Este documento resume uma aula sobre o artigo "O estudo de caso ampliado: raça e classe na África pós-colonial", de Michael Burawoy. O texto explica que o método de estudo de caso ampliado busca estabelecer um diálogo entre fenômenos micro e macro na pesquisa social. No estudo de caso de Burawoy em uma fábrica na Zâmbia, os fenômenos micro eram as iniciativas de nacionalização da economia, enquanto os fatores macro eram as forças de classe que mantinham
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Título original
Atividades de leitura orientada_Aula6 (2)- Métodos e técnicas de pesquisa I
Este documento resume uma aula sobre o artigo "O estudo de caso ampliado: raça e classe na África pós-colonial", de Michael Burawoy. O texto explica que o método de estudo de caso ampliado busca estabelecer um diálogo entre fenômenos micro e macro na pesquisa social. No estudo de caso de Burawoy em uma fábrica na Zâmbia, os fenômenos micro eram as iniciativas de nacionalização da economia, enquanto os fatores macro eram as forças de classe que mantinham
Este documento resume uma aula sobre o artigo "O estudo de caso ampliado: raça e classe na África pós-colonial", de Michael Burawoy. O texto explica que o método de estudo de caso ampliado busca estabelecer um diálogo entre fenômenos micro e macro na pesquisa social. No estudo de caso de Burawoy em uma fábrica na Zâmbia, os fenômenos micro eram as iniciativas de nacionalização da economia, enquanto os fatores macro eram as forças de classe que mantinham
BURAWOY, Michael. O estudo de caso ampliado: raça e classe na África pós-colonial.
In: ______. Marxismo sociológico. São Paulo, Alameda, 2014, pp. 39-96.
1) Explique como funciona o estudo de caso ampliado. Atente-se para a forma
como Burawoy propõe a superação da oposição macro e micro fenômenos sociais na pesquisa. R: O método de caso ampliado, aqui, é tratado como uma ciência reflexiva. Quando o modelo reflexivo é aplicado à técnica de observação participante, tem-se um estudo de caso ampliado. A estratégia “participativa”, ou teoria “residente” que Burawoy afirma estar na base do que ele denomina “modelo reflexivo de ciência” busca tematizar a nossa participação (na condição de cientistas sociais) no mundo a ser estudado. Esse modelo de ciência “[…] abraça não o afastamento, mas sim o engajamento como via para o conhecimento sociológico” (2014, p. 42). Com isso, o estudo de caso ampliado busca — com a aplicação da ciência reflexiva à etnografia — extrair o universal do particular, fazendo “micro” e “macro” estabelecerem um diálogo.
2) Especificamente no estudo na fábrica de Zâmbia, quais eram os fenômenos
micro e macro em análise? A que conclusão chega Burawoy sobre a relação entre eles? R: Os fenômenos “micro” do estudo de Burawoy se dão a partir da zambianização — nome dado às iniciativas de nacionalização da economia da Zâmbia em um contexto pós-colonial. Para realizar o estudo, o autor se insere na Unidade de Pesquisa de Pessoal da Agência de Serviços da Indústria de Cobre da Anglo American Corporation. Isso se deu por meio da obtenção de um cargo administrativo da agência que, por sinal, estava no centro das relações de produção relativas ao cobre. Dessa maneira, Burawoy aproveita sua presença no campo para reconstruir como aquelas dinâmicas locais estão interligadas a contextos maiores. Vemos que, se ampliadas para além de seu contexto específico, elas podem evidenciar forças de classe que mantinham o subdesenvolvimento do país se situadas em uma análise de classe do mundo pós-colonial (2014, p 53).
3) Destaque as principais características da etnografia de Burawoy.
R: As principais características da etnografia de Burawoy é a aplicação do modelo reflexivo à observação participante. Há um ênfase na participação ativa do observador. Um engajamento. Além disso, busca-se com a coleta de dados em campo, dialogar com as forças externas que influenciam as narrativas locais.