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Portuguesa
1
Como era linda com seu ar namoradeiro Povo que lavas no rio
‘Té lhe chamavam “menina das tranças pretas”, E talhas com o teu machado
Pelo Chiado passeava o dia inteiro, As tábuas do meu caixão.
Apregoando raminhos de violetas. Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
E as raparigas d’alta roda que passavam Mas a tua vida não.
Ficavam tristes a pensar no seu cabelo,
Quando ela olhava, com vergonha, disfarçavam Fui ter à mesa redonda
E pouco a pouco todas deixaram crescê-lo. Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Passaram dias e as meninas do Chiado Era o vinho que me deste
Usavam tranças enfeitadas com violetas, A água pura, puro agreste
Todas gostavam do seu novo penteado, Mas a tua vida não.
E assim nasceu a moda das tranças pretas.
Aromas de luz e de lama
Da violeteira já ninguém hoje tem esperanças, Dormi com eles na cama
Deixou saudades, foi-se embora e à tardinha Tive a mesma condição.
Está o Chiado carregado de mil tranças Povo, povo, eu te pertenço
Mas tranças pretas ninguém tem como ela as tinha. Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.
BILIOGRAFIA
Rimas e jogos de cariz popular
Rimas e jogos de cariz popular
2
Vou-me embora vou partir Menina estás à janela . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Milho verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
moleirinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Letra e música: popular: Alentejo; Intérprete: Vitorino (?);
Não olhes pra mim não olhes . . . . . . . . . . . . 60
Vou-me embora, vou partir mas tenho esperança Natal africano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
de correr o mundo inteiro, quero ir No alto da montanha . . . . . . . . . . . . . . . . 62
quero ver e conhecer rosa branca No alto daquela serra . . . . . . . . . . . . . . . . 63
e a vida do marinheiro sem dormir Noite feliz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
O fado dos passarinhos . . . . . . . . . . . . . . . 65
E a vida do marinheiro branca flor Oh meu S. Bentinho . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
que anda lutando no mar com talento Oh oh meu menino . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
adeus adeus minha mãe, meu amor Oh que janela tão alta . . . . . . . . . . . . . . . . 68
eu hei-de ir hei-de voltar com o tempo O ladrão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Olhei para o céu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Olhos pretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Oliveira da serra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
O Menino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
O menino está dormindo . . . . . . . . . . . . . . 74
Ó menino ó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Ó minha amora madura . . . . . . . . . . . . . . . 76
Ó patrão dê-me um cigarro . . . . . . . . . . . . . 77
O que manto de tristeza . . . . . . . . . . . . . . . 78
Ó rosa, arredonda a saia . . . . . . . . . . . . . . . 79
Os bravos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
O sol perguntou à lua . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Pezinho da vila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Pézinho do pico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Porque não me vês Joana . . . . . . . . . . . . . . 85
Por riba se ceifa o pão . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Puestos entan frente a frente . . . . . . . . . . . . 87
Rama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Resineiro engraçado . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Ribeira vai cheia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Romance Da Lhoba (romance da loba) . . . . . . . 92
Rouxinol repica o canti . . . . . . . . . . . . . . . 93
San Macaio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Sapateia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Senhor da Serra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
S. Simão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Tia Anica de Loulé . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Trângulo mângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Três galinhas a cantar . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Uma sardinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Vem cantar à roda . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Verde Gaio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Vou-me embora vou partir . . . . . . . . . . . . . 106
106 3
A caminho de Viseu Verde Gaio
Letra e música: popular; (canção infantil, canção de roda) Letra e música: popular;
A E7
Indo eu, indo eu,
A
A caminho de Viseu, [Bis]
E7
Encontrei o meu amor,
A
Ai Jesus, que lá vou eu! [Bis]
[Refrão]
Ora zus, truz, truz,
Ora zás, trás, trás,
Ora chega, chega, chega,
Ora arreda lá pr’a trás! Hei-de cantar hei-de rir [bis]
hei-de ser muito alegre [bis]
Indo eu, indo eu, hei-de mandar a tristeza [bis]
A caminho de Viseu, para o demo que a leve [bis]
Escorreguei, torci um pé,
Ai que tanto me doeu! Verde gaio verde gaio verde guito [bis]
agora é que vai a meio
[Refrão] o rapaz do casaquito
Vindo eu, vindo eu, agora é que vai a meio
Da cidade de Viseu, o rapaz do casaquito
Deixei lá o meu amor, O meu amor quer que eu tenha [bis]
O que bem me aborreceu! juizo capacidade [bis]
[Refrão] tenha ele que é mais velho [bis]
eu sou de menor idade [bis]
Fernando Faria (Alternativamente C/G7)
verde gaio ...
A E7
Sei um saco de cantigas [bis]
e mais uma saquetinha [bis]
quando as quero cantar [bis]
desato-lhe a baracinha [bis]
A. Guimarães
4 105
Vem cantar à roda Achégate a mim, Maruxa
Letra e música: popular; (canção de campos de férias) Música: Zeca Afonso; Letra: popular: galego; Intérprete:
Zeca Afonso; (cantar galego)
Foi no grande tro-la-ró
de Viana qu’eu achei
qu’eu achei uma menina
que no tro-la-ró deixei
aguenta minha gente
que uma hora não é nada
que quem não cantar agora
cantará de madrugada
ah ah ah (Mariana)
ah ah ah (Marianinha)
vem cantar à roda
vem cantar sozinha
Eu cantar não sei Achégate a mim, Maruxa
mas hei-de aprender chégate ben, moreniña
peço ajuda ao (Manel) quérome casar contigo
para o fazer serás miña mulleriña
104 5
Agora que eu vou cantar Uma sardinha
Música: José Manuel David; Letra: popular: Alentejo; In- Letra e música: popular (?); (canção de campos de férias)
térprete: Gaiteiros de Lisboa;
Agora que eu vou cantar
viva o meu atrevimento
quem não me quiser ouvir
bote os ouvidos ao vento
Por bem cantar, mal não digas
dos que a voz aqui levantam
pois uns cantam o que sabem
e outros sabem o que cantam
José Guimarães
6 103
Três galinhas a cantar alecrim
Música: (popular francesa); Letra: popular; (canção infan- Letra e música: popular;
til)
Alecrim alecrim aos molhos
por causa de ti
choram os meus olhos
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim
Alecrim alecrim doirado
que nasce no monte
Três galinhas a cantar sem ser semeado
vão p’ro campo passear; ai meu amor
a da frent’é a primeira quem te disse a ti
logo’as outras em carreira, que a flor do monte
vão assim a passear era o alecrim
os bichinhos procurar Mariana
A. Guimarães (versão portuguesa de “A vous dirais je Maman”)
102 7
Alta vai a lua não ficaram senão três
dessas três que me ficaram
Letra e música: popular: Trás-os-Montes; mandei-as calçar as luvas
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
Alta vai a lua alta
não ficaram senão duas
mais q(e) sol do meio-dia;
e mais alta vai a Senhora dessas duas que ficaram
quando para Belém ia; mandei-as comer pirua
e Madalena ia trás dela deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
e alcança-la não podia; não ficaram senão uma
e alcançou-a em Belém
onde ela estaba parida; Tinha vinte e quatro freiras
e era tanta a sua pobreza fi-las andar na poeira
que nenhum cueiro tinha; elas morreram-me todas
deitou mãos à sua cabeça com uma grande borracheira
a um véu que ela trazia; Victor Almeida (Sta Marta de Penaguião)
e garrou tisourinha d’ouro
e em três tiras o partia;
uma para pela manha
e outra para o meio-dia
e outra para o meio da noite
onde Jesus envolvia
outra para o meio da noite
onde Jesus envolvia.
(Português-Mirandés)
8 101
Trângulo mângulo A machadinha
Música: Carlos Guerreiro; Letra: popular; Intérprete: Gai- Letra e música: popular; (dança de roda infantil)
teiros de Lisboa; (lenga-lenga)
Dm
Tinha vinte e quatro freiras Ah, ah, ah, minha machadinha,[bis]
Mandei-as fazer um doce A7
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas Quem te pôs a mão,
não ficaram senão doze Dm
Sabendo que és minha?[bis]
Dessas doze que ficaram
mandei-as vestir de bronze Sabendo que és minha, também eu sou tua,
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas Sabendo que és minha, também eu sou tua,
não ficaram senão onze Salta machadinha, p’ro meio da rua,
Salta machadinha, p’ro meio da rua.
dessas onze que ficaram
mandei-as lavar os pés No meio da rua não hei-de ficar,
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas No meio da rua não hei-de ficar,
não ficaram senão dez Eu hei-de ir à roda, escolher o meu par,
Eu hei-de ir à roda, escolher o meu par.
dessas dez que me ficaram
mandei-as pró dezanove Fernando Faria
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
Dm A7
não ficaram senão nove
dessas nove que ficaram
mandei-as coer biscoito
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão oito
dessas oito que ficaram
manei-as pró dezassete
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão sete
dessas sete que me ficaram
mandei-as contar os reis
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão seis
dessas seis que me ficaram
mandei-as pró João Pinto
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão cinco
dessas cinco que ficaram
mandei-as cortar tabaco
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão quatro
dessas quatro que ficaram
mandei-as lá outra vez
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
100 9
A minha saia velhinha Tia Anica de Loulé
A E7
10 99
S. Simão Amores do Douro
Música: João Afonso; Letra: popular; Intérprete: João Afonso; Música: Ricardo Costa, Carla Lopes; Letra: popular; Intér-
(rimance) prete: Frei Fado d’El Rei;
Em Castela há um santo que se chama S. Simão Ó meu amor se te fores
onde vão frades e freiras ouvir a missa e sermão; Leva-me no teu coração
e também D. Maria, das mais altas que lá vão. Eu navego nos teus olhos
Ao entrar para a igreja sete frades namorou; E tu no meu coração
o que estava a dizer missa logo para trás olhou;
o que mudou o missal sete folhas lhe rasgou; O meu coração é terra
Hei-de mandar cavá-lo
o que dava as galhetes todo o vinho lhe arramou;
e o que tocava o sino do campanário saltou; Para semear saudades
quebrava sete costelas e um braço deslocou! Que tenho de te falar
Mal haja a D. Maria e mais quem na cá passou; Lá vai o rio correndo
em tão poucochinho tempo tento mal ela causou! Oh, quem mo dera agarrar
João Moças, jj
O amor é como um rio
Vai-se e não torna a voltar
Nota - segundo o livro (de 60 paginas!) que acompanha o disco, Este
Ó rio que vais correndo
romance encontra-se documentado já no século XVI em folhetos de
Levas meu bem que eu adoro
cordel.
Se te faltarem as águas
Leva as lágrimas que choro
Aí vai meu coração
Se o quiseres matar, podes:
Olha que estás dentro dele
Se o matas também morres
José Ferreira Alves
0 In: “Novas vos trago”,1999 (Amélia Muge, Brigada Victor Jara, Gaitei-
ros de Lisboa, João Afonso, Sérgio Godinho); 0 In: “Danças no tempo”, 1995;
98 11
Anda duermete niño Senhor da Serra
Letra e música: popular: Trás-os-Montes; Intérprete: Né La- Letra e música: popular: Beira;
deiras;
O Senhor da Serra é meu
Anda duermete niño o Senhor da Serra é meu
que viene el coco que o ganhei ao serão
a comere los niños que o ganhei ao serão
que duermen poco oh meu divino Senhor
oh meu divino Senhor
Anda duermete niño tende de mim compaixão
duerme sin miedo
tende de mim compaixão
aunque silben los aires
gruñan los perros Vira vira do norte pro sul
vira vira do norte pro sul
Anda duermete niño quando vira o norte faz o céu azul
ea la nana
vira vira e torna a virar
duerme duerme lucerito que eu nunca posso deixar de te amar
de la manãna
Oh meu divino Senhor
En la perta del cielo
oh meu divino Senhor
venden zapatos
vinde abaixo à ladeira
para los angelitos vinde abaixo à ladeira
que estan descalzos
vinde buscar a mortalha
Creissac(Jan-96) (castelhano) vinde buscar a mortalha
qu’eu já tive à cabeceira
qu’eu já tive à cabeceira
jj
12 97
Ó Sapateia, meu bem, Ao passar a ribeirinha
Sapateia agora aqui,
Eu quero morrer cantando,
Letra e música: popular: Açores;
Já que cantando nasci.
A D
[Refrão] Ao passar a ribeirinha
Aí vem a Sapateia, E A
Para o balho se acabar. Pus o pé, molhei a meia,
Menina com quem balhei, F(m Bm
Bem me queira desculpar. Pus o pé, molhei a meia,
Pus o pé, molhei a meia!
[Refrão]
Namorei na minha terra,
Adeus, que me vou embora, Fui casar/ em terra alheia,
Para as bandas do além. Fui casar em terra alheia,
Quem me não conhece, chora, Porque não/ fiquei na minha!
Que fará quem me quer bem?
Fui casar em terra alheia,
[Refrão] Minha mãe/ não me ralhou;
Fernando Faria (Alternativamente G7/C, A7/D) Minha mãe já não se lembra
Do tempo/ que já passou!
A E7
Do tempo que já passou,
Do tempo/ que já lá vai,
Minha mãe já não se lembra
Quando na/morou meu pai!
Minha mãe casai-me cedo,
Que me dói/ a passarinha!
Ó filha coç’à c’o dedo,
Que eu também/ cocei a minha!
O padre da minha aldeia,
No sermão/ do mês passado,
Jurou p’la saúde dos filhos
Que nunca/ tinha pecado!
São Gonçalo de Amarante,
Que estais vi/rado pr’á vila,
Virai-vos pró outro lado,
Que vos dá/ o sol na pila!
Fui um dia ao cemitério
E pisei/ as campas todas;
Levantou-se um morto e disse
«Talvez um/ dia tu morras!»
Santo António de Lisboa,
Que pr’a mim/ foste um cabrão,
Das três pernas que me deste
Só duas/ chegam ao chão!
O cão da minha vizinha
96 13
Pôs-se na/ minha cadela; Sapateia
Vou fazer o mesmo à dona,
Pr’a ficar/ ela por ela...
Letra e música: popular: Açores;
Santo Cristo dos Milagres E7 A
Casai-me/ que bem podeis! Se tu suspiras, suspira,
Que eu já tenh’ as unhas gastas
E7 A
De coçar/ onde sabeis!
Cá dentro, o meu coração;
Já tenho teias de aranha E7 A
no sítio/ que bem sabeis Se tu choras, também chora,
E7 A
Fernando Faria
Vê lá se te quero, ou não. [Bis]
A D Bm E
[Refrão]
Sapateia, meu bem, Sapateia, ai
Outra vez a Sapateia,
Ó quantas vezes, ó quantas,
O jantar serve de ceia! [Bis]
O ladrão da Sapateia,
Na hora que quer partir,
Quem tem à vista o seu bem,
Dele se vai despedir.
[Refrão]
Ó Sapateia, meu bem,
Sapateia pr’a «diente»,
Adiante mais um par,
Que atrás vem muita gente.
[Refrão]
Vá de roda, fecha a roda,
Fecha de meia rodela,
Mal haja quem te dá penas,
Amada, querida, bela.
[Refrão]
Ó Sapateia, meu bem,
Ai torna a sapatear,
Uma volta não é nada,
Outra volta vamos dar.
[Refrão]
Dá-me a tua mão esquerda,
Que eu ta quero apertar,
Não te peço a mão direita,
Porque já tens a quem dar.
[Refrão]
14 95
San Macaio Ao romper da bela aurora
G D7
94 15
A plaina Rouxinol repica o canti
sol d fÆ
16 93
Romance Da Lhoba (romance da loba) A praia
Letra e música: popular: Trás-os-Montes; Intérprete: Gai- Letra e música: popular: Açores;
teiros de Lisboa; (rimance)
A F(m
Indo ió la sierra arriba Olha a praia, fita a praia,
Delantre de mia piara D E
Indo ió la sierra arriba Olha a praia onde fica;
Delantre de minha piara A F(m
Repicand‘al mio caldeiro Fica atrás daquele outeiro,
Remando mia samarra Presa com um laço de fita.
Repicand‘al mio caldeiro
Remando mia samarra Olha a praia, fita a praia,
Olha a praia onde fica;
Quando me sai uma lhoba Na roda da tua saia,
Que era grande e parda À moda de gente rica.
Quando me sai uma lhoba
Que era grande e parda Rola a praia, rola a praia,
E lhebou-me unha cordeira Rola a praia aqui comigo;
La melhor de la piara Comigo não perdes nada,
E lhebou-me unha cordeira Nem eu perco nada contigo.
La melhor de la piara Eu gosto muito da praia,
Arriba seite cachorros Mais gosto se lá te vejo;
Abaixo pera guardiana Para irmos, bem juntinhos,
Arriba seite cachorros Apanhar um caranguejo.
Abaixo pera guardiana Menina, vamos à praia,
Se m‘agarrardes la lhoba Na praia se vende chita;
Boa cena teneis gana Uma cara, outra barata,
E se non me l‘agarrardes Uma feia, outra bonita.
Cenareis com la caiata
Esta semana que vem,
E corrian siete léguas Muito vou ter que comer;
Todas siete por arada Os miúdos de uma pulga,
E corrian siete léguas Que a carne é p’ra vender.
Todas siete por arada
E al final das siete léguas Na praia já não há moças,
Yá la lhoba va cansada Que as levou a enchente;
E al final das siete léguas Apenas escapou uma,
Yá la lhoba ya cansada Que não tem cara de gente.
92 17
A D E Ribeira vai cheia
A E
18 91
Resineiro engraçado As armas do meu adufe
Letra e música: popular: Beira-Alta; Letra e música: popular: Beira; (canção de adufe)
A D A ai as armas do meu adufe
Resineiro engraçado, engraçado no falar, ai as armas do meu adufe
D A ai são de pau de laranjeira
Resineiro engraçado, engraçado no falar, ai são de pau de laranjeira
D E7 ai quem houver de tocar nele
Ó i ó ai, eu hei-de ir à terra dele, ai quem houver de tocar nele
A ai há-de ter a mão ligeira
Ó i ó ai, se ele me lá quiser levar. [Bis] ai há-de ter a mão ligeira
A E7 D
90 19
A senhora Chamarrita Rama
G7 F C
20 89