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BIOGRAFIA

Sou Dionísio Afonso Muzime, mas adotei Damy como acrónimo do meu nome e gosto mais
que me chamem assim. Nasci a 02/09/1999 na localidade de Macuacua, Distrito de Manjacaze,
Província de Gaza. Nos caminhos do mundo literário sou um principiante, com ambição de
aprender e evoluir. Participei em duas antologias, com poemas meus inéditos, que foram
publicadas no ‘‘DECLAMADOR” que circula por todo o mundo. Autor e escritor do livro ‘‘A
força do desejo’’, editado e publicado pela editora fross, a qual me deu a oportunidade de a
servir como agente literário. Whatssap: +258 847045809, Email: damyurassmz@gmail.com,
Facebook: Damy de Moz Yhap.

CONTRATADO PARA SER O PRESIDENTE DO MUNICÍPIO

Era um dia comum às vésperas de campanhas. Os activistas sociais representantes do projecto


“revolução é hoje, é agora mas também é comigo” atacavam, a cada instante, os dirigentes e,
intrigados, queriam e tentavam compreender o motivo pelo qual eu faço parte deste sistema
governamental.

Vocês querem saber? Então vou tentar explicar. Peço-vos a devida atenção. Esperava que
depois me pedissem perdão pelo imerecido julgamento.

Estava um frio que me chegava aos ossos, que me atrofiava até a capacidade de pensar. Era
efectivamente fora do comum. Sentia-me fragilizado e não confortável naquele belo e luxuoso
lugar, um restaurante normalmente frequentado por gente mais abastada e habituada a maior
luxo e mordomias.
- Diz-nos, tu vais nos servir?

- Vais estar ao nosso lado, deixá-los com gotas e os tambores de água para nós? Sequer
percebia do que falavam, mas também não pretendia que o silêncio me dominasse e, de
imediato, respondi:

- É claro que a minha posição é de conseguir abundância e justiça para v(n)ós


prioritariamente, só depois para eles.

Antes que finalizasse o meu discurso, pareceu-me que todos notaram o quão cansado estava,
porque uma certa sonolência se apoderou de mim. Um Senhor, talvez empresário “pelo que me
parecia”, portador de todas as facilidades de vida que Deus negou a outros homens, segurou
firmemente a minha mão direita e fez-me segurar numa esferográfica, instou-me a que assinasse
o meu nome num papel com timbre oficial. Assinei, duma forma que me pareceu pouco legível.
Isso, porém foi o suficiente para usufruir do mérito de aplausos e congratulações.

- Parabéns, tu foste “contratado”. Fiquei perplexo, não sabia, ainda bem, do que se tratava. Eu
sempre desejei um contrato. Desde que obtive a formação, a minha principal ocupação foi
procurar servir o meu país, mas não esperava pelos aplausos desnecessários de palmas
“palmadas”.

- Foste Contratado para ser presidente do município. Reiterou uma voz encantadora e
hipnotizante.

Aquilo foi suficiente para que eu chegasse à presidência. Recordei-me então de não ter
competências diplomáticas para tal, nem sequer para administrar “patos no galinheiro da minha
casa”, de que os vizinhos sempre se apoderavam. Os meus discursos precisavam ser melhorados
pois o linguajar era demasiadamente comum e pobre e o meu conhecimento de normas legais e
serviço público teria de crescer. Mas, recordei-me de que o mais importante era estar no sítio
certo que me possibilitasse dar ao povo “ incentivos, gotas e tambores aos superiores”. Desta
forma fui contratado. É normal que me julguem, que não compreendam as minhas motivações,
mas, “para guardares melhor a casa, primeiro precisas entrar nela”.

Por vezes é melhor fazer cedências para iniciar caminho e também é necessário que se entenda
que, desta forma, se consegue dar sorriso e esperança ao estômago meu e dos outros.

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