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Introdução
objeto; ele deriva da visão e/ou interpretação relativa a cada indivíduo sobre este e
sobre os outros, através da cognição (MATURANA, 2001).
Intitulada Teoria da Autopoiese e articulada juntamente com o também biólogo
e filósofo conterrâneo Francisco J. Varela García (ARNOLD-CATHALIFAUD, 2021), o
estudo compreende o processo de identificação e entendimento sobre um objeto, um
ser vivo e seus domínios, etc, a partir do sistema biológico e fenomenológico do
conhecer, de acordo com a existência física destes; o “vir-a-ser” de cada um ou cada
coisa. Discutindo aspectos da vida cotidiana, o desenvolvimento do conhecimento
científico é fomentado pela cognição do observador em relação ao aspecto
experimental real, o conhecido (MATURANA, 2001).
Nesse sentido, Humberto torna-se um pesquisador com abordagem mais
humanista, visto que na História da Ciência, muito se defendeu sobre o
desenvolvimento do conhecimento a partir da experiência, do simples ato de observar
a natureza. A grande questão positivista e, portanto, que em nada assimila-se às
ideias de Maturana, é que o saber (conhecimento, aprendizado, ciência) já existia de
alguma forma e apenas aguardava àquele capaz de interpretá-lo e disseminá-lo no
formato mais adequado e verídico possível.
É evidente que este pensamento foi modificando-se à medida em que a
História caminhava e consigo novos estudiosos, chegando-se a manifestações da não
linearidade do desenvolvimento da ciência, da subjetividade, relatividade, etc. Para
ele, portanto, o desenvolvimento científico, ou o conhecer, mostra-se independente
de algo concreto e derivado da experiência, mas é subordinado à domínios internos,
biológicos, partes da cognição do indivíduo, apenas “auxiliados” por referências
externas (MATURANA, 2001, 2019).
Maturana (2001, p. 25), exemplifica:
[...] se eu, psicólogo, digo que há aqui duas situações: uma, em que há um
objeto pintado ou iluminado de alguma maneira com uma composição
espectral de no máximo 545 nanômetros, quer dizer, com a composição
espectral verde; eu pergunto que cor é essa, e me respondem: verde. Outra,
como no experimento das sombras coloridas, na qual não há a mesma
composição espectral, eu pergunto que cor é essa, e a resposta é: verde.
Notem que não se pode distinguir entre uma e outra na experiência. Por isso
é que lhes damos o mesmo nome. Para distinguir um verde do outro verde e
dizer que um é ilusão cromática e o outro não, é preciso fazer referência a
uma outra coisa que não é a experiência: é preciso fazer referência à situação
de composição do sistema luminoso todo para dizer que, no caso das
sombras coloridas, só há luz branca e que, portanto, a visão do verde é uma
ilusão cromática.
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Considerações Finais
Referências
https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/10326/0. Acesso
em: 02 nov. 2021.