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Introdução
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Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba.
do projeto de pontes de macarrão, trazendo assim maior vivência e aproximação à vida profissional
durante a graduação.
Metodologia
Os softwares Ftool e Excel são bastante utilizados no processo de execução do projeto, neles são
efetuados os cálculos necessários da estrutura, a fim de proporcionar a melhor escolha para os
estudantes. No Ftool a ponte é projetada conforme o modelo escolhido, estabelecendo a carga que
esta deverá suportar, ao final do processo de lançamento da estrutura no sistema, o programa
fornece os valores de reações dos apoios e tensões (compressão e tração) nas barras (Figura 2).
Com base nos valores de tensões nas barras concebidos, é realizada uma planilha no Excel (Tabela
1), na qual o número de fios em cada elemento é calculado através de uma fórmula com base no
valor de tensão imposta a este, um método para compressão e outro para tração. Vale ressaltar que
o número de fios em cada barra calculada pode não ser inteiro, pois o valor é fruto de uma solução
matemática, com isso é necessário aproximar para o mais próximo maior número inteiro, desta forma
haverá um acréscimo também à massa da estrutura, porém ocorrendo uma pequena variação.
O curso de Engenharia Civil na UNIGRANRIO foi implantado na instituição no 1º semestre de
2012. A partir do 1º período de 2014, quando a turma mais avançada se encontrava no 5º período de
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graduação, durante a disciplina de Estruturas Isostáticas, o projeto de elaboração da ponte foi
imposto para os discentes, dando assim início a este trabalho na instituição.
Tabela 1- Modelo de estrutura Pratt para cálculo do número de fios por barra.
Barra Esforço (N) Natureza Comp. do fio (mm) Nº de fios Massa da barra (g)
N1 -658,28 Compressão 255 39,17 39,17
N2 465,48 Tração 180 10,91 7,75
N3 0 Não há esforço 180 8,00 5,68
N4 -930,93 Compressão 180 32,88 23,34
N5 658,17 Tração 255 15,43 15,43
N6 465,54 Tração 180 10,91 7,75
N7 -465,32 Compressão 180 23,25 16,51
N8 -1396,35 Compressão 180 40,27 28,59
N9 658,07 Tração 255 15,43 15,43
N10 931,03 Tração 180 21,82 15,49
N11 0 Não há esforço 180 8,00 5,68
N12 -1396,35 Compressão 180 40,27 28,59
N13 658,07 Tração 255 15,43 15,43
N14 931,03 Tração 180 21,82 15,49
N15 -465,32 Compressão 180 23,25 16,51
N16 -930,93 Compressão 180 32,88 23,34
N17 658,17 Tração 255 15,43 15,43
N18 465,54 Tração 180 10,91 7,75
N19 0 Não há esforço 180 8,00 5,68
N20 -658,28 Compressão 255 39,17 39,17
N21 465,48 Tração 180 10,91 7,75
Fonte: Dados da Pesquisa.
Uma das universidades pioneiras em todo mundo a realizar este projeto é a Okanagan University
College, no Canadá, que implantou este trabalho pela primeira vez em 1983 (OKANAGAN, 2016). Na
5ª edição do evento, Fifth Annual Spaghetti Brigde Competition, em 1988, a universidade promoveu o
1º concurso mundial de pontes de espaguete, passando a ocorrer todos os anos posteriores até o
momento. Ainda, na 26ª edição do certame, Twenty-Sixth Annual Spaghetti Brigde Competition, em
2009, foi estabelecido, o que relatos mostram ser, o recorde mundial de suporte de carga de uma
ponte de espaguete, com uma estrutura total de 982g e uma incrível carga suportada de 443,58kgf.
Este feito foi alcançado pelos estudantes húngaros Norbert Pozsonyi e Aliz Totivan, da Szechenyi
Istvan University of Gyor. Estes são dados fornecidos pela própria universidade, sendo que em 2010
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esta marca estabelecida pelos húngaros se tornou reportagem transmitida pelo site da revista Veja
(VEJA, 2010).
No Brasil, a universidade pioneira a realizar o torneio de pontes de macarrão é a UFRGS, sendo o
1º evento realizado em 2004. O recorde nacional pertence a instituição (Figura 3), alcançado no 2º
semestre de 2011 pelas alunas Carlise Schmitz, Bruna Zakharia Hoch e Tieli Silva Fraga, com massa
total da estrutura de 893g e carga de ruptura de 234kgf, sendo estas informações com fotos e vídeo
disponíveis em UFRGS (2011).
Resultados
A relevância deste evento na UNIGRANRIO é notável e muito positiva entre os graduandos. Para
comprovar tal afirmação, uma pesquisa foi realizada na instituição, que contou com a participação de
89 estudantes entre o 6º e 9º períodos, os quais participaram deste programa. Foram elaboradas 5
enquetes e os resultados foram os seguintes: 89,9% disseram se sentir mais motivados e
interessados a estudar a disciplina de Estruturas Isostáticas; 68,5% se mostraram satisfeitos por
saber que já tinham conhecimento para resolver problemas de engenharia; 53,9% reconheceram um
crescimento considerável no conhecimento dos softwares Ftool e Excel; 89,9% se enxergaram um
pouco engenheiros ao aplicar o que aprenderam na teoria; 97,8% disseram que valeu a pena passar
por este processo de projeção da ponte.
O projeto se tornou tão comum nas universidades e ganhou tamanha importância que já há
estudos científicos com relação a este trabalho, como “Ponte de Espaguete” (LAGEMANN et al.,
2013), a qual descreve o passo a passo para todo desenvolvimento do projeto e “Impressão 3D de
Pontes Emergenciais Baseado nas Competições de Pontes de Macarrão” (FERREIRA et al., 2014)
em que faz analogia ao projeto de pontes de espaguete testado e aprovado de sua capacidade de
suporte de cargas.
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Discussão
Conclusão
É de se notar que este consentimento entre os alunos acontece em inúmeras universidades, com
ampla aceitação do corpo discente. O projeto de ponte de macarrão é um exemplo que unir a teoria à
prática é, sem dúvidas, a forma de aproximar o estudante ao exercício profissional que este exercerá
após a formação.
A maior dedicação dos graduandos à disciplina de Estruturas Isostáticas na UNIGRANRIO,
confirmada por intermédio da pesquisa, é outro fator importantíssimo, pois o conteúdo aplicado por
ocasião deste projeto promove o sentimento de entusiasmo, fazendo com que os estudantes sintam-
se estimulados a estudar. Desta forma, há maior possibilidade de obter maior qualificação na
formação dos alunos, cujo objetivo é de qualquer instituição de ensino.
Referências
FERREIRA, Luan Ribeiro; LIMA, Luana de Moura Gonçalinho; MOREIRA, Marina Roche; VELLOSO,
Márcia Motta Pimenta. Impressão 3D de Pontes Emergenciais Baseado nas Competições de Pontes
de Macarrão. Rio de Janeiro, 2014. (Programa de Iniciação Científica). Disponível em:
http://www.abenge.org.br/cobenge-2014/Artigos/130042.pdf. Acesso em: 10.09.2016.
GONZÁLEZ, Luis Alberto Segovia; MORSCH, Inácio Benvegnu; MASUERO, João Ricardo. Didactic
Games in Engineering Teaching - Case: Spaghetti Bridges Design and Building Contest. Ouro Preto:
18th International Congress of Mechanical Engineering, 2005. Disponível em:
http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/arquivos/COBEM2005-1756.pdf. Acesso em:
08.09.2016.
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Regulamento da competição. Disponível em:
http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/regulamento.html. 2016. Acesso em: 08.09.2016.
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VEJA. Disponível em: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/ponte-macarrao-aguenta-400-kg.
Acesso em: 10.09.2016.
WATANABE, Flávio Y.; OGASHAWARA, Osmar; MONTAGNOLI, Arlindo N.; RUBERT, José B.
Desenvolvimento de atividades de projeto nas disciplinas de “Iniciação à engenharia“. Fortaleza:
XXXVIII Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, 2010. Disponível em:
http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2010/artigos/540.pdf. Acesso em: 10.09.2016.
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