DISCIPLINA: NUTRIÇÃO DE RUMINANTES DOCENTE: PROFª DRª JULIANA SILVA DE OLIVEIRA
ALONGAMENTO DOS ÁCIDOS GRAXOS ATÉ O ÁCIDO ESTEÁRICO
Guilherme Medeiros Leite
AREIA-PB
2020 ALONGAMENTO DOS ÁCIDOS GRAXOS ATÉ O ÁCIDO ESTEÁRICO
Os microrganismos ruminais e as células animais alongam as cadeias dos
ácidos graxos devido aos seus efeitos tóxicos, relacionados à sua natureza anfifílica, sendo considerados mais tóxicos, os quais são solúveis em água e em solventes orgânicos.
Fazem parte dessa classificação anfifílica os ácidos graxos de cadeia média,
possuindo entre 10 e 14 carbonos em sua constituição, e os ácidos graxos poli- insaturados de cadeia longa.
Esse efeito tóxico está relacionado ao potencial de ruptura da estrutura das
membranas celulares, devido possuir maior capacidade de solubilização em água e nas membranas. É importante lembrar que os lipídeos fazem parte da estrutura celular, compondo parte da bicamada fosfolipídica que individualiza a célula.
Devido ao efeito tóxico, os microrganismos ruminais desenvolveram um
mecanismo de biohidrogenação, sendo responsável pela conversão de ácidos graxos insaturados em ácidos saturados, adicionando íons H+ nas duplas ligações dos ácidos insaturados. Esse mecanismo de autodefesa dos microrganismos minimiza essa toxidade.
Esse processo de biohidrogenação é um processo realizado por bactérias
Butyrivibrio fibrisolvens. Esse processo é caracterizado pela conversão do ácido graxo linoléico (cis-9, cis-12 dieno metileno-interrompido) em ácido cis-9, trans-11 dieno conjugado (ácido graxo conjugado ou CLA) por ação de uma isomerase. O CLA é um metabólito intermediário, o qual é hidrogenado a trans-11 18:1 (ácido vacênico) rapidamente e liberado no rúmen.
Por ação de microrganismos secundários, ocorre a hidrogenação da ligação
trans-11, resultando no ácido esteárico (18:0), produto final da biohidrogenação. Esse ácido graxo é inerte e não promove nenhum tipo de alteração ruminal. REFERÊNCIAS