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PLANO DA DISCURSO (1)

• Discurso narrativo. Na produção de um texto narrativo


o narrador pode reproduzir a fala da personagem
empregando-as de três
formas: Discurso directo, Discurso indirecto, Discurso
indirecto livre. É aquele que reproduz exactamente a
fala das personagens ou interlocutores;

• É através do discurso narrativo que o narrador cria


outras vozes no texto, bem como que faz a descrição do
ambiente diegético, das personagens, do espaço e do
tempo.
PLANO DO DISCURSO (2)

Quanto aos ESTATUTO


O narrador pode se apresentar como autodiegético,
homodiegético e heterogiegético;

• Narrador autodiegético: quando participa na história


narrada.
• Narrador homodiegático: quando participa na história
narrada.
• Narrador heterodiegético: quando não participa na
história narrada..
PLANO DO DISCURSO (3)

Quanto ao NÍVEL

O narrador pode se apresentar como extradiegético ou


intradiegético/hipodiegético;

• Narrador extradiegético: é o narrador do primeiro grau ou seja, o


narrador das narrativas primárias ou principais;

• Narrador intradiegético ou hipodiegético: é o narrador do segundo


grau, ou seja, o narrador de narrativas secundárias ou metadiegéticas.
São narrativas que dependem de outras narrativas, isto é, de narrativas
primárias. Elas se encontram dentro das narrativas primárias.
PLANO DO DISCURSO (4)

Quanto a VOZ
Refere-se as vozes dos narradores hipodiegeticos, de personagens
e de eventos diegéticos: universo diegético. O narrador pode se
apresentar como autodiegético, homodiegético e heterogiegético;

• Narrador autodiegético: quando é co-referencial com a


personagem protagonista. Ex. A Relíquia, de Eça de Queirós e
Aparição, de Virgílio Ferreira.
• Narrador homodiegático: quando é co-referencial com uma
das personagens;
• Narrador heterodiegético: quando não é co-referencial com
nenhuma das personagens (herói ou qualquer outro).
PLANO DO DISCURSO (5)

Quanto a FOCALIZACÃO

Na narração de uma história, o narrador apresenta seu ponto de vista ou


simplesmente seu foco narrativo em relação às personagens, aos eventuais
narradores hipodiegéticos, os eventos narrativos, ao tempo, bem como ao
espaço. Ele apresenta, no seu foco narrativo, cinco focalizações, em forma de
díades (dois a dois), cujo conteúdo é extremal (efeito dos contrários).

(1) Focalizacão heterodiegética VS homodiegética

Heterodiegética: o narrador não participa como agente da diegese;

Homodiegética: o narrador participa como agente da diegese,


como comparsa ou como protagonista da história narrada.
PLANO DO DISCURSO (6)

(2) Focalizacão interna VS externa

Interna: o narrador conhece a interiodade das personagens e dos eventos


diegéticos;

Externa: o narrador não tem motivações subjectivas quanto as personagens e aos


eventos diegéticos. Ele apenas se limita a descrever aspectos exteriores como o
vestuário, os hábitos, os gestos, os actos, etc.

(3) Focalizacão omnisciente VS restritiva

Focalizacão omnisciente: o narrador se apresenta como um verdadeiro demiurgo,


conhecedor de todos os acontecimentos na sua trama profunda; ele é dotado de
uma omnisciência.

Restritiva: o narrador não tem a mesma omnisciência da focalização anterior,


contudo, problematiza as personagens e os eventos diegéticos; ele obriga o leitor a
fazer um esforço para apreender o significado da narrativa.
PLANO DO DISCURSO (7)
(4) Focalizacão interventiva VS neutral
Interventiva: o narrador apresenta comentários, apreciações e outras formas discursivas em
relação as personagens e aos eventos diegéticos, durante a narração dos factos. O Exemplo é
das narrativas epistolares;

Neutral: o narrador não apresenta comentários, nem apreciações, nem outras formas
discursivas em relação as personagens e aos eventos diegéticos, durante a narração dos
factos. Ele narra os factos apresentando um discurso impessoal.

(5) Focalizacão fixa VS variável/mutável


Fixa: o narrador apresenta uma forma idêntica e fixa de ver os acontecimentos e os eventos
diegéticos ao longo da descrição e da narração;

Variável/mutável: o narrador apresenta múltiplas formas de ver os acontecimentos e os


eventos diegéticos ao longo da descrição e da narração (ou as duas díades ou cada uma das
duas díades de todas focalizações). Ex. Romance epistolar.
FIM

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