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Mulher no integralismo
As mulheres inscritas na AIB eram chamadas de “blusas-verdes” em alusão ao
uso do uniforme constituído por blusa de meia-manga de cor verde. Essa
vestimenta deveria ser utilizada pela militante em aparições públicas, desfiles,
reuniões, batizados, casamentos e outros eventos integralistas ou não
integralistas, sendo seu uso obrigatório em solenidades do movimento.
No integralismo, a mulher deveria agir, segundo preceitos do movimento, pela
palavra, pelo trabalho e pelo exemplo.
Pela palavra – doutrinando, esclarecendo os espíritos, não só em cursos,
conferências, artigos e livros, senão também nas palestras ao meio social em
que vive;
Pelo trabalho – exercendo os cargos que lhe tocarem, com amor, sendo
pontuais, ativas, desenvolvendo as faculdades da iniciativa, de invenção,
respeitando e fazendo respeitar a disciplina; não se apegando aos cargos,
porém sempre agindo com abnegação e modéstia;
Pelo exemplo – vivendo uma vida de acordo com a doutrina que pregam: a vida
da virtude, do sacrifício, da renúncia, das mortificações voluntárias; a vida
austera, nobre, elevada, simples, inatacável; a vida sem mentiras, sem artifícios,
sem vaidades tolas; a vida bela pela bondade e pelo espiritualismo
Embora a AIB reforçasse os papéis descritos socialmente como femininos, a
relação das “blusas-verdes” com o integralismo foi inovadora, pois possibilitou
às mulheres, destacadamente as da classe média, novas práticas e
representações que elas passaram a desenvolver também na esfera pública.
FIM DO INTEGRALISMO
A aproximação do governo de Vargas em 1930 com os integralistas ocorre,
inicialmente, por sua característica nacionalista e autoritária. Porém, a partir do
Estado Novo, Vargas impõe repressão aos Integralistas tanto quanto aos
Comunistas extinguindo os partidos políticos.
Com o colapso no fim da década de 1930 os Integralistas não conseguiram mais
reunir um número representativo de adeptos, e hoje, apesar de terem
retomado o movimento, agora com nome “Frente Integralista Brasileira”, em
2009 lançaram um novo manifesto, mas não encontram mais amparo social
como nos primeiros anos.
A Frente Integralista Brasileira mantém os mesmo ideais sociais já levantados
pela “Ação Integralista Brasileira”, exaltando a integração social e a
miscigenação das raças. Ressaltam no manifesto lançado em 2009: “O
Integralismo é contrário a toda e qualquer forma de preconceito étnico,
considerando que o Ser Humano não deve ser julgado pela cor de sua pele ou
por sua etnia, mas sim por seus valores morais, éticos e cívicos e pelo trabalho
que exerce em benefício do Bem Comum”.
Assim destaca-se a diferença básica do Integralismo para o nazi-fascismo, a
questão racial. Não havia intenção explicitamente racista na doutrina
Integralista que pressupunha a miscigenação como formadora da sociedade
brasileira.
Portanto, de maneira geral, embora tenha entrado em crise após a Segunda
Guerra Mundial, alguns aspectos da ideologia fascista europeia ainda estão
presentes em alguns grupos e partidos políticos. Na Europa, por exemplo,
existem partidos políticos que defendem plataformas baseadas na xenofobia
(aversão a estrangeiros).