com texto e o nome das notas, desenvolve a memória e a
leitura musical; se interpreta ou observa várias versões da mesma canção desenvolve o sentido
estético; se pratica música do conjunto coral e instrumental, desenvolve ainda o sentido social.
(Torres, 1998, cit. in Costa, 2006, p. 66)
74
Canção 7 - Rosa da Alexandria;
Canção 8 - Verde Caracol;
Canção 9 - Si Carolina;
Canção 10 - Este pandeiro;
Canção 11 - Trai – Trai;
Canção 12 - Os olhos da Marianita;
Canção 13 - Meu lírio roxo;
Canção 14 - Chapéu novo;
Canção 15 - Tia Anica;
Canção 16 - Mirandum se fui a la guerra;
Canção 17 - O regadinho;
Canção 18 - Vira do Minho;
Canção 19 - Ò Rama da Oliveira;
Canção 20 - Canário, lindo canário.
75
Reconhecendo a continuidade a dar a esta investigação, não devemos colocar
de lado a possibilidade de construir esse programa.
76
Referências Bibliográficas
77
BÜNDCHEN, D. B. (2005). A relação ritmo-movimento no fazer musical criativo:
Uma abordagem construtivista na prática de canto coral. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação programa de Pós - Graduação.
http://www.revista.ufal.br/musifal/cantocoral.pdf
78
CRUZ, C. B. (2006). Artur Santos e a Etnomusicologia em Portugal (1936-1969)
Revista APEM – estudos
GALLOP, R. (1960). Cantares do Povo Português. Instituto para a alta cultura (2ª
edição), Lisboa.
79
KEMP, A. E. (1995). Introdução à Investigação em Educação Musical. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian.
80
OSÓRIO, J. A.(1978). Anotações sobre o "Cancioneiro Geral" de Resende .
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Clássicos e
Humanísticos .
http://z3950.crb.ucp.pt/biblioteca/Mathesis/Mat15/Mathesis15_169.pdf
81
RESENDE, A. (2008) Prática da música tradicional portuguesa no 1º ciclo do ensino
básico. Universidade do Minho.
82
WUYTACK, J. (1998). Canções Tradicionais Portuguesas (Associação Wuytack de
Pedagogia Musical ed.). (F. J. Faraldo, Trad.) Impresión Gaiagráfica.
Sites consultados
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags05_pautas_05_CPP_RGallop/0214_CPP_RG
allop_00_listade31pautas.htm - acedido em 13-03-2014
https://tradicao.files.wordpress.com/2011/02/michel-giacometti1981-cancioneiro-
popular-portugues.pdf - acedido em 13- 03-2014
file:///C:/Users/luisa/Downloads/bb026.pdf - acedido em 21–04-2014
http://purl.pt/742/3/mpp-21-a-1/mpp-21-a-1_item3/index.html# -
acedido em 21–04-2014
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/11022/1/tese.pdf -
acedido em 24–04-2014
https://revistas.ufg.br/index.php/musica/article/view/1865/11998 -
acedido em 04–05-2014
http://www.cantabilis.org/partituras/partituras.html - acedido em 11-06-2014
http://www.joraga.net/gruposcorais/ - acedido em 11-04-2014
http://amusicaesuasmetodologias.blogspot.pt/2012/06/edgar-
willems.html#!/2012/06/edgar-willems.html - acedido em 13-07-2014
http://www.dianagoulart.com/Canto_Popular/Educadores.html
acedido em 15-03-2015
83
Anexos
84
Anexo I
85
Anexo II
86
Anexo III
87
Anexo IV
88
Anexo V
89
Anexo VI
90
Anexo VII
91
Anexo VIII
92
Anexo IX
Canção 9 – Si Carolina
93
Anexo X
94
Anexo XI
Análise melódica
95
Anexo XII
96
Anexo XIII
97
Anexo XIV
98
Anexo XV
99
Anexo XVI
100
Anexo XVII
Canção 17 – Regadinho
101
Anexo XVIII
102
Anexo XIX
103
Anexo XX
104
Anexo XIX
1 Voz
Canção 1 - Fui-te ver estavas lavando
Canção 2 - Ondas do teu cabelo
2 Vozes
Canção 3 – Ao menino Deus
Canção 4 – San João
Canção 5 – Toca a caixa, acerta a marcha
Canção 6 - Num era assim
Canção 7 – Rosa da Alexandria
Canção 8 – Verde Caracol
Canção 9 – Si Carolina
Canção 10 – Este pandeiro
Canção 11 – Trai – Trai
Canção 12 – Os olhos da Marianita
Canção 13 - Meu lírio roxo
Canção 14 – Chapéu novo
Canção 15 – Tia Anica
Canção 16 – Mirandum se fui a la guerra
Canção 17 – O regadinho
Canção 18 – Vira do Minho
3 Vozes
Canção 19 – Ò Rama da Oliveira
Canção 20 – Canário, lindo canário
105
Anexo XXII
Programa de Formação Musical 1º grau do Conservatório de Música Calouste Golbenkian de
Braga
106
Maiores e relativas menores dadas.
Canções tradicionais portuguesas e/ou de outros países que
tenham as mesmas características musicais.
Música erudita: gregoriano, renascimento, classicismo e
Literatura a usar
romantismo: música contemporânea tonal e atonal.
107
Anexo XXIII
108
Sinais de repetição: mais usuais
Escalas: Maiores e relativas menores (natural e harmónica)
109
Anexo XXIV
110
Anexo XXV
111
Anexo XXVI
112
113
114
Anexo XXVII
115
Maiores e menores identificação de frases expressivas
até uma alteração. melódicas nas tonalidades dinâmicas e
definidas. articulações Sumativa (60%)
Melodia Melodia diferentes.
Articular altura e - Entoar frases no contexto Teste Escrito
duração dos sons tonal e ritmo definido. -Desenvolver
nas tonalidades - Escrever frases ditadas. estratégias de Teste Oral
propostas, e células estudo/prática
rítmicas de baixa musical.
complexidade.
Acordes Acordes -Desenvolver a
- Acordes Maiores - Construir acordes leitura à 1ª vista.
e menores no maiores e menores no
estado fundamental. estado fundamental. -Evidenciar
- Distinguir auditivamente segurança nos
acordes maiores e conteúdos abordados.
menores.
Harmonia Harmonia
Trabalho sensorial Trabalho sensorial de I,
de I, IV e V no IV e V no modo maior e
modo maior e menor.
menor.
Improvisação Improvisação
Sentido de frase, - Improvisar ritmicamente
rítmica e dentro de um contexto
melodicamente. definido.
Improvisar, sem no nome
de notas, a partir de uma
sequência harmónica.
116
Anexo XXVIII
Programa de Formação Musical 2º grau do Conservatório de Música Silva Monteiro
117
Tonalidades Tonalidades articulações Teste Oral
Tonalidades - Leitura, entoação diferentes.
Maiores e menores e identificação de frases
até duas alterações. melódicas nas tonalidades
definidas.
Melodia Melodia -Desenvolver
Frases melódicas - Entoar frases no contexto estratégias de
nas tonalidades tonal e ritmo definido. estudo/prática
propostas, com - Escrever frases musical.
células rítmicas de melódicas ditadas.
divisão binária e -Desenvolver a
divisão ternária de leitura à 1ª vista.
acordo com as
previstas para o 2º -Evidenciar
grau. segurança nos
Acordes Acordes conteúdos abordados.
Acordes maiores e - Construir acordes
menores no estado maiores e menores no
fundamental e estado fundamental e
inversões. inversões.
- Distinguir auditivamente
acordes maiores e
menores, no estado
fundamental e 1ª inversão.
Harmonia Harmonia
I, IV e V no modo - Trabalho sensorialmente
maior e menor. o I, IV e V no modo maior
e menor.
Improvisação Improvisação
Trabalhar o sentido - Improvisar ritmicamente
de frase, rítmica e dentro de um contexto
melodicamente. definido.
- Improvisar, sem e com o
nome de notas, a partir de
uma sequência harmónica.
118
119