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A Igreja de São Francisco ou Igrejinha da Pampulha, como é conhecida pelos

moradores de Beagá (apelido da capital mineira), é considerada a obra-prima


de um conjunto monumental inaugurado na década de 1940 e listado
recentemente pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. O
prédio, projetado por Oscar Niemeyer , reúne pinturas de Candido Portinari,
mosaicos de Paulo Werneck, baixos relevos de Alfredo Ceschiatti em meio ao
paisagismo de Roberto Burle Marx . Mas, apesar dissotudo, levou cerca de
catorze anos para ser aceito pela Cúria como lugar de celebrações da Igreja
Católica.
Para o então arcebispo de Belo Horizonte, A rejeição teve aparentemente dois
motivos: o fato de alguns daqueles serem comunistas e a sua ousadia estética
– que teria escandalizado não apenas o arcebispo, mas também uma boa parte
da população.

Ousadia na Igreja da Pampulha

A inovação estava por toda a parte, a começar pelo projeto que, em vez de
nave e cúpula, como era costume nos templos católicos, previa uma estrutura
contínua e ondulada em alusão às montanhas de Minas.

A proposta era inédita até mesmo em termos técnicos porque, segundo se


conta, não havia exemplo anterior daquele tipo de abóbada parabólica em
concreto, sem colunas de sustentação (pilotis), a não ser em armazéns. Por
sorte, o profissional que faria os cálculos da obra – Joaquim Cardoso – além de
calculista era também poeta e, encantado com o projeto, empenhou-se para
viabilizar sua execução.

As curvas da Igreja da
Pampulha representaram uma inovação na
arquitetura sacra brasileira e foram inspiradas
nas montanhas de Minas Gerais.

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