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BPC - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

INTRODUÇÃO

Sabemos que a proteção da Previdência Social se faz presente ao longo da vida das pessoas e que para ter direito aos benefícios
previdenciários é preciso contribuir mensalmente.
No entanto, uma parcela da população não contribui para o sistema previdenciário, por diversas razões. Para essas pessoas, foi
criada uma política pública do Governo que as ampara, quando reunidas algumas condições que veremos ao longo do curso.
 

Nesta aula vamos abordar os Benefícios Assistenciais direcionados às pessoas amparadas pela Assistência Social, as quais são
desfavorecidas e não possuem capacidade contributiva, isto é, não tiveram condições de contribuir com o sistema previdenciário.

SEGURIDADE SOCIAL

Para iniciarmos o assunto, precisamos relembrar que a Seguridade Social abrange a Previdência, a Saúde e a Assistência Social.

Os serviços públicos de saúde ( SUS ) são gratuitos e prestados a todas as pessoas,


independentemente de classe social, sem necessidade de haver contribuição prévia.

Os benefícios assistenciais são de competência da Assistência Social, conforme previsto no artigo


203 da Constituição Federal. São prestados a quem deles necessitar, também
independentemente de haver contribuição prévia.
Por outro lado, os benefícios e serviços previdenciários dependem de contribuição prévia para o
reconhecimento dos direitos.

O INSS é o órgão responsável pela operacionalização e manutenção do Benefício de Prestação Continuada ao Idoso e à Pessoa com Deficiência.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

Dentre os Benefícios Assistenciais que  constam na LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742 de 07/12/1993), ultima alteração emitida
pela Lei nº 14.176 de 22 de junho de 2021 e também pelo Decreto 9.462 de 08 de agosto de 2018, que alterou o Decreto 6.214 de 26/09/2007 o
mais conhecido é o Benefício de Prestação Continuada - BPC.
1. Benefício de Prestação Continuada da Pessoa Idosa;
2. Benefício de Prestação continuada da Pessoa com Deficiência.

Esses benefícios são de natureza não contributiva e tem como objetivo a proteção das pessoas com deficiência e aos idosos(a partir de 65 anos
de idade), desde que preenchidos os requisitos da legislação pertinente à época de seu requerimento.
É importante lembrar que existem dois benefícios da Previdência Social específicos para  pessoas com deficiência que contribuem regularmente
para o INSS. São eles: a Aposentadoria por Idade e Aposentadoria por Tempo de Contribuição, ambos para segurados com deficiência (Lei nº
142/2013).  O que  os diferencia do Benefício de Prestação Continuada para Pessoa com Deficiência é que, este se trata de benefício assistencial
e para requerê-lo o cidadão  não depende de contribuição previdenciária, mas considera-se a condição socioeconômica da pessoa e dos
familiares com quem reside. 
O BPC é devido ao brasileiro nato ou naturalizado, às pessoas de nacionalidade portuguesa e, a estrangeiros em situação regular no pais, desde
que comprovem em qualquer dos casos, residência no Brasil e atendam aos demais critérios definidos em Lei.

Para requerer este benefício, o idoso ou pessoa com deficiência podem fazê-lo pela Internet através do serviço  "Meu INSS",  pelo aplicativo no
celular ou ainda ligando para a Central 135.   Também é possível requerer o benefícios assistenciais por meio da rede de Assistência Social do
Município.

REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BPC

O BPC é um benefício que garante 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso acima de 65 anos, que comprovem não
possuir meios para prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.
Lei nº 14.176 de 22/06/2021:

O  critério da renda mensal per capita passa  a ser  igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo. 
O BPC será devido a mais de um membro da mesma família desde que atendido os demais critérios.
Não serão considerados no cálculo da renda familiar o valor do BPC ou de benefício previdenciário no valor de 1 (um) salário mínimo concedido a
idoso acima de 65 anos de idade ou concedido à pessoa com deficiência (BPC da pessoa com deficiência e Aposentadorias da Pessoa com
Deficiência por Idade ou por Tempo de Contribuição - Lei 142/2013, desde que limitada a salário mínimo),  quando requerido por outro idoso ou
pessoa com deficiência da mesma família.

A Lei 14.176, de 22/06/2022 trás a possibilidade de ampliação do per capita para 1/2 salário mínimo, nos casos em que, sendo referente a BPC
Idoso cumprir a condicionalidade de "dependência de terceiros", e se BPC da Pessoa com Deficiência, a condicionalidade da "deficiência ser
considerada moderada ou grave".
Em ambos os casos, o requerente poderá comprovar o comprometimento da renda familiar com gastos exclusivos com tratamentos de saúde, 
fraldas, alimentos especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência não disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com
serviços não prestados pelo SUAS, desde que comprovadamente necessários à preservação da saúde e da vida.
A regulamentação da Lei nº 14.176/2021, pela Portaria Conjunta MC/MPT/INSS nº 14, de 07/10/2021, trás critérios para análise do
comprometimento da renda para fins de concessão do BPC com renda familiar per capita de até 1/2 (meio) salário mínimo dentro das
condicionalidades já anteriormente explicadas. 
Dessa forma, renda superior, poderão ser descontados exclusivamente os gastos com tratamento de saúde nas seguintes categorias: consultas e
tratamentos médicos, fraldas, alimentação especial e medicamentos da pessoa com deficiência, sendo aplicado o desconto uma única vez, para
cada categoria, no valor médio do respectivo gasto de acordo com a tabela no Anexo I da PT nº 14, de 07/10/20212, com valores atualizados
pela Portaria Conjunta nº 1, de 16 de fevereiro de 2022, como segue abaixo: 

Categoria de gasto dedutível (SUS) Valor dedutível categoria (em R$)

Medicamentos 45
Consultas e tratamentos médicos 90
Fraldas 99
Alimentação especial 121
Fonte: Portaria Conjunta nº 1, de 16 de fevereiro de 2022

Categoria de gasto dedutível (SUAS) Valor dedutível (em R$)

Centro-Dia 32
Fonte: Portaria Conjunta nº 1, de 16 de fevereiro de 2022

O que muda na análise do BPC com o comprometimento de renda?

•O interessado informará  no ato do requerimento se existe comprometimento de renda com os itens indicados e se, havendo
comprometimento, concorda ou não com os valores médios estabelecidos para o respectivo item; 
 • Caso haja gastos, ele deverá comprovar por meio de documentação médica, a natureza contínua do tratamento (abrirá uma janela para
anexar o documento) e, sua não disponibilização gratuita ou de sua negativa de disponibilização pelo Poder Público (abrindo outra janela para
anexar o documento). A não comprovação de um desses dois requisitos, acarretará a desconsideração do item e, em consequência, do
desconto respectivo. 
 • Caso concorde com o valor estabelecido na tabela do Anexo I da PT nº 14, ao apresentar a comprovação elencada no tópico anterior, o
respectivo valor será deduzido da renda mensal familiar bruta, uma única vez; 
 • Caso discorde do valor estabelecido pela PT nº 14 para os itens, além da documentação prevista anteriormente, deverá apresentar os
recibos de cada um dos 12 (doze) meses anteriores ao requerimento ou em número igual ao tempo de vida do requerente caso a idade seja
inferior a um ano (será aberto uma janela para anexar os documentos), situação em que será feita uma média aritmética simples, descontando,
uma única vez da renda familiar bruta, o valor médio encontrado. 
A não comprovação do gasto por meio de recibos/nota fiscais de cada mês dos últimos 12 (doze) meses acarretará a utilização do valor fixado na
Portaria Conjunta MC/MTP/INSS nº 14, de 07/10/2021, considerando-se sua atualização anual pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor -
INPC. 
 

Serviço de Proteção Especial - SUAS


 
• Há necessidade de utilização do Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias (item vinculado ao
SUAS)?
 • Caso o requerente informe que há necessidade do Serviço de Proteção Social Especial (Centro-Dia), ele deverá comprovar, por meio de
documentação, essa necessidade e de sua não disponibilização pelo Poder Público correspondente. (abrirá janela para inclusão em anexo
dos documentos)
 • Comprovado nos termos do do parágrafo anterior, o valor fixo para o referido item (R$ 29,00) será abatido uma única vez da renda familiar
bruta. Ressalte-se que para este item não será aplicada a concordância ou a não concordância com o valor estabelecido pela PT 14/2021,
estabelecendo-se o valor fixo para o referido item.
 *Caso segurado não apresente a documentação no momento do requerimento, mas assinale sim, ou seja, que existem gastos com os itens e
informe que teve sua prestação negada pelo SUS, o servidor administrativo, emitirá uma exigência para apresentação dos dois documentos.
 
PARA APLICAÇÃO DA DEDUÇÃO VALOR MÉDIO APRESENTAR: 

  I - Documentação médica informando qual(is) item ou tratamento(s) faz uso e se é de natureza contínua;
II -Declaração do órgão responsável informando que o(s) tratamento(s) ou itens não são disponibilizados gratuitamente pelo SUS;
 III - Documentação emitida pela Assistência Social que demonstre a necessidade de utilização do Centro-Dia;
IV - Declaração da não disponibilização desse serviço/atendimento Centro Dia pelo Poder Público. 
 V -Declaração informando que concorda com a aplicação do desconto pelo valor médio. (será por meio de pergunta no sistema sem necessidade de
apresentar documentação)
 CASO NÃO CONCORDE COM O DESCONTO PELO VALOR MÉDIO APRESENTAR: 
 VI -  Recibos/Notas fiscais de cada um dos 12 meses anteriores ao pedido do BPC ou em número igual ao tempo de vida do requerente caso a idade
seja inferior a um ano;
 

Outras Considerações: 

A Portaria PRES/INSS n° 1.409 de 03/02/22 - suspendeu os efeitos da Ação Civil Pública (ACP) nº 5044874-
22.2013.404.7100/RS, de abrangência nacional, passando a vigorar o procedimento descrito acima, regulamentado pela PT nº
14, de 07/10/2021, para análise da renda superior e o comprometimento da renda para fins da possibilidade de ampliação da
renda per capita para 1/2 (meio) salário mínimo. 
 A partir do Decreto 8.805 de 2016, que alterou o Decreto 6.214 de 26/09/2007, a Pessoa com Deficiência passou a ser avaliada
pelo Serviço Social do INSS e Perícia Médica Federal, somente se a renda per capita estivesse dentro dos critérios de renda igual
ou inferior a 1/4 do salário mínimo ou, após análise do comprometimento da renda, em vigência as regras da PT nº 14 de
07/10/2021, estiver dentro dos critérios de ampliação do per capita até 1/2 salário mínimo. 
Com a implantação do requerimento qualificado a partir de 13/03/2021, o cidadão no momento do requerimento já consegue
agendar os serviços de avaliação social e perícia médica e, as etapas entre análise administrativa, avaliação social da deficiência
e a perícia médica da deficiência foram desvinculadas, agilizando assim as etapas que compõem a concessão do benefício. 
A inscrição do requerente e sua família no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal constitui
requisito indispensável para requerimento, operacionalização e manutenção dos benefícios junto ao INSS.
O Cadastro Único é realizado no CRAS - Centro de Referência de Assistência Social do Município onde o requerente resida.  As
informações prestadas  no CadÚnico servirão de base para a avaliação do critério da renda per capita familiar quando do
requerimento e também na manutenção do benefício já existente.
O recadastramento do CadÚnico junto ao CRAS deverá ocorrer de 2 em 2 anos, ou a qualquer momento em que ocorrer
qualquer alteração nas informações prestadas, e servirá de base para o benefício ser concedido ou mantido (nos casos de quem
já receba o BPC).  
A falta do recadastramento do CadÚnico no CRAS ou a identificação de divergência das informações confrontadas com outras
bases de dados do Governo Federal, poderão fazer com que o benefício seja suspenso ou cessado.
O responsável familiar (RF) deverá comparecer ao CRAS levando os documentos do requerente e todo grupo familiar que
residam sob o mesmo teto.  Os documentos são:  CPF, identidade, comprovação do estado civil,  comprovação de renda e
comprovante de residência.  Lembramos que o CPF -  Cadastro de Pessoa Física deverá ser para todos, mesmo que seja criança,
pois é obrigatório (Portaria Conjunta n° 3, de 21/09/2018).
De acordo com o artº 23 da Portaria Conjunta nº 3, de 21 de setembro de 2018 o cruzamento periódico de informações deverá
ocorrer mensalmente para verificação da manutenção do critério de renda do grupo familiar e do acúmulo do benefício com
outra renda no âmbito da Seguridade Social ou, no caso da pessoa com deficiência, da renda decorrente do exercício de
atividade remunerada.
Havendo a identificação de alteração na renda, o benefício será bloqueado e o beneficiário será notificado, preferencialmente por
meio da rede bancária e, terá o prazo de trinta dias para apresentar defesa. Caso este apresente o agendamento da defesa
dentro deste prazo, a mesma será considerada tempestiva e o mesmo terá 30 dias para solicitar o desbloqueio do benefício.
Não havendo a apresentação da defesa tempestiva, ou o contato do beneficiário em até 30 dias da data do bloqueio do
benefício, este será suspenso e somente poderá ser reativado após o julgamento do recurso, caso seja solicitado pelo
beneficiário posteriormente.

QUEM TEM DIREITO AO BPC?

Os benefícios de prestação continuada são destinados aos dois grupos descritos abaixo:
1. Pessoa idosa acima de 65 anos (homem/mulher).
2. Pessoa com deficiência - aquela que tem impedimentos de longo prazo (a partir de 2 anos ), de natureza física, mental,  intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade.

Nas duas condições acima, a pessoa que solicita o benefício deve ter renda familiar per capita igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo vigente à
época do requerimento. (Lei nº 14.176, de 2021) (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Lei/L14176.htm)
A renda per capita familiar  é a soma total da renda da família, dividida pelo número de pessoas que fazem parte do grupo familiar, vivendo na
mesma casa.

RENDA PER CAPITA DO GRUPO FAMILIAR ELEGÍVEL PARA O BPC

Nem todas as pessoas que vivem com o requerente do BPC é considerada familiar elegível para fins de verificação da renda per
capita.
Nem todas as pessoas que constam no CadÚnico são elegíveis para o BPC, já que família para o CadÚnico se refere a unidade
nuclear composta por um ou mais indivíduos que contribuam para o rendimento ou tenham suas despesas atendidas por aquela
unidade familiar, todos os moradores em um mesmo domicílio, conceito de família ampliada, para além das relações de
parentesco, considera o compartilhamento da renda ou despesas, desde que ocorra em um mesmo domicílio.
O conceito de família para o BPC restringe-se à relação de consanguinidade e vínculo jurídico (civil) em um mesmo domicílio.
(Alteração da LOAS, pela Lei nº 12.435, de 06/07/2011).
São considerados como renda mensal  bruta familiar: salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de
previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado e
rendimentos do mercado informal ou autônomo.

São consideradas a renda do requerente e dos familiares elegíveis para o BPC conforme  abaixo:
1. Requerente;
2. Cônjuge (esposa/o ou companheira/o).
3. Filhos/enteados solteiros.

4. Irmãos solteiros.

5. Pai/mãe e, na ausência de um destes, o padrasto ou a madrasta*.

6. Menores tutelados.

* A partir do Decreto 9.462, de 08 de agosto de 2018 ocorre a mudança de entendimento de composição do grupo familiar, passando a analisar o
estado civil do requerente.
O CadÚnico pode conter outros familiares diferentes dos elegíveis para o  BPC mas somente os acima serão considerados para o cálculo da
renda per capita familiar. Assim, por exemplo, se um requerente reside com um avô, madrinha, tia, irmão casado ou viúvo,  mesmo que estes
tenham renda, não serão considerados para o BPC.

SITUAÇÕES ESPECIAIS RELACIONADAS AO BPC


Por força legal, existem situações específicas em relação a renda do grupo familiar.
Benefícios de transferência de renda como o Programa do Bolsa Família não entram no cálculo da renda para acesso ao BPC, mas quando este é
concedido, seu valor poderá interferir nos critérios de manutenção do recebimento do Bolsa Família junto ao CRAS.
Contribuições como segurado facultativo não são consideradas como renda. Dessa forma, tanto os familiares sem renda, como o próprio
beneficiário do BPC, poderão contribuir como facultativo, caso deseje no futuro garantir outros benefícios previdenciários.
O beneficiário do BPC na condição de pessoa com deficiência poderá acumular o  benefício com a remuneração advinda do contrato de
aprendizagem,  limitada ao prazo máximo de dois anos (Lei 12.470, de 31/08/2011).
 Poderá existir no mesmo grupo familiar mais de um Benefício de Prestação Continuada (BPC).

CÁLCULO DA RENDA PER CAPTA PARA FINS DE BPC

Para calcular a renda per capita de um grupo familiar, deve-se somar os rendimentos de todos os membros e depois dividir o resultado pelo
quantitativo de membros.

AVALIAÇÃO SOCIAL - AVALIAÇÃO PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de incapacidade feitas pelo Serviço Social do INSS e
pela Perícia Médica Federal.
Algumas alterações no processo de avaliação do critério de deficiência trazido pela Lei nº 14.176, de 22/06/2021 e que foi
prorrogado até 31/12/2022 pela PTC/MC/MTP/INSS nº 18 de 27/12/2021  é a aplicação do VALOR MÉDIO à avaliação social
desde que tenha sido realizada a avaliação médica e constatado o impedimento de longo prazo - (O atendimento da avaliação
social, nestes casos, será cancelado, tendo o "Critério de Pessoa com Deficiência" APROVADO). 
A avaliação social por videoconferência (remota) também foi prevista pela mesma legislação e atualmente em vigor pela
Portaria DIRBEN/INSS nº 978, de 04/02/2022.
A avaliação da deficiência corresponde a complexidade do ser no seu desempenho geral frente às barreiras do ambiente social
e cultural e não somente quanto à sua condição física. 
Dessa forma, os dois profissionais (assistente social e perito médico federal), avaliam:
Aspecto social: Fatores ambientais, Atividades e Participação.
Aspecto médico: Funções do corpo, Atividades e Participação.
Ambas avaliações considerarão a limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social, segundo suas
especificidades.

DIREITO AO BPC da Pessoa com Deficiência

Para verificar o direito ao BPC da pessoa com deficiência, INSS considera:


Pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade.
Impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo
de dois (2) anos.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

O BPC é intransferível, ou seja, em caso de morte do beneficiário, não será gerada pensão para seus dependentes. O valor não recebido em vida
pelo beneficiário será pago aos seus herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil, mediante Alvará Judicial.
O benefício não gera direito ao pagamento de abono anual, ou seja, não dá direito ao 13º salário.
A Lei nº 14.176 de 22/06/2021 prevê revisão do BPC concedido administrativamente, inclusive os judiciais e, prevê ainda a consignação direto
no Benefício de Prestação Continuada de eventuais débitos do beneficiário decorrentes de recebimento irregular do BPC ou do auxílio-
inclusão (Art. 40-C).
O beneficiário do BPC não pode acumular este benefício com qualquer outro no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, salvo o da
assistência médica e no caso de recebimento de pensão especial de natureza indenizatória.
O BPC pode ser cancelado se a pessoa deixar de atender aos critérios da renda per capita familiar,  ou se deixar de atender aos critérios de
impedimento de longo prazo no caso de pessoas com deficiência. A revisão dessas condições é realizada a cada 2 (dois) anos para o critério de
deficiência e mensal por batimento de sistemas governamentais para o critério de renda familiar.

Caso a pessoa idosa ou com deficiência esteja  acolhida em instituições de longa permanência como hospital, abrigo ou instituição congênere,
isso não prejudica seu direito ao recebimento do BPC/LOAS.
O indígena idoso que não receba qualquer outro benefício no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo o da assistência médica,
tem direito ao Benefício Assistencial de Prestação Continuada - BPC.
O beneficiário recluso em regime fechado, não fará jus ao BPC, uma vez que a sua manutenção está sendo provida pelo Estado. Este dispositivo
também se aplica àquele que estiver em regime fechado em instituição Socioeducativa ou sob custódia (Medida de segurança detentiva é
equiparada a local de convívio Instituição de Custódia). 

O cumprimento de pena exclusivamente em regime semiaberto ou aberto não prejudicam o direito ao acesso ao BPC. Fazem jus ao BPC os
adolescentes com deficiência em cumprimento de medida socioeducativa, desde que estejam em regime semiaberto, liberdade assistida ou
outra medida em meio aberto e atendam aos requisitos do BPC.

OUTROS BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS

Os dois benefícios de prestação Continuada previstos na LOAS/93 são os mais conhecidos pela sociedade. No entanto, existem outros
benefícios assistenciais operacionalizados e mantidos pelo INSS e que também protegem os brasileiros em situações diversas.
São eles:

PENSÃO ESPECIAL - DESTINADAS ÀS CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS (Lei 13.985 de 07 de abril de 2020, que
revoga o Art. 18 da Lei 13.301 de 27/06/2016)

A Lei 13.985, de 07 de abril de 2020, revogou o art. 18 da  Lei nº 13.301, de 27 de junho de 2016, que previa fazer jus ao Benefício de Prestação
Continuada temporário, a que se refere o art. 20 da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, pelo prazo máximo de três anos, na condição de
pessoa com deficiência, a criança vítima de microcefalia decorrente de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e, instituiu no seu Art. 1º a
Pensão Especial destinada às crianças com síndrome congênita do Zika Vírus.
A Pensão Especial será mensal, vitalícia e intransferível e terá valor de um salário mínimo. Não poderá ser acumulada com indenizações pagas
pela União em razão de decisão judicial ou com outro BPC, não gera direito a abono anual (13º salário), nem pensão por morte.
 Será devida a partir do dia posterior a cessação do BPC ou dos benefícios referidos no §2º do Artigo 1º, que não poderão ser acumulados com a
pensão.
Será realizado exame pericial pelo perito médico federal para constatar a relação da síndrome congênita adquirida pela contaminação pelo vírus
da zika.
 

PENSÃO ESPECIAL - PORTADORES DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA

É uma Pensão Especial garantida aos deficientes portadores da Síndrome de Talidomida, nascidos a partir de 1º de janeiro de 1957, conforme a
Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982. O benefício é devido ao portador de deformidade física decorrente do uso da Talidomida,
independentemente da época de sua utilização.

PENSÃO ESPECIAL - SERINGUEIRO DA AMAZÔNIA E SEUS DEPENDENTES

Benefício concedido ao seringueiro que trabalhou na Região Amazônica atendendo ao apelo do Governo brasileiro, contribuindo para o esforço
de guerra na produção de borracha durante a Segunda Guerra Mundial. Este benefício é vitalício.

PENSÃO ESPECIAL – DEPENDENTES DAS VÍTIMAS DA HEMODIÁLISE DE CARUARU

Concedido aos dependentes das vítimas fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais
em Caruaru\PE no período compreendido entre fevereiro e março de 1996. Este benefício é vitalício.

PENSÃO ESPECIAL – PESSOAS ATINGIDAS PELA HANSENÍASE

É concedido às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios em hospitais colônia, até 31
de dezembro de 1986. Este benefício é vitalício.

PROTEÇÃO SOCIAL

Os Benefícios Assistenciais integram um conjunto de ações que garantem proteção social e inclusão para milhares de pessoas.
Conhecer esses benefícios e saber que podemos contribuir para que um número cada vez maior de pessoas tenha proteção social é uma
responsabilidade imensurável.
Este conhecimento oportunizado por estas aulas possibilita uma expansão do saber e, assim, poderemos fazer muito mais, principalmente
quando atuamos em parceria.

FINALIZANDO

Chegamos ao término deste curso e esperamos que você tenha aprendido um pouco mais sobre os Benefícios Assistenciais operacionalizados
pelo INSS.
Agora, é importante que você realize a Avaliação de Aprendizagem.
 
Sucesso!

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