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Em 1932 organizou a Sociedade de

Estudos Políticos, da qual derivou uma


comissão técnica, a Ação Integralista Brasileira
(AIB), destinada a transmitir à população, em
linguagem simples, suas bases doutrinárias.
A AIB cresceu aos poucos e, em junho de
1937, já transformada em partido político,
reuniu 25.000 adeptos em desfile no Rio de
Janeiro. No ano seguinte, após duas tentativas
de revolução contra o governo ditatorial de
Getúlio Vargas, a maioria dos implicados foi
presa, torturada e morta. Salgado, detido
apenas um ano depois do levante, rejeitou o
cargo de Ministro da Educação oferecido por
Vargas e foi exilado em Portugal. O
Integralismo chegou a milhões de camisas
verdes espalhados em todo Brasil.
De volta ao Brasil em agosto de 1945, com
a redemocratização do país, fundou o Partido
de Representação Popular (PRP), pelo qual
concorreu às eleições de 1955 para a
presidência da república. Em 1970 exerceu seu
último mandato na Câmara. Morreu em São
Paulo, em 7 de dezembro de 1975.
INTRODUÇÃO
A Ação Integralista Brasileira, também conhecida como integralismo, foi
fundada em 1932, em um período de discussão sobre os rumos do Brasil.
Assim, o movimento AIB, surgiu como uma das novas posições políticas
que apareceram nessa época.
Seus discursos eram espelhados nas pautas do fascismo, com uma postura
de ultradireita e extremamente nacionalista
Os integralistas tinham a figura de Plínio Salgado como seu principal líder.
Seus integrantes eram totalmente contra as regalias e liberdades
oferecidas pela Democracia Liberal. Para Plínio, essa liberdade
desencadeou numa divergência de opiniões que poderiam causar
problemas futuros.
Plínio Salgado
Escritor e político brasileiro. Dedicou-se ao jornalismo, fazendo crítica literária e
política. Fundou a Ação Integralista Brasileira, tornando-se o chefe deste
movimento nacional. O Integralismo de Plínio Salgado configurou-se como o
maior movimento nacionalista da história do Brasil, o primeiro a aceitar negros
e mulheres, um movimento verdadeiramente nacionalista, anticomunista e
antiliberal que, sob o lema “Deus, pátria e família”, conseguiu reunir setores da
classe média e intelectuais.
Foi um dos ideólogos da tendência nacionalista do modernismo, denominada
Movimento Verde-Amarelo, em oposição à corrente primitivista, lançada pelo
Manifesto pau-brasil, de Oswald de Andrade. Em 1932 organizou a Sociedade
de Estudos Políticos, da qual derivou uma comissão técnica, a Ação Integralista
Brasileira (AIB), destinada a transmitir à população, em linguagem simples, suas
bases doutrinárias.
A AIB cresceu aos poucos e, em junho de 1937, já transformada em partido
político, reuniu 25.000 adeptos em desfile no Rio de Janeiro. No ano seguinte,
após duas tentativas de revolução contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas,
a maioria dos implicados foi presa, torturada e morta. Salgado, detido apenas
um ano depois do levante, rejeitou o cargo de Ministro da Educação oferecido
por Vargas e foi exilado em Portugal. O Integralismo chegou a milhões de
camisas verdes espalhados em todo Brasil.
De volta ao Brasil em agosto de 1945, com a redemocratização do país, fundou
o Partido de Representação Popular (PRP), pelo qual concorreu às eleições de
1955 para a presidência da república. Em 1970 exerceu seu último mandato na
Câmara. Morreu em São Paulo, em 7 de dezembro de 1975.

Ação integralista Brasileira: CARACTERÍSTICAS


Os integralistas eram conhecidos como camisas verdes por suas roupas, usadas
em manifestações públicas, no entanto eram também chamados por seus
opositores de “galinhas verdes”, defendiam a necessidade de organização
política do Estado a partir do controle de um partido único e fortalecido, à
semelhança do nazi fascismo europeu, instrumentos necessários para a
integração da nação, de onde surgiu o nome do partido.
O lema do Integralismo “Deus, pátria e família” serve como ponto de partida
para se entender as propostas do movimento que ficou conhecido como o
fascismo brasileiro.
A palavra “Deus” representa a influência religiosa cristã dos integralistas
A pátria era definida pelos integralistas como “nosso lar”. A pretensão era
apresentar uma unidade da população brasileira dentro do território,
principalmente como uma contraposição à divisão da sociedade em classes. Os
integralistas pretendiam alcançar essa unidade através da constituição de um
Estado integral, que harmonizaria os diferentes interesses existentes na
sociedade.
Por fim, temos a família como a menor unidade de organização social dentro da
proposta integralista. A família seria o “início e fim de tudo”, vista como a
garantia da manutenção da tradição.
Os principais símbolos do integralismo eram a letra grega ∑, o sigma, que na
matemática significa a soma dos infinitamente pequenos, indicando que através
da união dos indivíduos e da família se garantiria a integração da sociedade, e o
cumprimento com o braço levantado para o alto, utilizando a expressão
“anauê”, palavra de origem tupi que significa “você é meu irmão”.
Muitos conflitos foram gerados nas ruas durante a década de 1930 quando se
enfrentavam comunistas e integralistas que contavam nessa época com um
número de adeptos entre 600 mil e 1 milhão. Outro tipo de ação de rua dos
integralistas era o combate aos membros da Aliança Nacional Libertadora (ANL),
composta por várias forças políticas que buscavam mudanças sociais, inclusive
os comunistas. O motivo dos combates se devia à rejeição violenta ao
comunismo, ao liberalismo e ao capitalismo financeiro. Toda esta postura
levaria ainda os integralistas a apoiarem o governo de Vargas.

Mulher no integralismo
As mulheres inscritas na AIB eram chamadas de “blusas-verdes” em alusão ao
uso do uniforme constituído por blusa de meia-manga de cor verde. Essa
vestimenta deveria ser utilizada pela militante em aparições públicas, desfiles,
reuniões, batizados, casamentos e outros eventos integralistas ou não
integralistas, sendo seu uso obrigatório em solenidades do movimento.
No integralismo, a mulher deveria agir, segundo preceitos do movimento, pela
palavra, pelo trabalho e pelo exemplo.
Pela palavra – doutrinando, esclarecendo os espíritos, não só em cursos,
conferências, artigos e livros, senão também nas palestras ao meio social em
que vive;
Pelo trabalho – exercendo os cargos que lhe tocarem, com amor, sendo
pontuais, ativas, desenvolvendo as faculdades da iniciativa, de invenção,
respeitando e fazendo respeitar a disciplina; não se apegando aos cargos,
porém sempre agindo com abnegação e modéstia;
Pelo exemplo – vivendo uma vida de acordo com a doutrina que pregam: a vida
da virtude, do sacrifício, da renúncia, das mortificações voluntárias; a vida
austera, nobre, elevada, simples, inatacável; a vida sem mentiras, sem artifícios,
sem vaidades tolas; a vida bela pela bondade e pelo espiritualismo
Embora a AIB reforçasse os papéis descritos socialmente como femininos, a
relação das “blusas-verdes” com o integralismo foi inovadora, pois possibilitou
às mulheres, destacadamente as da classe média, novas práticas e
representações que elas passaram a desenvolver também na esfera pública.

FIM DO INTEGRALISMO
A aproximação do governo de Vargas em 1930 com os integralistas ocorre,
inicialmente, por sua característica nacionalista e autoritária. Porém, a partir do
Estado Novo, Vargas impõe repressão aos Integralistas tanto quanto aos
Comunistas extinguindo os partidos políticos.
Com o colapso no fim da década de 1930 os Integralistas não conseguiram mais
reunir um número representativo de adeptos, e hoje, apesar de terem
retomado o movimento, agora com nome “Frente Integralista Brasileira”, em
2009 lançaram um novo manifesto, mas não encontram mais amparo social
como nos primeiros anos.
A Frente Integralista Brasileira mantém os mesmo ideais sociais já levantados
pela “Ação Integralista Brasileira”, exaltando a integração social e a
miscigenação das raças. Ressaltam no manifesto lançado em 2009: “O
Integralismo é contrário a toda e qualquer forma de preconceito étnico,
considerando que o Ser Humano não deve ser julgado pela cor de sua pele ou
por sua etnia, mas sim por seus valores morais, éticos e cívicos e pelo trabalho
que exerce em benefício do Bem Comum”.
Assim destaca-se a diferença básica do Integralismo para o nazi-fascismo, a
questão racial. Não havia intenção explicitamente racista na doutrina
Integralista que pressupunha a miscigenação como formadora da sociedade
brasileira.
Portanto, de maneira geral, embora tenha entrado em crise após a Segunda
Guerra Mundial, alguns aspectos da ideologia fascista europeia ainda estão
presentes em alguns grupos e partidos políticos. Na Europa, por exemplo,
existem partidos políticos que defendem plataformas baseadas na xenofobia
(aversão a estrangeiros).

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