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Casos práticos avulsos

Caso prático n.º 1


A empresa privada “Telefones de Lisboa, S.A.” solicitou à Autoridade Nacional das
Comunicações (ANACOM), uma licença para instalação e exploração de uma mega
estação de radiocomunicação, a executar na freguesia de Castanheira do Ribatejo,
concelho de Vila Franca de Xira. O pedido foi apresentado, ao abrigo dos ditames legais
e regulamentares, em 20 de janeiro de 2022. No dia 31 de março de 2022, o Diretor
Geral da ANACOM, da área de exploração de redes e estações de radiocomunicações,
proferiu um despacho, no uso de competência delegada pelo Conselho de
Administração e sobre uma informação preparada pelo serviço de redes e estações de
telecomunicações, composta por “Concordo. Indefiro o pedido.”. Após ter sido
notificada da decisão em 30 de junho de 2022, sem ter sido previamente ouvida antes,
tendo o Conselho de Administração da “Telefones de Lisboa, S.A.” requerido a consulta
do processo e aí constatou que informação elaborada pelos serviços apenas referenciava
os regimes legais e regulamentares aplicáveis e a proposta de decisão, sem explicitar as
razões que essa decisão deveria fundar-se.
Com efeito, em 1 de setembro de 2022, o Conselho de Administração da “Telefones de
Lisboa, S.A.” avançou com a impugnação da decisão junto do Conselho de
Administração da ANACOM, outra junto do Ministro das Infraestruturas e ainda outra
junto Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, todas deduzidas naquele dia.

Pergunta-se:
A) Pronuncie-se sobre a validade do ato administrativo em causa.
B) Explicite quais as garantias exercidas pelo Conselho de Administração da
“Telefones de Lisboa, S.A.” e a eventual procedência de cada uma.
C) Pode o Conselho de Administração da ANACOM substituir o ato praticado
por outro, que defira a pretensão de “Telefones de Lisboa, S.A.”.

Caso prático n.º 2


Em 10 de janeiro de 2023, a empresa privada “Constroi Tudo, S.A.” celebrou um
contrato de concessão de obra pública, na qual se vinculou ao Ministério das
Infraestruturas, com o propósito de proceder à construção e consequente exploração de
uma autoestrada que ligue o concelho de Vila Real de Santo António a Elvas, em linha
recta, com duas faixas de rodagem para cada direção.
Acontece que, por despacho datado de 10 de março de 2023, o Ministro das
Infraestruturas ordenou à empresa privada que procedesse à construção de mais uma
faixa de rodagem para cada direção, passando de duas para três, uma vez que o volume
de tráfego expectável é manifestamente superior face àquele que resultou dos cálculos
iniciais e do estudo de impacto realizado à época e mais fez constar do referido
despacho que o valor económico se manteria idêntico ao definido inicialmente.
Volvidos dois meses, no dia 10 de março de 2023, o Ministro das Infraestruturas
proferiu novo despacho, desta feita determinando que a empresa privada supra
identificada suspendesse os trabalhos em curso e determinando a que a autoestrada
deveria passar a ligar Vila Real de Santo António a Sines, em linha reta, uma vez que os
fundos provenientes do PRR não permitem a conclusão dos trabalhos num percurso tão
longo, e que por esse único motivo se teria que alterar radicalmente o traçado.
Quid iuris?

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