Introdução

Alimentar
Os primeiros utensílios
de alimentação da
criança

Introdução Alimentar
“Introdução alimentar na criança,
não é só uma fase, é um começo e uma
mudança permanente”.
Prefácio
Desde sempre que a introdução alimentar no bebé é vista
como um dos marcos do desenvolvimento mais
esperados e desejados pelos pais. Como tal, acarreta
grande ansiedade e receio por parte dos mesmos. “Será
que está preparado?”, “Qual o risco de se engasgar com
diferentes texturas?”, “Vai gostar?”, “Qual a quantidade
necessária?.

A todas estas questões só o bebé poderá responder no

entanto podemos ajudá-lo e facilitar essa transição. Nesta
fase não importa só qual o alimento, a quantidade ou a
consistência mas também a forma como o apresentamos e
introduzimos!
O que é alimentação?
A alimentação não é só a ingestão de alimentos, nutrientes e o sabor
associado. É também um processo motor, sensorial e social. O ato de
alimentação resulta da atuação conjunta de todos os orgãos e
músculos faciais. Tal atuação é responsável não só pela nutrição do
indivíduo mas também pelo crescimento e desenvolvimento
harmonioso das funções orais como respiração, sucção, mastigação,
deglutição e consequentemente a fala do bebé.

É nesta área, ainda desconhecida por muitos, que o Terapeuta da

Fala desempenha um papel fundamental ao avaliar e intervir
precocemente, quer seja em alguma dificuldade nas funções
mencionadas, e/ou em disfunções orais que comprometam a
sucção e amamentação, ou em fornecer estratégias facilitadoras
para uma alimentação eficaz e segura, assim como orientar quanto
aos alimentos, diferentes consistências e quantidades e utensílios
adequados.

Qual a idade ideal para a introdução

alimentar?
Todos os bebés têm um padrão de desenvolvimento
diferente e levam tempos diferentes para atingir as várias
etapas. No entanto existem pré-competências que o bebé
apresenta quando está preparado para iniciar a introdução
de novos alimentos.
 “Aprender a alimentar-se em segurança e de
forma eficaz pode demorar 3 anos”.

Um dos primeiros sinais apresentados pela criança é o

interesse que demonstra pela comida, se pede
frequentemente “comida do adulto”, se tenta levar à boca
diferentes alimentos…

Aliado a esta competência de interesse e pedido, também a

postura da criança é importante. Garantir que a criança
assume uma postura correta durante a alimentação é
essencial para que esta seja feita em segurança. Segurar a
cabeça e o tronco, realizar uma respiração nasal eficaz e
coordenada entre apneia e deglutição são imprescindíveis
para reduzir o risco de engasgo.
Cuidados a ter durante
alimentação.
A alimentação é um ato extremamente exigente pelo que
durante a mesma:

- Nunca deixe o bebé sozinho;

- Evite ambientes ruidosos e com muitas distrações
(Aparelhos eletrónicos);
- Seja paciente e dê tempo à criança para mastigar e
engolir;
- Deixe a criança explorar a comida com as mãos;
- Selecione bem as consistências e os evite alimentos rijos,
redondos, com sementes ou espinhas, que desintegrem
facilmente na boca…;
- Garanta uma postura correta do bebé;
- Alimente a criança de frente;
- Use utensílios adequados durante a refeição.
Utensílios de alimentação:
Para que o momento da refeição seja além de nutritivo,
proveitoso e estimulante há cuidados a ter na escolha dos
utensílios a usar.

- Cadeira
- Colher
- Copo de transição
- Prato
Cadeira
A postura é um dos requisitos mais importantes durante
alimentação pelo que na escolha da cadeira tenha atenção:

PosturaVertical
Costas direitas
Apoio para pés
Joelhos a 90º
Tabuleiro alinhado com cotovelos
Colher
A colher é um dos utensílios
que deve ser mudado
frequentemente e ser
adequado à cavidade oral
do bebé. Se inicialmente há a
tendência para uma colher
pequena e de silicone, aquando
do crescimento esta deve ser
substituída por uma colher
maleável, o mais rasa possível e
adequada ao tamanho da
cavidade oral da criança.
Copo de transição

Porquê o uso de um copo de transição e não de bico?

Os copos de bico promovem o reflexo de sucção, permitem
que o bebé continue a chuchar na tetina prejudicando assim
os primeiros dentes e o correto desenvolvimento das
arcadas dentárias. Estimulam também em demasia os
músculos da boca, principalmente os bucinadores,
conduzindo a alterações musculares.

Um copo de transição permite o crescimento facial

harmonioso assim como a correta manutenção de todas as
ações como respiração, mastigação, deglutição e fala.
Prato
Alimentar-se é cada vez mais um hábito social, visual e
atrativo como tal a apresentação da comida deve ser
apelativa o suficiente para que a criança desenvolva mais
apreço pela mesma. Apresentá-la por porções e quantidades
adequadas, com cores e formas que permitam a exploração
com as mãos é essencial para que o momento seja
satisfatório a todos os níveis. Sendo assim o prato deve estar
adaptado para que possa ser tocado pela criança sem risco
de entornar ou partir. Pratos de silicone, que se adaptam ao
tabuleiro da cadeira, com várias divisões são uma das
escolhas acertadas.
Conclusão

É importante reforçar que entre os 6 e os 10 meses, os bebés

entram num período de desenvolvimento neurológico e
sensorial, e estão mais predispostos a novas experiências e
conhecimentos, assim como a desenvolver competências
orais e motoras. No entanto cada criança é diferente e pode
levar mais tempo para iniciar ou concluir as mesmas etapas.

É igualmente necessário ressalvar que nem todos os bebés

e pais se adaptam aos mesmos utensílios e gostam dos
mesmos alimentos, pelo que se verificam muitas vezes
casos de recusa e seletividade alimentar assim como
dificuldade na introdução de novas consistências.
Assim que presenciar alguma dificuldade, ou persistir
com alguma duvida consulte o um Terapeuta da Fala, ele
saberá o que fazer.