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COMUNICAÇÃO

Jogos teatrais para comunicação oral de


pessoas com doença de Parkinson: Proposta
de intervenção fonoaudiológica

Theater game for oral communication of Persons


with parkinson’s disease: Proposal for speech-
language intervention

Juegos teatrales para comunicación oral en


personas con enfermedad de parkinson: Propuesta
de intervención en fonoaudiología

Elthon Gomes Fernandes da Silva*


Maria Lúcia Gurgel da Costa**
Léslie Piccolotto Ferreira***

Resumo

Para o tratamento de pessoas com Doença de Parkinson, a possibilidade de o espaço terapêutico


incorporar procedimentos de outras áreas tem sido evidenciada na literatura, inclusive com uso de
atividades teatrais. O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de intervenção
fonoaudiológica com utilização de Jogos Teatrais para o trabalho com voz, fala e expressividade de pessoas
com Doença de Parkinson. O roteiro de atividades sugere realização de técnicas vocais e de jogos teatrais,
que pretendem promover a comunicação oral, as relações interpessoais entre os integrantes do grupo
terapêutico e o uso da voz em seus ambientes familiar e social. Além de considerar a prática teatral como
mobilizadora e de integração entre aptidões humanas, nas atividades de grupo a comunicação favorece
a troca de informações, experiências e emoções que podem gerar motivação para cuidados com a saúde
e descoberta de estratégias de enfrentamento para lidar com a doença neurológica.
Palavras chave: Voz; Fala; Comunicação; Doença de Parkinson.

Abstract
For the treatment of people with Parkinson’s disease, the possibility to incorporate the therapeutic
procedures of other areas has been demonstrated in the literature with use of theatrical activities. This
paper aims to suggest a proposal for speech therapy with the use of Theatrical Games to work with voice,
speech and expression of people with Parkinson’s disease. The activity script suggests performing vocal
techniques and theater games, which aim to stimulate oral communication, interpersonal relations among
* Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa-PB – Brasil

**Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, Brasil

*** Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo-SP - Brasil

Contribuição dos Autores: EGFS Idealização do texto, pesquisa e escrita da comunicação. MLGC Escrita da comunicação e orientação. LPF Orientação e revisão do texto final.

Contato para correspondência: Elthon Gomes Fernandes da Silva - elthonfernandes@yahoo.com.br

Recebido:14/05/2016 Aprovado: 01/06/2016

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members of group therapy and the use of voice in their family and social environments. In addition to
considering the theatrical practice as a mobilizer and of integration of human skills, in group activities
communication promotes the exchange of information, experiences and emotions that can generate
motivation to health care and finding of coping strategies to deal with the neurological disease.
Keywords: Voice; Speech; Communication; Parkinson Disease
Resumen
Para el tratamiento de las personas con la enfermedad de Parkinson, la posibilidad de incorporar los
procedimientos terapéuticos de otras áreas se ha demostrado en la literatura, incluso con el uso de las
actividades teatrales. Este trabajo tiene como objetivo proponer una propuesta de terapia del habla con el
uso de juegos teatrales para trabajar con la voz, el habla y la expresión de las personas con la enfermedad
de Parkinson. El guión actividad sugiere la realización de técnicas vocales y juegos teatrales que tienen
como objetivo estimular no sólo los parámetros de la voz y del habla que facilitan la comunicación oral,
sino también las relaciones interpersonales entre los miembros de la terapia de grupo y el uso de la voz
en su familia y entorno social. Además de considerar la práctica teatral como una movilización y la
integración de las capacidades humanas, la actividad terapéutica de comunicación en grupo promueve
el intercambio de información, experiencias y emociones que pueden generar motivación para el cuidado
de la salud y la búsqueda de estrategias para hacer frente a afrontar enfermedad neurológica.
Palabras Clave: Voz, Habla, Comunicación, Enfermedad de Parkinson.

Introdução do Teatro no tratamento de sintomas motores e


não motores. Após a aplicação de metodologia
A prática teatral permite ao sujeito colocar-se terapêutica que utilizava o Teatro associado às
no lugar do outro, ampliando sua visão de mundo atividades motoras, foram relatados os benefícios
por meio da incorporação de novas perspectivas das atividades teatrais nos aspectos motores, na
1
, permitindo o recriar das relações interpessoais, independência funcional, na vida diária e também
além de favorecer o crescimento do indivíduo2. melhorias no nível de depressão, cognição, socia-
Enquanto arte coletiva e veículo de expressão do bilidade e comunicação5.
gesto e da voz, o Teatro também pode oferecer Embora os Jogos Teatrais não tenham sido
chances de o sujeito apropriar-se de sensações antes pensados para utilização terapêutica, pois têm
desconhecidas3. sua origem na área da Educação, mostraram-se
No Brasil, na última década, a literatura4 já facilitadores no processo terapêutico para voz,
referia os benefícios da utilização de oficinas tea- fala e expressividade de parkinsonianos, permi-
trais repercutindo nas capacidades comunicativas tindo socialização, uso da voz como recurso para
de indivíduos com alterações neurológicas. O uso expressão de ideias e emoções, identificação de
de oficinas que envolviam exercícios de improvi- ajustes necessários para próteses dentárias com
sação e Jogos Teatrais com afásicos, realizadas por intuito de facilitar a fonoarticulação e superação
pesquisador com formação acadêmica na área de de desafios6,7.
Arte4, permitiu a conclusão de que essas ativida- Os Jogos Teatrais são situações de improvisa-
des trouxeram, à população estudada, melhoria na ção nas quais uma situação é exigida, a partir do
habilidade comunicativa oral, além dos aspectos estabelecimento de regras e também da necessi-
de motivação e interação pessoal. dade de um ponto de concentração, que equivale
Em sujeitos com Doença de Parkinson (DP), a um Foco. Esse ponto de concentração está
estudo-piloto internacional indicou efetividade relacionado ao envolvimento com o problema a

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ser solucionado8. Três outros elementos básicos saúde e doença, além de ser influenciada por fatores
também compõem o sistema de Jogos Teatrais: biológicos, sociais, psicológicos e econômicos19.
Onde, Quem e O Que. Esses termos substituem os Assim, uma abordagem que não contextualiza os
termos teatrais: “cenário”, “personagem” e “ação procedimentos às queixas referidas pelo paciente,
de cena”. Ressalta-se que, mesmo utilizando a pala- no caso o parkinsoniano, pode tornar mais difícil
vra nessas atividades, ela não pode substituir a ação o caminho trilhado na superação de suas dificul-
física, uma vez que os jogadores obrigatoriamente dades. Em vista disso, há necessidade de ampliar
demonstram o Onde por meio da manipulação de as possibilidades terapêuticas2.
objetos8. A partir dessas observações, o presente tra-
A comunicação oral de pessoas com DP, balho tem por objetivo sugerir uma proposta de
conhecida na maioria das vezes como disartria intervenção fonoaudiológica com utilização de
hipocinética 9, apresenta características como: Jogos Teatrais para o trabalho com voz, fala e
imprecisão articulatória, soprosidade, pitch e loud- expressividade de pessoas com DP.
ness restritos, rugosidade, velocidade de fala variá-
vel e pausas inapropriadas durante o discurso10 - 12. Método
Os sintomas de evolução da doença são variá- O presente estudo de caráter teórico foi elabo-
veis, pois os pacientes podem permanecer muitos rado considerando a possibilidade de realização das
anos com os mesmos sintomas e pouco incapacita- atividades em sujeitos com DP e nos estágios 1 a
dos, enquanto outros apresentam progressão mais 3 de acordo com definição estabelecida na escala
rápida. Com os recursos terapêuticos disponíveis, de Hoehn e Yahr20, pois nessa fase o tremor evolui
na maioria dos casos, é possível manter o paciente de brando a moderado e o comprometimento da
em condições clínicas que permitam, por longos marcha e postura ainda está em fase inicial. Em
períodos, um nível de vida próximo ao ideal, estágios de incapacidade motora mais acentuada,
embora uma cura ainda não tenha sido encontrada13. por exemplo, nos estágios 4 e 5, vários exercícios
A inclusão de Jogos Teatrais pode facilitar da presente proposta não se aplicariam. Seria
uma abordagem de terapia fonoaudiológica em necessária escolha de atividades mais direcionadas,
que o treinamento fisiológico possa estar associado ponderando as especificidades que pacientes nesses
ao contexto relacional e dialógico do paciente estágios da DP apresentam.
com DP. Acredita-se, dessa forma, que ele possa A elaboração das etapas também conside-
experienciar situações semelhantes ao cotidiano e rou a realização dessa proposta de intervenção
compreender o uso da fala e da voz, pois um método fonoaudiológica em grupo, com somente um(a)
terapêutico nesse direcionamento favorece habili- fonoaudiólogo(a) acompanhando no máximo cinco
dades comunicativas por sua grande diversidade de participantes; em sala ampla, limpa e arejada; com
possibilidades de expressão verbal e não verbal7. uso de recursos de apoio básicos, como espelhos,
Os procedimentos para a terapia de voz cadeiras e material audiovisual.
estabelecidos na literatura14-16 direcionam acadê- Com relação ao tempo de trabalho, a proposta
micos em fase final do curso e profissionais em sugere um total de dez encontros, dois encontros
Fonoaudiologia na construção de estratégias tera- a cada semana e com duração de 01h30min cada,
pêuticas. O intuito na elaboração dessas estratégias totalizando 13 horas. Dessa forma, acredita-se
é trazer as melhores respostas vocais de forma que a atividade pode ter um tempo de realização
imediata, em que resultados positivos sejam reve- favorável para todos os componentes do grupo,
lados na própria sessão e que possam ser facilmente bem como haver chance de intervalo e descanso
incorporados no cotidiano dos pacientes. entre atividades. Outro fator a destacar é o tempo
Recursos artísticos diversos podem, inclusive, que o terapeuta deve dedicar ao acolhimento dos
ser introduzidos como estratégias de intervenção participantes no início de cada encontro, do mesmo
terapêutica, permitindo comunicação entre tera- modo que é necessário um tempo para conversa
peuta e paciente, além de melhoria da qualidade ao final, para que cada participante possa partilhar
de vida do sujeito assistido17,18. com o grupo as suas impressões após participação
As necessidades de usuários de serviços de nas atividades sugeridas.
saúde são apresentadas a partir da interpretação Para fins observacionais, antes de iniciar os
que esses sujeitos têm a respeito do que significa encontros com o grupo de sujeitos com DP, é

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necessário registrar, inicialmente, em anamnese, são: a respiração, fonação, articulação, ressonância
informações sobre o participante do grupo em e prosódia22.
folha de anamnese que possa colher principalmente De acordo com essa indicação, as atividades
dados de identificação, contatos, idade em que a podem ser agrupadas de modo a promover no
doença foi diagnosticada, tempo que está com a indivíduo com Doença de Parkinson, o exercí-
doença, medicamentos utilizados, tratamentos que cio em pontos que estão comprometidos em sua
realiza e impactos que as alterações de fala têm comunicação, ao mesmo tempo em que exploram
realizado na vida dessa pessoa. as potencialidades daquilo que ele ainda tem habi-
A comunicação dos participantes deve ser lidade de realizar.
registrada por meio de gravações de fala encade- Essas ideias corroboram com afirmação de que
ada no início e no final da série de 10 encontros o importante não é trabalhar com a doença, mas
para investigar se ocorreram mudanças. O(a) com o que ainda exista de saúde em cada indivíduo,
fonoaudiólogo(a) deve escrever sua impressão por mais afetado que tenha sido, e que essa parte
acerca dos parâmetros encontrados na fala de uma saudável seja fortalecida, para que ocupe um espaço
pessoa com disartria hipocinética. maior na vida desse cidadão23. Este conceito foi
Como estratégia para utilizar instrumento já apresentado por encenador e pesquisador teatral
conhecido na área fonoaudiológica e também um após experiência com utilização de jogos teatrais
na área da saúde mental23.
instrumento que seja disparador para o discurso
oral, sugere-se, respectivamente, as frases do
CAPE-V21 e imagens que representem temáticas Objetivos básicos da Proposta de
conhecidas pelo indivíduo, a exemplo de família, Intervenção
lugares conhecidos de sua cidade, atividades do dia
a dia. Dentre as opções de imagens, o sujeito deve A proposta de intervenção consiste na reali-
escolher apenas uma e fazer um comentário sobre zação de técnicas vocais e de Jogos Teatrais que
o que essa imagem lembra a ele. pretendem estimular: maior suporte respiratório;
A possibilidade de o sujeito escolher as ima- coordenação pneumofonoarticulatória (CPFA);
gens é um recurso facilitador para que se possa ampliar modulação vocal; aumento de intensidade
demonstrar intenção comunicativa durante a sua vocal; projeção vocal; expressividade corporal;
integração entre gestualidade e voz; as relações
fala, uma ação mais próxima do que pode ser
interpessoais entre os integrantes do grupo tera-
vivenciado no seu dia a dia.
pêutico e o uso da voz em seus ambientes familiar
e social.
Influências para construção do
As técnicas e Jogos Teatrais foram organi-
roteiro da Proposta de Terapia
zados à luz de técnicas vocais preconizadas para
a Fonoaudiologia14,15 e também de conceitos e
A literatura apresenta cinco bases que direcio- atividades utilizados em Jogos Teatrais24,25. Os
nam o fonoaudiólogo para avaliação de pessoas objetivos se baseiam nas propostas originais citadas
com comprometimento na comunicação oral por essas referências bibliográficas, combinadas às
devido a alterações neurológicas18. Essas bases que novas sugestões indicadas pelos autores do presente
funcionam harmonicamente mediante integridade artigo. As bases motoras mais envolvidas em cada
do sistema musculoesquelético periférico da fala atividade também são indicadas no quadro 1

Quadro 1. Jogo Teatral, objetivo original, descrição da atividade original, objetivos fonoaudio-

lógicos pretendidos, principais bases motoras envolvidas e possibilidades de adaptação da ati-

vidade para o trabalho com voz, fala e expressividade de pessoas com Doença de Parkinson.

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JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVOS BASE(S) POSSIBILIDADE DE ADAPTAÇÃO DA
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO MOTORA(S) ATIVIDADE
S
Câmera lenta / Explorar O primeiro pegador é Promover consciência Respiração O exercício propicia um movimento
Pegar e movimento e indicado. Todos corporal mais fluido e com consciência corporal.
Fonação
congelar 25 expressão física correm, respiram, A inclusão de sons facilitadores a
olham, agacham etc. Explorar movimento e Articulação exemplo de vogais, dos sons fricativos
em câmera lenta. expressão corporal Ressonância e bocejo permite que as emissões
Quando pegar outro durem maior tempo, influenciadas pelo
jogador, o primeiro Melhorar CPFA treinamento de capacidade respiratória
pegador congela. O durante a integração entre voz e
novo pegador busca movimento.
outro jogador. A
atividade segue até que
todos estejam
congelados
Revezamento Mobilizar o Dois grupos Explorar movimento e Respiração De acordo com as limitações físicas, a
com objeto 25 sistema físico enfileirados lado a lado. expressão corporal atividade pode ser feita com andar
Fonação
O primeiro de cada acelerado. A inclusão de sons
grupo tem um objeto na Melhorar CPFA Articulação facilitadores a exemplo de vogais e dos
mão e deve correr até Ressonância sons fricativos durante a rápida
o ponto estipulado, caminhada, permite emissões
tocá-lo e entregar o resultantes de treinamento de
objeto ao próximo capacidade respiratória por meio da
jogador integração entre voz e movimento.
Números Ajudar os Os participantes Explorar movimento e Respiração Após atribuir um número a cada
rápidos 25 participantes a formam semicírculo e expressão corporal jogador, a atividade pode ser realizada
Articulação
focar um numeram-se. O jogador durante caminhada pelo espaço e
problema número 1 chama o Melhorar CPFA Ressonância variando as velocidades. À medida que
número de outro a fala se mostra com velocidade rápida
jogador. O que foi ou lenta o participante experimenta a

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chamado responde CPFA em diferentes situações de
imediatamente com movimento
outro número. O que
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falha, chamando um
número antes de ser
chamado, vai ao final
do semicírculo
JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE ADAPTAÇÃO DA
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO( MOTORA(S) ATIVIDADE
S)
Nó 25 Mobilizar o O grupo forma um Promover consciência Respiração À medida que pode ser associado à
sistema físico círculo de mãos dadas. corporal inspiração e expiração, durante a busca
Um jogador passa por de movimento para mudanças de
Explorar movimento e
baixo das mãos de dois posição, o exercício propicia fluidez do
expressão corporal
integrantes do lado movimento e também consciência
oposto do círculo. corporal.
Aqueles que ficaram na
ponta, atravessam
outro ponto do círculo
formando um nó. O
grupo se desenrola a
partir dessa posição, e
sem soltar as mãos,
para voltar à condição
inicial

A orquestra Escutar tudo o Todos do grupo emitem Melhorar CPFA Respiração Os jogadores podem realizar diferentes
e o regente que se ouve um som rítmico e sons associados a um gesto
26
Melhorar coaptação Fonação
melódico. O que faz o representativo (exemplo: som agudo e
glótica
papel de regente os Articulação mãos para cima, som de forte
escuta. Fazer o som Criar sons vocais de intensidade e aperto das próprias mãos,
Ressonância
repetidamente, quando diferentes ritmos e etc.)
o regente acenar com melodias Modulação
gesto ou palavra. Caso
Promover
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contrário o participante
expressividade vocal

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fica em silêncio. O
durante criação de sons
regente pode criar sons
de diferentes
com ritmos e melodias
velocidades, durações,
diferentes
intensidades e timbres,
associando a
movimentos corporais

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JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE ADAPTAÇÃO DA
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO(S) MOTORA(S) ATIVIDADE

Sons rituais 26 Escutar tudo o Um grupo faz sons Explorar movimento e Respiração Existe também a possibilidade do próprio
que se ouve relacionados a um ritual expressão corporal participante fazer o som e movimento
Fonação
específico (exemplo: desse ritual particular
Criar sons vocais de
acordar pela manhã, sala Articulação
diferentes ritmos e
de aula, trabalho numa
melodias Ressonância
fábrica, etc.), enquanto o
outro grupo faz os Promover expressividade Modulação
movimentos relacionados vocal durante criação de
como se fosse a sua sons de diferentes
visualização. velocidades, durações,
intensidades e timbres,
associando a movimentos
corporais.

Caminhadas Sentir o corpo Os participantes do jogo Promover consciência Respiração Os movimentos podem estar associados a
no espaço n° 3: fisicamente caminham pelo espaço, corporal inspiração profunda e expiração com
esqueleto 25 com atenção ao controle de saída do ar. Movimentos de
Explorar movimento e
movimento do esqueleto ombros, braços e mãos podem ser
expressão corporal
(ossos e articulações) realizados durante essa caminhada com os
jogadores percebendo quais ossos e
articulações estão se movimentando.

Movimento Descobrir O instrutor fala o nome Promover consciência Respiração Após perceber que o grupo consegue
rítmico 25 movimento de um objeto (ex: trem). corporal realizar bem os movimentos de modo
Fonação
corporal natural Cada jogador rítmico e fluente, o instrutor pode solicitar
Explorar movimento e
imediatamente faz um Modulação que todos realizem os movimentos
expressão corporal

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movimento que o objeto incluindo algum som fricativo: primeiro som
lhe sugere. Quando os surdo e depois um fricativo sonoro.
movimentos ficarem Estimular estabilidade
rítmicos e fluentes, todos fonatória
Ana Paula Machado Goyano Mac Kay, Camila Fernanda Acevedo Andrades, Gabriela Paz Diaz Manzano

podem se espalhar pela


área de jogo
JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE ADAPTAÇÃO DA
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO(S MOTORA(S) ATIVIDADE
)
Mostrando o Descobrir uma Formando duplas ou Promover consciência Respiração Cada movimento pode estar associado à
ONDE sem variedade de trios, fazer acordo corporal emissão de um som fricativo escolhido
Fonação
os objetos 25 formas para sobre ONDE, QUEM e pelo jogador.
indicar o cenário O QUE. Os jogadores Explorar movimento e Articulação
mostram o ONDE sem expressão corporal
manipular objetos reais
(ex: turistas na esquina Estimular estabilidade
de uma cidade) fonatória

A, E, I, O, U Controlar a Um participante se Estimular estabilidade Respiração Os participantes podem se aproximar e


26 respiração coloca à frente do outro fonatória se afastar de forma mais lenta ou mais
Fonação
e emite os sons das rápida para favorecer maior domínio
Melhorar CPFA
vogais A, E, I, O, U. Articulação sobre os ajustes vocais necessários para
Deve ocorrer mudança Melhorar projeção vocal a projeção vocal em diferentes espaços.
Ressonância
de volume de voz de
acordo com a distância Modulação
que se mostra entre
cada dupla. Quanto
mais distante maior
deve ser o volume
dessa voz.

Efeitos Criar um Grupo de jogadores Melhorar projeção vocal Respiração A atividade deve ser realizada sem
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sonoros ambiente decide o ONDE e microfone e os jogadores que realizam os


Promover Fonação

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vocais 25 utilizando sons reúnem-se em frente a sons, distante do outro grupo.
expressividade vocal
um microfone para Articulação
durante criação de sons
produzir os sons. Não
em diferentes durações, Ressonância
há ação física em cena.
alturas, intensidades e
Modulação
timbres.

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JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE ADAPTAÇÃO DA
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO(S) MOTORA(S) ATIVIDADE

Roda de ritmo Escutar tudo o que Todos formam um círculo, Promover consciência Respiração
e movimento se ouve uma pessoa vai até o corporal
26
Fonação
centro e executa um
Explorar movimento e
movimento associado a Articulação
expressão corporal
um som. Os demais
Ressonância
repetem exatamente o Explorar modulação vocal
que foi realizado. Outro Modulação
integrante vai até o centro
do círculo e a atividade
sucessivamente ocorre
até que todos tenham a
experiência de indicar
movimento e som aos
demais colegas de grupo

Blablação – Introduzir as Os integrantes do grupo Aumentar loudness, Respiração Após perceber que o grupo consegue
introdução 25 possibilidades da mantêm uma projeção, resistência vocal realizar bem a atividade, pedir que eles
Fonação
comunicação não- conversação, com o e precisão articulatória alternem a conversa com a inclusão
verbal parceiro que está ao lado, Articulação para rápidos momentos comunicativos,
Sensibilizar para uso da
como se falassem numa em língua inventada, direcionados a
voz em diferentes Ressonância
língua desconhecida e jogadores que estão em maior distância
espaços entre

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devem seguir a conversa Modulação (ex: pequenos chamamentos, rápidas
interlocutores
como se ela fizesse perguntas, etc.)
perfeito sentido. Explorar modulação vocal
Ana Paula Machado Goyano Mac Kay, Camila Fernanda Acevedo Andrades, Gabriela Paz Diaz Manzano
JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO(S) MOTORA(S) ADAPTAÇÃO DA ATIVIDADE

Som Intensificar e Dois ou mais jogadores Aumentar loudness, Respiração Solicitar que esse envio de som
estendido25 estender a sentados a certa projeção, resistência vocal tenha diferentes velocidades e
Fonação
experiência distância, um envia o e precisão articulatória intensidades na voz
teatral, mostrando som ao parceiro. Ressonância
Estimular estabilidade
que o diálogo
fonatória Articulação
ocupa o espaço.
Sensibilizar para uso da Modulação
voz em diferentes espaços
entre interlocutores

Explorar modulação vocal

Fala Seguir o outro Em duplas, um de Estimular estabilidade Respiração


espelhada25 verbalmente, frente para o outro, um fonatória
Fonação
criando um jogador inicia conversa
Sensibilizar para uso da
diálogo. falando em voz alta. O Articulação
voz em diferentes espaços
colega espelha em voz
entre interlocutores Ressonância
alta a conversa do
iniciador do jogo Explorar modulação vocal Modulação
exatamente como foi
realizada

Caminhadas Desenvolver Os jogadores entram Desenvolver consciência Respiração O instrutor deverá colocar
no espaço: consciência em acordo sobre sensorial cadeiras no espaço de jogo,
Cego 25 sensorial ONDE, QUEM, O QUE pedir que os jogadores
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Explorar movimento e
e preparam área do caminhem de olhos vendados e

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expressão corporal
jogo com objetos reais. ao encontrar as cadeiras
Eles estão com os possam realizar movimentos de
olhos vendados e tarefas do dia a dia (ex: tomar
devem atuar como se café da manhã, escrever uma
pudessem enxergar carta, usar o computador, etc.)

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JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO( MOTORA(S) ADAPTAÇÃO DA ATIVIDADE
S)
É mais Descobrir Em grupo, todos Desenvolver consciência Respiração Pedir que os jogadores associem
pesado possibilidades de decidem quais os sensorial a ação de carregar no recipiente
Fonação
quando está adereços teatrais recipientes podem ser o objeto imaginário a um som
Explorar movimento e
cheio 25 utilizando objetos esvaziados, Modulação correspondente, ou seja,
expressão corporal
no espaço abastecidos e carregar “caixa pesada” (de
esvaziados novamente. Promover forma imaginária) realizando
Dois ou três jogadores expressividade vocal emissão com sons de esforço,
podem carregar os durante criação de sons por exemplo
objetos em conjunto. de diferentes durações,
Entre os exemplos alturas, intensidades e
pode ser colhendo timbres, associados a
maçãs, enchendo um movimentos corporais
baú do tesouro, Introduzir possibilidade
carregando água de comunicação não
verbal

Jogo de Escutar tudo o Cada participante Explorar movimento e Respiração O instrutor pode solicitar que
bolas que se ouve imagina estar com uma expressão corporal nesse jogo possam ser incluídos
Fonação
peruano 26 bola, inicia o jogo sons na forma de monossílabos
Promover
lançando essa bola e Articulação ou dissílabos (sejam eles
expressividade vocal
fazendo com a voz o Modulação plosivos ou vibrantes)
durante criação de sons
som produzido por ela
de diferentes durações,
durante essa atividade.
alturas, intensidades e
O instrutor indica que
timbres, associados a
cada um escolha um
movimentos corporais
parceiro e a atividade
se estabelece entre os Introduzir possibilidade

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jogadores. Quando de comunicação não
escutarem a frase verbal
“trocar as bolas!” Melhorar adução glótica
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devem procurar novos e ação esfincteriana da


parceiros e continuar o laringe
jogo
Quadro 1.
Continuação. OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE
ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO( MOTORA(S) ADAPTAÇÃO DA ATIVIDADE
JOGO S)
TEATRAL

Tocar e ser Criar consciência Os jogadores são Desenvolver Respiração Os objetos de espaço podem ser
tocado/ver e sensorial informados para consciência sensorial os próprios jogadores. O
Fonação
ser visto 25 caminhar livremente instrutor pode reduzir o espaço
Explorar movimento e
pelo espaço e tocar os Articulação de jogo e pedir que todos
expressão corporal
objetos. Também caminhem sem desviar do outro.
Ressonância
quando for percebido, Estimular À medida que ocorrer o toque
permitir que o objeto os expressividade vocal na Modulação entre os corpos, os jogadores
toque. criação de sons de podem ser solicitados a criarem
diferentes durações, diferentes sons
alturas, intensidades e
timbres, associados a
movimentos corporais

Blablação – Criar um Grupos de dois ou três Melhorar CPFA Respiração


português 25 momento de jogadores e o instrutor.
Explorar modulação Articulação
desequilíbrio Os participantes
vocal
escolhem um assunto Ressonância
e começam a Aprimorar ressonância
Modulação
conversar. O instrutor oral
indica “blablação!” e o
grupo continua
conversa em língua
desconhecida de forma
fluente até que o
instrutor novamente
indique “português!” e
eles retomem a
conversa utilizando a
língua original

Espelho com Comunicar-se Em duplas, um de Melhorar adução glótica Respiração Solicitar que os jogadores criem
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som 25 oralmente, mas frente para o outro, um melodias vocais como se


Estimular Fonação
não verbalmente jogador inicia emitindo inventassem trechos de músicas

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expressividade vocal na
sons. O colega espelha Articulação românticas, de jazz, de rock, etc.
criação de sons de
o som que ouviu.
diferentes durações, Ressonância
Quando o “troca!” é
alturas, intensidades e
indicado pelo instrutor, Modulação
timbres, associados a
os papeis se invertem
movimentos corporais

Explorar modulação
vocal

559
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO

560
JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO( MOTORA(S) ADAPTAÇÃO DA ATIVIDADE
S)
Sílabas Dar aos Os jogadores sentam Melhorar CPFA Respiração
cantadas 25 jogadores novo em círculo, um deles
Fonação
sentido à palavra sai da sala. O restante Explorar modulação
falada escolhe uma palavra e vocal Articulação
as sílabas são Ressonância
distribuídas de modo Aumentar projeção
que cada jogador fica vocal Modulação
com uma sílaba
apenas. O grupo
escolhe uma melodia
familiar (ex: parabéns
a você)

Todos cantam ao
mesmo tempo a
melodia, articulando
somente a sílaba que
foi atribuída a si. O
jogador que estava
fora retorna à sala e
escutando a melodia
procura compor a
palavra escolhida pelo
grupo
Rotação de Desenvolver a Um pequeno grupo Estimular intenção Respiração Solicitar ao grupo que realize
máscaras 26 capacidade de conversa, move-se e comunicativa por meio uma conversa utilizando a
Fonação
observação pelo observa-se durante de movimentos faciais máscara que está sendo
diálogo visual alguns minutos. O Articulação imitada. Cada participante pode

Distúrbios Comun. São Paulo, 28(3): 548-567, setembro, 2016


entre duas ou instrutor fala o nome Estimular comunicação Ressonância inicialmente emitir uma vogal
mais pessoas de um participante e oral entre interlocutores durante o movimento facial que
os outros passam a Modulação estiver realizando e com esse
Ana Paula Machado Goyano Mac Kay, Camila Fernanda Acevedo Andrades, Gabriela Paz Diaz Manzano

imitar a sua máscara. som estabelecer um diálogo


Depois se fala o nome com o colega. Também pode
de novo jogador e emitir palavras mantendo a
todos mudam para mesma máscara
imitar a máscara dele
JOGO OBJETIVO DESCRIÇÃO DA OBJETIVO(S) BASE(S) POSSIBILIDADE DE
TEATRAL ORIGINAL ATIVIDADE FONOAUDIOLÓGICO( MOTORA(S) ADAPTAÇÃO DA ATIVIDADE
S)
Rádio 25 Aprender a Três ou mais Melhorar CPFA Respiração Solicitar que enquanto um ou
selecionar o que jogadores decidem dois jogadores demonstram o
Estimular Fonação
ajudará a plateia sobre o QUEM. QUEM, o restante do grupo
expressividade vocal
a experienciar a Cada participante Articulação possa evidenciar o ONDE
durante criação de
história por meio faz uma lista de Ressonância também por meio de criações
sons de diferentes
da audição características que sonoras.
durações, alturas, Modulação
precisa comunicar
intensidades e timbres
por meio de som:
idade, peso, Estimular comunicação
atitude, etc. a cena oral entre interlocutores
é improvisada
apenas com a voz
e efeitos sonoros. A
plateia anota as
características
percebidas.
Quando o jogo
termina as listas
são comparadas

Construindo Ouvir e Com o grupo Sensibilizar para uso Respiração


uma estória compreender as sentado em círculo, da voz em diferentes
25
Fonação
Distúrbio Específico de Linguagem em Idade Escolar: revisão de literatura

palavras de uma o instrutor escolhe espaços entre


estória com um jogador que interlocutores Articulação

Distúrbios Comun. São Paulo, 28(3): 548-567, setembro, 2016


percepção plena iniciará a estória Ressonância
seja ela conhecida Melhorar CPFA
Modulação
ou inventada. Em
qualquer momento Aumentar loudness,
o instrutor aponta projeção, resistência
para novo jogador vocal e precisão
para que ele articulatória
continue a partir de
onde o último Estimular comunicação
jogador parou oral entre interlocutores

561
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO

562
Quadro 2. Roteiro de encontros na proposta de intervenção fonoaudiológica para pessoas com Doença de Parkinson. 5° Encontro 6°

1° Encontro 2° Encontro 3° Encontro 4° Encontro

Objetivos: Objetivos: Objetivos: Objetivos:


 Obter informações  Sensibilizar sobre os cuidados com a  Promover consciência corporal  Promover consciência corporal
saúde que favorecem a comunicação  Melhorar coaptação glótica
sobre voz, fala e  Explorar movimento e
 Promover consciência corporal  Melhorar CPFA
expressividade dos  Explorar movimento e expressão
expressão corporal  Criar sons vocais de diferentes
participantes da corporal  Melhorar coaptação glótica ritmos e melodias
oficina.  Melhorar coaptação glótica  Melhorar CPFA  Estimular expressividade vocal
.  Melhorar CPFA Justificativa: O trabalho com durante criação de sons de
Estratégias: Justificativa: É importante conhecer respiração facilita o paciente a diferentes velocidades,
 Gravação de fala sobre o funcionamento do próprio corpo encontrar as sensações de bem estar durações, intensidades e
encadeada para e o quanto os cuidados com saúde tem e relaxamento, assim como é uma timbres, associando a
movimentos corporais
observação das importância para a atividade condição preparatória em trabalhos
Justificativa: O efetivo uso da
principais comunicativa. A troca de informações mais ativos para comunicação, respiração para criação de sonoridades
características que facilita a adesão do paciente ao permitindo maior resistência para a permite o indivíduo conhecer e ampliar
se apresentam tratamento realizado e traz maiores fala e uso da voz em intensidade suas potencialidades vocais e também
prejudicadas na chances de sucesso terapêutico. forte. compreender que o uso da voz
disartrofonia Estratégias: Estratégias: relacionado ao movimento traz melhores
hipocinética. Utilizar  Conversa sobre cuidados com a  Técnica de movimentos possibilidades de expressar suas
as frases do CAPE- saúde e estratégias que facilitam corporais associados à intenções comunicativas

V e imagens que a comunicação verbal emissão de sons facilitadores Estratégias:


representem  Explanação sobre 15  Nó 25
temáticas anatomofisiologia da produção  Câmera lenta 25  Câmera lenta / Pegar e
conhecidas pelo vocal  Revezamento com objeto 25 congelar 25

Distúrbios Comun. São Paulo, 28(3): 548-567, setembro, 2016


indivíduo.  Técnica de movimentos corporais  Técnica de sons fricativos 15  Técnica de sons fricativos 15
associados à emissão de sons  Técnica de mudança de  Técnica de mudança de
cabeça com sonorização 15
Ana Paula Machado Goyano Mac Kay, Camila Fernanda Acevedo Andrades, Gabriela Paz Diaz Manzano

facilitadores 15 cabeça com sonorização 15


 Técnica de sons fricativos 15  Números rápidos 25  A orquestra e o regente 26
 Técnica de mudança de cabeça  Sons rituais 26
com sonorização 15
 Câmera lenta 25
5° Encontro 6° Encontro 7° Encontro

Objetivos: Objetivos: Objetivos:


 Promover consciência corporal  Promover consciência corporal  Desenvolver consciência sensorial
 Explorar movimento e expressão corporal  Explorar movimento e expressão  Explorar movimento e expressão corporal
 Estimular estabilidade fonatória  Estimular intenção comunicativa por meio de
corporal
movimentos faciais
 Melhorar padrão fonoarticulatório  Aumentar loudness, projeção,
 Melhorar CPFA
 Melhorar projeção vocal resistência vocal e precisão articulatória  Aprimorar ressonância oral
 Promover expressividade vocal durante  Reduzir nasalidade na voz  Melhorar adução glótica
criação de sons em diferentes durações,  Estimular estabilidade fonatória  Promover expressividade vocal durante criação
alturas, intensidades e timbres  Sensibilizar para uso da voz em de sons de diferentes durações, alturas,
 Melhorar adução glótica e ação diferentes espaços entre interlocutores intensidades e timbres, associados a
esfincteriana da laringe  Explorar modulação vocal movimentos corporais
Justificativa: Com o avanço das descobertas  Explorar modulação vocal
Justificativa: Ao integrar expressão verbal e
 Aumentar projeção vocal
sobre quais as sonoridades o paciente é capaz de corporal é possível que o paciente faça melhor
Justificativa: À medida que o paciente tem melhor
realizar, segue a necessidade de treinamento uso da comunicação. O domínio no uso de consciência do uso da sua voz integrada ao
fonoarticulatório para o efetivo uso dessa sonoridades viabiliza a prática de modulações movimento, atividades que permitem maior
sonoridade na palavra. Além disso, é necessário vocais para evidenciar diferentes intenções participação do grupo podem ser realizadas, pois
trabalhar com a musculatura adutora de laringe, comunicativas na fala (ex: questionamento, todos os participantes encontram as condições de
uma vez que na pessoa com Parkinson é negação, afirmação, surpresa, ordem). experimentar as potencialidades trabalhadas.
importante considerar que deficiências de fonte Estratégias: Estratégias:
glótica repercutem em prejuízo na deglutição.  Tocar e ser tocado/ver e ser visto 25
 Roda de ritmo e movimento 26
 Técnica de sons vibrantes 15
Distúrbio Específico de Linguagem em Idade Escolar: revisão de literatura

Estratégias:  Técnica de sobrearticulação 15


 Técnica de sons plosivos 15

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 Caminhadas no espaço n° 3: esqueleto 25  Técnica de sons vibrantes 15  Blablação – português 25
 Movimento rítmico 25  Blablação – introdução 25  Jogo de bolas peruano 26
 Mostrando o ONDE sem os objetos 25  Som estendido 25  Espelho com som 25
 A, E, I, O, U 26  Fala espelhada 25  Sílabas cantadas 25
 Efeitos sonoros vocais 25  Exercícios de acentuação frasal 14
 Técnica de esforço (empuxo) 15

563
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO

564
8° Encontro 9° Encontro 10° Encontro

Objetivos: Objetivos: Objetivos:


 Explorar movimento e expressão corporal  Explorar movimento e expressão corporal  Obter informações sobre voz, fala e
 Promover consciência corporal  Promover consciência corporal expressividade de pessoas com
 Desenvolver consciência sensorial  Promover autopercepção sobre o movimento Doença de Parkinson
 Expandir trato vocal corporal Justificativa: Ao finalizar uma intervenção
 Melhorar coaptação glótica  Expandir trato vocal fonoaudiológica é necessário investigar se
 Sensibilizar para uso da voz em diferentes  Melhorar coaptação glótica ainda persistem algumas queixas
espaços entre interlocutores  Sensibilizar para uso da voz em diferentes relacionadas à comunicação, quais as
 Melhorar CPFA espaços entre interlocutores potencialidades foram aprimoradas e quais
 Promover expressividade vocal durante  Melhorar CPFA ainda precisam ser trabalhadas.
criação de sons de diferentes durações,  Aumentar loudness, projeção, resistência vocal Estratégias:
alturas, intensidades e timbres e precisão articulatória  Gravação de fala encadeada para
 Intensificar comunicação oral entre  Intensificar comunicação oral entre registrar se houve mudança das
interlocutores interlocutores principais características que se
Justificativa: Atividades que incluem uso da palavra Justificativa: O exercício de associação voz- apresentam prejudicadas na
falada são disparadoras para o discurso oral não movimento, de emissão com estabilidade fonatória e disartrofonia hipocinética. Utilizar as
somente em âmbito terapêutico, mas também nos com treinamento fonoarticulatório contextualizado (ex: mesmas frases e imagens do
âmbitos familiar e social. A prática contínua de conversa espontânea ou criação de estória) permite o encontro inicial.
técnicas para estabilidade fonatória envolve terapeuta observar as estratégias utilizadas pelo
atividade da musculatura adutora de laringe, paciente durante comunicação com interlocutor.
minimizando riscos de prejuízo na deglutição. Estratégias:
Estratégias:  Técnica de movimentos corporais associados à
 Movimentos corporais associados à emissão emissão de sons facilitadores 15
de sons facilitadores 15  Roda de ritmo e movimento 26

Distúrbios Comun. São Paulo, 28(3): 548-567, setembro, 2016


 Tocar e ser tocado/ver e ser visto 25  Técnica de firmeza glótica 15
 Técnica de firmeza glótica 15  Som estendido 25
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 Som estendido 25  Técnica de sons vibrantes 15


 Técnica de sons vibrantes 15  Técnica de sobrearticulação 15
 Efeitos sonoros vocais 25  Construindo uma estória 25
 Rádio 25
Distúrbio Específico de Linguagem em Idade Escolar: revisão de literatura

COMUNICAÇÃO
projeção vocal, expressividade corporal, fluidez no
Conclusão
discurso oral e integração entre gestualidade e voz.
A prática de habilidades comunicativas,
A possibilidade de realizar terapia em grupo
foi referida por fonoaudiólogos como estratégia expressão vocal e gestual, pode auxiliar a pessoa
positiva no tratamento de disfonias26. A dinâmica com DP em diferentes contextos de sua vida: fami-
de atividade em grupo possibilita trazer aos pro- liar, profissional e social.
fissionais uma reflexão quanto ao modelo de aten- Desse modo, infere-se que ao criar atividade
dimento, prestar assistência à grande demanda de que envolva sonoridade e movimento, num trabalho
pacientes, e também sobre como potencializar esse integrado a contextos de uso da fala, o paciente
modo de intervenção26. esteja sensibilizado às condições de autoconheci-
A terapia em grupo foi iniciada na fonoaudio- mento sobre as potencialidades do seu corpo, e de
logia para suprir a grande demanda de pacientes como fazer uso dele nas situações comunicativas
em lista de espera na saúde pública, e foi muito em seu dia a dia.
criticada. Contudo, o que se descobriu, mais tarde, Considerando a prática teatral como mobili-
é que essa estratégia de abordagem fonoaudio- zadora e de integração entre aptidões humanas, a
lógica tem como seu maior alicerce a certeza de exemplo da motricidade, cognição, emoções, per-
que a comunicação ocorre no social, na relação cepção sensorial29, propor nova forma de interven-
intersubjetiva, e, por isso, o grupo se torna o loco ção fonoaudiológica, com uso dos Jogos Teatrais,
ideal de comunicação. permite utilizar estruturas orgânicas envolvidas na
Na criação de um espaço de diversidades se fonoarticulação e na expressividade corporal, em
permite uma dinâmica interativa entre as caracterís- atividades que estimulem o sujeito a reconhecer-
ticas sócio históricas de cada sujeito, e desse modo, -se em atitude comunicativa. Se no Teatro o ator
cada qual se transforma no grupo ao mesmo tempo utiliza seus movimentos e realiza ações físicas,
em que é transformado por ele26. O grupo também estabelecendo um espaço de ação compartilhado
promove a diversidade de experiências e conheci- com o espectador, na vida cotidiana a realização
mentos compartilhados nas sessões, diminuindo, de ações traz a mesma condição de espaço de ação
assim, o isolamento, o peso e a ansiedade criados compartilhado quando duas pessoas interagem30.
pela patologia em torno do sujeito e de sua família27. Além disso, por meio de atividade coletiva, o
Em grupo de parkinsonianos que participaram diálogo favorece troca de informações, experiên-
de abordagem complementar na Arte terapia com cias e emoções que podem gerar motivação para
argila, foi observado que diante da oportunidade cuidados com a saúde e descoberta de estratégias de
de criação, seguido de uma discussão verbal sobre enfrentamento para lidar com a doença neurológica
o seu material, o próprio sujeito tem as condições e suas implicações na fala e na linguagem.
que o permite tornar-se fisicamente envolvido com
o grupo e também o ajuda a criar reações pessoais Referencias Bibliográficas
para utilizar mais o modo de contato visual e refor-
çar os seus meios de comunicação28. 1.1. Goldschmidt IL. O Teatro de Augusto
A discussão verbal sobre a atividade também Boal e a educação profissional em saúde. Trab Educ
está presente na metodologia dos Jogos Teatrais. Saúde. 2012, 10(1): 61-9.
É o momento da reflexão individual e coletiva,
no qual o participante é convidado a falar sobre o 2. Gherardi-Donato ECS, Corradi-Webster
próprio desempenho e o dos parceiros7. CM, Bragagnollo GC, Ferreira CRP, Gherardi-
Os quadros apresentados no presente trabalho Donato M. Teatro e Saúde Mental: experiência de
trazem relação entre formas de práticas vocais usuários em hospital-dia. Sau & Transf Soc. 2011,
da área teatral e fonoaudiológica. Embora sejam 2(1): 121-26.
campos de formação diferentes, o artístico e o
da saúde, a integração entre eles ocorre porque 3. Silva EGF, Martins RMA, Nascimento
envolvem a temática da comunicação com possi- GKBO, Souza SR, Ferreira LP. Considerações
bilidade de promover maior suporte respiratório, sobre o uso de métodos teatrais como abordagem
maior presença de entonações na fala, precisão terapêutica para pessoas com Doença de Parkinson.
articulatória, aumento de intensidade vocal, melhor Rev Kairós Gerontologia. 2013, 16(3): 41-52.

Distúrbios Comun. São Paulo, 28(3): 548-567, setembro, 2016 565


Ana Paula Machado Goyano Mac Kay, Camila Fernanda Acevedo Andrades, Gabriela Paz Diaz Manzano
COMUNICAÇÃO

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COMUNICAÇÃO
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