Você está na página 1de 15

FUNDAMENTOS TEÓRICOS GERAIS DE TRANSPORTADORES

Para projectar transportadores sao tomados como conhecidos os seguintes parametros:

1. Produtividade(Fluxo de Carga)
Produtividade de um transportador é a quantidade de carga que se desloca pela máquina na unidade
de tempo, normalmente na unidade de tempo.
A produtividade pode ser em peso (Q-peso, T/h); volúmica(Q-volume de carga, M3/h) ou ainda
unitária(Q-unidade de carga,U/h)
Distinguem se a produtividade calculada (Q) que a máquina pode dar num carregamento pleno
durante um trabalho interrupto e produtividade efectiva (QE) que a máquina pode dar durante o
trabalho prologando.
Q ptrab
Qε = , onde Qε − produtividade efectiva, Q ptrab − produtiviade num mes, ano
Tptrab
Tptrab − periodode de trabalho por hora
K var
Q = Qε , onde K var = 1...1,5 − coeficiente de var iacao de carregamento
K uti
K uti = 0,8...0,95 − coeficiente de utilizacao da maquina no periodo de tempo

( )
Para carga a granel com peso especifico γ T / M 3 , camada uniforme e secção transversal F(M2)
sobre o elemento transportador da máquina a produtividade calcula-se:

Produtividade em peso
Q = 3600 Fvγ , T / h

A produtividade volumica
Q = 3600 Fv, M 3 / h

Peso especifico da carga

qcar = 1000 Fγ , kg / M ou
Q
qcar = , kg / M
3,6v

Produtividade em peso
qcar
Q = 3600 v = 3,6qcar v, T / h
1000

1
Para carga a granel deslocando se numa calha ou tubo a produtividade teremos:

Produtividade em peso
Q = 3600 Fvγ = 3600 Fcalhaψvγ , T / h

Produtividade volúmica
Q = 3600 Fv = 3600 Fcalhaψv, M 3 / h
Peso especifico
qcar = 1000 Fγ = 1000 Fcalhaψγ , kg / M

No movimento da carga a granel em vasos separados(por exemplo, caçambas, conchas, alcatruzes


com capacidade i litros, dispostos entre si a uma distância T M, cheios, coeficiente de enchimentoψ ,
no sector de carregago teremos:

Peso especifico da carga


iψγ
qcar = , kg / M
T
Produtividade em peso
iψγ
Q = 3,6qcar v = 3,6 v, T / h
T
Produtividade volúmica

Q = 3,6 v, M 3 / h
T

Durante o movimento da carga unitária na correia, portador metalico ou em penduradores de


carga tem-se:

Peso especifico
G
qcar = , kg / M
lcar
Produtividade em peso
G
Q = 3,6 v, T / h
lcar

v
Q = 3600 ,U / h
lcar
lcar = T

2
Peso especifico por unidade de comprimento

Para carga a granel


Se.q. for. peso.linear.da.c arg a.entao.teremos
Kgf N Kgf M
e .dai.que.Q = q.v; kgf / M ⇒ . .
M M M S
Simplificando esta expressão teremos a capacidade de carga por segundo
3600 Q
Q= qcar .v = 3,6qcar v, T / h ⇒ qcar = , Kgf / M
ou 1000 3,6v

Q
qcar = ,N /M
0,36v
Para material unitário
Gcar 3600v
qcar = , N / M : lcar = , M .onde.Gcar .e.o. peso.da.c arg a
lcar Q
qcar − peso.linear.da.c arg a, lcar − espacamento.da.c arg a

2-Caracteristicas da carga a processar


3-Forma do Trajecto e comprimento do Transportador
4-Longividade do Transportador (durabilidade)

Conhecidos os parametros iniciais faz-se:


1-A escolha do tipo de transportador tendo em conta as caracteristicas economicas e sua capacidade.

2-Determinam-se as dimensõess do orgao Transportador


Por exemplo (largura da cinta (correia) B e velocidade de transporte, V. Se for um transportador de
cinta.
Os parâmetros B e V relacionam-se com a capacidade Q da carga e consequentemente com a
potência P necessária.

A título de exemplo iremos tratar o deslocamento da carga nos transportadores deCinta, de Placas,
Parafuso sem Fim e de Rolos.

TRANSPORTADOR DE CINTA

3
Cálculo de parâmetros fundamentais;
I.Largura da correia
Se um material a granel é derramado sobre uma superfície plana horizontal, a pilha formada possui
um perfil com um ângulo sobre o horizontal único para cada tipo de material e que é conhecido como
ângulo de repouso. Quando essa pilha é “vibrada”, o ângulo vai decrescendo, dependendo do tipo de
material e do tipo de movimento. O material a granel depositado sobre uma correia transportadora em
movimento adopta estas ultimas características com uma diminuição que pode oscilar entre 50 e
200.Este ângulo chama se ângulo de talude natural ou ângulo de sobrecarga dinâmico que pode variar
em cada transportador.

4
Q = K s.(0,9B − 0,05)2.V ; M 3 / h ⇒ Q = K s.(0,9B − 0,05)2 vγ ,T / h
Q = K s.F .V .Kα ; M 3 / h
Onde,..ϕ .e.o.angulo.de.talude.natural.em.movimento
ϕ0 _ angulo.de.talude.natural.em.repouso.

F=(0,9B-0,05)2
B-largura da cinta, em M; b-largura da carga, em M ; Ks-coeficiente geométrico que depende da
secção transversal da carga e consequentemente do ângulo de talude natural da carga; F-Secção
transversal da carga em M2 ;γ-peso específico da carga em T/M3; Kα-Coeficiente que depende da
inclinação do transportador
Q = K s.(0,9B − 0,05)2.V ; M 3 / h ⇒ Q = K s.(0,9B − 0,05)2 vγ ,T / h Desta relação se
determina a largura da correia

a)Larura da correia para transporte do material a granel


A largura da correia escolhe-se tendo em conta os vaários parâmetros.

+ 0,05); M
Q
B = 1,1
 K S .v.γ .K α

Onde.Q, T / h; v − m / s; γ − Peso.especifico.da.c arg a − T / M 3


Kα − coeficiente.de.inclinacao.do.transportador
K S − coeficiente.de. sec cao.da.c arg a.e.depende.do.angulo.de.talude
natural.do.material

5
b)Para o transporte de material unitário

D = a2 + b2

B ≥ D + (50....100).2mm
Velocidades recomendadas para transportar distintas cargas

Características da carga Velocidade em m/s para largura da cinta em mm


400 500 e 600 800 e 1000 1200 e 1600
Carga não abrasiva e 1,0-1,6 1,2-2 1,6-3 2-4
pouco abrasiva (Carvão
bruto, sal, areia, etc.)
Abrasiva de grão 1,0-1,2 1,0-1,6 1,6-2 2-3
pequeno e médio
(escoria)
Abrasiva de grãos - 1,0-1,6 1,0-1,6 1,6-2
grossos (rocha, pedra,
coque, grafite, carvão
vegetal)
Fragil(coque, grafite, 1,0-1,2 1,0-1,6 1,2-1,6 1,6-2
carvão vegetal)
Farinhenta e
poeirenta(farinha, - 0,8-1,25 0,8-1,25 -
cimento, etc)
Cereais(centeio, trigo,
arroz, etc) 1,5-2 2-3 2-4 -

6
3.Espessura da correia

A correia do transportador e fabricada normalmente de borracha, camadas de tecido e as vezes para


dar maior capacidade de tracção se adicciona fios de arame de aço.
A espessura da correia escolhe-se em função da sua largura através do numero de camadas.

.δ=a.i+δ1+ δ2 (3) onde a-é a espessura das camadas e normalmente a=1.25mm, δ1-espessura da camada
inferior, δ2 –espessura da camada superior e i- numero de camadas da correia.

I=Smax.n/│Kr│.B (4)

Onde Smax e a tensão maxima de tracção da correia

7
n-margem de segurança e n=10 para transportadores horizontais, n=11…12 para transportadores inclinados.,
│Kr│-limite de resistência admissível da correia a roptura por tracção em N/mm, B-largura da correia-escolhe
se pela tabela e testa-se pela formula (4)

Largura da correia
0,3…..0,65 0,8 1 1,2
No de camadas i 3…5 3…6 4…8 5…9

4.Escolha da velocidade da correia


Tipo de carga Velocidade da correia , m/s
Trigo, cevada, milho 2,0…..5,0
Batata, Beterraba 0,7…1,5
Adubos 1,0…3,0
Areia, terra, argila seca 1,0…2,0
Carga unitária 0,8…1,5

5.Escolha do coeficiente de secção da carga,Ks

< de Inclinação dos < de talude(acomodação) do material no


Forma da Cinta rolos lateraisß1, ß2 Transportador
Até 20 graus De 20 a 40 graus
Plana - 240 325
Trapezoidal com 2
rolos de apoio 15 450 535

Trapezoidal com 3 20 470 550


rolos 30 550 625
36 585 655

6.Distância de separação dos roletes de apoio


Para correias trapezoidais (material a granel)
γ ,T / M 3 Lt,mm
B 300 500 650 800 1000 1200 1400 1600
400 2000
γ ≤1 1500 1500 1400 1400 1400 1300 1200 1100
1≤ γ ≤ 2 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1000
γ >2 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000

A distancia de separação dos rolos de apoio nos transportadores portáteis e moveis é


aproximadamente duas vezes menor que nos transportadores estacionários.

8
7.Escolha do peso do rolo
Largura da 300 400 400 500 650 800 1000 >1200
cinta,B,mm 450
Ø de Rolos 60 83 102 102 127 127 127 127
Peso de
rolos
Planos,N 36 49 60 75 105 190 215 250
Trapezoidal 56 82 100 115 125 220 250 290

8.Escolha do coeficiente K α do transportador


<de Até 12 14 16 18 20
inclinacao α 10graus

9
Kα 1 0,97 0,95 0,92 0,89 0,85

9.Cálculo do peso específico dos rolos

Grolt
q rolt =
Para trajecto de c arg a lt
Grolv
q rolt =
Para trajecto froixo lv

10.Cálculo do peso especifico da correia


q c = (250...350).B, N / m.onde.B.esta.em.metros

CÁLCULO DE TRACÇÃO DE UM TRANSPORTADOR DE CORREIA

A.Cálculo da resistência ao movimento no trajecto plano Figura a


Conhecidos os pontos caracteristicos, o cálculo de perdas inicia no ponto de menor tensão.
Vejamos a figura A

S 1 = S min ?
S 2 = S 1 + W1− 2
W1− 2 = (q car + q c + q rol ).ω r .L
ondeW1− 2 − Re sistencia.ao.movimento.no.trajecto.1 − 2
q car − Peso.especifico.da.c arg a. por.unidade.de.comprimento
q rol − Peso.especifico.do.rolo. por.unidade.de.comprimento
q c − Peso.linear.da.c int a
ω r − coeficiente.de.resistencia.somatoria.no.trajecto.trapezoidal
ω r = 0.04, No.trajecto. frouxoω r = 0.03

Sentido Físico do coeficiente de Resistência


Este coeficiente tem em conta a energia despendida para vencer:
1. A resistência ao atrito de escorregamento da correia sobre as guias ou ramas

10
2. Oatrito nos rolos de apoio
3. A resistência para vencer a rigidez da correia
4. Resistência ao movimento da carga

B.Cálculo da Resistencia ao movimento no trajecto inclinado Figura b


S n + 1 = S n + Wn − n + 1
onde.
Wn − n + 1 = Watr + WH = Watr ± WH (1)
Watr − E.a.resistencia.ao.movimento.
devido.a.accao.do.atrito
WH − E.a.resistencia.ao.movimento.devido
.a.altura
(
Watr = qcar + qc + qrol ). cos β .ω R .L
(
= qcar + qc + qrol )..ω R .LH
( (
WH = qcar + qc ).senβ .L = qcar + qc ).H

( (
Wn − n + 1 = qcar + qc + qrol )..ω R .LH ± qcar + qc ).H

Nomovimento para baixo a a segunda parcela da expressão (1) sera subtraída(-) e no movimento para
cima será adiccionada (+).

C.Calculo da força de resistencia no trajecto da zona do tambor.Figura c

S n +1 = S n + Wn − n +1
Wn − n +1 = S n .ω r
S n +1 = S n + S n .ω r
S n +1 = S n (1 +ω r ) = S n .ωT

Escolha do coeficiente de reistencia ωr e ωT em função do ângulo de abraçamento da cinta no


tambor .

11
Tabela1
α;em graus ωT ωr
α.<90 1,02...........1,03 0,02........0,03
α.=90 1,03...........1,04 0,03........0,04
α.=180,200 1,05...........1,06 0,05........0,06

D.Cálculo de perdas na zona da bateria de rolos(concavo, convexo) Figura d

Resistência ao movimento na zona


convexa da bateria de rolos
S n +1 = S n + Wn − n +1
Wn − n +1 = S n .ω r
S n +1 = S n + S n .ω r
S n +1 = S n (1 +ω r ) = S n .ωT

Resistência ao movimento na zona


concava da bateria de rolos

S n +1 = S n + Wn − n +1
Wn − n +1 = S n .ω r
S n +1 = S n + S n .ω r
S n +1 = S n (1 +ω r ) = S n .ωT

Os coeficientes de resitência somatória para este caso são da tabela 1

E.Cálculo de resistência ao movimento da carga na zona de carregamento


ϕ .Q(v − v0 )
wcarr = , Kgf
3,6 g
ϕ = 1,5

A força de resistência total ao movimento da carga será

12
Wtotal = ∑ ae

Figuras a, b, c, d e e

Cálculo de potência pelo método de tracção tendo em conta todos os trajectos da figura1.

S1 = S min ?
S 2 = S1 + W1− 2

S 2 = S1 + (q c + q r ).ω r .L1
S 3 = S 2 .ωT Comportamento semelhante ao ponto 10
S 4 = S 3 + (q c + q r ).ω r L2 − q c .H
S 5 = S 4 .ωT
S 6 = S 5 + (q c + q r ).ω r .L3
S 7 = S 6 .ωT
ϕ .Q(v − v0 )
S8 = S 7 +
3,6.g
S 9 = S 8 + (q c + q r + q car ).L3 .ω r
S10 = S 9 .ωT Comportamento semelhante ao ponto 3
S11 = S10 + (q c + q r + q car ).L2 .ω r + (q c + q car ).H
S12 = S11 .ωT
S13 = S12 + (q c + q r + q car ).L1 .ω r

Com a ajuda da equação de Euler teremos o seguinte:

S13 = S1.e fα
S13 = A.S1 + B.......(2)

13
Onde; f-coeficiente de atrito do material, alfa-ângulo de abraçamento da correia na zona do Tambor
motor.

A e B são os números calculados, 2-Sistema de equação com duas incógnitas

Material do tambor Humidade Coeficiente de efα


atmosférica atrito, f 2000(1800) 2400
Muito húmida 0,1 1,42 1,52
Ferro fundido, Aço Húmida 0,2 2,01 2,31
Seca 0,3 2,85 3,51

Madeira, Borracha, Muito húmida 0,15 1,69 1,88


tambor revestido Húmida 0,25 2,4 2,85
Seca 0,4 4,05 5,35

A força tangencial necessária para a tracção da cinta pode ser calculada de forma seguinte

Ft = S max − S min
(3)
Ft = S13 − S1
A potência necessária no veio do Tambor será
Ft .v F .v
N vt = ; kW .......ou...N vt = t ; kW
1000 102
A potência no veio do motor eléctrico será
N vt Ft .v F .v
N mt = = ; kW ; N vt = t ; kW
η 1000η 102η

Largura da correia,M 400 500 600 800 1000 1200 1400


K1 0,012 0,015 0,020 0,024 0,030 0,035 0,040
Comprimento da correia,M Até 20 15....30 15...30 30....45 30....45 Acima Acima
de 45 de 45
K2 1,25 1,12 1,12 1,05 1,05 1,0 1,0

Cálculo preliminar de potência

N
mot
(
= 0,00015QL + k L v ± 0,0027QH k
H 1 H 2
)
LH − comprimento horizontal do transportador , M ; v − velocidade da correia, M / S
H − altura de elevacao da c arg a, M ; k1 , k 2 − coeficientes que tem em conta a l arg ura e comprimento
da correia

14
15

Você também pode gostar