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AULA 1

AulaAlfabetização
8 – Características
Digital do setor agroin-
dustrial “dentro da porteira”

8.1 Segmento do setor agroindustrial “dentro


da porteira”
O segmento agroindustrial “dentro da porteira” é justamente a pro-
dução das propriedades rurais, a produção agropecuária propriamente dita.
O que envolve desde o preparo para iniciar a produção até a obtenção do
produto agropecuário para ser comercializado. Nesse momento, é preciso
fazer uma distinção na matéria, pois precisamos discutir as relações que
ocorrem dentro da agricultura e da pecuária.
Agricultura e pecuária são ramos do agronegócio, fazemos uma di-
visão apenas para fins didáticos, visando facilitar o aprendizado. Precisamos
destacar que existem pontos em comum na produção agrícola e na criação
de animais, porém trataremos aqui de forma separada as duas atividades.
Começaremos pela agricultura e logo em seguida trataremos da pecuária.

8.2 Produção agrícola

Figura 42: Trator utilizado em plantação


Fonte: Disponível em: http://joaoarruda.com.br/ja/wpcontent/uploads/2009/10/agricultura.jpg
acessado em 23 de junho de 2010.

Introdução ao Agronegócio 65 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Produção agrícola é todo o conjunto de atividades que se desenvol-
vem na zona rural, as quais são necessárias ao preparo dos solos, o acompa-
nhamento do desenvolvimento da lavoura, a colheita, a armazenagem inter-
na dos produtos colhidos e a gestão das propriedades produtivas. Tudo isso
objetivando o máximo de produtos com o menor custo possível.
A gestão da propriedade produtiva vem a cada dia ganhando mais e
mais importância. Se há algum tempo atrás os produtores agrícolas davam valor
apenas ao ato da produção e deixavam de lado a administração e gestão da pro-
priedade, hoje o quadro é totalmente diferente. A boa gestão é de fundamental
importância para o sucesso de qualquer empreendimento agropecuário. Uma
prova disso é o crescente número de cursos de graduação, técnicos e profissio-
nalizantes em agronegócio, como o que você aluno faz nesse momento.
É importante para nós termos alguns conceitos utilizados na produção
agrícola de forma clara. Devido a esse fato começamos agora a estudar esses
conceitos.

8.2.1 Ciclos vegetativos


Cada tipo de vegetal precisa de um tempo para realizar sua ativi-
dade biológica, para que as plantas possam produzir seus frutos de maneira
completa, no sentido serem consumidos e de serem capazes de gerar outros
vegetais. Isso é ciclo vegetativo de uma planta, o período que vai de sua
germinação até a colheita.

8.2.2 Vegetais anuais, perenes e semiperenes


A classificação das plantas em anuais, perenes e semiperenes está
ligada diretamente ao ciclo vegetativo de cada espécie. Denominamos de
anuais as espécies que possuem um ciclo vegetativo de até 12 meses ou 1
ano. Nesse período, o vegetal cresce, frutifica e morre. A consequência disso
é que após esse período o produtor terá que iniciar todo o trabalho da lavou-
ra, desde o preparo do solo, passando pelo plantio e pelos cuidados com a
plantação até culminar na colheita de novo e assim sucessivamente.

Figura 43: Lavoura de soja, uma das plantas anuais mais cultivadas no Brasil.
Fonte: Disponível em: http://www.atribunamt.com.br/wp-content/uploads/2009/05/lavoura-de-
soja-inox-22-05-09.jpg acessado em 23 de junho de 2010.

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Os vegetais perenes são aqueles que têm ciclos vegetativos pro-
longados no tempo. Depois de nascerem, eles frutificam e se reproduzem
diversas vezes, por muitos anos, até que seu ciclo vegetativo chegue ao fim.

Figura 44: Plantação de coco, uma planta perene muito comum no Brasil
Fonte: Disponível em: http://www.rallyberohoka.com.br/arquivos/imagens/editor/Image/
fazenda_tres_barras_turismo_rural_torixoreu.JPG acessado em 23 de junho de 2010.

Os vegetais semiperenes são aqueles cujo ciclo vegetativo não se com-


pleta em cerca de um ano, mas também não são tão longos quanto os das
culturas perenes. A planta floresce e se reproduz algumas vezes antes que seu
ciclo vegetativo esteja completo. O comum é que esse ciclo dure de 2 a 3 anos.

Figura 45: Plantação de feijão, um vegetal perene muito comum


Fonte: Disponível em: http://www.iac.sp.gov.br/AI/noticias/fotos/Feij%C3%A3o%20IAC-carioca%A3.
jpg acessado em 23 de junho de 2010.

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8.2.3 Preparo do solo

O preparo do solo nada mais é do que o processo que deixa o solo


propício ao plantio, esse processo se dá de modo geral com o uso de corre-
tivos e de adubos no solo. Existe um termo técnico que é utilizado quando
determinada área antes improdutiva passa a ser utilizada na produção agrí-
Propício: adequado cola, quando isso ocorre fala-se que houve a incorporação de uma nova área
ao processo produtivo.

Figura 46: Solo sendo preparado para o plantio


Fonte: Disponível em: http://www.tobiasbarreto.se.gov.br/webcontrol/componentes/upload/
trator_02.JPG acessado em 23 de junho de 2010.

Quando vai se preparar um solo que já estava sendo usado para a


agricultura, o processo é mais fácil e comum. É preciso um pouco mais de
cuidado quando o solo for usado pela primeira vez para agricultura. Normal-
mente ocorre o processo de desmatamento e posterior limpeza dos resíduos
Caro aluno lembre-se deixados após o desmatamento, como raízes e tocos de árvores. Na agricul-
que já falamos sobre as
análises laboratoriais e tura moderna, após essa limpeza do solo ocorreria a análise laboratorial do
suas consequências solo, após o resultado dessa análise o produtor saberá quais são as deficiên-
cias do solo e poderá usar os corretivos e os adubos adequados para deixar
o solo pronto para receber as sementes ou mudas. Outro processo adotado,
quando necessário, é o levantamento topográfico do local, a fim de realizar
alguma correção no terreno, para deixá-lo mais plano, por exemplo, isso tem
por objetivo diminuir a erosão.
Depois de realizado o desmatamento e a limpeza, assim como todos
os estudos e as análises do solo ocorre a parte prática que podemos citar:
a aração e utilização dos corretivos e adubos, a gradagem e a aplicação de
inseticidas e herbicidas, quando necessário, e, por fim, o plantio.

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Continuamos com o estudo das características da produção agrícola.

9.1 Viveiros e mudas


Nem todas as espécies de vegetais são colocadas para germinar di-
reitamente na plantação. O início do ciclo vegetativo dessas espécies ocorre
em locais específicos chamados viveiros. As sementes são colocadas para
germinar nos viveiros por dois motivos mais gerais, o primeiro é técnico, pois
as sementes não iriam germinar se fossem lançadas diretamente no solo que
está separado para a lavoura. O segundo é econômico, porém derivado do
primeiro, se as plantas não germinarem, não haverá colheita e não havendo
colheita o produtor não teria lucro com a atividade agrícola.

Figura 47: Exemplo de viveiro agrícola.


Fonte: Disponível em: http://iguape.files.wordpress.com/2009/08/viveiro-de-mudas-de-pupunha.
jpg acessado em 23 de junho de 2010.

Depois que germinam e ficam um pouco mais fortes, as sementes


germinadas e crescidas, agora denominadas mudas são transferidas para o
local onde ficarão definitivamente, no caso o solo que foi preparado para
receber a lavoura.

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9.2 Plantio

O plantio é o ato pelo qual o produtor incorpora ao solo as semen-


tes da cultura que deseja para que elas germinem e cresçam ou ele faz
a plantação com mudas, as quais estavam se desenvolvendo nos viveiros.
Como exemplos de vegetais que têm suas sementes lançadas ao solo temos
o milho, o feijão, a soja e o arroz. Já o tomate, o coco, o café a manga são
exemplos de vegetais plantados por meio de mudas.

9.3 Cuidados com a plantação

Cuidados com a plantação são as ações tomadas pelo produtor para


que a sua lavoura cresça saudável e forte. São ações como manter a lavoura
limpa, realizar a irrigação na quantidade certa, combater as pragas e doen-
ças que por acaso ataquem a plantação e realizar a adubação corretamente.
Manter a lavoura limpa significa retirar dela possíveis ervas dani-
nhas que crescem entre a cultura desejada. Essas ervas daninhas irão con-
correr com a cultura desejada pelo espaço e pelos nutrientes do solo. A
retirada das ervas daninhas ocorre por meio da aplicação de herbicidas ou
por meios físicos como a retirada com enxadas e tratores. Também consiste
em deixar a lavoura limpa com a retirada de possíveis materiais deixados lá
pelos humanos, como garrafas de plástico, por exemplo.

Figura 48: Trabalhador limpando a lavoura através da enxada.


Fonte: Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_55anICIekBQ/SuHGykJ3dhI/ /s320/o+agricultor.
jpg acessado em 23 de junho de 2010.

A irrigação é de fundamental importância para a plantação, não


seria errado dizer que o principal cuidado com a lavoura é a irrigação. Pre-
cisamos deixar claro que a irrigação não é o simples ato de molhar a lavoura.
Irrigar é fornecer ao vegetal a quantidade de água necessária pra que ele se

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desenvolva, mas não se trata apenas de quantidade, tanto a falta de água
como o seu excesso fazem mal para a plantação. Também existem méto-
dos de irrigação, como o de gotejamento, por exemplo. Mas nós não iremos
Caro aluno, você deverá
entrar nos modelos de irrigação, esse não é nosso objetivo, basta saber que a realizar uma pesquisa
irrigação é um cuidado que se deve ter com a lavoura. na internet ou em
livros sobre os tipos de
irrigação existente. E
destacar um que pode
ser utilizado em sua
região.

Figura 49: Plantação sendo irrigada.


Fonte: Disponível em: http://www.amparo.sp.gov.br/noticias/agencia/2008/04_abril/
imagens/180408_irrigacao.jpg acessado em 24 de junho de 2010.

O combate às pragas e às doenças ocorre, normalmente, através da


utilização de agrotóxicos. Sempre que a ocorrência de determinada praga ou
doença colocar a lavoura em risco o produtor deve fazer uso de inseticidas,
fungicidas ou do produto necessário para que a lavoura volte a ficar saudável.

Figura 50: Trabalhador realizando a aplicação de inseticidas na plantação.


Fonte: Disponível em: http://www.brasilescola.com/upload/e/poluicao%20quimica8.jpg acessado
em 24 de junho de 2010.

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A adubação como já foi tratado anteriormente consiste na adição
de nutrientes e minerais ao solo para que as plantas possam produzir mais
e melhor. Existem muitos tipos de adubos assim como existem muitas técni-
cas de adubação. Cabe ao produtor contratar um profissional devidamente
habilitado para que ele faça a análise do solo e indique qual tipo de adubo
deve ser usado.

Figura 51: Produtor aplicando adubo na lavoura.


Otimizar: melhorar Fonte: Disponível em: http://www.b2babimaq.com.br/imgsist/anuncios/11111121861.jpg acessado
em 24 de junho de 2010.

9.4 Colheita
A colheita é o último estágio da produção agrícola. Todos os passos
anteriores são dados para se chegar a uma colheita em grande quantidade e
em grande qualidade. Precisamos compreender que cada tipo de cultura exi-
ge um tipo de colheita diferente. Dependendo do produto a ser colhido, será
necessária a utilização de máquinas, como também, dependendo da cultura,
a colheita exigirá que os produtos sejam colhidos manualmente.
Vamos citar alguns exemplos para que a compreensão seja mais
clara. Quando se trata de lavouras de grãos como a soja e o milho é preciso
que a colheita ocorra quando os grãos estão secos. A soja, particularmente,
é uma cultura voltada para a exportação em sua grande maioria. Ela, nor-
malmente, é plantada em grandes áreas por produtores com mais disponibi-
lidade de recursos. O ideal é que sua colheita seja realizada por máquinas,
no caso grandes colheitadeiras, para que a produção seja colhida de forma
rápida e eficiente.

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Figura 52: Exemplo de lavoura de soja sendo colhida.
Fonte: Disponível em: http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7BA63120EC-
4496-4DD0-9D2C-56E03FA97DDD%7D_soja_colheitadeira.jpg acessado em 24 de junho de 2010.

Em relação às frutas e também a algumas hortaliças elas, geral-


mente são culturas mais frágeis e exigem mais cuidado durante o processo de
colheita. Qualquer choque mecânico é capaz de estragar permanentemente
uma fruta e cada unidade perdida é um rendimento a menos para o produ-
tor. Como exemplos de frutas que exigem grande cuidado, podemos citar as
lavouras de pêssego, maçã e uva, no tocante às hortaliças temos o tomate
e o pimentão.

Figura 53: Produtor colhendo uvas.


Fonte: Disponível em: http://vinhosempauta.files.wordpress.com/2010/01/uva.jpg acessado em 24
de junho de 2010.

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9.5 Pós-colheita
Os atos pós-colheita envolvem o transporte dentro da propriedade
dos produtos, o processo de armazenagem, a classificação e embalagem dos
produtos colhidos. Nesse momento é que alguns produtores aumentam o va-
lor de seus produtos ou simplesmente evitam que eles se deteriorem. Como
já destacamos antes, os produtos agrícolas têm prazos de validade curtos,
assim o agricultor precisa agir rapidamente para armazenar e transportar
seus produtos de forma eficiente.
O transporte deve ser cuidadoso para que choques mecânicos não
estraguem os produtos diminuindo assim seu valor de mercado. A armazena-
gem e a embalagem corretas devem ser observadas para que o produto dure
mais e até mesmo agregue valor, como no caso de pequenos produtores de
hortaliças, basicamente, alface, que após a colheita dos pés os limpam e os
colocam em sacos plásticos usados especificamente para este fim. Com um
ato simples eles estendem o prazo de validade de seus produtos e aumentam
o valor deles no mercado.
É importante ressaltar que cada tipo de produto agrícola tem o
seu modo correto de ser transportado, armazenado e embalado. Cabe ao
produtor, identificar qual é o melhor tipo de transporte para o seu produto.
Assim como, qual seria o tipo de armazém e de embalagem adequados para
melhor conservar o produto.

Resumo
Nesta aula você aprendeu:
1- O que são viveiros e mudas, assim como sua utilidade e necessidade.
2- Sobre o plantio das culturas.
3- Sobre os cuidados com a plantação e alguns exemplos de cuidados.
4- Sobre a colheita e suas formas.
5- O que é pós-colheita e suas divisões.

Referências

CALLADO, Antônio André Cunha. Agronegócio. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Atividades de aprendizagem

1) A respeito dos viveiros, mudas e do plantio podemos afirmar que é cor-


reta a opção:

a) Todas as espécies de vegetais são colocadas para germinar diretamente


na plantação. Não se usa mais viveiros.

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