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Malinowski
Foi aluno de Durkheim facto que influenciou bastante nas suas bases teóricas e a adoção do seu
método de análise do fenómeno social. Este antropólogo britânico introduz o seu funcionalismo por
forma a instituir leis gerais sociais através de uma abordagem de cultura e isso resulta pela
primeira vez na instituição da antropologia social, onde o Malinowski e o Radcliffe-brows são tidos
ate hoje como fundadores da antropologia social Britânica e clássicos da antropologia moderna.
Malinowski constrói a sua abordagem criticamente aos preceitos evolucionistas e chama atenção
pela sua visão contrária a descriminação das sociedades tidas como primitivas pelo sistema inglês e
exorta uma compreensão profunda e importância dessas sociedades. Portanto ele afata-se da
abordagem de reconstrução histórica e evolucionista, fundamentando, o que ele viria a chamar de
Funcionalismo.
Malinowski demonstrou que não se pode estudar uma cultura analisando-a do exterior, e ainda
menos a distância. Não se satisfazendo com a observação direta “em campo”, ele sistematizou o
uso do método etnográfico chamado de “observação participante” (expressão criada por ele),
Ele elabora uma teoria (o funcionalismo) que tira seu modelo das ciências da natureza tal como o
seu mentor Durkheim terá o feito no seu Funcionalismo, o indivíduo sente certo número de
necessidades, e cada cultura tem precisamente como função a de satisfazer à sua maneira essas
necessidades fundamentais. Cada uma (cultura) realiza isso elaborando instituições (econômicas,
políticas, jurídicas, educativas...), fornecendo respostas coletivas, que constituem cada uma a seu
modo, soluções originais que permitem atender a essas necessidades.
Todas as práticas e instituições sociais eram funcionais no sentido de que se ajustavam num todo
operante, ajudando a mantê-lo. Diferentemente de outros funcionalistas que seguiam Durkheim,
porém, para Malinowski o objetivo último do sistema eram os indivíduos, não a sociedade. As
instituições existiam para as pessoas, não o contrário, e eram as necessidades das pessoas, em
última análise suas necessidades biológicas, que constituíam o motor
Justificação
O que Malinowski “inventou” não foi o trabalho de campo, mas um método de trabalho de campo
específico, que ele denominou observação participante. A idéia simples, mas revolucionária, que
inspirava esse método consistia em viver com as pessoas que estavam sendo estudadas e em
aprender a participar o máximo possível de suas vidas e atividades. Para Malinowski, era
essencial permanecer tempo suficiente no campo para familiarizar-se totalmente com o modo de
vida local e capacitar-se a usar o idioma local como instrumento de trabalho. Intérpretes,
entrevistas formais e distanciamento social não teriam mais razão de ser. Malinowski morou
sozinho numa cabana no meio de uma aldeia trobriandesa por meses.
Radcliff-Brown
Diferente de malinowski que foi aluno ou discípulo de Durkheim o Radcliffe-Brown na sua analise
inspirou-se em Durkheim. Este veio reafirmar a ideia Durkheimiana de que o social explica-se pelo
social, e também como Malinowski este se afasta da abordagem que usa conjecturas históricas para
estudar sociedades. Radcliffe-Brown rejeita a busca por explicações que não se remetem à estrutura
social. Religião, rituais, costumes, magia, tudo deveria ser estudado dentro de um sistema de
funções que compõe a estrutura social; os antropólogos teriam como tarefa procurar “não
origens de costumes e instituições, e sim leis ou princípios gerais de cuja contínua ação teriam
resultado as formas de sociedades passadas e presentes
A sociedade se mantém coesa por força de uma estrutura de regras jurídicas, estatutos sociais
e normas morais que circunscrevem e regulam o comportamento. Na obra de Radcliffe-Brown a
estrutura social existe independentemente dos atores individuais que a reproduzem. As pessoas
reais e suas relações são meras agenciações da estrutura, e o objetivo último do antropólogo é
descobrir sob o verniz de situações empiricamente existentes os princípios que regem essa
estrutura. Esse modelo formal, com suas unidades nitidamente definidas e logicamente
relacionadas, demonstra claramente a intenção “científica” do mestre.
- Quais as definições destas perspectivas segundo os seus proponentes? Qual a relação entre a
teoria funcionalista e o estabelecimento do trabalho de campo na definição da Antropologia
Social?