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Rev. d o M u s e u d e A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia , São Paulo, 8: 145-153, 1998.

ÁRTEMIS E HÉCATE EM DELOS: APONTAMENTOS


DE ICONOGRAFIA RELIGIOSA

H aiganuch Sarian*

Homenagem a LILLY KAHIL espírito motivador e pro­


pulsor do Lexicon Iconographicum Mythologiae Classicae
(LIMC): A fA G O I AAIMQN.

SA R IA N , H. Ártem is e Hécate em D elos: apontamentos de iconografia religiosa. R ev. d o


M u s e u d e A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia , São Paulo, 8: 145-153, 1998.

RESU M O : N a im agística de Á rtem is e H écate são perceptíveis aproxim a­


ções, associações, assim ilações e sincretism os. N este artigo, abordam os alguns
destes fenôm enos, quer no tocante às figurações dessas deusas com o dadóforas
em vasos áticos do prim eiro quartel do séc. V a.C. e em relevos helenísticos e
rom anos, quer no que concerne à própria representação triform e, característica
de H écate e que, em m onum entos de Delos, parece ser tam bém , por em préstim o,
o tipo iconográfico de Ártem is.

U N IT E R M O S : G récia - D elos - Á rtem is - H écate - A rq u eo lo g ia -


Iconografia - R eligião.

Um dos m ais curiosos aspectos da im agística dadófora com um só corpo aparece desde o início
de H écate é o fenôm eno de em préstim os iconográ­ do séc. V a. C., exatam ente no m om ento em que
ficos que im plicam às vezes num verdadeiro sincre­ as figurações de Á rtem is porta-lum e se to m am
tismo, outras vezes em um a sim ples assim ilação mais numerosas. Se em alguns m onum entos a iden­
ou diversas associações. Estas contam inações, sem ­ tificação de H écate é facilitada pela presença de
pre relacionadas às divindades próxim as a H écate, um a inscrição ou pelo contexto m ítico, em outros
caracterizam tanto as representações de H écate do casos é difícil decidir-se entre H écate e Ártem is.
tipo povonpóacjTTo” quanto as de H écate do tipo B asta ver de perto o lécito ático do Pintor de Pã
Tpípop<|)o” ou TpiK£<|)aAo” . N a m edida em que este conservado no Erm itage (F ig .l) e o esquifos ático
fenôm eno é essencialm ente religioso, encontram o- de B asiléia (Fig.2), datados am bos de aproxim a­
lo em docum entos de caráter cultuai (estátuas e dam ente 480 a. C.: no lécito, a deusa é representa­
relevos votivos, por exem plo) ou representando ce­ da de frente, com a cabeça voltada à esquerda, ves­
nas rituais (com o nos vasos pintados). tida com um quíton e um him átion; com os cabelos
É sobretudo entre H écate e Ártem is que os elos longos, um a coroa na cabeça, ela segura duas to ­
funcionais são m ais estreitos, a tal ponto que se chas. Quando Ártem is dadófora é representada sem
exprim em tam bém no repertório figurado. H écate suas arm as, sua identificação não é absolutam ente
segura. N este vaso do Erm itage, a figura poderia
ser um a Hécate concebida com o a deusa porta-lum e
(*) M useu de A rqueologia e Etnologia da U niversidade de que aparece no Hino hom érico a Dem éter. A ssem e­
São Paulo. lha-se, pela sua atitude, m uito m ais às representa-

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S A R IA N , H. Artem is e Hécate em D elos: apontamentos de iconografia religiosa. R e v. d o M u se u d e A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia ,
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recentes, em que as representações de H écate e Ár-


tem is com a tocha testem unham tam bém assim ila­
ções que tom am a identificação problem ática. No
entanto, a se ver de m ais perto, percebe-se que as
im agens de A rtem is porta-lum e são concebidas de
um a m aneira diferente que as de Hécate. Se os atri­
butos são os m esm os, norm alm ente duas tochas,
às vezes um a só, se o cão é com freqüência figura­
do ao lado das deusas, o esquem a iconográfico de
Á rtem is é o de um a figura anim ada, regularm ente
em ação; além do mais ela porta sem pre um a aljava,
atributo estranho na im agística de Hécate. Enquan­
to em alguns relevos é difícil identificar a deusa
porta-lum e, pelo fato de as figuras terem os m es­
mos atributos (tocha, cão) particulares às duas deu­
sas, em outros a deusa fig urada num a pose hieráti-
ca, m uito acentuada, é certam ente H écate, como
por exem plo no relevo do M useu N acional de A te­
nas (Fig.3), onde a figura é concebida de um modo
m uito mais solene - com o indica o pólos - e repre­
sentada segundo o m odelo arcaizante habitual nas
im agens de H écate tríplice.
Estes poucos exem plos provam a existência
de dois esquem as distintos, mas suficientem ente
aparentados para ju stificar sincretism os. Todavia,
Fig. 1 - H écate porta-tochas. Lécito ático, fig u ­ em nenhum destes casos reconhecem os o tipo ico­
ras vermelhas. São Petersburgo, M useu do E rm i­ nográfico de Á rtem is-H écate, cuja identificação
tage, aprox. 480 a. C. Foto: Sarian, H. HEKATE, apresenta dificuldades de outra ordem.
LIM C, v. 2. Os autores m odernos pretendem reconhecer
um a representação de Á rtem is-H écate no tipo da
divindade porta-lum e acom panhada de um cão.
C onstatam os que estas im agens podem se referir
ou a Á rtem is (a deusa em ação) ou a H écate (a
deusa em pose hierática). A tradição escrita - tex­
tos literários e inscrições - que m enciona um a Á r­
tem is-H écate, não nos perm ite identificar um es­
quem a iconográfico de Á rtem is-H écate, e é muito
provável que esta divindade sincrética não tenha
deixado traços no repertório iconográfico grego, à
exceção de um único exem plo (Fig.4) que se rela­
ciona com as representações de H écate triforme.
Este m onum ento do M useu N acional de Atenas e
proveniente de Epidauro, das proxim idades dos
tem plos de A sclépios e Á rtem is, situa-se nos sécs.
Fig. 2 -H écateporta-tochas. Esquifo ático, figuras
I ou II d. C., e traz em sua base circular um a dedica­
vermelhas. Basiléia, Coleção H. Cahn, início do
tória a Á rtem is-H écate: A PT EM IA I E K Á tH I
séc. V a. C. Foto: Sarian, H. HEKATE, LIMK, v. 2.
EI1HK OQ I O A B O Y A A O I. C onfirm a a hipótese
segundo a qual a expressão figurada de Á rtem is-
ções habituais de H écate do contexto eleusínio que H écate poderia repousar na representação triform e
do esquem a m ais com um de Artem is. desta divindade, im agem que se integra claram en­
M as as influências recíprocas são evidentes te no repertório iconográfico de H écate, e não no
nos relevos, categoria de docum entos m uito mais de Ártem is.

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Fig. 3 - Hécate porta-tochas e um cão. Relevo de mármore,


votivo. Atenas, M useu Nacional, séc. I d.C. Foto: Sarian, H.
HEKATE, LIM C, v. 2.

Esta aproxim ação com a im agem de H écate pudem os propor: trata-se de um capitel votivo da
tríplice não se lim ita à eventual iconografia de Árte- s e g u n d a m e ta d e do séc. II a. C. ( F ig .5 ). A
mis-H écate, m as concerne igualm ente às represen­ p articu larid ad e deste capitel é que ele possui em
tações da própria Á rtem is, em um contexto p reci­ sua face superior um a cavidade de encastram ento
so, o de D elos. U m a inscrição deliana indica que de form a trian g u lar de 10,5cm de lado e 3,5cm
Ártemis era, tanto quanto H écate, a divindade da de profundidade. Jean M arcadé em itiu a h ip ó te­
encruzilhada (B runeau 1970: 171-206). U m a p e­ se de que tal cavidade co rresp o n d ia ao e n castra­
quena série de docum entos delianos confirm a que m ento de um fuste trian g u lar de H écate tríp lice
esta identificação se traduzia tam bém pela figura­ de um tipo co nhecido em D elos. E sta h ipótese
ção tríplice desta deusa. m uito conv in cen te foi o ponto de partid a de um a
De início, devem os m encionar um m onum en­ p esq u isa sistem ática sobre os m onum entos que
to p u b lic a d o p o r Jean M arcad é (1 9 7 4 , p .328, po ssu íam cavidades de en castram en to tria n g u la ­
fig.27) que está na origem das interpretações que res e os resu ltad o s obtidos foram ao m esm o tem -

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Estas pilastras herm aicas triangulares eram


sem dúvida m onum entos votivos e a existência de
um capitel que teria servido de base a uma pilastra
triangular perm ite aproxim ar este exem plar de um
docum ento constituído de um a coluna encim ada
de um capitel sobre o qual se alteia uma pequena
estátua de H écate ; tal é a representação que se
pode ver em um baixo-relevo de estilo neo-ático
(Figs. 9-10), figurando a cena dita “da visita de
D ioniso e seu cortejo na casa de Icário” . O exem ­
plar em pauta está conservado no M useu do Louvre
e data do segundo quartel do séc. II d. C. A parti­
cularidade deste relevo é a representação de um
m onum ento encim ado por um a pilastra hermaica,
cujo tipo se assem elha ao dos exem plares de Delos,
confirm ando assim a existência na ilha de colunas
votivas com um a estátua de H écate, se levarmos
em conta o capitel votivo, interpretado com o uma
base para este tipo de pilastras, assim com o sugere
a cavidade triangular de encastram ento em sua face
superior.
A form a triangular da cavidade de encastra­
m ento não é particular a este capitel votivo e ela
foi observada na face superior de outros monum en­
tos igualm ente votivos : trata-se desta vez de bases
de estátuas portando dedicatórias a Á rtem is, em
três docum entos, e a H écate, em outro, se nossa
interpretação é correta a respeito da últim a destas
bases inscritas aqui referidas.
Os três m onum entos dedicados a Á rtem is são
os seguintes:

Fig. 4 - H écate trìplice. Estàtua com dedicatória


a Artem is-H écate, na base. Proveniente de Epi-
dauro. Atenas, M useu Nacional, sécs. l-lld .C . F o ­
to: Sarian, H. HEKATE, LIM C, v. 2.

po interessantes e inesperados para o conhecim en­


to da iconografia de Ártem is.
Com o eram estas H écates tríplices de D elos?
A escultura deliana conheceu de início a represen­
tação triform e de H écate, com três corpos associa­
dos, mas a form a m ais com um parece ter sido um
fuste triangular liso encim ado de três rostos fem ini­
nos enquadrados por tranças e com um pólos único
(Figs.6-7). Subsistiram inúm eros fragm entos de Fig. 5 - C apitel votivo de mármore, com cavidade
fustes triangulares (Fig.8), de dim ensões variadas, triangular para estátua de H écate tríplice. Delos,
que testem unham a freqüência desta form a particu­ segunda metade do séc. II a. C. Foto: Ph. Collet,
lar de estátua. Ecole Française d A thènes.

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SARI A N , H. Ártem is e Hécate em D elos: apontamentos de iconografia religiosa. R e v. d o M u se u d e A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia ,
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Figs. 6-7 -H éca tes tríplices de tipo hermaico. Museu de Delos,


séc. II a.C. Foto: Ph. Collet, École Française d ’Athènes.

1) Base de m árm ore situada em D elos na pro­ seu de Delos, Inv. 3006, e datada do séc. II a. C.
ximidade da casa da É cole Française d ’A thènes. (Fig.12). A cavidade de encastram ento m ede, no
Inv. E4, início do séc. I a. C. (F ig .ll) . A cavidade lado inteiramente conservado, 8,5cm, e 3,5cm de pro­
de encastram ento triangular m ede 17,5cm de lado fundidade. A inscrição, publicada em Roussel, n°
e 5,5cm de profundidade. A inscrição, publicada 2374, é um a dedicatória feita a Ártem is por Pilados,
em Roussel, n° 2381, diz exatam ente: que parece ter sido sacerdote de Ártemis em Renéia,
por volta de 153-152 a. C. (Bruneau 1970: 197):
ApTÉptSi X A [------]
’ayopavopoúv[Tu)V A q-] [’ 0 ]vqaaKiu ’ ApTÉpiSi Korrá
p o x á p o u ç t o G á ------ TTpocrráypáv. è tjfU p é w ç
ou Kai X a p ío u t o G [X a p í -] IluA áSou toG A ia x p íw -
ou A iO aÀ iôw v A í k o [ i o ç ] v o ç fle p iO o íó o u .
’ I á a o v o ç A a p ia a T o ç.
Sobre esta base pudem os encastrar o fragm en­
2) Pequena base de mármore encontrada no re­ to de fuste de um a Hécate tríplice de tipo herm aico,
servatório superior do Inopos, atualm ente no M u­ Inv. A 6026 (Fig.13).

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Fig. 8 - Fragm entos de herm as de Hécate. M useu de Delos, séc. II a. C. Foto: Ph.
Collet, École Française d ’Athènes.

Fig. 9 - H écate tríplice de tipo hermaico, encim ando urna coluna. Relevo neo-ático. París, M useu do
Louvre, séc. 1 d. C.

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Fig. 12 - Base de márm ore com


cavidade triangular para estátua
de H écate tríplice e dedicatória
a Artem is. M useu de Delos, séc.
Fig. 10 - Idem, porm enor.
II a. C. Fotos: Ph. Collet, École
Française d ’Athènes.

3) Base de m árm ore proveniente da região su­


doeste do teatro, um pouco fragm entária. C onser­
vada no M useu de D elos, Inv. A 3055 (Fig. 14). A
cavidade de encastram ento está quebrada, mas o
lado conservado mede 7cm e a profundidade 4,5 cm.

Fig. 11 - Base de m árm ore com


cavidade triangular p ara estátua
de H écate tríplice e dedicatória a
Ártem is. M useu de Delos, séc. II Fig. 13 - Base de márm ore 12 rem ontada com
a. C. F o to s: Ph. C o llet, É c o le fra g m en to de fuste. M useu de Delos. Fotos: Ph.
F rançaise d ’Athènes. Collet, Ecole F rançaise d ’Athènes.

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S A R IA N . H. Artem is e Hécate em D elos: apontam entos de iconografia religiosa R ev. d o M u se u d e A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia ,
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A inscrição, publicada em R oussel, n° 2380, é um a


dedicatória a Á rtem is Phosphóros:
[........................ ] ó ç ' Eppo
[ -] IO Ç Ó TTÈp

[ auTou Kai Tf]Ç yj vai KÓç


[ -] KOCTá
[TTpócrraypj a Ou)a<| )ó-
[p u n ’ ApTÉ]piSi.
A estas três bases portando dedicatórias a Á r­
temis, é preciso acrescentar um a outra base de m es­
m o tipo, cuja face superior possui um entalho trian­
gular: por este m otivo, somos tentados a interpretá-
la com o um suporte de pilastra herm aica :

Fig. 15 - Base de m ármore com en­


talho tria n g u la r e d ed ica tó ria a
Hécate. M useu de Delos, séc. II a. C.
Fotos: Ph. Collet, Ecole Française
d ’Athènes.

’ A v T iy é v r iç A to c n c o u p [í-]
ô o u X a A a p ív io ç 'E K á [ T q i]
[ Xu)] T£Ípa Korr’ ovei [ pov]
[’A ]ya0rf TÓxq .
A aproxim ação estabelecida entre estas bases
inscritas e as pilastras herm aicas de Hécate em D e­
los m erece algum a consideração: vimos que estes
m onum entos eram ex-votos, em três casos dedi­
catórias a Á rtem is e em um caso, à própria Hécate.
Que um m onum ento votivo encim ado de um a Hé­
cate tríplice tenha em sua base um a dedicatória à
deusa H écate não deve logicam ente nos surpreen­
der. O inesperado é que em três casos estas dedica­
Fig. 14 - Base de mármore com tórias m encionam Ártem is. Esta íntim a associação
cavidade triangular para estátua entre Á rtem is e Hécate confirm a a idéia segundo
de H écate tríplice e dedicatória a qual, no com portam ento religioso dos habitan­
a Ártem is. M useu de Delos, séc. te s d e D e lo s , e s ta b e le c e u - s e um p ro fu n d o
II a.C. Fotos: Ph. Collet, École sincretism o entre estas duas divindades, a tal pon­
Française d ’Athènes. to que sua expressão im agética poderia assumir
exatam ente a m esm a form a, em um contexto pre­
ciso, o de Delos.
4) Este m onum ento provém da cisterna do te­ Se nos casos das deusas dadóforas constata­
atro e encontra-se no M useu de D elos, Inv. A 3057 mos que, do ponto de vista iconográfico, é Hécate
(Fig. 15). O triângulo m ede 4 cm de ladõ. A dedica­ que entra na esfera de Á rtem is, nos m onum entos
tória, publicada em Roussel. n° 2448, m enciona delianos, observamos o fenôm eno inverso, um a vez
H écate Sóteira : que é Á rtem is que entra na esfera de Hécate.

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SA R IA N , H. Á rtem is e H écate em D elos: apontamentos de iconografia religiosa. R ev. d o M u s e u d e A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia ,
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SA R IA N , H. Artem is and Hekate in D elos: notes on religious iconography. R ev. d o M u s e u d e


A r q u e o lo g ia e E tn o lo g ia , São Paulo, 8: 145-153, 1998.

A BSTRA CT: A pproxim ations, associations assim ilations and syncretism s


may be percieved in the im age o f A rtem is and H ekate. In this article, som e o f
these phenom ena are studied not only in respect o f these g oddesses’ figures as
dadophores in A ttic vases o f the first quarter o f the fifth century B.C. and in
hellenistic and rom an reliefs, b ut also in relation to the triform representation
which is characteristic o f H ekate’s iconography and that, by means o f borrow ing,
seem s also to be A rtem is iconographic type in the D elian m onum ents.

U N IT E R M S : G reece - D elo s - A rtem is - H ek ate - A rc h a e o lo g y -


Iconography - Religion.

Referências bibliográficas

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R e c e b id o p a r a p u b lic a ç ã o em 2 8 d e m a io d e 1 9 9 8 .

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