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Universidade Autónoma de Lisboa

Departamento das Relações Internacionais

1º ano da licenciatura em Relações Internacionais 2022/2023

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Métodos de Trabalho Científico

Trabalho Final do 1º Semestre

O regresso da China enquanto grande potência tem contribuído para a estabilidade

regional na Ásia do Leste?

Docente: Professor Nuno Pereira de Magalhães

Discente: Camila Denise Luís da Costa - 30010480

Lisboa, janeiro de 2023


ÍNDICE:

INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

METÓDOLOGIA DE PESQUISA..........................................................................2

1) O CRESCIMENTO ECONÓMICO DA CHINA..................................................4

1.1) O DECLÍNIO E “HUMILHAÇÃO”.......................................................6

1.2) AS REFORMAS DE DENG XIAOPING................................................7

2) ESFERA DE INFLUÊNCIA DA CHINA NA ÁSIA LESTE.................8

CONCLUSÃO......................................................................................................9
AGRADECIMENTOS

Este trabalho não seria possível sem a colaboração e incentivo de uma série de

pessoas. Primeiramente gostaria de agradecer ao professor Nuno Magalhães por

ensinar sutilmente, mas também ao mesmo tempo de uma forma dedicada, o conteúdo

da disciplina de Métodos de Trabalho Científico, e por ser perseverante e proativo com

a turma em modo geral, pelos conselhos concedidos durante a elaboração do trabalho

e pelo tempo disponibilizado. Agradeço também aos meus amigos e colegas,

particularmente aos que passaram horas comigo entre livros e pesquisa e que

disponibilizaram os seus conhecimentos e tempo na elaboração e discussão deste

tema. E os meus familiares mais próximos por serem benevolentes e por acreditarem

em mim desde o primeiro dia .E, por último mas não obstante, gostaria de agradecer a mim

mesma pela perseverança para com os ensinos que recebi durante esse curto período de tempo,

fico agradecida pelas experiências que passei, pois isso fez com que eu conseguisse realizar o

trabalho de um jeito mais claro, o que mostra todo meu conhecimento que adquiri nesse tempo.
INTRODUÇÃO

No presente ensaio crítico, irei expressar a minha opinião fundamentada relativamente

a um tema que tem sido alvo de discussões internacionais: O regresso da China

enquanto grande potência tem contribuído para a estabilidade regional na Ásia do

Leste?

Deste modo, analisarei as prováveis inferências da ascensão da China para a

Ásia do Leste. Irei iniciar, com uma breve explicação sobre as origens e a evolução da

reemergência da China com o reconhecimento como grande potência e as internas e

externas repercussões desse processo. Tenciona-se que haja uma interpretação de

alteração na polaridade regional, com a ascensão da China, portanto, é necessário

analisar o estado dos principais autores regionais.

Com os indicadores obtidos e das pesquisas e as teorias realizadas por outros

autores sobre o tema principal do ensaio, procura-se referir as prováveis

consequências para a polaridade, a polarização e as opções de acordo e conflito na

Ásia Leste.

Por fim, terminarei com uma breve conclusão reforçando o meu posicionamento

quanto ao tema
METODOLOGIA DA PESQUISA

As seguintes constatações referidas neste ensaio, têm como fundamento documentos,

materiais de jornais, artigos e livros, como material de pesquisa. De caráter empírico,

foi usado no total 4 artigos para a construção do trabalho o que congruentemente foi a

alavanca para a opinião final do trabalho. Teve fundamentos qualitativos e

quantitativos, como exemplo as informações retiradas dos artigos, onde há argumentos

com o apoio em pesquisa quantitativa, o que foi extremamente necessário para que

tais argumentos aqui mencionados tivesse uma veracidade mais coerente e

convincente e que levasse a que eu conseguisse sustentar a minha opinião de modo

científico. Muitas partes deste trabalho teve como base o pensamento de alguns

autores que estão referidos abaixo na bibliografia.


CRESCIMENTO ECONÓMICO DA CHINA:

1.1 DECLÍNIO E “HUMILHAÇÃO”

Cem Anos de Humilhação é o ano em que a China sofreu opressão, subjugação e

intimidação sob o domínio do imperialista do Ocidente e do Japão. Depois da ascensão

do nacionalismo moderno na década de 1920, o Kuomintang e o Partido Comunista da

China utilizam essa concepção para descrever a perda de soberania da China entre

1839 e 1949.

A virada do século normalmente pode ser rastreada até metade do século 19, véspera

da Primeira Guerra do Ópio e a consequente dependência generalizada e

desintegração política da China.

Outros grandes acontecimentos referidos como parte de um século de humilhação são

os tratados desiguais de Huangpu e Ruihui, a Rebelião Taiping, a Segunda Guerra do

Ópio e o saque do Antigo Palácio de Verão, a Guerra Sino-Francesa, a Primeira Sino-

Japonesa, e a invasão britânica do Tibete. Nessa época, a China foi derrotada em

todas as guerras em que participou e teve que realizar importantes concessões às

grandes potências em tratados consecutivos.


Permaneceu no século 20 com as vinte e uma demandas do Império Japonês durante

a Primeira Guerra Mundial e a Guerra Sino-Japonesa ao longo da Segunda Guerra

Mundial.

Acredita-se que terminou com a eliminação de potências estrangeiras da China

continental a seguir à Segunda Guerra Mundial, (A L. Friedberg. «The Future of U.S.-

China Relations: Is Conflict Inevitable?». International Security. 2 (Fall 2005): 7–45, 20)

e a definição da República Popular da China em 1949. O final do século com a

unificação de Hong Kong e Macau com a República Popular da China é visto por

alguns críticos, como o desenlace da ocupação estrangeira do território chinês (Dong

Wang (2005). China 's unequal treaties: narrating national history. Lanham, MD:

Lexington Books. p. 78). Também referem que o século finalizará unicamente quando

Taiwan e o continente estiverem reunidos ( Muthiah Alagappa (2001). Taiwan's

Presidential Politics. New York City: M. E. Sharpe. p. 33). Eles também notaram que

algumas “humilhações estrangeiras", como a inserção do rio Amur, não foram

redimidas, mas foram geralmente aceites pela população chinesa (Muthiah Alagappa

(2001). Taiwan's Presidential Politics. New York City: M. E. Sharpe. p. 33)

Uma figura proeminente desse período foi Li Hong Zhang, o principal diplomata da

China durante os últimos quarenta anos do século XIX (KISSINGER, Henry, Sobre a

China, p. 84).
1.2 AS REFORMAS DE DENG XIAOPING

Um dos maiores eventos geopolíticos da história ocorreu em 1975 com a morte de Mao

Zedong e a ascensão ao poder de Deng Xiaoping. Este evento não apenas alterou o

curso da história da China, mas também mudou o curso da história mundial como um

todo. Desde então, a China passou de uma potência global sob Mao para se tornar

uma potência global sob Deng. Passando de um país socialista sob Mao para um país

economicamente liberal sob Deng, o desenvolvimento da China foi nada menos que

milagroso. Ao longo desse tempo, a China alterou o curso da política e economia

mundiais ao participar de organizações internacionais, acordos comerciais e seus

próprios objetivos de desenvolvimento.

Quando Deng ascendeu ao poder, ele priorizou elevar a posição internacional da China

em detrimento da manutenção do socialismo com os soviéticos Apoio, suporte. Para

isso, estimulou os investimentos estrangeiros e as parcerias, ao mesmo tempo em que

flexibilizou as políticas internas. Isso permitiu à China começar a exportar produtos de

baixo custo para outros países que antes eram negados a eles. Como resultado, a

China tornou-se um ator importante no comércio e no comércio global. Além disso, isso

permitiu que os países que antes se opunham à China se tornassem os principais

atores da economia asiática. Consequentemente, conforme a China crescia, outras

nações cresciam com ela - criando um ambiente de paz e oportunidades para todas as

partes envolvidas.
ESFERA DE INFLUÊNCIA DA CHINA NA ÁSIA LESTE

Enquanto outras nações lutavam para competir economicamente com a China, seus

líderes aceitaram ansiosamente as oportunidades de investimento e parceria chinesas.

Isso levou a um aumento no número de turistas chineses viajando pelo mundo. Além

disso, levou a um aumento dos investimentos chineses em setores econômicos de

outros países. O retorno da China como grande potência contribuiu para a estabilidade

regional no Leste Asiático. É por isso que muitos países vizinhos não têm problemas

em concordar em como a vida é muito melhor agora quando eles normalizaram as

relações com a China.

Mesmo que os países vizinhos estivessem mais do que dispostos a aceitar o aumento

da concorrência da China devido a como a vida é muito melhor agora , muitos desses

mesmos países ainda veem a mudança como necessária ao lidar diretamente com a

China. Isso porque eles ainda querem mais oportunidades para si próprios dentro da

economia chinesa. Como tal, eles sempre abrem suas portas sempre que um novo

acordo entre a China e seu país é iniciado. Em momentos como este - quando um país

vizinho quer algo da China - a segurança dentro desse país é colocada em risco para

que os investidores chineses consigam o que desejam. Negociar com a China é bom
quando você está do lado vencedor do acordo; mas pode ser perigoso se você estiver

do lado perdedor das coisas.

Assim como a mudança de relacionamento com outros países melhorou a vida dos

residentes da China, o aumento da concorrência de outras economias asiáticas

prejudicou as taxas de crescimento por muitos anos. Para se manterem competitivos

nessa corrida contra o tempo, os líderes chineses firmaram parcerias estratégicas com

a Austrália e a Índia desde a década de 1980. Isso permite que eles expandam sua

influência em novos mercados enquanto permanecem relativamente inalterados pela

ascensão ou queda de qualquer país na região. Por exemplo, durante a Segunda

Guerra Mundial, a Austrália foi ocupada pelo Japão, enquanto a Índia era controlada

pela Grã-Bretanha. Mas depois que a Grã-Bretanha se rendeu, os dois países

mudaram suas alianças, de modo que o Japão perdeu seus dois aliados na Ásia ao

mesmo tempo. Isso deu aos japoneses menos tempo para responder quando as tropas

aliadas desembarcaram em suas costas e começaram a marchar em direção a

Melbourne e Sydney.

No Leste Asiático, há um grande número de projetos de cooperação regional.A

Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) é a base para muitos desses

projetos, como a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), ASEAN+3, Fórum

Regional da ASEAN e Treinamento em Zona de Livre Comércio.Ao longo da década de

1990, prevaleceu o debate sobre o sucesso do grupo na construção de uma

comunidade de segurança regional em torno de medidas de construção de confiança e

coordenação diplomática (Acharya 2001).No final da mesma década, a crise do tigre

asiático afetou seriamente essa impressão.


CONCLUSÃO

A ascensão da China contribuiu muito para a estabilidade regional por meio do

aumento das parcerias comerciais entre as nações e do aumento do investimento

nessas parcerias. Esse crescimento levou diretamente ao aumento do investimento

estrangeiro direto, à medida que as nações vizinhas lutam por uma fatia da economia

chinesa. Embora a China continue a crescer domesticamente, apesar da queda nas

taxas de crescimento entre seus vizinhos, o aumento da concorrência de outras

economias asiáticas continua prejudicando as taxas de crescimento há muitos anos -

criando um ambiente propício para o conflito no qual ambos os lados podem vencer às

custas de outros.

A mão de obra barata, abundância e o fácil acesso a matérias-primas e amplo mercado

consumidor, levou que ocorresse grandes mudanças para a região da Ásia do Leste,

sendo que nos dias de hoje, esse continente é o que vem sofrendo maiores

crescimentos económicos no mundo, podemos referenciar o milagre económico

japonês (1950-1990), o milagre do rio Han (1961- 1996) na Coreia do Sul como

exemplo de grandes mudanças significativas para o continente asiático. Portanto,

conclui-se que o fator de crescimento da Ásia do Leste está conectado com o


crescimento da China e sua ascensão, o que levou a muitas contribuições positivas e

desencadeou uma onda de desenvolvimento na região da Ásia.

BIBLIOGRAFIA

A ASCENSÃO DA CHINA E SEUS IMPACTOS PARA O LESTE ASIÁTICO, Athos Munhoz

Moreira da Silva.

CHINA, UMA POTÊNCIA REGIONAL: ANÁLISE DA ATUAÇÃO CHINESA NO LESTE

ASIÁTICO, Silva Magno Klein.

REGIONALISMO CONCORRENTES NO LESTE ASÁTICO E EFEITOS DA CRISE

FINANCEIRA GLOBAL, João Henrique Ribeiro Roriz.

O NOVO CENTRO DE CRESCIMENTO NO LESTE E NO SUDESTE DA ÁSIA, Ulrich Menzel.

“ECONOMIAS EMERGENTES DA ÁSIA VÃO CRESCER MAIS QUE A CHINA EM 2022"

JORNAL DE NEGOCIOS PT, 21 DE SETEMBRO DE 2022

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