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A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM: UM DEBATE PROVOCATIVO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

Article  in  Brazilian Journal of Development · January 2020


DOI: 10.34117/bjdv6n8-233

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8 authors, including:

Denise Da Costa Dias Dieison Prestes da Silveira


Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) Universidade Federal do Paraná
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Geovane Barbosa da Silva Adriele Prestes da Silveira

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Brazilian Journal of Development

A importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem: Um debate


provocativo no campo da educação

The importance of evaluation in the teaching and learning process: A


provocative debate in the field of education

DOI:10.34117/bjdv6n8-233

Recebimento dos originais: 12/07/2020


Aceitação para publicação: 14/08/2020

Denise da Costa Dias Scheffer


Especialista em Formação Pedagógica para Docentes da Educação Técnica e Tecnológica pela
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Celer/Facisa, Especialista em Direito Processual Civil
pela Faculdade Internacional Signorelli, Especialista em Direitos Humanos pela Faculdade de
Educação São Luís.
Instituição: Universidade de Cruz Alta
Endereço: Rua Borges do Canto, 1729, Bairro Santa Rita – Cruz Alta, Rio Grande do Sul, CEP:
98050-353
E-mail: dcdscheffer@gmail.com

Dieison Prestes da Silveira


Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática, pela
Universidade Federal do Paraná, Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES
Instituição: Universidade Federal do Paraná
Endereço: Rua Padre Francisco João Azevedo, 292, Bairro Jardim Botânico - Curitiba, Paraná,
CEP: 80210-160
E-mail: dieisonprestes@gmail.com

Etyane Goulart Soares


Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social,
pela Universidade de Cruz Alta
Instituição: Universidade de Cruz Alta
Endereço: Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 188, Bairro Elizabeth - Tupanciretã, Rio Grande do
Sul, CEP: 98170-000
E-mail: etyanesoares@hotmail.com

Geovane Barbosa da Silva


Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde, pela Universidade do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e Universidade de Cruz Alta
Instituição: Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e Universidade de Cruz Alta
Endereço: Rua Itororó, 98 Bairro Elizabeth – Tupanciretã, Rio Grande do Sul CEP: 98170-000
E-mail: bmdgeovane2019@gmail.com

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Adriele Prestes da Silveira
Discente do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, pelo Instituto Federal Farroupilha
Instituição: Instituto Federal Farroupilha
Endereço: Rua Elenir Vieira da Fonseca, 323, Bairro Severo da Rosa - Tupanciretã, Rio Grande do
Sul, CEP: 98170-000
E-mail: adrieleprestesdasilveira@gmail.com

Thalia Nunes Ferreira Feistler


Discente do Curso de Pedagogia, pela Universidade de Cruz Alta
Instituição: Universidade de Cruz Alta
Endereço: Rua Tapera, 220, Bairro Marcelo – Cruz Alta, Rio Grande do Sul, CEP: 98040-240
E-mail: thaliafeistler@outlook.com

Raphael Gomes dos Santos


Graduado em Biomedicina e Farmácia, pela Faculdades Pequeno Príncipe
Endereço: Coronel Dulcídio, 1881, Bairro Água Verde - Curitiba, Paraná, CEP: 80250-100
E-mail: ra_solaris@yahoo.com.br

Ananda Rodrigues dos Santos


Graduada em Direito – Advogada, pela Universidade de Cruz Alta
Endereço: Rua Hermínio Beck, 122, Bairro Beck - Tupanciretã, Rio Grande do Sul, CEP: 98170-
000
E-mail: ananda.rsantos@hotmail.com

RESUMO
No campo da educação, sabe-se que a avaliação faz parte da atividade escolar do docente e precisa
ser vista como um componente importante para o processo formativo do aluno, possibilitando uma
reflexão constante das habilidades e dificuldades, bem como do papel do docente para as
transformações na sociedade. Diante da necessidade de um debate epistêmico acerca da importância
da avaliação para a formação crítica, reflexiva e emancipatória dos sujeitos, o presente artigo tem o
objetivo de discutir a avaliação dentro do contexto escolar, devendo ser um processo contínuo e
necessário para a formação dos sujeitos, permitindo o direcionamento dos conhecimentos para as
vivências sociais. Salienta-se que a metodologia adotada para este estudo consiste em uma abordagem
do tipo qualitativa, com uso de uma pesquisa essencialmente bibliográfica. Em se tratando de
avaliação, pode-se dizer que é um procedimento contínuo e que se forma por meio da disposição da
coleta de informações que tragam benefícios para os alunos, visto que cada discente apresenta suas
especificidades e cabe ao professor exercer o processo de ação e reflexão da sua ação pedagógica.
Avaliar não é apenas atribuir números a cada aluno, mas também refletir acerca do processo de ensino
e aprendizagem e das condições estabelecidas a cada discente.

Palavras-chave: Educação, Ensino e aprendizagem, Avaliação.

ABSTRACT
In the field of education, it is known that assessment is part of the teacher's school activity and needs
to be seen as an important component for the student's training process, allowing for a constant
reflection of the skills and difficulties, as well as the teacher's role for the students. changes in society.
In view of the need for an epistemic debate about the importance of evaluation for the critical,
reflective and emancipatory training of subjects, this article aims to discuss evaluation within the
school context, and it must be a continuous and necessary process for the training of subjects. ,
allowing the directing of knowledge to social experiences. It should be noted that the methodology
adopted for this study consists of a qualitative approach, using essentially bibliographic research.

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When it comes to evaluation, it can be said that it is a continuous procedure and that it is formed
through the provision of information collection that bring benefits to students, since each student
presents their specificities and it is up to the teacher to exercise the action process. and reflection of
its pedagogical action. Assessing is not just assigning numbers to each student, but also reflecting on
the teaching and learning process and the conditions established for each student.

Keywords: Education, Teaching and learning, Evaluation.

1 INTRODUÇÃO
O campo educacional consiste em um ambiente fértil, onde ideias, vivências e experiências
se fundem, tendo como possíveis reflexos, a obtenção de novos conhecimentos. Na atualidade, sabe-
se que todo o sujeito apresenta os seus saberes, sendo provenientes das relações entre grupos. Diante
deste contexto, é possível dizer que existe uma diversidade de saberes no meio social, sendo plausível
constantes debates e provocações, visando a sua socialização nos mais variados espaços do
conhecimento (SANTOS, 2010).
Enfatizando os espaços educacionais, alunos e professores devem trocar constantemente
seus saberes, visando uma ampliação de fatos/circunstâncias que se relacionam com as práticas
socioculturais e requerem um diálogo. O professor, sendo um mediador do conhecimento, deve
instigar o pensar crítico e reflexivo dos seus alunos criando em sala de aula, um ambiente de
aprendizagens, tendo como eixo norteador problematizações acerca da realidade e vivências de cada
aluno.
Não há como construir uma aula sem pensar no aluno, visto que cada um apresenta a sua
bagagem de conhecimento, sendo o que permite uma discussão e exposição de saberes dentro do
espaço escolar. Conforme os alunos interagem um com os outros, eles criam condições de
aprendizagens e o professor deve estimular um pensar totalizador, entrelaçando fatos históricos,
culturais, ambientais e econômicos, os quais devem relacionar com a realidade dos discentes.
A profissão docente requer diversas vivências e experiências e, portanto, exige um debate
provocativo, partindo da necessidade de uma construção conjunta de conhecimentos, os quais são
aplicáveis na sociedade, formando assim um aluno com autonomia e responsabilidade social. Quanto
maiores forem as oportunidades de diálogos e interações entre sujeitos dentro do espaço escolar,
maiores serão as possibilidades formativas, uma vez que as trocas de informações e conhecimentos
são fundamentais para diminuir casos de alienação ideológica.
Nesse contexto de desafios e problematizações que envolvem o campo do conhecimento,
pode-se discorrer que o professor é um sujeito com diversas responsabilidades, sendo a avaliação dos
discentes uma importante ferramenta que auxilia no desenvolvimento socioeducacional e necessita
de constantes problematizações. A avaliação, sendo um processo contínuo, precisa ser construída de

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forma a avaliar o processo de desenvolvimento cognitivo, intelectual, moral, ético e formativo dos
alunos, tendo reflexos diretamente na sociedade.
Diante da necessidade de um debate epistêmico acerca da importância da avaliação para a
formação crítica, reflexiva e emancipatória dos sujeitos, o presente artigo tem o objetivo de discutir
a avaliação dentro do contexto escolar, devendo ser um processo contínuo e necessário para a
formação dos sujeitos, permitindo o direcionamento dos conhecimentos, para as vivências sociais.

2 METODOLOGIA
Enfatizando a metodologia adotada para este estudo, pode-se dizer que apresenta uma
abordagem do tipo qualitativa. As pesquisas qualitativas são fundamentais no campo das ciências
sociais, pois permitem um estudo e um entendimento aprofundado de assuntos e temáticas que
relacionam sociedade, desenvolvimento, cultura, meio ambiente e economia. Por meio das pesquisas
qualitativas há um enfoque nas questões que emergem na sociedade e necessitam de investigações
(MINAYO, 2012). Em se tratando da temática deste estudo, pode-se dizer que a avaliação se constitui
como um importante meio formativo dentro dos espaços escolares, visto que se apresenta como um
processo contínuo que possibilita transformações no modo de agir e pensar frente a sociedade.
Ainda, sobre a questão metodológica, pode-se afirmar que foi utilizada uma pesquisa
essencialmente bibliográfica. De acordo com Gil (2011), as pesquisas bibliográficas possibilitam a
construção de um fichamento de dados acerca de uma determinada temática. Por meio de estudo
bibliográficos, ocorre uma atualização de informações, sendo de extrema importância para
pesquisadores de áreas semelhantes. Adicionalmente, pode-se dizer que toda a pesquisa científica
necessita de estudos teóricos, tendo por incumbência conhecer os estudos correlacionados.

3 O USO DO LÚDICO E A INTEGRAÇÃO COM O APRENDIZADO: UM (RE)PENSAR


ACERCA DA AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Conforme a etimologia da palavra lúdico, do latim Ludus que significa em português brincar.
O lúdico vislumbra a promoção, bem como o desenvolvimento de habilidades humanas, como por
exemplo, a fala, escrita, coordenação motora e o aprendizado, por meio da naturalidade do ato de
divertir-se enquanto aprende (VYGOTSKY, 1998). Na atualidade, com especial destaque aos
ambientes educacionais, o lúdico é visto como atividades educativas de ensino que permite aos
sujeitos um aprendizado diferenciado, visto que se aprende por meio de interações com o objeto.
O lúdico é visto como uma metodologia didática utilizada principalmente na educação
infantil, baseada na apresentação de elementos como brinquedos e jogos, contribuindo para o
aperfeiçoamento dos aprendizados. Da mesma forma, o contato abstrato e individual do aluno com o

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ambiente de aprendizagem intensifica as premissas de novos conhecimentos, tendo como eixo
norteador o processo de ensino e aprendizagem. Alunos e professores precisam vivenciar atividades
lúdicas de ensino, pois assim ocorre o gosto pelo conhecimento, imbricados no desvendar de fatos,
sendo o professor um sujeito problematizador do conhecimento.
Ainda, em se tratando do contexto histórico da ludicidade Vygotsky (1998) comenta a
importância do lúdico no contexto de aprendizagem, tendo como base suas pesquisas e estudos sobre
o processo de desenvolvimento de novas aprendizagens, bem como a relevância para a formação dos
alunos. Assim, para se compreender que para ocorrer o desenvolvimento da criança, deve-se levar
em conta as necessidades dela, bem como os incentivos mediados pelo professor. Diante disso, pode-
se observar que o lúdico, enquanto metodologia de ensino, precisa ser vista como um caminho para
avaliar o desenvolvimento do aluno.
Os alunos ao construírem seus jogos, dinâmicas e interações, eles acabam trocando saberes e
aperfeiçoando seus conhecimentos. O professor, nesse contexto, deve avaliar o desenvolvimento do
aluno de forma processual, permitindo um feedback no que tange ao desenvolvimento e as interações
dos sujeitos. Assim, pode-se dizer que a avaliação em sala de aula deve ser um processo contínuo,
pautando no desenvolvimento psicossocial dos alunos, criando oportunidades de formação identitária
e cidadã.
Destacando a importância do lúdico no ensino, sendo um multiplicador de saberes Vygotsky
(1998, p. 126) comenta que “É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao
invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não pelo dos
incentivos fornecidos pelos objetos externos”.
No período atual é possível visualizar a ludicidade no ambiente escolar nos mais variados
níveis de ensino, tendo destaque na educação infantil, sendo o momento em que há maior
aplicabilidade, levando em consideração a formação da criança, ocorrendo uma avaliação qualitativa
(SOBRINHO, 2003). O trabalho lúdico se apresenta como uma importante ferramenta que desperta
o imaginário dos alunos, possibilitando reflexões e discussões acerca do objeto/jogo. Assim o sujeito
se torna crítico, com características para problematizar as ideias hegemônicas presentes na
contemporaneidade. Outra metodologia é a utilização da tecnologia para atividades lúdicas no
processo de ensino e aprendizagem, sendo um recurso motivador, mas que exige treinamento dos
professores e alunos.
Adentrando no contexto da trajetória de explanações e estudos sobre o aprendizado por meio
do uso da ludicidade, pode-se mencionar Teixeira (1999) que foi um precursor e defensor da educação
integral, social e gratuita, pautada na democratização do ensino. Para o autor, deve-se haver intensos
debates e discussões acerca da formação de professores, bem como na qualidade do ensino,

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instigando um (re)pensar acerca das formas avaliativas e as metodologias de ensino utilizadas durante
as aulas.

4 A AVALIAÇÃO COMO CAMINHO FORMATIVO: QUESTÕES EMERGENTES NO


CAMPO EDUCACIONAL
No campo da educação, sabe-se que a avaliação faz parte da atividade escolar do docente e
precisa ser vista como um componente importante para o processo formativo do aluno. Ainda, a
utilização correta do uso da avaliação permite aprimoramentos no ensino e na aprendizagem,
possibilitando identificar o papel de mediador e informante que o professor exerce na sociedade.
Nesse sentido, avaliar o aluno não é apenas atribuir-lhe uma nota, mas discutir os avanços e
retrocessos envolvendo as questões sociais, cognitivas, educacionais, éticas e tantas outras que são
necessárias para as vivências em sociedade. De acordo com Silveira e Golle (2019), dentro dos
espaços educacionais professores e alunos devem trocar saberes por meio do diálogo e da socialização
de vivências, visando a construção de um ambiente de aprendizagens.
A avaliação dentro do campo educacional deve ser vista como necessária, afim de aprimorar
o processo de ensino e aprendizagem, possibilitando uma reflexão constante das habilidades e
dificuldades de cada aluno, bem como do papel do docente para as transformações na sociedade, ou
seja, avaliar requer um olhar diferenciado, visto que cada sujeito apresenta suas subjetividades. O
professor, sendo um mediador do conhecimento, deve promover condições de aprendizagens no
aluno, entrelaçando conhecimentos históricos, culturais, econômicos e ambientais de uma forma
crítica e emancipatória (FREIRE, 1987).
Cada educador apresenta a sua forma de mediar o conhecimento e avaliar os seus alunos,
entretanto, cabe ressaltar que a avaliação precisa ser contínua, tendo caráter quantitativo e qualitativo.
Ainda, a avaliação deve ser vista como um feedback requerendo um acompanhamento no
desenvolvimento de cada aluno. Discutindo o conceito de avaliação, Freire (1996, p. 166) afirma que:

A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do professor e as


aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de
aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem diferentemente porque têm histórias
de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua relação com o mundo e
influencia sua forma de aprender.

Para isso, vê-se obstante referenciar a aplicabilidade da avaliação na visão de Luckesi (1998,
p. 71), pois:

A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com
um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino. A avaliação, tanto no geral
quanto no caso específico da aprendizagem, não possui uma finalidade em si; ela subsidia
um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido.

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Em suma, a respeito da importância do ato avaliativo, deve-se mencionar Jussara Hoffmann
(2008, p. 17), pois para ela “Basta pensar que avaliar é agir com base na compreensão do outro, para
se entender que ela nutre de forma vigorosa todo o trabalho educativo”. Portanto, a avaliação deve
sujeitar-se ao compartilhamento de saberes entre educador e educando, respeitando a diversidade do
contexto escolar e evidenciando sua aplicação na busca pela integração do aprendizado.
Em se tratando da avaliação, pode-se dizer que é um procedimento contínuo e que se forma
por meio da disposição da coleta de informações que tragam benefícios para os alunos, visto que cada
discente apresenta suas especificidades e, cabe ao professor exercer o processo de ação e reflexão da
sua ação pedagógica. Avaliar não é apenas atribuir números a cada aluno, mas também refletir acerca
do processo de ensino e aprendizagem e das condições estabelecidas a cada discente. Schön (2000)
comenta que o professor que reflete sobre sua ação está aperfeiçoando a sua prática pedagógica.
Noutras palavras, ele perfaz a ação-reflexão-ação, ou seja, ele aplica uma atividade, reflete sobre sua
ação pedagógica e de seus alunos e, posteriormente, perfaz outra ação, visando uma melhora na
mediação do conhecimento.
Na contemporaneidade, ser professor requer diferentes habilidades. Os momentos interativos
entre alunos e professores precisam ser avaliados de forma a refletir acerca dos avanços e retrocessos
dos alunos. Deve-se levar em conta a realidade dos alunos e as condições estabelecidas para a
problematização do conhecimento. Silveira e Golle (2019) comentam que a realidade dos alunos deve
ser levada em conta no momento da avaliação e, o professor precisa constantemente aperfeiçoar os
seus saberes, visando uma formação permanente da sua prática pedagógica.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação, sendo um processo necessário para a formação do aluno, visto que permite um
feedback do desenvolvimento do aluno e oportuniza no docente uma reflexão acerca de seus saberes,
demonstra-se como uma importante vertente na busca do processo de ensino e aprendizagem. Avaliar
não é somente atribuir uma nota ao aluno, mas refletir acerca de suas condições de aprendizagens.
Na atualidade é sabido que cada sujeito apresenta suas habilidades e dificuldades e o docente precisa
refletir sobre sua ação pedagógica, visando despertar a atenção de seus alunos de forma homogênea.
Do mesmo modo, ele deve criar metodologias diferenciadas de ensino, como por exemplo a
ludicidade para promover o ensino e corroborar novas práticas diferenciadas de mediar o
conhecimento.
Preocupa-nos o cenário atual presente no campo da educação, visto que há uma instabilidade,
tanto política quanto social, ambiental e econômica e isso reflete diretamente na formação geral do
aluno, bem como na atuação do professor. Nesse contexto, discutir a avaliação permite um olhar

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condoreiro da realidade da educação, uma vez que se deve observar o todo e não apenas o aluno e a
nota que lhe é atribuída. Adicionalmente, a avaliação precisa ser contínua, qualitativa e quantitativa,
oportunizando conhecer o aluno, bem como as suas condições de aprendizagens.
Em se tratando de avaliação, cabe salientar a importância da formação de professores de forma
continuada, tendo o intuito de discutir constantemente o ensino e a aprendizagem dos alunos. O
diálogo e as interações entre os docentes precisam ser rotineiras, afim de acompanhar o
desenvolvimento do aluno para a aplicabilidade de vivências e experiências sociais de forma crítica,
reflexiva e emancipatória, com condições para serem autônomos, mitigando assim, casos de alienação
social, cultural e ideológica.

REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra,1996.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisas. São Paulo: Atlas, 2011.

HOFFMANN, J. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2008.

LUCKESI, C. C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? Série Ideias n. 8. São Paulo:
FDE, 1998.

MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 32 ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2012.

SANTOS, B. de S. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3ª ed. São Paulo:
Cortez, 2010.

SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem.


Porto Alegre: Artmed, 2000.

SILVEIRA, D. P.; GOLLE, D. P. Confeccionando o seu relatório de estágio para cursos de


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SILVEIRA, D. P.; GOLLE, D. P. O estágio no ensino superior como prática sociocultural para a
construção de saberes significativos na contemporaneidade. Revista missioneira. v. 21, n. 2, p. 67-
75, 2019.

SOBRINHO, J. D. Políticas de avaliação, reforma do estado e da educação superior. In: ZAINKO,


Maria Amélia; GISI, Maria Lourdes (orgs.). Políticas e gestão da educação superior. Florianópolis:
Insular, 2003.

TEIXEIRA, A. Educação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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