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Carla Couana
Florinda Coana
João Mboa
Júlio Vaz DaFonseca
Néuria Marengula
Virgínia Faque

Estrutufuncionalismo

Licenciatura em Antropologia

Universidade Pedagógica de Maputo

Faculdade de Ciências Socias e Filosofia

Maputo

2023
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Carla Couana
Florinda Coana
João Mboa
Júlio Vaz DaFonseca
Néuria Marengula
Virgínia Faque

Estrutufuncionalismo

Licenciatura em Antropologia

Trabalho em grupo a apresentar no departamento de


ciências sociais e filosofias, para o efeito de
avaliação, na cadeira de História da Antropologia: 1º
ano laboral

Prof. Doutor Agostinho Viana

Universidade Pedagógica de Maputo

Faculdade de Ciências Sociais e Filosofia

Maputo

2023
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Introdução

No presente trabalho, falaremos do estrutural funcionalismo de Radcliffe-Brown, este que


fundou a abordagem teórica antropológica chamada Estrutural-Funcionalismo. Parte da crítica
ao método evolucionista por entender que as organizações sociais do presente existem por ser
funcionais às necessidades dos povos hoje, e não por serem remanescentes de um passado em
que esses povos se originaram.
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O que é?

O Estrutufuncionalismo de Radcliffe Brown é uma abordagem teórica dentro da antropologia


social que busca compreender as estruturas sociais e suas funções na sociedade. Radcliffe-
Brown argumentava que as instituições sociais desempenham papéis específicos na
manutenção da ordem social e na resolução de conflitos.

Período da sua emergência/vigência

O Estrutural-Funcional, é a junção de estruturalismo e Funcionalismo, que são dois


paradigmas, que fazem hoje parte do museu da teoria antropológica, marcaram a antropologia
social europeia, sobretudo britânica, até pelo menos ao início da década de 1950.O
funcionalismo interpreta a sociedade como se ela fosse um organismo; cada parte do sistema
desempenha uma determinada função. O trabalho do antropólogo seria explicar as funções das
diferentes partes do sistema social. As teorias funcionalistas na antropologia estão associadas
a duas escolas britânicas: o funcionalismo de Bronislaw Malinowski e o estrutural-
funcionalismo de Alfred R. Radcliffe-Brown

Principais autores

Radcliff Brown-(1881-1955)

Nascido na grã Bretanha foi professor de Antropologia na universidade de cabo (1921-1925)


Sidney (1925-1931)e Chicago (1931-1937), desenvolveu ,grande parte,do seu trabalho
académico e de docência fora da grã Bretanha.
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Radcliff exerceu uma grande influência como professor universitário,como sistematizador de


teorias antropológicas e pesquisador.O estudo das sociedades humanas foi reconhecido como
ciência a partir de trabalhos como os Radcliffe,para fatos sociais deveriam ser retratados
como fatos naturais passíveis que permitem a descoberta das leis que os governam.

Radcliff exerceu seus estudos nas ilhas Andaman as relações entre a estrutura social e as
actividades socos sem, levar em conta as necessidades biológicas inspirado no organismo de
Herber Spencer: Ele via a sociedade como um sistema orgânico mantido por relações
retroalimentadas .

BARNARD diferencia entre “funcionalismo em sentido restrito” e “funcionalismo estrutural”.


Na primeira corrente a figura destacada é Malinowski, com discípulos como Raymond Firth.
Ao funcionalismo estrutural pertencem Radcliffe-Brown e seguidores seus como Evans-
Pritchard (nos primeiros trabalhos), Isaac Schapera, Meyer Fortes e outros, focando
principalmente nas estruturas sociais e os sistemas de relações sociais que mantem uma
sociedade estável e integrada. Por outro lado, Malinowski centra a sua atenção nas funções
sociais e psicológicas de vários fatos e processos culturais que são fundamentais para a
reprodução tanto da sociedade como dos indivíduos. estrutural-funcionalismo tomava a
antropologia social como uma ciência que deveria ser desenvolvida nos moldes das ciências
naturais, pois defendia que a sociedade funcionava de acordo com leis que podiam ser
identificadas.

Ideia chave/ defendida

Para Radcliffe-Brown, a sociedade é vista como um sistema complexo, composto por


diferentes elementos interconectados. Ele enfatizava a importância de analisar as relações
sociais e os padrões de interação entre os indivíduos, a fim de compreender como a sociedade
funciona como um todo.

Uma das principais contribuições de Radcliffe-Brown foi a ênfase na análise das estruturas
sociais e suas funções. Ele argumentava que as instituições sociais, como a família, o sistema
educacional e o sistema político, desempenham funções específicas na sociedade e
contribuem para a estabilidade social.
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Além disso, Radcliffe-Brown também enfatizava a importância da análise comparativa na


antropologia. Ele defendia que para compreender plenamente uma determinada sociedade, era
necessário compará-la com outras sociedades e identificar padrões universais ou recorrentes.

A corrente estrutural-funcionalista desenvolveu-se no âmbito de uma abordagem mais


sociológica, que lidava sobretudo com o desenvolvimento e funcionamento das “instituições
sociais”, e que se opunha à abordagem mais tradicional, geográfica, preocupada sobretudo
com a difusão cultural, classificação dos povos e suas migrações. Nesse sentido, e apesar do
seu esquema conceptual simples, o estrutural-funcionalismo representavar uma certa
revolução teórica face ao carácter meramente particularístico e descritivo da abordagem
tradicional.

Segundo Malinowski a designação “antropologia funcionalista” deve-se a ele próprio e ao


seu sentido de irresponsabilidade (e imodéstia). De acordo com a teoria funcionalista os
elementos culturais serviam para satisfazer as necessidades dos indivíduos em sociedade,
estas, por sua vez, eram determinadas pela própria biologia humana. Por exemplo, para
Malinowski, a religião e a magia serviam para apaziguar as ansiedades originadas pela
incerteza em que vivemos quanto à satisfação das nossas necessidades.

Para Radcliffe-Brown, a questão não era tanto a de saber se a cultura se colocava ao serviço
das necessidades individuais mas sim a de descobrir de que modo ela contribuía para a
manutenção de uma estrutura social equilibrada. Entendendo por estrutura social a rede total
de relações sociais existentes numa sociedade. Um exemplo clássico de aplicação da teoria
estrutural-funcionalista é a análise da maneira como as diferentes sociedades lidam com as
tensões sociais que resultam dos laços de casamento. Estas tensões caracterizam a forma
como os parentes consanguíneos da noiva se relacionam com os parentes consanguíneos do
noivo.

Estrutural-Funcionalismo

Na antropologia, as perspectivas teóricas estrutural-funcionalistas explicam fenômenos


socioculturais a partir de funções, propósitos e relações estruturantes das instituições humanas.

Essas teorias são frequentemente confundidas. Não por menos, pois outras disciplinas, desde
a filosofia até o design, tiveram seus “funcionalismos” e “estruturalismos”. Em vista disso, é
útil discorrer sobre os proponentes do oestrutural-funcionalismo na antropologia, bem como o
contraste com outras disciplinas notoriamente na sociologia, também o estruturalismo de
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Lévi-Strauss. Por fim, aborda-se de passagem as influências do estrutural-funcionalismo nos


estudos sociais no Brasil, além das críticas e conceitos-chaves dessas teorias.

Proponentes

Baseados no Reino Unido, Malinowski e Radcliffe-Brown difundiram suas teorias com as


publicações de suas notáveis etnografias em 1922. Como visto a seguir, os dois teóricos
apresentaram diferentes nuances das duas perspectivas.

Métodos usados

Radcliffe-Brown passa a utilizar o método comparativo das provas das pesquisas de campo
para analisar os “sistemas culturais totais” procurando principios universais para as
sociedades humanas, pois “o trabalho de campo deve buscar os princípios estruturais abstratos
e os ‘mecanismos’ de integração da sociedade”.

O parentesco e o totemismo foram elementos de grande importância para esse pensamento.


No estrutural-funcionalismo o parentesco é um sistema jurídico que impõe direitos e deveres
desde sociedades de pequena escala, estando presentes em todas elas, “uma instituição
fundamental, agora como motor (…), de uma entidade autossustentável e integrada
orgânicamente, e todavia abstrata, chamada estrutura social (…)”.

Assim, o parentesco passa a ser chave pela qual os estrutural-funcionalistas passam a estudar
outras instituições da vida social, pois é visto como uma estrutura que possibilita o
aparecimento de novos grupos com dinâmica própria ou corporações.Nesta abordagem teórica
a manutenção da estrutura social é a função e, ao mesmo tempo, a causa da existência desses
sistemas funcionais, pois as instituições existiriam porque mantêm o todo social.

Críticas

No entanto, é importante ressaltar que o estrutural funcionalismo de Radcliffe-Brown também


recebeu críticas. Alguns argumentaram que sua abordagem tendia a enfatizar demais a
estabilidade social em detrimento das mudanças sociais e das tensões internas dentro da
sociedade.

Na antropologia e na sociologia as criticas estrutural -funcionalismo são comuns a visão da


sociedade como funcionalmente coesão e estável e de certa maneira como um sistema fechado
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Outra crítica é a visão dos conflitos que ou seriam exceções ou teriam funções no sistema
geral, por fim essas teorias seriam tautológicas e teleológicas

Tautológicas porque explicavam a função das estruturas em relação ao todo social e todo
social em função da estrutura

Teleológicas porque atribuía funções a cada estrutura social para poder manter o quebra-
cabeça mesmo que a peça não encaixasse

Com uma síntese crítica das abordagens Estrutural funcionalistas Malinowski e Siegfried
Frederick NadeII ( 1903-1956) compreendiam a estrutura social como a própria realidade cuja
precisão vale somente para o grupo estudado pelo tempo escrito, assim Nade rejeitou o uso
isolado do método e teorias funcionalistas e estruturalistas aliando -os na interpretação de
dados e etnografias .

Adicionalmente, essas teorias falhavam em providenciar uma explicação coerente para as


causas dos fenômenos socioculturais.

O estrutural-funcionalismo não explicava porque razão as sociedades satisfazem as suas


necessidades funcionais de maneiras tão diferentes. Por exemplo, porque é que numas
sociedades o pai desempenha o papel de “irmão mais velho” com quem se pode ter uma
relação de brincadeira, enquanto noutras é uma figura autoritária que se teme e respeita? O
principal mérito do estrutural-funcionalismo foi a sua preocupação central com o trabalho de
campo e a recolha etnográfica. À semelhança do que se passou com o culturalismo de Franz
Boas, nos EUA, tanto Radcliffe-Brown como Malinowski achavam que recolher informação
etnográfica era mais importante do que teorizar amplamente.

As críticas do Estrutural- funcionalismo a antropologia é que na visão da sociedade como


funcionalmente coesa e estável seria um sistema fechado.

Apesar das críticas, o estrutural funcionalismo de Radcliffe-Brown continua sendo uma


abordagem influente na antropologia social, ajudando a compreender as estruturas sociais e
suas funções em diferentes sociedades ao redor do mundo.
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Conclusão

Findo trabalho, o grupo concluiu que Para essa abordagem Estrutural-funcional “cada
sociedade estudada era considerada como uma ‘totalidade’, como um organismo cujas partes
eram integradas e funcionavam de um modo mecânico para manter a estabilidade social”.
Buscava-se princípios em comum entre as estruturas sociais a fim de compreender a função
que aqueles elementos em comum exerciam para a manutenção e coesão da sociedade.
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Referências Bibliográficas

SANTOS, Armindo: Antropologia geral ( etnografia, etnologia, A.social)

BATALHA, Luís: Antropologia-uma perspectiva holística. Lisboa, ISCSP. 2004

GHASARIAN, Christian: Introdução ao estudo do parentesco. edit. Terransr

VILANCULO, Gregório Zacarias. Manual de Antropologia cultural de Moçambique

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