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Caixas Band Pass Em Regime De Potência

Conference Paper · January 1999

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Homero Sette Rosalfonso Bortoni

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Caixas Band Pass
Em
Regime De Potência

Homero Sette Silva, Eng. Rosalfonso Bortoni, MSc


UNIVERSIDADE FEDERAL
ELETRÔNICA SELENIUM S.A. DE SANTA CATARINA

Quatro caixas acústicas para subgraves (três do tipo BP e uma BR),


utilizando falantes de 18 e 15 polegadas, foram testadas no que diz res-
peito às curvas de resposta e de distorção harmônica, com potências de 1
a 400 Watts RMS, em ambiente anecóico.
O objetivo do presente trabalho é tornar esses dados acessíveis
aos profissionais de áudio para que possam analisar o desempenho des-
ses sistemas inclusive quando operando em altas potências.

Neste trabalho, serão apresentadas as curvas de resposta e de distorção harmônica, obtidas em câmara
anecóica, com potências de 1, 50, 100, 200 e 400 Watts RMS em 3 caixas do tipo Band Pass e uma Bass
Reflex sendo esta para fins de comparação.
O objetivo é tornarmos esses dados acessíveis, de modo que os profissionais de PA possam deles dis-
por com facilidade, para que tenham elementos em mão para analisar e avaliar o desempenho e as possibili-
dades desses sistemas operando, inclusive, com elevados níveis de potência.
O equipamento de medida utilizado foi o Analisador de Áudio marca Brüel, modelo 2012, e o ambi-
ente a Câmara Anecóica da ELETRÔNICA SELENIUM.
As curvas obtidas pelo Brüel foram importadas pelo LMS, da LINEARX, para maior flexibilidade no
processamento.

As caixas submetidas aos testes estão descritas abaixo, cada uma tendo recebido um número de iden-
tificação, para facilitar a referência no texto.
Não foram utilizados materiais absorventes no interior de nenhuma das caixas aqui avaliadas e os
níveis de potência a que as curvas se referem são eficazes, e pôr alto-falante. Desse modo, as caixas 1 e 4
receberam, sempre, o dobro da potência aplicada naquelas de números 2 e 3.

Tabela 1 - CAIXAS USADAS NOS TESTES

N° Tipo Volume Volume Falantes Quantidade


Total Individual de Falantes
1 Bass Reflex 344 L 181 % 172 L 121 % WPU 1807 2

2 Band Pass de 4a Ordem 190 L 100 % 190 L 134 % WPU 1805 1


3 Band Pass de 6a Ordem 261 L 137 % 261 L 184 % WPU 1805 1
4 Band Pass de 6a Ordem 285 L 150 % 142 L 100 % WPU 1507 2
Fig. 2 - CAIXA 2

Fig. 1 - CAIXA 1

Fig. 4 - CAIXA 4

Fig. 3 – CAIXA 3
Fig. 5 CAIXA 1 - Curvas de Resposta Fig. 6 CAIXA 1 - Curvas de Distorção

Fig. 7 CAIXA 2 - Curvas de Resposta Fig. 8 CAIXA 2 - Curvas de Distorção

Tabela 2 - CARACTERISTICAS RESUMIDAS DOS FALANTES

Potência Potência
Falante SPL Musical RMS Fs VAS Qts Imp. Diâmetro
(dB) (W) (W) (Hz) (L) (Ω) (Pol.)

WPU 1507 95 1000 500 34 182 .37 8 15

WPU 1805 97 800 400 32 390 .36 8 18

WPU 1807 95 1000 500 30 378 .46 8 18

Os falantes WPU 1807 e WPU 1507 utilizam cones de QCF, resistentes à umidade
Fig. 9 CAIXA 3 - Curvas de Resposta Fig. 10 CAIXA 3 - Curvas de Distorção

Fig. 11 CAIXA 4 - Curvas de Resposta Fig. 12 CAIXA 4 - Curvas de Distorção

Nas Figs. 5 a 12 vemos as curvas de resposta de freqüência e de distorção harmônica total (THD%)
para cada uma das quatro caixas acústicas ensaiadas, recebendo potências de 1, 50, 100, 200 e 400 Watts
RMS.
Já as Figs. 13 a 22 mostram as curvas agrupadas pelo nível de potência, o que facilita a comparação
do desempenho das caixas entre si, no que diz respeito à resposta de freqüência e à distorção harmônica.
Para que a eficiência de cada caixa pudesse ser comparada, subtraímos 6 dB das respostas produzidas
pelas caixas 1 e 4, que utilizam dois alto-falantes. Assim, estamos compensando o acréscimo de 3 dB, devi-
do ao fato de terem sido ensaiadas com o dobro da potência das demais, e dos outros 3 dB ganhos com o
acoplamento entre os falantes. Essas curvas estão mostradas nas Figs. 23 a 27.
Fig. 13 - Curvas de Resposta com 1 Watt

Fig. 14 - Curvas de Distorção com 1 Watt


Fig. 15 - Curvas de Resposta com 50 Watt

Fig. 16 - Curvas de Distorção com 50 Watt


Fig. 17 - Curvas de Resposta com 100 Watts

Fig. 18 - Curvas de Distorção com 100 Watts


Fig. 19 - Curvas de Resposta com 200 Watts

Fig. 20 - Curvas de Distorção com 200 Watts


Fig. 21 - Curvas de Resposta com 400 Watts

Fig. 22 - Curvas de Distorção com 400 Watts


Fig. 23 - Curvas de Resposta a 1 Watt com as Caixas 1 e 4 atenuadas em 6 dB

Fig. 24 - Curvas de Resposta a 50 Watt com as Caixas 1 e 4 atenuadas em 6 dB


Fig. 25 - Curvas de Resposta a 100 Watt com as Caixas 1 e 4 atenuadas em 6 dB

Fig. 26 - Curvas de Resposta a 200 Watt com as Caixas 1 e 4 atenuadas em 6 dB


Fig. 27 - Curvas de Resposta a 400 Watt com as Caixas 1 e 4 atenuadas em 6 dB

Distorção Harmônica Total – THD

DEFINIÇÃO
Segundo a norma IEC 268-5 Sound System Equipment, Part 5: Loudspeakers (1989), a Distorção
Harmônica Total (THD – Total Harmonic Distortion) deve ser calculada através das equações abaixo:

∑P
i=2
2
if

THD = n
Eq. 01
P + ∑P
2
f
2
if
i =2

∑P
i=2
2
if

THD% = ⋅ 100 = THD ⋅ 100 Eq. 02


n
P +∑P
f
2 2
if
i=2

 THD% 
THDdB = 20 ⋅ Log10 (THD ) = 20 ⋅ Log10   Eq. 03
 100 
n
onde ∑P
i =2
2
if = P22f + P32f + P42f + ... + Pnf2 é a soma dos quadrados da pressão sonora de cada harmônico de fre-

qüência if ( i = 2,3,4,..., n ) e Pf é a pressão sonora da fundamental de freqüência f .


A raiz quadrada da soma dos quadrados nada mais é que o valor RMS (Root Mean Square) das com-
ponentes harmônicas.
A Eq. 02 expressa a THD em porcentagem, e a Eq. 03 o faz em decibel.
Um outro método para o cálculo da THD é encontrado na norma IHF A 202 Standard Methods of
Measurement for Audio Amplifier (1978), que aqui é adaptado para pressão acústica e citado para fins de
comparação (Eq. 04).

∑P 2
if
THD = i=2 Eq. 04
Pf

∑P 2
if

THD% = i =2
⋅ 100 = THD ⋅ 100 Eq. 05
Pf

 THD% 
THDdB = 20 ⋅ Log10 (THD ) = 20 ⋅ Log10   Eq. 06
 100 

O que difere um método do outro é o fato de que, no primeiro (Eq. 01), a pressão sonora total dos
harmônicos é relacionada com a pressão total de todas as componentes do espectro (fundamental + harmôni-
cos) e, no segundo (Eq. 04), a pressão sonora total dos harmônicos é relacionada apenas com a pressão sono-
ra da fundamental. Dessa forma, a THD calculada a partir da Eq. 02 nunca será maior que 100%, o que não
ocorre com a Eq. 05 (Figs. 28 e 29).
As Figs. 33 e 34 mostram as curvas de THD, em % e dB, calculadas a partir das Eqs. 02 e 05 e Eqs.
03 e 06, respectivamente. No eixo das abcissas está a razão harmônicos/fundamental, indo de 0,001 a 10 (o
que corresponde a 0,1% e 1000% de THD, calculada a partir da Eq. 05). Na Tabela 4 está a equivalência
entre THD em % e em dB.
Nota-se que para a razão harmônicos/fundamental menor ou igual a 0,1 as duas curvas se confundem,
de onde pode-se afirmar que para THD% ≤ 10% os resultados das Eqs. 02 e 05 são praticamente os mesmos;
a partir deste ponto é percebida a diferença (Figs. 30 e 31, Tabela 5).

Tabela 3 – Equivalência entre THD (%) e THD (dB)

1000 % +20 dB
100 % 0 dB
10 % -20 dB
1% -40 dB
0,1 % -60 dB
0,01 % -80 dB
0,001 % -100 dB
Fig. 28 – Curvas da Distorção Harmônica % dadas pelas equações 02 e 05.

Fig. 29 – Curvas de Distorção Harmônica em dB dadas pelas equações 03 e 06.


Fig. 30 – Detalhe da THD para a razão harmônicos/fundamental maior que 0,1 (em %).

Fig. 31 – Detalhe da THD para a razão harmônicos/fundamental maior que 0,1 (em dB).
Tabela 4 – Comparação entre as Equações 02 e 05
THD % THD %
(Eq. 05) = (Eq. 02) Erro %
(Harm / Fund)x100

0,1 0,1 0
1 0,99995 0,0049999
2 1,9996 0,019998
3 2,9987 0,044990
4 3,9968 0,079968
5 4,9938 0,12492
6 5,9892 0,17984
7 6,9829 0,24470
8 7,9745 0,31949
9 8,9638 0,40418
10 9,9504 0,49876
15 14,834 1,1187
20 19,612 1,9804
25 24,254 3,0776
30 28,735 4,4031
35 33,035 5,9481
40 37,139 7,7033
45 41,036 9,6586
50 44,721 11,803
55 48,192 14,127
60 51,450 16,619
65 54,499 19,269
70 57,346 22,066
75 60,000 25,000
80 62,470 28,062
85 64,765 31,244
90 66,896 34,536
95 68,875 37,931
100 70,711 41,421
110 73,994 48,661
120 76,822 56,205
130 79,262 64,012
140 81,373 72,047
150 83,205 80,278
160 84,800 88,680
170 86,193 97,231
180 87,416 105,91
190 88,492 114,71
200 89,443 123,61
300 94,868 216,23
400 97,014 312,31
500 98,058 409,90
600 98,639 508,28
700 98,995 607,11
800 99,228 706,23
900 99,388 805,54
1000 99,504 904,99
F:\EP\CAIXAS\WPU1805Q
Des.: Thomé
01/12/98

Fig. 32 CAIXA 1 - Desenho Técnico


A

DUTO WPU 1805 DUTO

B B

A
CORTE A-A

109 L 81 L

ALTO-FALANTES

MEDIDAS EM "cm"

DUTO

CORTE B-B

Fig. 33 CAIXA 2 - Desenho Técnico


69
.0

70.6

.0
68

65.0
4.0

2.0
28.6 33.4 27.5 25.0 40.0
26.9

40.8
53.8

55.0
66.6

70.6
10.8

10.8

64.0 10.0 16.0 5.0


68.0 69.0

MEDIDAS DA CAIXA EM "cm"


MADEIRA: COMPENSADO 20mm
WOOFER: WPU1805
40.0

16 .0
.0 25
F:\EP\CAIXAS\AMPLIFIC

Fig. 34 CAIXA 3 - Desenho Técnico


F:\EP\CAIXAS\WPU1505J
Des.: Thomé
18/06/99

Fig. 35 CAIXA 4 - Desenho Técnico


Tabela 5 - RESULTADO COMPARATIVO

CAIXA 1 CAIXA 2 CAIXA 3 CAIXA 4

2 x WPU 1807 WPU 1805 WPU 1805 2 x WPU 1507

Maior Menor
Volume Total Volume Total Volume Total Volume Total
344 L 190 L 261 L 285 L
Maior Menor
Volume Individual Volume Individual Volume Individual Volume Individual
172 L 190 L 261 L 142 L

Maior SPL SPL Menor SPL SPL


100 dB SPL @ 2W/1m 96 dB @ 1W/1m 93 dB SPL @ 1W/1m 97 dB @ 2W/1m

Eficiência Maior Eficiência Eficiência Menor Eficiência


95 dB SPL @ 1W/1m 96 dB SPL @ 1W/1m 94 dB SPL @ 1W/1m 90 dB SPL @ 1W/1m

Maior Distorção Menor Distorção

Menor Maior
Banda Passante Banda Passante Banda Passante Banda Passante
47,2 Hz - 55,5 – 152,5 Hz 45,5 – 132,0 Hz 45,5 – 147,5 Hz

Analisando as diversas curvas apresentadas podemos concluir que a distorção harmônica total é per-
feitamente aceitável, assumindo valores relativamente baixos mesmo com elevados níveis de potência den-
tro da faixa de resposta da caixa.
Os elevados valores de distorção, próximos de 100%, mostrados abaixo dos 30 Hz, acontecem em
virtude da amplitude da fundamental ser reduzida nesta região, que está fora da banda passante.
Para ilustrar, na Fig. 22, a Caixa 2 apresenta altos valores de distorção entre 30 e 60 Hz. Conforme a
Fig. 21, podemos constatar que esta caixa começa a responder de 55 Hz em diante, ou seja, abaixo disso o
sinal produzido pela fundamental é cada vez menor.
Na Tabela 5, onde temos um resumo comparativo dos resultados obtidos nos testes, vemos que todas
as caixas Band Pass apresentaram banda passante superior a uma oitava, o que demonstra a preocupação do
projetista em se conseguir uma reposta de freqüência que viesse a facilitar o cruzamento com a via subse-
quente, o que reduz a eficiência dentro da faixa de trabalho.
Nenhuma das caixas ensaiadas foi assistida pôr filtros o que, provavelmente, teria sido muito benéfi-
co para aumentar os níveis de pressão acústica e reduzir a distorção, principalmente fora da banda passante.
Fig. 36 - Curva de Resposta do Amplificador Usado

O amplificador usado neste trabalho, é o compacto SX 1400 Heavy Duty da STUDIO R, um classe
AB/B com polarização variável e 1400 Watts RMS de potência.
Este amplificador pode ser usado na configuração estéreo (maneira convencional) com dois canais de
700 Watts RMS, capazes de fornecer uma tensão máxima de saída igual a 37,5 Volts, quando alimentando
cargas de 2 Ohms por canal ou em ponte (DUO AB) conforme foi usado nos trabalhos de avaliação destas
caixas.
Segundo o fabricante, o SX 1400 (assim como os demais amplificadores da linha Heavy Duty), foi
concebido para operar, também, no modo DUO AB, situação em que os dois canais trabalham juntos, trans-
formando-o em um potente amplificador mono, com 1400 Watts RMS, onde a tensão máxima de saída che-
ga a 74 Volts, sobre uma carga de 4 Ohms resistivos, ou dois falantes de impedância nominal igual a 8
Ohms, em paralelo, o que não é a mesma coisa que uma resistência equivalente de 4 ohms, devido à com-
plexidade da curva de impedância do alto-falante e à tendência desta exibir valores inferiores à impedância
nominal declarada.
As entradas são balanceadas e protegida contra sinais de linha superiores a 10 Volts RMS.
Também no circuito de entrada existe um circuito passa altas de 18 dB por oitava, com o corte ajus-
tável e “Q” variável, para limitador a resposta em baixa freqüência e assim diminuir o deslocamento do
cone dos alto-falantes.
Embora esta característica seja extremamente desejável, na prática, no caso do presente trabalho, este
circuito foi ajustado para produzir uma queda de –3dB na freqüência de 14Hz, e sem introduzir nenhum
reforço, conforme podemos ver na curva de resposta mostrada na Fig. 36.
Em um próximo trabalho pretendemos elevar este corte um pouco acima dos 30 Hz, para verificar a
sua influência no deslocamento do cone, em baixas freqüências, e sua implicação na distorção harmônica .
Nas altas frequências, o processador oferece um filtro Low Pass de 18 dB por oitava, ajustável, e um
circuito equalizador de “Q” variável que serve para limitar a resposta de agudos permitir a equalização dos
drivers. No caso deste trabalho, este circuito foi ajustado para uma queda de –3dB em 20KHz, tendo a equa-
lização sido mantida plana, conforme mostra a curva de resposta.
O limitador ajustável da potência de saída (proteção para o falante) foi mantido na posição de máxi-
ma potência.

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
Analisando as Figs. 14, 16, 18, 20 e 22 podemos ver que a THD aumenta com o acrescimo da potên-
cia e com a diminuição da freqüência (abaixo da banda passante), chegando a 100% em 20 Hz, onde se nota
um comportamento de "compressão" da THD em freqüências abaixo de 30 Hz, o que sugere terem sidos os
cálculos feitos a partir das Equações. 01 e 02, o que foi confirmado consultando-se o manual do equipa-
mento utilizado na medição.
Nas Equações 01 e 02 os harmônicos são relacionados pela fundamental somada a eles mesmos, e
fica claro que, se a fundamental possuir uma amplitude menor que a dos harmônicos, a THD tenderá a
100%. Essa situação pode facilmente ocorrer em baixas freqüências devido às próprias limitações dos siste-
mas alto-falantes + caixas acústicas (Figs. 13, 15, 17, 19 e 21), e dessa forma, os elevados valores de THD
encontrados não são apenas conseqüência do aumento da distorção (harmônicos), mas também devido
à pequena presença da fundamental, visto que os sinais para análise foram obtidos acusticamente, via
microfone.
Para exemplificar o exposto acima, considerando-se uma THD média igual a 5% (Figs. 14, 16, 18, 20
e 22) e uma atenuação de 35 dB em 20 Hz, sendo ambos os valores relativos à banda passante (Figs. 13, 15,
17, 19 e 21). A partir das Eqs. 01 e 02 podemos determinar o quanto os harmônicos estão abaixo da funda-
mental, na banda passante:

Valor eficaz dos Harmônicos


∑P
i =2
2
if
1
= =
Valor eficaz da Fundamenta l Pf 1
−1
THD 2

Considerando 5% de THD, temos:

 1   1 
- 10 ⋅ Log10  2
− 1 = -10 ⋅ Log10  2
− 1 ≅ −26 dB
 THD   0,05 

Para efeito de simplificação, e sem perda da generalidade, considera-se, aqui, apenas a presença do
terceiro harmônico ( 3 f ). Assim, 5% de THD significa que o terceiro harmônico está 26 dB abaixo da fun-
damental.
Supondo-se, agora, a fundamental em 20 Hz, o microfone irá captá-la com uma atenuação de 35 dB,
devido a resposta do sistema, mas o terceiro harmônico, em 60 Hz, será medido sem sofrer qualquer atenua-
ção, pois este está dentro da banda passante (Figs. 13, 15, 17, 19 e 21).
Assim, a THD, devido ao deslocamento da fundamental para 20 Hz, é dada por:

1
⋅ 100 ≅ 94,2 %
( 26 −35 ) 10
1 + 10

Ou seja, a THD aumentou devido a atenuação da fundamental e não pelo aumento da distorção (ter-
ceiro harmônico).
Podemos concluir que um sistema alto-falante + caixa acústica deve ser excitado com sinais cujo
espectro de freqüências esteja dentro da banda passante do sistema, pois com isso pode-se evitar elevados
níveis de distorção, sendo assim possível a obtenção de níveis abaixo de 1%, mesmo com elevados valores
de potência aplicada. É claro que para isso ser verdadeiro, tanto o amplificador quanto a caixa acústica de-
vem ser escolhidos com critério.
Homero Sette Silva é consultor da ELETRÔNICA Rosalfonso Bortoni, Mestre em Engenharia Elétrica
SELENIUM S.A. pela UFSC, cursa o Doutorado nesta universidade.
homero@selenium.com.br rosalfonso@hotmail.com

Os Autores desejam registrar seus agradecimentos (não necessariamente pela ordem em que estão
expressos), a:

• Elias Rosa da Cunha, Técnico de Laboratório da ELETRÔNICA SELENIUM e Gustavo Pigatto Bohn,
Treinee da Eng. de Produto na ELETRÔNICA SELENIUM pela operação do Analisador de Áudio marca
BRÜEL, modelo 2012;

• André Pi Corrente, Gerente Técnico da AUDIO COMPANY, pela construção das caixas utilizadas
neste trabalho.

• Tadeslau Antonio da Silva Souza, Analista de Produto da ELETRÔNICA SELENIUM.

• ELETRÔNICA SELENIUM S. A., pelo apoio prestado, que permitiu a elaboração do presente trabalho.

Elias Rosa da Cunha é Técnico de Gustavo Pigatto Bohn é Trainee da André Pi é Gerente Técnico da
Laboratório da SELENIUM. Eng. de Produto da SELENIUM. AUDIO COMPANY.
elias@selenium.com.br gustavo@selenium.com.br audiocompany@voyager.com.br

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