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JUSTIFICATIVA
PL 345/2023 - Projeto de Lei - 345/2023 - Deputado Pastor Daniel de Castro - (69790) pg.1
A música, como expressão cultural do povo, é sempre um fator de agregação, que
torna mais agradável qualquer ambiente.
Comercialmente, o poder da música é explorado principalmente por bares,
restaurantes, lanchonetes, hotéis e similares, que procuram oferecer apresentações ao vivo
como forma de atrair e agradar clientes.
Muitas vezes, entretanto, o empresário retém a maior parte dos valores arrecadados a
título de couvert artístico. Alguns estabelecimentos, ao cobrar a taxa, calculam o valor de 10%
do serviço em cima do valor total da conta, incluindo o couvert. Essa cobrança, contudo, não
deve ser admitida. Trata-se de prática abusiva e da obtenção de vantagem manifestamente
excessiva, o que é vedado pelo ordenamento jurídico, pois, além da cobrança de 10% do
serviço oferecido pelo garçom ser opcional, ela deve ser realizada somente sobre o valor da
conta, excluído o couvert artístico.
A taxa de couvert artístico não pode ser confundida com a taxa de serviço paga aos
garçons. A famosa “gorjeta” diverge da taxa de couvert, pois possui até regulamentação
própria pela Lei Federal 3419/2017.
Ora, o couvert artístico é o reconhecimento do trabalho e do valor do músico e/ou
artista profissional, não podendo se converter simplesmente em lucro para o empregador.
Deve, também, haver condições para a sua cobrança, em respeito aos direitos do cliente do
estabelecimento.
Não por acaso, a proteção e a defesa do direito do consumidor alçou o patamar de
princípio constitucional. A Carta Magna assegura que “o Estado promoverá, na forma da lei, a
defesa do consumidor”, princípio ratificado no art. 170. Neste diapasão, foi promulgada a Lei
8.078/90, que “dispõe sobre a proteção do consumidor”.
Estipula o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu art. 6°, inciso III, que
todos os consumidores têm o direito à informação prévia e, caso não exista, essa cobrança
será “ilegal”. Ademais, em seu art. 42, parágrafo único, prevê que o consumidor cobrado em
quantia indevida tem direito à devolução em dobro do valor que pagou em excesso, com juros
e correção monetária.
Nesse contexto, as relações consumeristas configuram-se com base em alguns
princípios que asseguram o respeito à dignidade e aos interesses dos consumidores,
reconhecidamente a parte mais vulnerável nos liames consumeristas.
Desta forma, as medidas de proteção e defesa do direito do consumidor devem ser
adotadas por todas as unidades político-administrativas que compõem o Estado, não estando
limitada à União Federal, tanto assim deve ocorrer, que o art. 24, V e VIII, da Constituição
Federal de 1988, dispõe ser concorrente a competência para legislar sobre “produção e
consumo”.
Ante o exposto, em razão da relevância da matéria, solicito gentilmente o apoio dos
meus nobres pares para a aprovação do projeto de lei.
Sala de sessões em …
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Documento assinado eletronicamente por DANIEL DE CASTRO SOUSA - Matr. Nº 00160, Deputado(a)
Distrital, em 02/05/2023, às 18:19:44 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02,
de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembo de
2020.
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