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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Instituto de Ciências Humanas


Departamento de História

Simone Weber Rother - 17102887


simoneweber96@gmail.com
Prof.ª Lidiane Elisabete Friferichs

Para a presente discussão foram selecionados os textos:


Neointegralismo e as direitas brasileiras: entre aproximações e
distanciamentos por Odilon Caldeira Neto e Ação Integralista Brasileira: um
movimento fascista no Brasil (1932-1938) por Marcos Maio e Roney
Cytrynowicz.
Quando relacionamos ambos os textos e autores é possível conhecer e
compreender a criação, ideologia e a história dos movimentos, ambos em
sequência nos permite mostrar uma linha de pensamento de como diversos
fatos envolvendo os movimentos aconteceram e como se relacionaram com a
história politica do país. O primeiro texto nos trás a trajetória da AIB (Ação
Integralista Brasileira), o mais importante partido de ideologia fascista no Brasil
desde 1930, se estruturou a partir de pequenos grupos de estrema direita,
sendo liderado por Plinio Salgado, Miguel Reale e Gustavo Barroso. Tornou-se
o primeiro partido a ser fundação nacional chegando a reunir cerca de 500 a
800 mil seguidores.
Varias ações marcaram o início da AIB, entre elas o 1º congresso
Nacional, esse evento foi marcado pela organização estrutural e seus estatutos
e a eleição de Plinio Salgado como chefe supremo. A participação da AIB na
politica nacional começa em 1935, elegendo um deputado federal e quatro
estaduais, no ano seguinte o numero de eleições foi muito mais significativo,
500 vereadores, 20 prefeitos, 4 deputados estaduais. No ano de 1938 o partido
lançou um candidato a presidência.
O movimento fascista surgiu entre a primeira e a segunda guerra
mundial, caracterizado por um modelo de politica dominante, forte estrutura
hierárquica, exacerbação dos valores nacionais, recusa nos princípios do
liberalismo individual, oposição radical quanto ao comunismo e socialismo
dominação do Estado aniquilação da oposição e embasamento na violência e
no terror, esse são algumas das características que norteiam o movimento do
fascismo no Brasil. O primeiro texto nos trás diversas referencias de outros
autores sobre a temática, detalhando ainda mais o assunto. O Integralismo se
caracteriza como um movimento de massa nacionalista, anticomunista e
antiliberal, ela avança com as ideias autoritárias de 1930. Alguns dos autores
que o texto trás, considera a AIB um movimento de estrema direita, reacionário,
romântico, porém, não fascista, mas fica claro que seus principais inimigos a
serem combatidos eram o comunismo e a democracia liberal.
O autor Odilon Caldeira Neto, nos conta a trajetória da AIB e de como a
suas vertentes centrais de baseavam no modernismo e o nacionalismo como
estrutura ideológica. O integralismo teve um papel fundamental no inicio do
regime autoritário, sendo os mesmo parceiros importantes no governo de
Vargas. Após o golpe do Estado Novo, os integralistas expressaram seu apoio
a Vargas publicamente, sendo a mesma influenciadora na decisão de Vargas
em proibir sociedades com os mesmos nomes dos partidos que existiam até o
golpe de 1937.
Para o Integralismo, as imagens e símbolos possuíam uma importância
fundamental, alfo que se diferenciava dos demais movimentos fascistas. Dessa
forma “o integralismo rejeitava a ideia de representação política, defendendo da
mobilização integral e a submissão da Massa ao chefe supremo” (MAIO, 2007,
p.50). Para difundir seu apelo, o integralismo se valia valer por diversos meios,
tais como: fotografia, cinema, rádio. Nessa difusão, as crianças desde muito
novas já tinham regras muito rígidas junto ao movimento, com rituais de
obediência ao chefe a partir dos 6 anos de idade.
Na visão do líder Plinio Salgado o objetivo do integralismo era a
construção e fortalecimento do Estado Integral. Porém, nessa interação não
estavam incluídos os judeus. Além dos judeus o integralismo tinha na sua visão
outros inimigos como o comunismo, democracia, liberalismo, capitalismo a
maçonaria. Podemos destacar que o anti-semitismo se tornou uma importante
base para os integralistas quanto instrumento de mobilização.
Com o fato do integralismo ter nascido de um momento de incertezas no
cenário brasileiro, trouxe-se consigo dois aspectos: concepções diversas na
sua composição interna como uma proposta de revolução integral e a
particularidade da AIB quanto movimento que representou a sociedade
brasileira vivida nas décadas de 1920 e 1930.
Dando seguimento a essa linha de raciocínio, temos o segundo texto. O
mesmo nos trás o seguimento dos movimentos, e como se mantiveram após o
fim da ditadura militar para o autor
“ao abordar as estratégias, efetivações e insinuações do
neointegralismo com outros movimentos e organizações da direita
brasileira nos anos finais e após a ditadura, é necessário
compreender, concomitantemente, o contexto do movimento
integralista do período, para, desta maneira, analisar as estratégias
políticas do grupo perante o contexto brasileiro, principalmente no
âmbito das direitas – radical, conservadora, neofascista etc. –
existente na história política recente brasileira.” (NETO,2012,p.149).

Essa era a visão que que tinha dos movimentos após a ditadura.
O segundo texto nos trás todo o processo de como o movimento se
desfaz após a morte de seu líder e de como os grupos tentam manter o
movimento sem sucesso. Essa consequência é trazida a partir do fato de que
não se tem mais uma integração, e uma base para manter o movimento,
“após a morte de Plínio Salgado há início do chamado fenômeno
neointegralista, isto é, organizações, grupos ou mesmo indivíduos
que buscam reorganizar o integralismo sem a presença de sua
principal liderança e elemento histórico do movimento integralista em
suas diversas fases.” (NETO,2012,p.153).

Sendo o primeiro grupo a surgir, possuía uma organização amadora.


Diversos fatos se desenvolveram até o século XXI quanto a história do
movimento, ocorreu diversas tentativas de reerguer o movimento com seus
conceitos iniciais dos anos 30, “é possível compreender, portanto, que o
movimento neointegralista buscou em diversos momentos uma maior
proximidade com grupos da direita brasileira.” (NETO, 2012,p.165), porém, sem
sucesso.
Referencia

MAIO, Marcos Chor. Ação Integralista Brasileira: um movimento fascista no


Brasil (1932-1938) In: DELGADO, Lucília de Almeida Neves e FERREIRA,
Jorge (org). O Brasil Republicano: o tempo do nacional-estatismo. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

NETO, Odilon Caldeira. 2012. “Neointegralismo E As Direitas Brasileiras: Entre


aproximações E Distanciamentos”. Locus: Revista De História 18.

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